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    A tensão pairava pesada no ar, enquanto as Seis Sombras restantes observavam a cena diante delas. Hope estava caído, seu corpo pequeno e frágil, seus olhos vidrados em puro choque. O anão que momentos atrás se erguia imponente e voraz agora mais parecia um vulto pálido de si mesmo.

    Raivoso foi o primeiro a romper o silêncio. Sua mandíbula cerrada tremia de indignação.

    — Como isso é possível?! — rosnou, o olhar faiscando de fúria. — Hope se alimentou! Ele deveria estar no auge!

    — Isso não faz sentido… — murmurou Tristana, os olhos estreitados em uma confusão quase dolorosa. Seu semblante, eternamente melancólico, parecia ainda mais atormentado ao encarar a derrota inesperada. — Nunca, nunca um mortal deveria ser capaz de fazer isso…

    Feliz riu, mas o som de sua risada era forçado, carregado de incredulidade.

    — Bem, bem… Parece que subestimamos essas criaturinhas! Quem diria que poderiam nos surpreender desse jeito? — Sua voz, normalmente animada, tinha uma leve tremulação.

    Cobiça, por sua vez, apertava os punhos, o olhar vidrado nos príncipes, avaliando-os como se tentasse decifrar o mistério por trás de tanto poder.

    — Talvez… tenhamos escolhido o prato errado — sussurrou, mais para si do que para os outros.

    Dormes, que até então permanecera em silêncio, bocejou lentamente, mas seu olhar semicerrado escondia uma centelha de alerta.

    — Isso complica as coisas… — murmurou.

    Roma, a última a se manifestar, lançou um olhar gélido para Hope. Seu tom de voz era suave, mas carregado de desprezo.

    — Ele perdeu. E foi o único que se alimentou. — Sua expressão permaneceu impassível enquanto voltava o olhar para os príncipes. Então, num tom de quem já não via propósito naquilo, simplesmente decretou: — Vão embora. Hope era o único que tinha condições de lutar, e perdeu dessa maneira. Nós seis não faríamos nada além de jogar nossas vidas fora.

    O silêncio que se seguiu foi cortante. Os príncipes e seus aliados se entreolharam, surpresos com a declaração.

    — Não vamos sair daqui sem vingar Redgar! — bradou Cassian, a espada em suas mãos crepitando com chamas vivas, refletindo a intensidade de sua determinação.

    Mas antes que qualquer outro pudesse reagir, Redgar, que até então permanecera alheio à situação, ergueu a voz. Seu tom era firme, mas carregado de um peso que só ele parecia compreender.

    — Não. Isso é algo que eu mesmo tenho que fazer. Vocês os derrotarem não mudaria nada no que sinto aqui dentro.

    Rhyssara o encarou com seu olhar penetrante, avaliando suas palavras. Sua voz, quando veio, carregava um enigma sutil, mas uma seriedade inegável.

    — Tem certeza? Eles estão indefesos. Podemos nunca mais pisar neste lugar. Perderia essa chance… pelo seu orgulho?

    Redgar não hesitou. Seu punho se fechou ao lado do corpo, e sua respiração estava pesada, mas controlada.

    — Isso não é sobre orgulho. É sobre me libertar dos traumas que assombram minha mente.

    Feliz riu. Não um riso zombeteiro, mas um riso carregado de algo mais… genuíno. Interesse? Diversão?

    — Ora, ora… — murmurou ele, com um brilho astuto nos olhos. — Parece que há mais determinação dentro de você do que imaginávamos. Estaremos esperando com grande entusiasmo.

    O ar ao redor pesou, não por hostilidade, mas por um entendimento silencioso. O verdadeiro embate de Redgar não era apenas físico. Era algo muito mais profundo.

     Redgar respirou fundo, sem desviar o olhar das Sete Sombras. Não havia mais nada a ser dito. Não agora.

    Rhyssara assentiu levemente antes de virar-se para o portal ainda pulsante atrás deles. O brilho etéreo da passagem mágica oscilava como um espelho líquido, refletindo fragmentos distorcidos da clareira do outro lado.

    — Vamos — disse a imperatriz, seu tom definitivo.

