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    O campo de batalha estava coberto de cinzas e sangue. O ar pesado era preenchido pelo cheiro metálico e pelo calor das chamas que ainda ardiam ao longe. O som das espadas e dos gritos da batalha na entrada do palácio ecoava, mas no meio de tudo isso, a tensão entre Sam e Agnus era palpável. Ambos sabiam que a luta contra os Wyverns exigia toda sua concentração, mas a inimizade entre eles era inegável.

    Sam Haras, com seu manto azul de Capitão da Guarda Real manchado de suor e poeira, estava em posição, olhos fixos nos Wyverns. A decisão de abandonar os príncipes pesava em seus ombros, mas ele confiava em seus discípulos. O compromisso de proteger Lyberion e seu povo era maior que qualquer ordem direta, mesmo vinda do rei.

    Agnus, por outro lado, estava furioso. Seus olhos castanhos foram tomados por um azul gélido que fixaram-se em Sam com desprezo. Para ele, Sam sempre seria um plebeu, indigno da responsabilidade que carregava. Mas agora, em meio ao caos, o irmão do rei e Mão do Rei tinha que aceitar a realidade: precisava lutar ao lado do homem que desprezava.

    Os dois Wyverns, criaturas imponentes com escamas rubras e olhos que brilhavam como brasa, voavam em círculos acima, preparando-se para atacar. Suas sombras enormes se projetavam sobre o campo de batalha, como presságios de destruição iminente.

    Sam, respirando fundo, falou primeiro, quebrando o silêncio tenso. 

    — Precisamos pôr de lado nossas diferenças, Agnus. — Sua voz era firme, mas havia uma ponta de urgência. — Não por nós, mas pelo reino.

    Agnus grunhiu em resposta, ainda relutante. 

    — Isso não significa que você tem razão. Só não quero morrer ao lado de alguém que deveria estar longe daqui, cumprindo ordens. — Ele apertou os punhos, o brilho de suas luvas ARGUEM intensificando-se com uma luz fria e azulada, o poder de gelo pronto para ser liberado.

    Sam não respondeu de imediato. Ele sabia que argumentar agora era inútil. Com um movimento rápido, desembainhou sua espada, o metal reluzindo com um brilho esverdeado, imbuído da magia do vento que o diferenciava. Ele olhou de relance para Agnus e assentiu.

    — Vamos acabar com isso, e depois você pode me matar, se quiser. — Sam disse com um sorriso cansado, tentando aliviar a tensão.

    Agnus riu secamente. 

    — Eu pretendo. — Ele olhou para os Wyverns que agora começavam a descer em direção a eles, prontos para atacar. 

    — Eles estão vindo. Preparado? — A voz de Agnus, agora focada e fria, combinava com a aura de gelo que começava a emanar de suas luvas.

    Sam assentiu, firmando os pés no chão, sentindo a energia do vento envolver seu corpo, preparando-se para o confronto. Ele sabia que essa batalha não seria fácil, mas estava determinado a mostrar como chegou onde estava.

    Os Wyverns soltaram um grito ensurdecedor enquanto mergulhavam, e a batalha se iniciou com um impacto devastador. Suas enormes asas agitavam o ar, criando um vórtice de caos enquanto avançavam, e suas escamas brilhavam sob a luz do fogo que cuspiram. O impacto de suas descidas sacudiu a terra, criando tremores que reverberaram por todo o campo de batalha.

    — Magia do vento: Tormenta de Irma! — rugiu Sam, sua voz cortando o tumulto como um trovão.

    Ao seu comando, o vento ao redor começou a girar violentamente, criando uma tempestade de poder destrutivo. A lâmina de sua espada, imbuída com a energia do vento, brilhava com uma luz esmeralda enquanto interceptava as garras mortais de um dos Wyverns. O impacto de seu ataque criou uma onda de choque que se espalhou pelo ar, afastando temporariamente o monstro.

