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    — Como assim deixar que ela vá embora? — Helick se ergueu contra Rhyssara, os olhos fixos na silhueta da mascarada que se perdia em meio à multidão barulhenta da Cidade dos Corajosos. — E se ela tiver feito algo com Any, Phill ou Nastya?

    — Ela não fez nada. — Rhyssara respondeu com tranquilidade, sem se deixar abalar. — Eles não faziam parte do plano. Any e os outros estão bem.

    — Como pode ter certeza? — Cassian interveio, a voz carregada de tensão. — Ele disse algo sobre eles? Porque eu não ouvi nada!

    — Não disse. — Rhyssara retrucou, firme. — E exatamente por isso sei que não lhes fez mal algum. Ele não desperdiçaria uma carta dessas só para se exibir. E de todas as coisas que ouviram, têm certeza de que isso foi a única que chamou a atenção de vocês?

    Um silêncio pesado caiu sobre os príncipes, que trocaram olhares incertos.

    “E quando a hora chegar… decidirei se esses príncipes são dignos do fardo que a própria mãe deles lhes destinou.”

    A mãe deles. Aquela que sumiu a anos sem deixar vestígios e que provavelmente está morta. O que ela poderia ter haver com isso?

    — Afinal de contas, o que está acontecendo aqui? — Tály indagou, a confusão estampada no rosto, dando voz ao que todos os demais sentiam.

    Aos olhos dos presentes, tudo o que tinham visto foi a imperatriz encarar a mascarada em silêncio por alguns minutos, até que a mulher simplesmente virou as costas e foi embora. Nada mais.

    O burburinho distante da cidade: gritos, risadas e apostas ainda ecoando da arena, parecia destoar do clima carregado do grupo. Eles caminhavam quase como se estivessem em outra realidade, uma bolha invisível de tensão.

    — Vamos voltar para o casarão de Suzano. — Disse Rhyssara, o olhar afiado como lâmina. — As paredes aqui têm ouvidos demais.

    E, sem esperar uma resposta, avançou pelo corredor em direção ao ponto onde Suzano havia deixado o CSR antes de entrarem na arena.

    O caminho de volta até o casarão de Suzano foi percorrido em silêncio. O Corcel Sem Rédeas avançava pelas ruas movimentadas da Cidade dos Corajosos, mas dentro dele o ar era pesado, como se cada um carregasse perguntas que não ousava formular em voz alta.

    Quando os portões de ferro se abriram no topo daquela colina nas costas do Rio Vida, revelando o pátio iluminado por arandelas velhas, mas bem cuidadas, um suspiro coletivo pareceu escapar. Estavam em território seguro, ou, pelo menos, no mais próximo disso que poderiam ter em Ossuia.

    Na porta principal, Kadia os aguardava. A mulher negra trajava um vestido simples, mas a postura ereta e o olhar atento transmitiam a mesma confiança que de costume. Assim que viu o grupo, apressou-se alguns passos à frente.

    — Finalmente. — disse, sua voz carregando um alívio mal disfarçado. — A cidade inteira já está comentando sobre o último combate na arena. Não foi difícil deduzir que chegariam aqui com essas expressões.

    Ela deteve os olhos em Rhyssara por um instante, como se buscasse ler no rosto da imperatriz o que realmente havia acontecido, mas Rhyssara era um livro impossível de ser lido. Depois, passou por cada um dos príncipes, detendo-se um segundo a mais em Cassian e Helick, avaliando-os com atenção.

    — Então, o que aconteceu? — Kadia perguntou, enquanto abria a porta para dentro da casa com um gesto de suas mãos.

    Conduzidos por ela, atravessaram o amplo hall de entrada, cujas paredes envelhecidas que, tentavam vencer o tempo com o restante de imponência que ainda tinham, abafavam o frio que vinha da rua. O cheiro de ervas recém-preparadas pela cozinha preenchia o ar.

    Rhyssara avançou até a sala principal e fez sinal para que todos se reunissem. A grande mesa de madeira polida esperava-os, e era ali que, enfim, o silêncio teria de ser quebrado.

    Morgan permaneceu de pé como uma sentinela sempre em guarda, junto dos soldados lyberianos.

    Helick e Cassian se jogaram no tapete. Eles não tinham lutado ou feito esforço algum no dia, mas de alguma forma estavam cansados.

    Rhyssara finalmente falou. Contou com detalhes a conversa que teve com Blando no reino mental.

    — Uma coisa que não entendi… — Marco começou. — Porque você não ordenou que Blando explicasse tudo com o poder da coroa?

    A pergunta era realmente relevante. Todos sabiam que a Coroa de Edgar tinha o poder de fazer qualquer um mais fraco que Rhyssara se rendesse a suas vontades.

    — Porque ele não estava lá. Somente a mente. Se eu tentasse dar alguma ordem com a coroa ele poderia simplesmente suspender a conexão e eu não teria informação alguma.

    — Rainha Helena… — Redgar deixou escapar entre seus lábios.

    Os príncipes foram tomados por expressões enigmáticas ao mesmo tempo. O que a mãe deles tinha haver com aquilo tudo?

    — Nosso último presente foram as adagas com joias que ela deixou para nós. — Cassian começou…

    — E quando mais precisamos ser salvos, as joias reagiram a nossa mana como se fossem Diamante Negros, mas não precisaram de um anão para serem forjadas e se transformarem em nossos ARGUEMs. — Helick concluiu relembrando de quando Draxos e os Wyverns invadiram Lyberion a semanas atrás.

    Mais perguntas invadiam a mente de todos.

    — Não adianta enchermos nossas cabeças com mais dúvidas. Vamos focar no que já sabemos e descobrimos. — Rhyssara falou com autoridade, fazendo com que todos focassem em suas palavras. — Blando nos deu uma informação valiosa.

    — Sim. — Morgan concordou. — Ele nos afirmou que o que quer que seja que esse suposto mapa revele, pode ser uma arma contra as outras raças na guerra que pode estourar a qualquer momento.

    — Mas a pergunta agora é: o que é essa arma? — Suzano completou.

    — Temos que terminar de juntar as peças do mapa primeiro se quisermos descobrir. — Cassian respondeu.

    — Mas não podemos simplesmente seguir em frente assim sem antes termos certeza que os outros que ficaram para trás estão bem! — Helick protestou batendo com o punho na mesa. — Any não ter aparecido e uma enviada do maior traidor da história da humanidade ter ido no lugar não é algo que possamos ignorar!

    — Realmente, se alguém foi capaz de parar Any, essa pessoa pode ter feito o que quisesse com Nastya ou Phill.

    Rhyssara cruzou as pernas por debaixo da mesa enquanto brincava com uma mexa de cabelo ruivo.

    — Não se preocupem com isso. Eu já sei o que fazer com relação a isso. Apenas peço que confiem em mim e mantenham suas cabeças no lugar até a próxima semana para os combates de ascensão para a Cidade de Ferro. — A imperatriz disse pondo um ponto final aquela conversa e encerrando a reunião se levantando.

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