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    — Any! — Marco gritou, segurando-a antes que seu corpo caísse no chão.

    Os sobreviventes olharam ao redor, espantados diante da devastação total. O campo de batalha, que antes era um espaço de esperança, agora era uma paisagem desolada, reduzida a cinzas e escombros. A magnitude do poder do wyvern era evidente em cada pedaço de terra arrasada, deixando todos sem palavras.

    — E agora? — sussurrou uma das crianças, sua voz trêmula e os olhos marejados. — A moça nos salvou, mas… — A criança apontou com dedos trêmulos para o céu.

    Acima, o wyvern se preparava novamente, reunindo energia para mais um ataque devastador. O brilho vermelho na boca da criatura começou a intensificar-se, prometendo uma destruição ainda maior do que antes. O medo era palpável, e o tempo parecia congelar enquanto todos se davam conta de que o pior ainda estava por vir.

    Marco segurava Any em seus braços, o peso da situação e a proximidade da morte desenhando uma sombra sobre seu rosto. Ao redor, os príncipes tentavam desesperadamente encontrar uma solução.

    — O que vamos fazer agora? — perguntou Cassian, o desespero começando a transparecer em sua voz.

    Ele olhou para suas mãos, como se esperasse que algo, qualquer coisa, acontecesse. Mas nada. Não havia nenhum lampejo de poder, nenhuma centelha mágica emergindo para salvá-los. A cerimônia, aquele momento crucial, havia sido a chance dele. Ele deveria ter conseguido. Ele deveria ter sido o príncipe que Lyberion precisava. Mas, em vez disso, tudo que ele conseguiu foi falhar.

    “Se ao menos eu tivesse me preparado melhor… Se ao menos eu tivesse levado minhas responsabilidades a sério desde o começo… Todos nós vamos morrer aqui, e a culpa é minha. Eu não fui forte o suficiente”, ele pensava, o peso da culpa se afundando no peito como uma âncora.

    Enquanto Cassian se consumia com esses pensamentos sombrios, Helick apertava Nastya em seus braços, como se pudesse proteger a jovem jardineira com o próprio corpo. Mas, no fundo, ele sabia que aquilo era inútil. O wyvern estava prestes a lançar mais um ataque, e não havia nada que ele pudesse fazer para impedir. A única coisa que o mantinha de pé era a determinação de não deixar que Nastya soubesse o quanto ele estava aterrorizado.

    Ele fechou os olhos por um instante, tentando encontrar uma solução. “Se ao menos eu tivesse um diamante negro…”, ele pensou, com o coração acelerado. “Se eu pudesse arriscar um despertar por conta própria, talvez… talvez eu pudesse ganhar mais algum tempo. Talvez eu pudesse dar a Cassian a chance de fazer o que precisa ser feito.”

    Mas não havia nenhum diamante à vista, e Helick sabia que estava encurralado. Tudo que restava era um fio de esperança tênue, uma ideia desesperada que, mesmo sendo sua última chance, parecia estar cada vez mais distante.

    — Precisamos de tempo… — murmurou Helick, quase inaudível, enquanto segurava Nastya com ainda mais força. “Qualquer coisa que nos dê mais alguns segundos…”.

    A tensão no ar era quase insuportável, o medo e a impotência dominando todos ao redor. Enquanto o wyvern reunia mais energia, o tempo parecia se esgotar para todos ali.

    Aquele arrepio familiar correu por suas espinhas, o mesmo que sempre surgia quando estavam em perigo iminente contra magia. Era como se seus corpos reagissem instintivamente, alertando-os de que algo terrível estava para acontecer. Mas dessa vez, o arrepio não era um simples aviso para fugir ou se esconder. Era algo mais profundo, mais urgente.

    De dentro de suas blusas, as adagas que eles guardavam como lembrança de sua mãe começaram a se mover por conta própria. Lentamente, elas flutuaram para a frente deles, como se atraídas por uma força invisível. As lâminas prateadas começaram a se transformar, escurecendo pouco a pouco, como se estivessem trocando de pele. Em questão de segundos, o que antes era prata agora era um negro brilhante, com a textura e o brilho de um diamante, irradiando uma aura poderosa.

    Cassian e Helick encararam as adagas com olhos arregalados, o choque e a confusão gravados em seus rostos. O brilho sombrio das lâminas parecia pulsar, emanando uma energia que eles podiam sentir nos ossos, uma vibração que reverberava em seus corações e mentes. As gemas encrustadas começaram a brilhar também, como se despertassem de um sono profundo, respondendo ao chamado de um destino inescapável.

    De repente, uma voz poderosa, ao mesmo tempo familiar e estranha, ecoou nas mentes dos irmãos, cortando o medo e a dúvida: “LUTEM!” Era uma ordem que não permitia resistência, uma força que os empurrava para além do desespero, para a ação.

