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    A carruagem seguia em frente, balançando suavemente à medida que deixavam o vilarejo para trás. O silêncio que dominava o interior era quebrado apenas pelo som rítmico das rodas de madeira sobre a estrada de terra. Dentro da carruagem, Rhyssara, os príncipes Cassian e Helick, e a jovem jardineira Nastya permaneciam atentos, observando o cenário pela janela enquanto o cocheiro guiava os cavalos com habilidade.

    Os quatro guardas — Any, Marco, Tály e Redgar — cavalgavam ao redor da carruagem, suas montarias movendo-se em sincronia com o veículo. Eles mantinham seus olhos alertas, atentos a qualquer sinal de perigo no caminho, cercando a carruagem como uma escolta experiente.

    À medida que a comitiva avançava, a paisagem ao redor começava a se transformar. O vilarejo ficava cada vez mais distante, suas casas simples e desgastadas se misturando ao horizonte. O caminho, inicialmente plano e coberto de poeira, logo deu lugar a um terreno mais acidentado, com pedras irregulares surgindo aqui e ali. Pequenos arbustos secos e árvores esparsas começavam a aparecer, suas folhas queimadas pelo sol incessante da região.

    Dentro da carruagem, a imperatriz de Ossuia, Rhyssara, mantinha sua postura impecável, mesmo enquanto o veículo balançava ligeiramente sobre os desníveis da estrada. Seu olhar azul e intenso observava cada detalhe da paisagem. Cassian e Helick, em sua frente, pareciam imersos em pensamentos, refletindo sobre a decisão de ajudar os aldeões e o que os esperava na jornada.

    Nastya, a jovem jardineira, mantinha-se em silêncio ao lado da imperatriz, embora seus olhos brilhantes examinassem cada detalhe da viagem com curiosidade. A tensão entre os príncipes e a responsabilidade recém-assumida pesava no ambiente, mas Rhyssara, sempre no controle, parecia se manter tranquila diante do que estava por vir.

    Conforme avançavam, o terreno rochoso começou a se tornar mais denso, e as colinas ao longe moldavam o horizonte com suas ondulações suaves. O som dos cascos dos cavalos era o único ruído constante, enquanto o grupo se aproximava das margens da famosa Floresta das Árvores Andantes.

    As copas das árvores ao longe moviam-se de maneira quase sobrenatural, mesmo sem vento, criando um cenário intrigante e sombrio. A vegetação mais densa e o ar úmido contrastavam fortemente com a aridez do vilarejo que haviam deixado para trás.

    Finalmente, após horas de viagem, a comitiva alcançou a borda da floresta. O cocheiro diminuiu a marcha, sentindo a atmosfera mudar. A floresta se erguia diante deles como uma barreira viva, com suas árvores antigas e retorcidas. As copas, densas e entrelaçadas, lançavam sombras longas e misteriosas ao redor. O solo, de forma quase inquietante, parecia respirar, subindo e descendo como um peito se enchendo e esvaziando de ar. A cada “respiração” da terra, uma névoa espessa emergia, flutuando sobre as raízes entrelaçadas das árvores, cobrindo o chão em um véu brumoso. Um murmúrio quase inaudível vinha das profundezas da floresta, como se algo antigo e misterioso se movesse nas sombras.

    Os príncipes, Rhyssara e Nastya, ainda dentro da carruagem, observavam a vastidão da floresta pela pequena janela. Havia uma mistura de respeito e apreensão no ar, enquanto os guardas permaneciam em suas montarias, em silêncio, aguardando a próxima instrução.

    — Chegamos — disse Rhyssara, sua voz calma e controlada quebrando o silêncio que pairava no ar pesado.

    — E agora? — perguntou Cassian, visivelmente inquieto. — Como vamos encontrar os ladrões?

    A imperatriz lançou lhe um olhar direto. Sua beleza imponente fez Cassian ajustar a postura no assento, tentando disfarçar o desconforto que sentia sob seu olhar penetrante.

    — Não será necessário procurá-los — respondeu ela, sua voz segura. — Somos uma comitiva pequena, porém chamativa, com uma carruagem luxuosa, e dois dos soldados que nos escoltam são mulheres. Eles virão até nós. Por enquanto, apenas seguimos pelas margens da floresta.

    A carruagem seguiu seu caminho em ritmo constante, o som das rodas de madeira rangendo sobre a terra úmida e irregular. À medida que avançavam, o ambiente ao redor parecia ficar mais denso, com as copas das árvores escuras se fechando ainda mais no horizonte, enquanto a névoa rasteira começava a cobrir o chão com mais intensidade. A presença da floresta das árvores andantes era inquietante, como se a natureza estivesse constantemente observando os viajantes.

