Capítulo 56 – Conexão
O som da barreira carmesim de Any ainda ressoava pelo bosque, cada impacto do punho de Hope gerando ondas de pressão que ameaçavam tudo ao redor. Helick e Cassian avançaram lado a lado, seus passos sincronizados, como se movidos pela mesma vontade.
Hope, com um sorriso perverso, ergueu seus punhos titânicos mais uma vez, preparando-se para esmagá-los.
— Dois contra um? — zombou, sua voz reverberando como trovão. — Ainda assim não será suficiente!
Os irmãos não deram atenção à provocação de Hope. Em vez disso, partiram em direções opostas, suas silhuetas movendo-se como sombras rápidas na direção do anão-gigante.
Enquanto corriam, eles perceberam algo: seus corpos pareciam mais leves, mais rápidos, mais fortes. Cada passo era como uma explosão de energia contida. O simples fato de possuírem ARGUEMs parecia amplificar suas capacidades físicas naturais além de qualquer limite que conheciam.
Hope não era de ficar parado. Com um rugido que ecoou pelo bosque, ele ergueu os dois braços massivos e desferiu golpes simultâneos na direção dos príncipes. O ar silvou com a força dos movimentos, e quando os punhos colossais atingiram o solo, deixaram para trás crateras profundas, fragmentando o chão como se fosse vidro.
Mas Helick e Cassian não eram alvos fáceis. Ambos desviaram com precisão impressionante, seus movimentos leves e precisos, escapando das investidas com um sincronismo quase instintivo.
A sincronia deles não era de se surpreender, ao menos não para Marco que lembrava o quão sincronizados eles sempre foram na época do treinamento militar.
O confronto havia começado, e Hope, mesmo em sua forma colossal, parecia perceber que a força bruta sozinha talvez não fosse suficiente contra os herdeiros de Lyberion.
Os príncipes circularam Hope em alta velocidade, aproveitando o porte gigantesco do adversário. Com cada movimento, seus olhos treinados buscavam brechas em sua defesa. A força descomunal do anão-gigante era inegável, mas seus golpes, embora devastadores, eram lentos e previsíveis.
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Cassian foi o primeiro a atacar, sua espada reluzindo em um arco certeiro que visava o tendão exposto no calcanhar de Hope. A lâmina do príncipe herdeiro desceu em um rasante como uma águia mergulhando em direção a sua presa.
Ao mesmo tempo, Helick desferiu um golpe com precisão contra o flanco desprotegido da criatura, mirando diretamente nas costelas. Sua espada pronta para dilacerar a carne do oponente, como um lobo tritura sua caça.
Ambos os ataques atingiram seus alvos com perfeição. O impacto foi seguido por um som metálico seco, como aço contra pedra. As espadas dos príncipes ricochetearam sem causar qualquer dano visível. Não havia sangue, nem sequer um arranhão na pele de Hope, que mais parecia feita de rocha maciça.
Os irmãos recuaram instintivamente, trocando olhares rápidos de incredulidade.
Hope soltou uma risada grave e ecoante que parecia abalar o próprio chão.
— Por um momento… — começou ele, sua voz carregada de um deboche venenoso. — Por um momento eu achei que precisaria levar vocês a sério. — Ele inclinou levemente a cabeça, observando-os com um sorriso predatório. — Mas se isso é tudo que podem fazer, é só uma questão de tempo até que eu os apanhe.
Ele avançou, o chão tremendo a cada passo. Helick e Cassian recuaram, mantendo-se em movimento enquanto tentavam processar o que haviam acabado de testemunhar.
— A pele dele é impenetrável — murmurou Helick, os olhos fixos na figura massiva de Hope.
— Então precisamos encontrar outra forma — respondeu Cassian, a urgência clara em sua voz enquanto ajustava sua postura, ainda ofegante pela tentativa frustrada.
— Vocês sabem o que precisam fazer — ecoou a voz firme de Rhyssara atrás deles. — Então parem de hesitar e FAÇAM.