    Pela primeira vez, aquele arrepio que sempre significara perigo os incitava a atacar, a se erguer contra a escuridão que os cercava. Helick, sem hesitar, soltou Nastya com um cuidado quase reverente, como se soubesse que essa poderia ser a última vez que a seguraria. Em seguida, ele se colocou em posição diante da adaga flutuante, seu corpo emanando uma determinação feroz.

    Cassian, vendo o irmão assumir o risco, sentiu uma chama de coragem acender dentro de si. Ele havia falhado antes, deixado que a responsabilidade escorresse por entre seus dedos, mas agora… agora era a chance que ele tanto implorara. Não era mais uma questão de sobrevivência apenas; era sobre provar a si mesmo, sobre fazer valer a herança que carregavam.

    Sem perder mais tempo, o herdeiro também se concentrou. Ele fechou os olhos, deixando que o medo e a culpa escorressem de seus pensamentos, substituindo-os por uma determinação fria e absoluta. A energia das adagas os rodeava, envolvendo-os em um poder que mal podiam compreender, mas que sabiam que tinham que aceitar, mesmo que isso significasse abraçar o desconhecido.

    Ao fecharem os olhos, o mundo ao redor de Cassian e Helick desapareceu em um instante, e o caos do campo de batalha se desvaneceu como um pesadelo ao acordar. De repente, ambos se viram em uma sala branca, vazia e infinita, onde o tempo parecia ter parado. Não havia som, apenas um silêncio absoluto, tão profundo que era quase tangível.

    Helick sentiu uma brisa gelada acariciar sua pele, trazendo consigo uma calma gélida que o fez respirar mais devagar. A temperatura ao seu redor era fria, mas não desconfortável; era como se estivesse sendo envolvido por um inverno silencioso e pacífico. Dentro de sua mente, ele sabia que estava em um espaço sagrado, um lugar onde o tempo e o destino se entrelaçavam. E, ali, flutuando à sua frente, uma centelha mágica surgiu, azul como o céu ao amanhecer, tão clara que podia ser confundida com o branco mais puro. A centelha o chamava, não com palavras, mas com uma presença serena e irresistível.

    Cassian, por outro lado, sentia o calor opressivo ao seu redor, como se estivesse no coração de um vulcão prestes a explodir. A pressão era intensa, o ar ao seu redor vibrava com uma energia incandescente, quase como se as paredes invisíveis dessa sala branca fossem feitas de magma. E então, diante dele, surgiu sua própria centelha mágica. Ela era um espetáculo de cores vivas — vermelha, laranja, azul, e todas as outras tonalidades que o fogo poderia assumir, dançando e entrelaçando-se em uma dança hipnótica. A centelha chamava por ele, fervendo com uma promessa de poder.

    Para Helick, a experiência era estranha, invertida. Ele havia passado anos treinando, buscando pela centelha dentro de si, chamando por ela em momentos de concentração profunda. Mas agora, aqui, era a centelha que o buscava, que estendia sua mão invisível para ele. Era como se o destino estivesse dando a ele algo que até então sempre escapara por entre seus dedos.

    Cassian, por outro lado, estava perdido. Nunca havia sentido nada assim, nunca havia sentido tal poder dentro de si, e agora, com essa centelha flamejante chamando-o, ele não sabia o que fazer. O medo e a confusão ameaçavam dominá-lo, mas ao mesmo tempo, havia uma faísca de curiosidade, uma necessidade de responder a esse chamado que queimava em sua alma.

    No mundo físico, o Wyvern finalizava sua canalização, e o círculo mágico carmesim em sua boca pulsava ameaçadoramente, prestes a liberar uma nova onda de destruição. O ar ao redor vibrava com a energia acumulada, e a tensão era palpável.

    Tály e Marco, os únicos ainda de pé, sabiam que não tinham o poder necessário para conter o que estava por vir, mas não recuaram. Mantiveram-se firmes, preparados para enfrentar o inevitável.

    — Não sei o que está acontecendo com eles, mas isso parece muito com um ritual de despertar — comentou Tály, sem desviar os olhos do Wyvern.

    — Sim — respondeu Marco, seus olhos fixos na criatura. — Mas mesmo que seja, eles ainda precisariam de um anão para dar a martelada inicial, para que o ARGUEM deles tome forma. Sem isso, não vão conseguir nada. No fim, somos nós a última linha de defesa.

    Os dois guerreiros trocaram um olhar de determinação silenciosa, cientes de que o peso da batalha agora recaía inteiramente sobre seus ombros.

    O Wyvern rugiu e disparou.

    Tály e Marco, com o coração acelerado, não recuaram. Seus corpos vibravam com a adrenalina, mas suas mãos, apesar do suor, permaneceram firmes. Sem hesitar, saltaram.