    Enquanto isso, Agnus enfrentava o segundo Wyvern com uma determinação fria. Ele ergueu a mão direita, e um círculo mágico gigante apareceu diante dele, irradiando uma luz azul gélida.

    — Magia de Criação de Gelo: Montanha de Gelo! — bradou Agnus, sua voz carregada de poder.

    Imediatamente, um gigantesco pedaço de gelo pontiagudo foi conjurado, disparando em direção à fera alada. O gelo reluzia como cristal, emanando uma frieza cortante que fez o ar ao redor crepitar. O Wyvern, percebendo a ameaça, abriu a boca e cuspiu uma torrente de chamas intensas. O fogo colidiu com o gelo em uma explosão de vapor, criando uma cortina de fumaça densa que envolveu os combatentes.

    A fumaça densa, misturada com o calor abrasador das chamas e o frio cortante do gelo, criou um ambiente sufocante e quase irrespirável. Os Wyverns, apesar de feridos, mostraram uma ferocidade renovada, seus olhos brilhando com uma fúria indomável. Suas investidas eram rápidas e coordenadas, um verdadeiro espetáculo de poder bestial. O chão tremia a cada batida de suas asas, e os rugidos ecoavam como trovões, preenchendo o ar com uma sensação de perigo iminente.

    Sam e Agnus lutavam com todas as suas forças, o ambiente ao seu redor um caos de destruição. A fumaça e o vapor dificultavam a visão, tornando cada movimento uma aposta arriscada. Os efeitos mágicos eram um espetáculo de luz e sombra; o vento de Sam cortava o ar como uma lâmina invisível, enquanto os estilhaços de gelo de Agnus brilhavam sob o brilho das chamas. Cada ataque dos Wyverns era uma explosão de força bruta, um teste constante de resistência e habilidade para os combatentes humanos.

    A fumaça do vapor que se formou pelo choque entre gelo, fogo e vento tomou conta do campo de batalha, criando uma névoa espessa que cegava ambos os combatentes. Agnus e Sam se encontravam em uma situação perigosa, com a visão comprometida e os sentidos em alerta máximo. As criaturas aladas haviam subido aos céus, mas agora, um silêncio perturbador dominava o ambiente, nem mesmo o bater de asas era audível.

    — Para onde elas foram? — perguntou Agnus, sua voz carregada de frustração. — Droga! Não consigo ver nada com essa fumaça.

    Sam, com os sentidos aguçados, percebeu a situação antes do companheiro. Seu semblante, antes sério e focado, transformou-se em um olhar de choque e apreensão. Com um movimento rápido, ele brandiu a espada, usando sua magia de vento para dissipar a névoa espessa. Assim que a visão clareou, ficou evidente que os Wyverns haviam desaparecido.

    — Então, fugiram? — disse Agnus, um leve sorriso de triunfo surgindo em seus lábios.

    Mas o sorriso logo se desfez ao notar a expressão de preocupação e choque no rosto de Sam.

    — O que foi, Haras? — Agnus perguntou, tentando entender o motivo da inquietação de Sam.

    — Os wyverns são como soldados, obedecendo a ordens de seu comandante — explicou Sam, sua mente trabalhando rapidamente para desvendar o plano das criaturas. — E duvido que a ordem fosse apenas nos eliminar.

    — O que quer dizer com isso? — insistiu Agnus, impaciente.

    — Eles estão atrás do povo — respondeu Sam, a gravidade da situação finalmente se revelando. — Provavelmente a ordem que receberam era massacrar o máximo de humanos possível. Nós demos trabalho demais, então nos despistaram.

    Agnus xingou baixinho, percebendo a verdade nas palavras de Sam.

    — Droga, isso faz sentido — admitiu Agnus, sua expressão se tornando sombria. — Mas aquelas feras são enormes, como puderam simplesmente desaparecer?

    A tensão aumentou à medida que a gravidade da situação se tornava evidente. A cidade estava em perigo, e eles tinham que agir rapidamente para impedir o massacre que se desenrolava.

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