    Do lado de fora da carruagem, Redgar, geralmente neutro e impassível, demonstrava uma inquietação incomum. Seus olhos, sempre controlados, estavam arregalados, movendo-se rapidamente de um lado para o outro. Ele parecia agitado, seu corpo tenso na sela. Suor escorria de sua testa, pingando lentamente sobre o pescoço de seu cavalo. Marco, cavalgando à esquerda da carruagem, bem próximo da floresta, notou o comportamento estranho do colega. Mantendo os olhos no horizonte, ele reduziu ligeiramente o trote de seu cavalo para se aproximar de Redgar.

    — Você está bem, Red? — perguntou Marco, sua voz baixa, mas carregada de preocupação. Ele desviou o olhar do caminho à frente por um segundo, mas a tensão em sua voz mostrava que estava atento a qualquer coisa fora do comum. — Suas emoções… parecem fora do lugar.

    Redgar respirou fundo, tentando recuperar o controle. Sua resposta veio rápida, mas trêmula, revelando o esforço que fazia para manter a calma.

    — E… está tudo bem — respondeu ele, sua voz mais alta do que pretendia, traindo sua ansiedade. — Não se preocupe, Marco. Estou sob controle

    Mas Marco não se convenceu tão facilmente. Ele conhecia Redgar há tempo suficiente para perceber que algo estava errado, mas optou por não o pressionar. Em vez disso, manteve seu foco dividido entre o caminho sinuoso à frente e o amigo que claramente lutava contra suas emoções.

    O silêncio foi abruptamente interrompido por um som agudo de cordas se tensionando, ecoando de todos os lados ao redor da carruagem. Era o som inconfundível de uma armadilha sendo acionada. De repente, um emaranhado de cordas grossas emergiu do chão, como serpentes rápidas, envolvendo as rodas e a base da carruagem. As cordas apertaram-se com força, travando o veículo em seu lugar.

    Dentro da carruagem, os príncipes Cassian e Helick trocaram olhares apreensivos, o instinto de perigo acendendo em ambos. Helick moveu a mão instintivamente para sua espada recém-despertada, sentindo o poder da lâmina que substituíra suas antigas adagas.

    — Uma emboscada — murmurou Helick, sua expressão se tornando séria.

    A carruagem balançou, enquanto os cavalos relinchavam, assustados pela súbita captura. Rhyssara, impassível, lançou um olhar calculado para os príncipes, um leve sorriso surgindo no canto dos lábios.

    — Eles são pontuais — disse a imperatriz, com sua voz controlada. — Fiquem preparados, o verdadeiro jogo começa agora.

    Do lado de fora, os quatro guardas imediatamente se posicionaram, suas armas já em punho. Marco, cavalgando ao lado esquerdo, percebeu algo nos galhos mais altos da floresta.

    — Arqueiros! — gritou Marco. — Eles estão nas árvores! Preparem-se!

    Antes que pudessem reagir, uma chuva de flechas desceu dos galhos altos, assobiando pelo ar. Redgar, instintivamente, ergueu os braços à frente, seus olhos arregalados de pavor. O anel em seu dedo médio brilhou com uma luz amarelo-alaranjada intensa, e, num instante, uma barreira da mesma cor envolveu toda a comitiva, espessas ondas de energia ondulando como um escudo protetor.

    As flechas se chocaram contra a barreira, ricocheteando no ar com estalos agudos.

    — Isso… é uma barreira? — murmurou Marco, impressionado, sem tirar os olhos da cena. — Parece que a magia dele está respondendo ao medo… Ele está apavorado, mas, porquê?

    Marco, o mais próximo que Redgar tinha de um amigo, sabia melhor do que ninguém como as emoções descontroladas do companheiro ativavam seus poderes de forma imprevisível. Cada sentimento manifestava um aspecto diferente da magia de Redgar. Hoje, o medo era o que dominava. E o motivo? Marco não fazia ideia.

    — Foque na missão, Marco — interrompeu Any, sem tirar os olhos do inimigo, enquanto preparava um contra-ataque. — Redgar consegue se virar.

    A voz de Any era firme, mas havia uma tensão perceptível nela. Ela conhecia o dilema que Redgar enfrentava para controlar suas emoções, mas também sabia que, quando elas eram desencadeadas, a magia era poderosa o suficiente para protegê-los todos… se ele mantivesse o foco.

    Any respirou fundo, seus olhos cravados nas sombras que se moviam nas copas das árvores. Ela sabia que Redgar conseguiria manter a barreira por mais algum tempo, mas era preciso agir antes que o inimigo se reorganizasse. O som das flechas ricocheteando na barreira ecoava pela floresta, mas, o cavalo da jovem se mantinha firme.

    — Isso vai acabar agora — bradou Any com convicção.