    Os príncipes lançaram um último olhar para as Sete Sombras antes de se virarem. Hope ainda estava ajoelhado, a expressão vazia, como se sua própria existência houvesse sido reduzida a um eco distante. Os outros permaneceram imóveis, observando-os partir sem qualquer intenção de impedi-los.

    Sem hesitação, Helick foi o primeiro a atravessar o portal. Assim que ele passou, seu corpo se dissolveu na luz e reapareceu do outro lado, emergindo no topo da escadaria esculpida em pedra no centro da clareira. O ar ali era diferente, fresco e carregado com o cheiro úmido da floresta.

    Cassian veio logo em seguida, seus pés tocando o solo firme com uma aura ainda vibrante de calor, as brasas ao seu redor lentamente se dissipando. Depois veio Marco com Tály em seus braços e logo em seguida Any que mantinha a vigilância. Rhyssara atravessou sem pressa, sempre mantendo a postura firme.

    E por fim, Redgar passou pelo portal.

    Do outro lado, a visão dos príncipes se ajustou rapidamente à mudança de cenário. O céu acima da clareira ainda estava coberto por uma névoa esverdeada, resquícios da magia que permeava a Floresta das Árvores Andantes. As pequenas criaturas mágicas, que antes espreitavam das sombras, agora se escondiam entre as folhas, sentindo a energia dos recém-chegados.

    Nastya e o cocheiro estavam ali, sentados nos degraus da escadaria. Desde que o grupo entrara no portal, os dois não haviam se movido, mas ao verem os príncipes e os outros emergirem, ambos se levantaram rapidamente.

    — Vocês voltaram! — exclamou Nastya, seus olhos claros percorrendo cada um deles com urgência, avaliando qualquer sinal de ferimento.

    O cocheiro, mais reservado, ajeitou o chapéu e suspirou aliviado.

    Nastya franziu a testa ao perceber uma ausência entre os retornantes.

    — E Redgar…?

    Foi então que o jovem passou pelo portal, emergindo do outro lado como se carregasse um peso invisível sobre os ombros e com um olhar vazio como se não sentisse nada.

    — Eu estou aqui — respondeu Redgar, sua voz sem emoção.

    Querendo ou não este era o “normal” de Redgar. Isso significava que ele havia resolvido suas questões do outro lado?

    Silêncio. O vento soprou pela clareira, carregando folhas secas pelo chão.

    Os príncipes não disseram nada. Nem Rhyssara. Nenhum deles.

    Então Nastya percebeu que quer que tivesse acontecido do outro lado do portal… ainda não havia terminado dentro de Redgar.

    O silêncio que se seguiu era denso, carregado de tudo o que não havia sido dito. Mas não havia tempo para hesitações.

    Helick foi o primeiro a desviar o olhar do grupo e erguer a cabeça. Ao fazê-lo, seus olhos se arregalaram levemente.

    — O sol… está nascendo.

    Todos instintivamente voltaram seus olhares para o céu. Pela primeira vez desde que haviam entrado na Floresta das Árvores Andantes, podiam ver claramente o horizonte. O céu, tingido em tons de laranja e dourado, anunciava o início de um novo dia. Dentro da floresta fechada, onde a copa densa das árvores bloqueava qualquer vislumbre do tempo, eles haviam perdido completamente a noção de dia e noite. Agora, percebiam o óbvio: já deviam estar ali há mais de um dia.

    Cassian soltou um suspiro pesado.

    — Então foi mais tempo do que pensávamos…

    Nastya olhou ao redor, como se apenas agora tomasse plena consciência de onde estavam.

    — A floresta distorce a noção de tempo. Vocês devem ter sentido isso também. Não dá para confiar nos próprios sentidos aqui.

    — Não há por que perder mais tempo. — A voz de Rhyssara cortou o ar com firmeza. Seus olhos percorreram cada um dos presentes, avaliando rapidamente se alguém ainda carregava hesitação. — Se não tivermos mais nenhum contratempo, chegou a hora de sairmos daqui.

    Todos concordaram com um aceno. O cocheiro, que já começava a recolher os mantimentos, resmungou algo sobre “finalmente se livrar desse lugar amaldiçoado”.

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