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    Os portões de Lyberion estavam sendo escancarados, e o caos reinava à medida que refugiados do reino se reuniam além das muralhas, buscando desesperadamente a segurança nas terras além da cidade. Crianças choravam, mães carregavam seus filhos, e os idosos eram ajudados por mãos trêmulas enquanto a população se amontoava, tentando escapar do inferno que havia tomado conta de sua cidade.

    No entanto, em meio à confusão, algo incomum aconteceu. A carroça improvisada, que carregava os príncipes sob a escolta dos discípulos de Sam — Marco, Any, Tály e Redgar —, subitamente mudou de direção. Os jovens guerreiros observaram com surpresa e preocupação quando os nobres, que até então estavam junto à multidão, começaram a desviar do caminho principal, seguindo por uma estrada estreita e menos visível.

    Marco, o mais experiente entre os discípulos, franziu o cenho, notando o comportamento estranho dos nobres.

    — Por que eles estão indo para lá? — questionou Tály, olhando para Marco em busca de respostas.

    — Não sei — respondeu Marco, com um tom sério. — Mas é melhor seguirmos. Pode ser um local seguro para os príncipes.

    Helick e Cassian estavam quietos dentro do veículo, o peso da situação impedindo qualquer tentativa de conversa. O silêncio era cortante, criando uma tensão palpável. De repente, Helick, que estava olhando pela pequena janela da carroça, arregalou os olhos ao avistar uma figura familiar entre a multidão de refugiados. Era uma jovem de cabelos trançados e olhos esmeralda, uma presença que ele reconheceria em qualquer lugar.

    — Nastya — murmurou Helick, a surpresa em sua voz quebrando o silêncio. — Pare a carroça, Marco! Agora!

    Marco virou-se rapidamente, confuso com a súbita urgência de Helick. Ele não estava acostumado a ver o príncipe tão agitado.

    — O que foi? — perguntou Marco, puxando as rédeas e parando a carroça.

    — Ali, é Nastya — explicou Helick, apontando para a jovem que caminhava entre os refugiados. — Ela trabalha no palácio, é a jardineira. Precisamos levá-la conosco.

    Cassian, observando a situação, ergueu uma sobrancelha, mas não disse nada. Marco, hesitante, olhou para os outros, buscando confirmação.

    — Helick, não temos tempo para… — começou Tály, mas foi interrompido por Helick.

    — Não vou deixá-la para trás! — insistiu Helick, a voz firme. — Não sabemos o que pode acontecer lá fora. Ela é importante para mim… — Ele parou, respirando fundo, tentando controlar a emoção em sua voz. — Por favor.

    Havia algo na maneira como Helick falou que fez com que os discípulos parassem para considerar. Marco, percebendo a seriedade nos olhos do príncipe, finalmente assentiu.

    — Tá bom, vamos buscá-la — concordou Marco, dando um leve sorriso encorajador. — Mas precisamos ser rápidos.

    Helick saltou da carroça e correu em direção a Nastya, que olhou surpresa ao ver o príncipe se aproximando.

    — Príncipe Helick? — disse ela, confusa. — O que você está fazendo aqui?

    — Não há tempo para explicações, Nastya — respondeu Helick, pegando gentilmente sua mão. — Venha conosco. Vamos para um lugar seguro.

    Nastya hesitou por um momento, olhando para a multidão de pessoas que também buscavam segurança. Mas ao ver a determinação nos olhos de Helick, ela assentiu, confiando nele.

    Marco e os outros discípulos ajudaram a colocar Nastya na carroça, que rapidamente voltou a seguir o caminho tomado pelos nobres. Helick, agora ao lado de Nastya, sentiu um alívio inesperado. Apesar da crise ao redor, ele estava determinado a proteger aqueles que eram importantes para ele.

    — Sua mãe, Feryn, ela não estava com você? — perguntou Helick, gentilmente, sua preocupação evidente em seu tom de voz.

    Nastya olhou para baixo, suas mãos tremendo levemente.

    — Não — respondeu ela, com a voz embargada. — Ela estava de serviço, preparando o banquete para o despertar. Quando tudo aconteceu, eu só pensei em fugir… — Suas palavras se transformaram em soluços suaves. — Como eu pude ser tão egoísta…

    Helick apertou sua mão, tentando transmitir segurança e conforto. Seus olhos encontraram os dela, refletindo uma determinação feroz.

    — Não se culpe, Nastya. — Sua voz era firme, mas suave. — Vamos encontrá-la. Eu mesmo…

    — Cuidado, Helys — interrompeu Cassian, com uma expressão séria. — Não faça promessas que não pode cumprir.

    Nastya enxugou as lágrimas, forçando um sorriso fraco.

    — Está tudo bem — disse ela, sua voz tremendo ligeiramente. — Sei que ela vai ficar bem. Minha mãe é forte. Não precisam se preocupar com pessoas como nós.

    Helick sentiu um aperto no peito, admirando a resiliência de Nastya, mas também sentindo a injustiça da situação. Antes que ele pudesse responder, a carroça parou abruptamente.

