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    A voz do príncipe herdeiro rasgou o ar gelado até alcançar os ouvidos de Iskander.

    Escondido atrás de uma duna de neve e gelo, ele lançou um olhar rápido para o objeto em seu pulso com ponteiros prateados que faziam um som bem baixo de engrenagens trabalhando.

    “Faltam quarenta minutos para anunciarem quem venceu e poderá voltar à Cidade de Ferro”, pensou. “Com o ataque massivo de agora, devo ter eliminado uns trinta por cento dos desafiantes… sem contar os que aquele tal de Brouno já aniquilou.”

    Iskander desviou o olhar para o lança-mísseis ao seu lado. A arma possuía uma carcaça grande, do tamanho de um CSR, mas bastaram alguns giros na válvula e o soltar de parafusos para que ele destacasse a parte de disparo. Agora, reduzida ao essencial, era leve o bastante para empunhar com as duas mãos — uma peça portátil de destruição.

    “As chances de meu desafiante já estar entre os mortos são de uns quarenta por cento. Mas esse cara que gritou…” Ele franziu o cenho. “Será que é ele? Pelo que me lembro, o nome na notificação era feminino. Cassina, eu acho.”

    — EU JURO PELOS DEUSES QUE VOCÊ VAI CAIR HOJE, OU MEU NOME NÃO É CASSIAN!

    A voz ecoou outra vez, forte, vibrando no gelo e nas dunas.

    “Cassian?! Espera… então entendi errado quando o soldado me entregou a notificação?”

    Iskander coçou a cabeça, suspirando. “Tanto faz. É só eliminar esse daí também.”

    Da visão de Helick, que se esforçava para reconhecer onde estava após as explosões, ele só conseguia ouvir a voz do irmão gritando alguma coisa ao longe.

    “O que ele tá fazendo agora?”, pensou, intrigado . “Bem, pelo menos está vivo. Tenho que encontrar o restante do grupo e sair logo dessa arena. A qualquer momento mais desafiados podem aparecer, e num campo aberto como esse seremos alvos fáceis.”

    O príncipe mais jovem começou a caminhar pelo campo devastado, os olhos vasculhando entre corpos mutilados e destroços fumegantes. Foi então que uma presença familiar o fez parar. Uma mana conhecida.

    Ele se virou na direção para onde seus sentidos o guiavam e viu.

    Um homem com duas manoplas serrilhadas, que se estendiam até os antebraços, avançava sobre uma figura.

    Não um rosto conhecido. Uma máscara conhecida.

    Ananda.

    A assassina desviava dos ataques com precisão sobre-humana, mas, estranhamente, não conjurava magia mesmo contra um inimigo que claramente empunhava um ARGENTEC.

    — Vem aqui, bonequinha — a voz esganiçada do homem arranhou os ouvidos de Helick —, deixa eu ver essa carinha por baixo da máscara! Mas já aviso: se eu gostar, vou querer ver mais.

    O homem investiu outra vez, as serras rugindo e cuspindo fumaça.

    Ananda recuou um passo, fingiu um movimento à esquerda e, no instante em que o adversário desequilibrou o corpo naquela direção, ela girou o punho e o atingiu pelo outro lado.

    A cimitarra abriu o abdômen dele num corte limpo. O grito rasgou o ar gelado.

    Com a lâmina ensanguentada, ela riu satisfeita por trás da máscara.

    — Acabou, seu verme.

    Helick observava, atento, tentando entender o funcionamento do poder dela. Mas, antes que concluísse o pensamento, o homem ferido começou a gritar.

    — AAAAAAAARGH! PARE! PARE!!! — Ele se contorcia, golpeando o ar, como se estivesse sendo atacado por algo invisível.

    Ananda não se movia. Apenas o fitava.

    — Sofra bastante antes de morrer. — A voz era fria, vazia.

    Antes que ela pudesse dar o golpe final, Helick avançou.

    A lâmina dele riscou o ar e encontrou a dela num choque de luz e aço. O impacto fez a neve se erguer.

    — O que você está fazendo? — Ananda perguntou, segurando a espada dele com firmeza. — Eu estou do lado dos ascendentes agora, por hora não somos inimigos, sai fora!

    Helick sustentou o olhar, o semblante duro, e respondeu em tom baixo, mas carregado de raiva:

    — O que você fez com Any, Phill e Nastya?

    De outro ponto da zona de combate, estrelas subiram em rastros de fumaça rumo ao céu e despencaram sobre Cassian.

    — Então aí está você… — murmurou o príncipe, os olhos indo além dos mísseis, até o ponto de disparo.

    Os projéteis assoviavam cortando o ar, mas Cassian não recuou. Não, muito pelo contrário, ele avançou.

    O aço foi sacado, e a águia flamejante ergueu suas asas pelo fio de sua lâmina. Ele se moveu em zigue-zague, desviando dos mísseis que explodiam após errado o alvo, até alcançar a duna de onde partiam.

    Lá, um dos projéteis jazia na neve, uma espécie de visor piscando uma contagem regressiva em vermelho.

    — Mas o quê…? — Cassian franziu o cenho.

    A explosão veio antes que ele pudesse reagir.

    Do outro lado da duna, Iskander surgiu entre a fumaça, satisfeito.

    — Agora sim. Só esperar o anúncio em trinta minutos e voltar pra casa. Meu ARGENTEC se provou superior a um ARGUEM. De novo. — Sorriu, vendo as chamas ao longe.

    — Tem certeza disso? — rugiu uma voz.

    Cassian afastou as chamas com um movimento do braço, a barreira de fogo reluzindo ao redor dele — ileso.

    — Quem diria… — disse com um meio sorriso. — O treinamento da Imperatriz deu frutos bem antes do esperado.

    Iskander recarregou o lança-mísseis portátil, recuando enquanto tentava mirar em Cassian — mas o príncipe não lhe deu tempo.

    Com um avanço súbito, ele rompeu a distância entre eles, o olhar firme, o fogo dançando no fio de sua espada.

    — Vou te mostrar o que é um verdadeiro poder de fogo.

    O golpe veio em diagonal, um arco incandescente que rasgou carne e aço. O estampido das chamas engoliu o grito de Iskander, e o corpo do homem foi consumido pelo calor em meio à neve que derretia ao redor.

    Cassian observou o corpo crepitando em meio às chamas.

    — Não sei o nome daquela bela moça… Mas saiba que foi vingada. — murmurou, antes de erguer o olhar. — Agora tenho que encontrar o restante do pessoal. Será que Tály está bem?

    Um arrepio percorreu sua espinha. Uma mana conhecida se aproximava e rápido.

    Cassian saltou para trás no instante em que um corpo despencou do alto e se chocou com violência contra o solo.

    — Aaiaiaiai… — gemeu Morgan, levantando-se enquanto coçava a cabeça. — Enfrentar cinco portadores de armamentos tecnológicos e mágicos ao mesmo tempo talvez tenha sido um pouquinho ganancioso da minha parte.

    Cassian desviou o olhar para a direção de onde Morgan viera. Três homens e duas mulheres avançavam sobre a neve, armas em punho e olhos famintos.

    — Vamos pegá-lo! Quem derrubar o IronFist vai ter moral do caralho na Cidade de Ferro! — um deles berrou.

    Morgan abriu um sorriso preguiçoso e lançou um olhar de soslaio a Cassian.

    — E aí, alteza… quer assistir a um show?

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