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Capítulo 175 — Céu vs Terra
O guerreiro ruivo, trajando couro dourado que refletia a luz gélida da arena, mantinha os olhos fixos no céu.
Acima dele, Marco pairava sustentado pela magia de vento, a mesma que havia copiado de Stronger.
— Você é Mattew? — perguntou o ruivo, a voz carregando um meio sorriso de desconfiança.
Os olhos dele percorreram a armadura prateada do adversário. O leão alado esculpido no peitoral denunciava sua origem.
— Então é um Lyberiano… — murmurou. — Pelo que ouvi, Mattew é apenas uma promessa ossuiana da muralha externa, alguém que ainda luta com ARGENTEC, não com ARGUEM.
Marco manteve-se no ar, a lâmina espelhada da espada reluzindo diante da luz branca que caía do alto.
Ele ergueu um ombro, indiferente.
— Talvez tenha perguntado pelo Mattew errado.
O ruivo soltou uma risada curta.
— É mesmo? Então me diga… — ele apontou para o alto, para Marco. — Qual é o meu nome, Lyberiano?
— O quê? — Marco respondeu, franzindo o cenho.
— Se você me desafiou, deve ao menos saber o nome de quem vai enfrentar.
— Só dei uma lida rápida no livro dos desafios… não me lembro.
— Hah! Tanto faz, Lyberiano mentiroso. — O homem sorriu, o fogo nos olhos refletindo nas placas douradas do traje. — Seja você Mattew ou não, me desafiou… e eu aceitarei o desafio.
A terra sob os pés do ruivo tremeu. Fissuras se abriram como veias pulsando debaixo do solo, e fragmentos começaram a se erguer do chão. Os braceletes rúnicos em seus pulsos brilharam com uma luz amarronzada, viva, vibrante.
— Hey — chamou ele, erguendo o olhar. — Desce aqui pra que eu possa te esmagar.
Marco apenas sorriu, sacudindo a espada de lâmina espelhada.
— Foi mal, mas passo. Vou acabar com você daqui de cima mesmo.
Ao seu redor, os ventos começaram a se contorcer, girando em redemoinhos que se dobravam à sua vontade. O ar ganhava forma, denso e obediente.
— Se não descer por bem… — o ossuiano murmurou, sua aura crescendo até o chão vibrar — …então que venha por mal!
As rochas se desprenderam do solo e foram lançadas para o alto, zunindo na direção de Marco.
Mas o lyberiano já estava pronto.
Ele girou o corpo no ar, elevando a espada à altura dos ombros, e bradou:
— Magia do Vento: Fúria Celeste dos Dois Mil Cortes!
O ar explodiu.
Um rugido ensurdecedor tomou a arena. Ventos se ergueram em espirais esverdeadas, como serpentes aéreas dançando num frenesi caótico, varrendo o campo em todas as direções possíveis, eram dois mil cortes invisíveis, rasgando o próprio espaço.
O chão explodiu sob o ruivo. Da fenda aberta, colunas de pedra ergueram-se como lanças, projetando-o em direção ao céu. Em cada impulso, ele moldava novas plataformas de rocha sob seus pés. Eram como degraus improvisados que rachavam e desmoronavam logo após o toque.
— Não vai ficar aí em cima pra sempre, moleque! — rugiu, enquanto dezenas de esferas compactas de terra se formavam ao redor de seu corpo.
Com um movimento brusco dos braços, lançou-as como uma tempestade sólida. Os projéteis cortaram o ar, zunindo em rotações irregulares. Cada impacto que errava o alvo abria crateras no chão e espalhava destroços no céu.
Marco sorriu.
O vento respondeu antes mesmo que ele o ordenasse.
— Fúria Celeste dos Dois Mil Cortes!
As espirais de vento se multiplicaram, sobrepostas umas às outras, até o céu parecer uma lâmina viva. As rajadas de ar fendiam os projéteis de pedra antes que o ruivo pudesse sequer perceber. Uma chuva de poeira substituía cada ataque.
Mesmo assim, o ossuiano persistia, subindo cada vez mais alto, abrindo caminho entre as lâminas invisíveis com punhos de pedra e uma força absurda.
Marco observava.
Podia sentir o pulso da magia se formando nas runas dos braceletes do adversário.
Era como uma sinfonia desastrosa e sem ritmo — barulhenta, imprevisível, mas poderosa. Era, de fato, um poder destrutivo notável. Se Marco estivesse no solo, aquilo poderia ser um problema… mas no ar, era apenas um louco tacando pedras.
“Essa técnica que copiei de Stronger é realmente algo poderoso…” — pensou, desviando-se de um estilhaço que quase o atingira.
“Com um único movimento eu poderia acabar com isso. Bastaria direcionar todas as duas mil lâminas de uma só vez e ele seria reduzido a pó.”
Mas Marco não se moveu.
Em vez disso, ampliou o alcance das rajadas, tornando-as mais finas, mais rápidas. Uma dança letal de lâminas invisíveis que forçavam o ruivo a se defender sem trégua. Cada rocha que ele fazia se elevar virava pó ou era cortada em pedaços em instantes.
“Quero ver até onde ele aguenta. Se tiver alguma magia útil, quero copiá-la. Um guerreiro de Ossuia nunca é só força bruta… deve haver algo interessante escondido aí.”
O ar vibrou. As plataformas de pedra se estilhaçavam uma a uma sob os golpes de vento, mas o ruivo rugia, moldando novas antes mesmo de cair. Em poucos instantes, o solo da arena abaixo deles se transformou num campo de destruição suspenso com pedras flutuando, ventos cortando, faíscas de mana se misturando ao som ensurdecedor da colisão dos elementos.
E, acima de tudo, Marco permanecia imóvel, o olho calmo no centro do furacão que ele mesmo criara.
“Esse maldito!” — pensou o ruivo, rangendo os dentes. — “Sem dúvidas ele tem nível mais que suficiente para ascender para a próxima muralha. Eu devia ter desconfiado quando ele quis bater de frente. Os ‘corajosos’ geralmente são um bando de covardes que só querem ascender com o menor tipo de dificuldade possível… mas esse cara…
Com esse poder, se ele quisesse, já teria me matado há muito tempo. Mas ele quer ver do que eu sou capaz…”
— ISSO ME DEIXA LOUCO!!! — o ruivo berrou, cessando por um momento o fluxo de mana.
Apenas um degrau de terra restou sob seus pés, sustentando-o no ar, agora a poucos metros de Marco.
Marco parou imediatamente de atacar.
— Mas o que deu em você? Desistiu?
— QUEM VOCÊ PENSA QUE É PARA ME TRATAR COMO UM AQUECIMENTO?! — o ruivo rugiu, as veias do pescoço saltando, o ar vibrando ao redor de seu corpo. — QUER VER DO QUE EU SOU CAPAZ?! ENTÃO EU VOU TE MOSTRAR, LYBERIANO!
O ruivo abriu os braços, e a terra sob toda a arena gemeu como se fosse um animal despertando. As runas em seus braceletes queimaram em um tom púrpura-terroso jamais visto, fissuras se espalharam como serpentes famintas, e um calor sufocante subiu do chão, dobrando o ar ao redor. Marco ergueu uma sobrancelha, sentindo pela primeira vez a mana do adversário mudar de natureza… pesada, antiga, quase primal.
Algo enterrado muito mais fundo que simples manipulação de pedra começava a emergir.
E, de cima, Marco apenas sorriu.
“Finalmente… algo que vale a pena copiar.”

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