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Os príncipes trocaram um breve olhar. Não sabiam se aquilo era um incentivo ou uma ordem impiedosa. Era mais provável que fosse a segunda opção.
Antes que tivessem tempo de ponderar, Hope avançou novamente, desferindo uma sequência de golpes devastadores que levantaram ventos e poeira no impacto. Os irmãos, no entanto, desviaram com precisão, a adrenalina guiando seus movimentos.
— Hey, seu imbecil! — Uma voz irritada cortou o ar, cheia de fúria. Era Raivoso, o rosto contorcido em uma expressão de exasperação. — Você não precisa derrotá-los, idiota. Apenas quebre a defesa daquela humana e arranque a maldita coroa da cabeça da mulher de cabelos vermelhos!
Hope parou abruptamente, uma expressão momentânea de constrangimento cruzando seu rosto como se o óbvio tivesse acabado de atingi-lo. Sem dizer uma palavra, ele girou nos calcanhares e começou a caminhar diretamente em direção a Rhyssara.
A imperatriz continuava imóvel, o olhar fixo e a postura firme enquanto mantinha sua concentração absoluta na barreira que protegia o grupo do controle mental das Sete Sombras. Ao lado dela, Any, em posição defensiva, comandava sua barreira de sangue, pronta para resistir ao impacto inevitável.
Hope avançava como uma tempestade, cada passo abalando o chão, sua presença ameaçadora crescendo a cada instante.
Helick e Cassian se afastaram alguns passos, o peso da situação se refletindo em seus olhares determinados. Hope avançava para atacar Rhyssara, e os segundos se tornavam preciosos.
Helick apertou a empunhadura da espada, sentindo um frio gélido que não vinha do metal, mas da energia que pulsava em seu interior. O gelo parecia se fundir com sua vontade, moldando-se aos seus pensamentos. Uma voz familiar ecoou em sua mente, calma e firme:
“Não temas. Você é mais talentoso do que imagina. Erga sua espada com um objetivo claro, e ela o obedecerá.”
A confiança nas palavras o inundou. Ele respirou fundo, fechou os olhos por um momento e visualizou sua meta. Ele iria congelar até o último fio de cabelo de Hope, não o deixaria nem sequer se aproximar de seus companheiros. Quando seus olhos se abriram, um brilho gélido percorreu sua lâmina, e a mana respondeu à sua determinação, criando finos cristais de gelo que se expandiam pela espada, pulsando com poder latente.
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Ao lado dele, Cassian lutava contra um turbilhão interno. Ele sentia a chama de seu poder queimando desordenadamente, como um incêndio fora de controle. O calor parecia sufocante, e ele temia liberar aquilo sem perder o domínio.
Foi então que a mesma voz ecoou na mente de Cassian, agora com um tom reconfortante:
“Não há o que temer. Toda essa destruição que sua mana carrega é reservada aos seus inimigos. Dentro da chama, há uma centelha calma e controlada. Essa centelha é você. Permaneça sereno e libere sua fúria contra aqueles que ousam ameaçar os seus. Proteja aqueles que contam com você. Não temas.”
Cassian fechou os olhos, buscando a calma dentro do caos. No fundo da chama selvagem, ele visualizou a centelha mencionada. Era pequena, mas brilhante e firme. Ele se agarrou a essa imagem, deixando o fogo responder à sua vontade. Quando abriu os olhos, sua espada emanava um brilho incandescente, como se estivesse envolta em chamas vivas, mas sob controle.
Os irmãos se entreolharam, sentindo que finalmente estavam conectados com a essência de seus poderes. Sem precisar dizer uma palavra, eles entenderam o que precisavam fazer. Helick levantou sua espada gélida, os cristais de gelo refletindo a luz de maneira hipnotizante. Cassian ergueu sua lâmina flamejante, a chama dançando com intensidade controlada.
Juntos, correram em direção a Hope, prontos para canalizar toda a força de suas manas em um ataque conjunto.
O anão-gigante nem imaginava o que o aguardava.
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