    Ela estendeu as mãos para frente, o olhar fixo nas árvores. Seu ARGUEM, o próprio sangue, começou a se manifestar. Um pequeno corte apareceu em sua palma, do qual o sangue fluía, mas não caía ao chão. Ao invés disso, ele flutuava e ganhava forma diante dela, transformando-se em longos fios afiados, pulsando com uma energia sombria. As cordas de sangue, finas e letais como lâminas, começaram a girar ao redor de Any, com uma aura carmesim ameaçadora.

    Ela direcionou as mãos para cima, focando nos arqueiros escondidos nas copas.

    Com um movimento rápido, Any lançou os fios de sangue na direção das árvores. As cordas serpentearam entre os galhos como predadoras, movendo-se com precisão e velocidade mortais. Os arqueiros, antes ocultos pela escuridão das árvores, não tiveram tempo de reagir. Um a um, seus gritos de agonia ecoaram pela floresta enquanto eram puxados das alturas ou sufocados pelas cordas que se apertavam ao redor de seus pescoços e membros.

    — Nunca me acostumo com isso — murmurou Marco, sua voz num misto de cautela e admiração.

    — Não é pra ser bonito. — retrucou Any sem desviar os olhos das árvores. — É pra ser eficiente

    Helick, observando do lado de dentro da carruagem, sentiu um calafrio ao ver a precisão com que Any eliminava os inimigos. Ele já a vira lutar antes, mas a intensidade com que ela usava seu ARGUEM em momentos de crise era sempre uma lembrança do poder letal que ela controlava. Cassian, por sua vez, estava em silêncio, os olhos fixos na batalha que se desenrolava.

    Quando os últimos arqueiros caíram, Any abaixou as mãos, seus fios de sangue retornando para sua pele e desaparecendo sem deixar rastros. Por um momento, suas veias ficaram visíveis, enchendo-se de sangue contra sua pele pálida, antes de desaparecerem novamente. Ela respirou fundo, controlando a respiração para acalmar o corpo e a mente.

    — Estão neutralizados — afirmou a soldado.

    Rhyssara permaneceu em silêncio na carruagem, observando com atenção o desenrolar da batalha lá fora. Seu rosto estava sereno, mas havia uma frieza calculada em seus olhos. Ela esperou até que o último arqueiro caísse antes de se virar calmamente para os príncipes.

    — Ainda não acabou — disse ela, sua voz baixa e firme. O olhar penetrante da Imperatriz pousou sobre Cassian e Helick, não nos rostos deles, mas nas espadas que carregavam. O significado era claro.

    Os príncipes não precisaram de palavras para entender. Ambos trocaram um rápido olhar e saíram da carruagem em silêncio, deixando Rhyssara e Nastya sozinhas. Assim que seus pés tocaram o chão, Tály se adiantou, o rosto tenso e as mãos erguidas em um gesto de alerta.

    — Esperem! — gritou Tály, sua voz carregada de preocupação. — Não sabemos se os inimigos já acabaram. Voltem para a carruagem, vocês precisam estar protegidos!

    Cassian virou-se para ela, os olhos brilhando com uma determinação renovada. Helick, ao seu lado, ergueu o queixo, compartilhando o mesmo sentimento.

    — Também vamos lutar, Tály — disse Cassian, sua voz firme. — Precisamos ver do que somos capazes agora, com nossos ARGUEMs despertos.

    Antes que Tály pudesse protestar novamente, o som de cascos ecoou pela margem da floresta. Um grupo de ladrões emergiu, cerca de vinte homens de aparência maltrapilha, armados com espadas e facas rústicas. À frente deles, montado em um cavalo pardo de pelagem escura, estava o verdadeiro líder do grupo — um arqueiro de postura sólida.

    Ele usava uma capa que ocultava grande parte de seu corpo, e uma peça de pano cobria seu rosto do nariz para baixo, deixando apenas seus olhos à mostra. Eram olhos afiados, que varriam o campo de batalha como os de um predador à espreita. Nas costas, um arco elegante, esculpido com precisão, emitia uma leve vibração mágica na qual os príncipes podiam sentir. Um ARGUEM.

    Os ladrões, aparentemente, eram combatentes comuns, movidos mais pela ganância e pelo instinto de sobrevivência do que por qualquer propósito maior. No entanto, mesmo sem possuírem ARGUEMs, sua quantidade era suficiente para criar uma ameaça considerável.

    Os príncipes sentiram a pressão no ar. A magia irradiava do arqueiro com uma intensidade assustadora, deixando claro que ele não era um oponente comum. O confronto estava prestes a se intensificar, e Cassian e Helick sabiam que seria o verdadeiro teste de seus novos poderes.

    — Está pronto, Helys? — perguntou Cassian, entusiasmado e sem tirar os olhos do arqueiro que se aproximava com confiança.

    — Vamos descobrir — respondeu Helick, apertando a empunhadura de sua espada.

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