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    Os céus não seriam mais o limite. Era o que Kroask havia prometido a si mesmo, desde a infância.

    Ele passou por diversos processos de evolução de suas pesquisas no decorrer dos anos. Ouviu historias de como seu amigo de infância havia crescido e construído uma reputação no meio militar.

    Ele viu Morgan se tornando o IronFist, o punho de Rhyssara, seu carrasco, que executava os antigos apoiadores e que ainda seguiam os ideais do antigo imperador Shaw RedPunch. Até parecia que era outra pessoa. Uma que ele não sabia se reconheceria.

    Após desenvolver e estabilizar seu projeto de exoesqueleto ele alçou seu primeiro voo, chegando na Cidade dos Corajosos, derrotando um portador de ARGUEM, um feito raríssimo naquela época.

    Os convites para se tornar líder de departamento em uma nova equipe de pesquisa no Departamento de Pesquisa e Estratégia de Ossuia não paravam de chegar, mas Kroask sempre defendeu que não seria um cientista, mas sim um guerreiro.

    Quando foi desafiado por seu antigo amigo na arena, Kroask sentiu o verdadeiro peso do punho do IronFist. O impacto reverberou por todo o seu corpo, fazendo o metal de seu exoesqueleto ranger como se fosse se despedaçar. Naquele instante, ele percebeu uma verdade amarga: os céus que prometera alcançar ainda estavam distantes demais.

    Pior que a dor física foi a constatação. Morgan, em sua visão distorcida de camaradagem, havia pegado leve. Quis “valorizá-lo” diante da Imperatriz, como se Kroask fosse apenas um projeto, uma curiosidade tecnológica, e não um guerreiro. A humilhação dessa lembrança ardia mais fundo do que qualquer ferida.

    Mas o tempo havia passado, e ele não era mais o mesmo de uma semana atrás. Agora, diante de sua ascensão para recuperar seu lugar na Cidade dos Corajosos, Kroask carregava a certeza de que não havia limites. Mostraria a todos e, principalmente a Morgan, que não era preciso mana para alcançar o impossível.

    Dessa vez, os céus não seriam apenas promessa. Seriam sua conquista.

    E no presente, diante da arena lotada, ele puxou os pinos das botas do exoesqueleto.

    Os propulsores rugiram como bestas famintas, cuspindo fogo e fumaça, até que o chão sob seus pés se partiu com a pressão da ignição. O corpo de Kroask foi lançado aos céus em um turbilhão de força mecânica e vontade indomável.

    A multidão ergueu os olhos, estupefata. O sonho de infância rasgava o firmamento em carne e aço.

    Um silêncio pesado caiu sobre a arena, como se até o vento tivesse parado para testemunhar. Só quando Kroask cortou o céu em um arco de fogo e fumaça é que os gritos irromperam, primeiro isolados, depois em uma onda ensurdecedora de espanto e incredulidade.

    Titã, ainda no solo, ficou boquiaberto, o punho cerrado tremendo em descrença.

    — Como é possível…?! Ele não tem mana! Como está voando?!

    No camarote, Rhyssara se inclinou para frente, seus olhos azuis brilhando como lâminas. Redgar prendeu a respiração, Hermes gritava sem conseguir se conter. Mas foi Morgan quem mais surpreendeu. Ele saltou da cadeira, incapaz de se conter, o rosto tomado por um sorriso puro, sincero, que não se via desde a infância.

    — Ele conseguiu… — murmurou, quase em êxtase. — O sonho de uma criança órfã de pais da magia… foi alcançado!

    Cassian se levantou sem perceber, os punhos cerrados no parapeito, incapaz de desviar os olhos.

    Helick deixou escapar um riso curto, quase incrédulo, os olhos marejados pela visão absurda.

    — Isso… é mesmo possível? — murmurou, sem esperar resposta.

    Titã rugiu, e o mundo rugiu junto. Seus punhos se cravaram no solo, e não foi apenas a arena que tremeu. O ar ao redor se contorceu, como se a própria realidade rachasse em vibrações. Fendas invisíveis explodiram pelo espaço, e blocos de pedra se ergueram do chão em linhas violentas, projetando-se contra Kroask como uma saraivada de montanhas atiradas ao céu.

    — ELE VAI SER ESTRAÇALHADO! — alguém gritou da plateia.

    Kroask, no entanto, não vacilou.

    Os olhos dele brilharam com frieza calculada, refletindo linhas de trajetória invisíveis que só ele parecia enxergar. Seus mecanismos zumbiam, ajustando ângulos, propulsão, frenagem. E então ele se moveu.

    Desviou do primeiro rochedo girando no ar como uma flecha quebrando o vento.

    Abaixou no segundo, deixando-o passar a milímetros de seu rosto.

    Recuou no terceiro com um impulso reverso que fez seus pés tocarem o nada, mas sustentarem o voo como se o próprio céu fosse uma plataforma sólida.

    Era quase uma dança mecânica, um balé impossível entre carne e engrenagens.

    E cada vez que escapava, a multidão prendia ainda mais o fôlego, até que os gritos se tornaram um coro em transe.

    — O QUE É ISSO QUE ESTAMOS PRESENCIANDO MEUS CAROS ESPECTADORES?!?! — Hermes estava mais eufórico do que nunca. — PODEMOS ESTAR VENDO ALGO QUE MARCARÁ A HISTÓRIA DA HUMANIDADE EM AVANÇO TECNOLÓGICO!!!

    Titã, enfurecido, ergueu os dois braços e rasgou o ar em um terremoto que parecia que iria destruir toda a arena. Uma muralha de rochas disparou de todos os lados, fechando Kroask em uma prisão mortal.

    Foi nesse instante que Kroask abriu os braços, e sua máquina respondeu com uma aceleração brutal. Ele rompeu a prisão pedregosa como uma lança de pura vontade, os fragmentos voando em cascata de luz e poeira atrás dele.

    — Agora, Titã! — rugiu Kroask, e mergulhou em queda livre.

    Seu punho metálico se incendiou em fricção contra o ar, vibrando com energia acumulada.

    O impacto contra Titã não foi apenas um golpe: foi como se um meteoro houvesse encarnado em Kroask e tinha o rosto do gigante como alvo.

    O chão colapsou.

    A arena inteira tremeu, mas não pelo poder de Titã e sim pelo fim dele.

    Um momento de suspense em meio a grande poeira que se levantou fez a arena inteira segurar uma respiração.

    Quando a poeira baixou, Titã jazia enterrado em uma cratera colossal, imóvel.

    E lá em cima, ainda suspenso em voo e punho erguido ao céu, Kroask pairava como a materialização de um sonho que ousou desafiar a gravidade.

    — O VENCEDOR É KROOOOOAAAASSSSK!!! — Anunciou Hermes.

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