    Tály avançou com os punhos erguidos, sentindo o calor intenso de seu ARGUEM queimar sua pele. A dor era excruciante, mas ela não desviou. Marco, ao seu lado, saltou com sua lâmina reluzente, lamentando não ter conseguido liberar todo o seu poder na luta contra as feras. No entanto, naquele momento, nada mais importava. Se fossem morrer, morreriam encarando o ataque de frente, desafiando o destino.

    No instante em que o meteoro flamejante do Wyvern parecia inevitável, a atmosfera mudou. Uma brisa inesperada atravessou o campo de batalha, suave no início, mas carregada de uma presença avassaladora que fez até o ar vibrar. As pessoas, que já haviam perdido a esperança, sentiram algo além do medo: uma brisa renovadora, uma lufada de coragem.

    E então, como se a própria natureza atendesse a um chamado ancestral, ele apareceu. Sam Haras, o Capitão da Guarda Real, emergiu das cinzas e do caos como um farol de resistência. Sua capa azul esvoaçava ao vento, seus olhos verdes brilhavam com determinação inabalável. Cada passo seu no próprio ar ecoava como um desafio à destruição iminente.

    Quando sua figura imponente se colocou entre o meteoro e os sobreviventes, o tempo parecia parar. Ele virou-se por um breve momento, encarando seus discípulos com um olhar que carregava tanto orgulho quanto uma ordem silenciosa: fiquem firmes. Um sorriso confiável curvou seus lábios, um gesto que falava mais do que qualquer discurso.

    Erguendo sua espada, que parecia absorver a própria força do vento ao seu redor, Sam invocou um poder que poucos homens ousariam sequer sonhar em comandar. O céu acima dele começou a se agitar, e rajadas de vento cortaram o ar com intensidade crescente, arrancando gritos de admiração e esperança dos soldados que assistiam.

    — MAGIA DO VENTO! — Sua voz não era apenas um grito de ataque; era uma declaração ao universo de que ele não se curvaria. — TORMENTA DE KATRINA!

    A lâmina cortou o ar, liberando uma tempestade de ventos furiosos que se chocaram contra o meteoro, girando ao redor dele com uma fúria que rivalizava com a própria natureza. No entanto, o impacto entre as forças era colossal. Sam sentiu o peso do meteoro oprimindo sua magia, como se estivesse tentando segurar o próprio céu prestes a desabar. A pressão era avassaladora, e ele sentia seus músculos protestarem enquanto empunhava sua espada com toda a força que possuía.

    O meteoro queimava com uma intensidade quase insuportável, e a energia que emanava dele fazia o ar ao redor vibrar com um calor sufocante. Sam apertou os dentes, flutuando no ar enquanto o vento rugia ao seu redor, alimentado por sua vontade indomável. A tempestade que ele conjurava se tornou um turbilhão furioso, cortando o céu como lâminas afiadas, mas o meteoro, impregnado com a magia poderosa do Wyvern, resistia, avançando contra a barreira de ventos.

    O calor escaldante se chocava com o vento cortante, faíscas de energia saltavam do ponto de contato, iluminando o campo de batalha em flashes cegantes. Sam podia sentir a intensidade da magia queimando sua pele, cada segundo que passava era uma luta desesperada para manter o controle. A tempestade de ventos cresceu em fúria, os redemoinhos se intensificando até que o próprio ar ao redor começou a girar em um furacão devastador, refletindo a ira e a determinação de Sam.

    Os ventos atacavam o meteoro de todos os ângulos, rasgando sua superfície flamejante e dispersando fragmentos incandescentes que se dissipavam como brasas no ar. O meteoro lutava para manter sua integridade, mas a tempestade de Sam o corroía lentamente, camada por camada. Cada golpe de vento arrancava pedaços do ataque, até que o meteoro começou a perder força, sua massa se desfazendo sob a força implacável da tormenta.

    Com um grito final de esforço, Sam concentrou todo o seu poder em um último corte, sua espada brilhando com a energia condensada da tempestade. O vento se reuniu em torno da lâmina em uma espiral mortal, e quando ele desferiu o golpe, o furacão explodiu em uma força devastadora que engoliu o meteoro por completo. O impacto foi tão poderoso que o céu pareceu se partir, a força do ataque de Sam esmagando o meteoro em uma onda de energia que varreu os céus.

    Os restos do ataque do Wyvern foram destruídos, dispersos no ar como poeira cósmica, a tempestade de ventos os consumindo completamente até que nada restasse além de uma brisa suave. Sam ofegava, cada respiração um esforço, enquanto a última faísca de poder se dissipava na lâmina de sua espada.

    O silêncio que se seguiu foi quebrado apenas pelo som das respirações incrédulas das pessoas e um único pensamento compartilhado por todos: o Capitão Sam Haras era muito mais do que um homem—ele era uma lenda viva. Ele era… O Olho da tormenta.

    O cara é embaçado, não tem jeito

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