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Não que ninguém se importe, mas hoje é meu aniversário e estou muito feliz de começar esse dia publicando mais um capítulo! Boa leitura!
Capítulo 53 – A garota da mina (Parte IV)
O ambiente ainda estava tenso, como se as memórias de Tály tivessem deixado uma marca invisível sobre todos que estavam presentes. A projeção não havia cessado e a reação dos observadores era uma corrente de emoções unificadas pelo elo que as Sete Sombras haviam criado entre eles e Tály.
Redgar, com o rosto pálido e os olhos arregalados, não conseguia se mover. Seu corpo estava rígido, congelado em um estado de terror silencioso. O anel em seu dedo ainda refletia uma tonalidade amarelada, um reflexo da tempestade interna que se desenrolava em sua mente. Ele parecia sofrer mais que os demais, talvez pelas próprias memórias de quando fora criado pelas Sombras.
Any e Marco se viam tentando a todo custo sair daquelas amarras invisíveis que os deixava imóveis, porém não conseguiam nenhum progresso. O que restava era assistir o passado que a companheira de tantos anos nunca contou para eles.
Rhyssara estava imóvel, sua postura impassível. Seus olhos, como sempre, estavam fixos, mas havia uma leve alteração em sua expressão, como se algo tivesse se movido dentro dela. Não era surpresa, mas uma sensação inquietante de que algo estava prestes a mudar, talvez dentro dela mesma. A coroa que brilhava suavemente em sua cabeça parecia pulsar, como se aguardasse por algo.
Em meio ao silêncio, o eco da voz de Hope cortou o ar, irônica como sempre.
— Agora vem a melhor parte, posso sentir! A esperança está enchendo o coração dessa criança que acha que tudo será resolvido e que pode confiar no pai. Sim a esperança no pai, tão profunda e doce. Tão… Saborosa.
As outras sombras apenas assistiam em silêncio, aguardando que em breve também se deleitariam com as memorias de Tály.
Antes que alguém pudesse perceber, a projeção retomou com um estrondo, e todos os olhos se voltaram novamente para a cena que se desenrolava.
O ar parecia pesado, denso, quase como se o próprio tempo estivesse retido nas memórias que se desdobravam diante dos olhos de todos. O sofrimento e as emoções de Tály se espalhavam, tocando cada um de maneira igual. Não havia mais fuga, o passado que ela tentara enterrar se desenrolava para todos verem.
O líder dos anões, ainda com sua postura altiva, olhou fixamente para o homem em desespero, que estava de joelhos diante deles. O homem, com os olhos inchados pela dor e a preocupação, sabia que sua única chance de salvar sua família estava ali.
“Você pelo menos sabe conjurar a Centelha Mágica?” O anão perguntou com uma voz grave e desinteressada, seus olhos como lâminas afiadas, cortando a escuridão que cercava a cena.
O homem balançou a cabeça afirmativamente, sem hesitar, embora sua voz tivesse falhado no momento seguinte.
“Sim… Eu sei. Eu sei, por favor, me ajude…” Ele implorou, sua mão trêmula levantando-se em direção ao espaço vazio à sua frente, onde sua Centelha Mágica deveria aparecer.
Com um suspiro quase imperceptível, o anão indicou que ele prosseguisse.
“Faça-o então. Exponha sua Centelha. Quando estiver visível, coloque-a nos minérios.”
O homem fechou os olhos, se concentrando intensamente. O tempo parecia dilatar-se à sua volta, e um minuto se estendeu como uma eternidade. Finalmente, sua Centelha Mágica começou a se manifestar, uma luz tênue, como um brilho tímido de uma estrela distante, aparecendo diante dele.
Ele moveu a mão com cautela em direção ao Diamante Negro, mas, naquele exato momento, algo inesperado aconteceu. De repente, a figura de um homem surgiu da escuridão, lançando-se com fúria sobre o pai de Talý, fazendo-o tropeçar e derrubar sua Centelha Mágica no chão. O som do impacto foi surdo, e um silêncio desconcertante tomou conta do ambiente.
Os anões, com a frieza de quem já havia feito sua parte, se retiraram de imediato. Eles pegaram o Diamante Negro e o ouro, sem uma palavra, desaparecendo na mesma escuridão que havia escondido o estranho homem.
O homem, caído no chão, olhou para o diamante perdido e gritou desesperado:
“Não! Não…!” Ele se levantou, tentando recuperar sua Centelha, mas foi em vão. O desespero tomou conta dele.
Antes que pudesse reagir, um dos bandidos se aproximou rapidamente e começou a espancá-lo brutalmente. Cada soco era carregado de raiva, e os palavrões que saíam de sua boca eram como um veneno que se espalhava no ar.
“Malditos!” O bandido gritou, batendo mais forte. “Não conseguimos o que queríamos, e você me fez perder aquela fortuna!”
O homem caído não tinha forças para reagir, mas sua voz, embora fraca, gritou:
“Corre, Tály, vai!” Ele sabia que sua filha precisava escapar, pelo menos para dar uma chance à vida.
Mas Tály correu em direção ao homem que o espancava, e com um movimento rápido e preciso, ela fez uma rasteira, derrubando-o no chão. O bandido caiu de cara, sua expressão de surpresa misturada com dor.
Os outros bandidos, agora enfurecidos, cercaram Tály, mas ela ficou firme, não mostrando sinal de medo.
“Hey! Como uma pirralha dessa conseguiu te derrubar chefe?” Perguntou um dos bandidos.
A garota não respondeu nada para eles, mas ela apenas se lembrou de um dia aleatório de quando ela tinha acabado de completar seis anos. Seus pais haviam lhe dado dinheiro para comprar algo para si como presente. Era pouco, mas talvez desse para alguma coisa. Ela encontrou um comerciante que vendia livros e ele tinha um livro que era absurdamente barato.
O livro, segundo o comerciante, era considerado inútil pelos bibliotecários da capital, pois ensinava a lutar sem magia, apenas com o corpo, uma prática há muito abandonada. Com sua capa dura e envelhecida, parecia carregar séculos de história, mas foi preservado graças à magia de restauração utilizada pelo comerciante.
A garota o comprou e passou a ler e brincar pondo em pratica os ensinamentos ali contidos. Ela nunca achou que um dia aquilo seria realmente útil.
O pai, ainda caído no chão, gritou mais uma vez:
— Tály, não! Isso não vai te ajudar contra eles! Você precisa fugir!
Mas Tály não ouviu. Com agilidade, ela se esquivou dos bandidos que tentavam agarrá-la.
— Eu não vou deixar você! — Ela respondeu, sua voz cheia de determinação.
Ao ver a filha se esquivando com tanta habilidade, o pai sentiu uma pontada de medo misturado com orgulho, mas seu instinto de pai falou mais alto. Ele gritou desesperado:
— Foge, minha filha! Vai! Cuida da sua mãe! Ela inalou muita fumaça tóxica e precisa de cuidados antes que possa ser fatal!
Tály olhou para o pai uma última vez, com os olhos cheios de lágrimas e força.
— Eu volto com ajuda, pai, prometo!
Ela se afastou correndo, a mente focada em sua missão. Mas ao sair de vista dos bandidos, uma sombra familiar apareceu, o líder do grupo dos anões da Fornalha Proibida. Ele estava encostado em uma árvore, observando-a com uma expressão enigmática.
— Você quer salvar seu pai, não quer? — A voz dele rompeu o silêncio da mata fechada como um trovão.
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