    Eles haviam chegado a uma rua sem saída, onde todos os nobres que haviam fugido se reuniram. A tensão no ar era palpável, com olhares ansiosos e sussurros apressados. O espaço era apertado e claustrofóbico, os ecos distantes de gritos e o caos contrastando com o silêncio pesado que agora os cercava. No centro da rua, uma estátua de bronze de um Leonzir, símbolo de bravura, estava desgastada pelo tempo, refletindo a coragem esquecida de um povo que outrora foi orgulhoso e destemido.

    Helick saiu da carroça, ajudando Nastya a descer, enquanto Marco e os outros discípulos observavam atentamente o ambiente. A angústia e o medo eram evidentes nos rostos dos nobres, cujos murmúrios ansiosos se misturavam com o som abafado do perigo que se aproximava.

    — O que está acontecendo aqui? — perguntou Marco, sua voz carregada de desconfiança e preocupação.

    — É um esconderijo — respondeu um nobre, provavelmente da casa Fitzroy, pelas suas vestes. Sua voz trêmula indicava tanto urgência quanto temor. — Afaste-se, por favor.

    O nobre se aproximou da estátua de bronze e, com um movimento habilidoso, correu as mãos na boca do Leonzir, apertando um dos caninos de bronze. O chão começou a tremer, pequenas fissuras se espalhando pelo solo de pedra. Os presentes recuaram, observando com apreensão enquanto uma escadaria oculta surgia das profundezas, revelando um caminho para o subsolo. O ar estava impregnado de poeira e tensão, enquanto os nobres, um a um, começavam a descer apressadamente pela passagem recém-revelada, seus passos ecoando na escuridão abaixo.

    No entanto, antes que todos pudessem descer, um rugido ensurdecedor rasgou os céus. Os corações dos presentes gelaram ao verem os Wyverns sobrevoando o local, suas sombras enormes projetadas no chão. Um dos dragões alados virou-se abruptamente e mergulhou em direção à multidão que se afastava em pânico para além das muralhas, suas garras prontas para o massacre. O outro Wyvern, atraído pelo movimento abaixo, avistou o esconderijo dos nobres e soltou um rugido ameaçador, suas asas batendo com força enquanto descia em direção à entrada da escadaria.

    O medo tomou conta de todos. Os nobres que ainda não haviam descido aceleraram seus passos, empurrando-se para alcançar a segurança do esconderijo subterrâneo. Marco, com uma expressão de determinação, posicionou-se na entrada da escadaria, erguendo uma barreira de vento para tentar retardar o avanço do Wyvern. Helick, ainda segurando a mão de Nastya, olhou para cima com os olhos arregalados, sentindo o peso esmagador da situação.

    O Wyvern sobrevoando a multidão do lado de fora soltou uma torrente de chamas, iluminando o céu e espalhando pânico. Enquanto isso, o segundo Wyvern avançava impiedosamente em direção ao esconderijo dos nobres, suas escamas refletindo a luz da destruição. A criatura pousou com um impacto estrondoso, fazendo o chão tremer ainda mais, e fixou seus olhos cruéis nos que ainda estavam do lado de fora.

    — Vão! — gritou Marco, sua voz cortando o ar como uma lâmina afiada. Cada segundo contava, e o medo nos rostos dos que ainda estavam do lado de fora era palpável.

    De repente, um som de pedra se movendo encheu o ar. A passagem começou a se fechar, as paredes de pedra lentamente retornando à sua posição original. Um nobre gritou, a voz estridente de pânico, provavelmente um Havilfort da terceira linhagem.

    — Mas o que? — gritou ele, o desespero claro em seu tom. — Quem pelos sete demônios está fechando a passagem por dentro?

    Os olhos de todos se voltaram para a entrada, onde Cecília Havilfort estava pressionando um círculo mágico na parede com mãos trêmulas. Seu rosto estava pálido, o olhar fixo em um ponto distante, como se já tivesse decidido o que fazer.

    — Me perdoem… — murmurou Cecília, a voz quebrando de medo e culpa. — Vocês já estão condenados. Tenho que salvar os que conseguiram descer.

    Any, incrédula, deu um passo à frente, o choque e a raiva se misturando em sua expressão.

    — Está louca? Os príncipes ainda estão aqui fora! — gritou ela, sua voz carregada de desespero.

    Cecília olhou para Any, seus olhos cheios de uma mistura de arrependimento e algo mais sombrio. Conforme o solo se movia, tapando a entrada, um leve sorriso surgiu no canto de seus lábios.

    — Me perdoem — repetiu Cecília, antes de desaparecer por trás da parede de pedra.

    O som da passagem se fechando ressoou como um golpe final. O choque tomou conta dos presentes. Marco, sentindo a impotência e a frustração crescerem dentro de si, cerrou os punhos. Helick, ainda segurando a mão de Nastya, sentiu seu coração afundar ao perceber o que aquilo significava. Os pensamentos dos presentes se voltaram para os príncipes, ainda do lado de fora, e para o sacrifício de Cecília, que havia selado o destino de tantos.

    A traição e a desesperança pairavam no ar, enquanto o rugido distante do Wyvern se aproximava. Eles estavam agora presos entre o monstro alado e a parede de pedra, e o tempo para agir estava se esgotando rapidamente.

    Boa noite leitores! Mais um capítulo entregue. Estava sumido porque estava em mês de prova da faculdade, mas estamos de volta!!!

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