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    O portão imponente dominava a paisagem, sua estrutura colossal erguendo-se como uma controvérsia do que se esperava da cultura anã. O grupo permaneceu imóvel diante da obra-prima arquitetônica, absorvendo cada detalhe das runas entalhadas e do metal reluzente que adornava a entrada.

    — Isso não é grande demais para anões? — comentou Cassian, esboçando um sorriso divertido.

    — É grande demais até para nós — acrescentou Marco, cruzando os braços.

    Rhyssara avançou até a dianteira do grupo, como um general prestes a ditar ordens. Sua voz ecoou com a autoridade de quem não esperava questionamentos:

    — Até agora, me mantive o mais distante possível das suas decisões. Agora, peço que façam o mesmo em relação às minhas. E, pelo bem de todos aqui, evitem qualquer piada ou comentário que diminua os anões.

    Cassian soltou um riso contido ao ouvir as palavras “diminuir” e “anões” na mesma frase, mas se calou ao perceber o olhar afiado de Rhyssara.

    — Eu falo sério — concluiu ela, cada palavra carregando o peso de um aviso final.

    A imperatriz caminhou em direção ao portão titânico e chamou em alto e bom som:

    — Eu, Rhyssara BloodRose, Imperatriz de Ossuia, portadora da Coroa de Edgar, solicito entrada nas Montanhas de Patrock!

    O colosso de pedra esculpido à frente, a figura imponente de um anão de olhos vazios, pareceu despertar. Uma aura azulada irradiou de suas fissuras e, com um ranger metálico, sua boca começou a se abrir.

    Uma voz profunda e retumbante ecoou, carregada de poder ancestral:

    — Filha de Terramara e Terrano… O que buscas no paraíso da forja dos anões?

    Rhyssara manteve-se firme, mas sua resposta veio branda, cheia de respeito:

    — Desejo falar com um de seus filhos, ó Deus da Criação Celestial. Ele me conhece. Sou sua amiga.

    O silêncio pairou por um instante, antes da estátua pronunciar, com uma ponta de incredulidade:

    — Qual o nome de meu filho que tem você, humana, como… “amiga”?

    A última palavra pareceu deslizar com esforço pela boca da estátua, carregada de dúvida e desdém.

    Rhyssara não hesitou:

    — Jeffzzos Narins, da Precisa Guilda Martelo e Elixir.

    Por um instante, o brilho azul da estátua se apagou, e o silêncio foi quebrado apenas pelo sutil estalo de engrenagens ocultas. Então, com um estrondo profundo, o portão começou a se abrir.

    A visão do grupo foi tomada por ruas de uma cidade anã movimentada, diferente dos murmúrios que falavam de reinos ocultos sob a terra. Estradas de rochas bem cuidadas se estendiam adiante, ladeadas por oficinas e forjas em constante atividade.

    O cheiro denso de metal fundido e carvão queimado tomavam o ar, misturando-se ao som ritmado de marteladas contra o aço. O céu acima da cidade era tomado por uma névoa acinzentada, gerada pelas incontáveis chaminés que exalavam fumaça das fornalhas, formando uma camada espectral que oscilava sob a iluminação das tochas e cristais rúnicos espalhados pelo cenário.

    Quando o grupo se preparou para adentrar a cidade uma figura se pôs a frente deles.

    Era uma anã de postura humilde, o rosto redondo e a pele levemente acinzentada pelo contato constante com fuligem e minério. Seus olhos eram grandes e vermelhos como cerejas maduras, avaliando cada um dos recém-chegados com curiosidade. Apesar da estatura diminuta, ela possuía uma beleza modesta.

    Ela usava uma túnica simples, mas imponente, que descia até seus pés, com o tecido grosso de tom marrom escuro, quase preto, com bordados sutis de símbolos de Dungrin nas mangas e ao longo do peito. Uma faixa de couro presa à cintura dava uma leve ênfase à sua figura compacta. Seus longos cabelos azuis escuros estavam amarrados com uma fita, e ao redor de seu pescoço, um amuleto de pedra, em formato de estrela, reluzia com uma luz discreta, refletindo a aura de seu Deus. Ao lado, uma capa leve, com bordados dourados nas bordas, dava um toque final em suas vestes.

    Cassian, no entanto, pareceu mais interessado em outros detalhes. A estrutura compacta da anã a fazia ter grandes e belos dotes frontais, algo que não fugiu dos olhos do príncipe herdeiro.

    — Sei que sou baixa, mas seus olhos parecem estar um pouco baixos demais, não? — comentou a anã, cruzando os braços sobre o decote com um sorriso travesso.

    Cassian não desviou o olhar, pelo contrário, ele retribuiu o sorriso. Helick e os soldados, por sua vez, tentaram disfarçar, cobrindo os rostos em um gesto de vergonha alheia diante da postura do príncipe. Tály por sua vez teve sua expressão de cansaço substituída por desaprovação.

    Rhyssara, no entanto, manteve a compostura e olhou firmemente para os olhos carmesim da anã.

    — Eu sou Rhyssara BloodRose, Imperatriz de Ossuia. Quero falar com Jeffzzos Narins.

    — Oh! A Imperatriz em pessoa! — exclamou a anã, assentindo com certa surpresa. — Essa coroa realmente faz milagres para a pele, hein?

    A imperatriz permaneceu em silêncio, sem retribuir o elogio.

    — Ah, perdão! Onde estão meus modos… — disse a anã, com uma gargalhada espalhafatosa. — Sou Visna StoneHand, sacerdotisa do templo de Dungrin e guia dos forasteiros humanos. Minha função é levá-los até o anão que procuram.

    O grupo fez uma reverência respeitosa, mas Cassian, com seu entusiasmo habitual, se colocou à frente. Caminhou ao lado de Rhyssara, com um sorriso encantador, e se apresentou com uma postura pomposa.

    — Sou Cassian Havillfort, príncipe herdeiro de Lyberion. — Sua voz ecoou com calor e simpatia enquanto ele fazia uma reverência profunda, seus cabelos castanhos curtos se espalhando graciosamente ao redor de seu rosto.

    Visna inclinou levemente a cabeça, retribuindo o gesto com um sorriso discreto, mas genuíno.

    — Me acompanhem. — Disse ela, virando-se com naturalidade e começando a caminhar pelas ruas rochosas que serpenteavam entre as montanhas.

    O grupo seguiu pela estrada íngreme, subindo a montanha, com o som das suas botas ecoando sobre as pedras. À medida que avançavam, as lojas começaram a se tornar mais evidentes, surgindo ao longo da trilha como pequenas fortalezas encrustadas nas rochas. As fachadas eram feitas de pedra, com portas de ferro trabalhado e janelas com grades, mas o interior de cada uma parecia transbordar de vida e riqueza. Armaduras de todos os tipos estavam expostas nas vitrines: desde as mais simples, feitas de couro reforçado, até as mais elaboradas, adornadas com runas e metais raros que brilhavam sob a luz da montanha.

    Entre as lojas, várias prateleiras exibiam frascos de poções coloridas, algumas emitindo uma suave luminescência que piscava como se possuíssem vida própria. E, mais adiante, uma loja com vestes finas e encantadas, penduradas por cabides, com fios dourados e prata que pareciam pulsar com magia. As roupas eram tão delicadas quanto impressionantes, refletindo a complexidade e a habilidade dos anões em não só forjar armas, mas também em criar artigos mágicos de grande beleza e poder.

    — Eu não sabia que os anões faziam algo além de forjar ARGUEMs — comentou Marco, olhando curioso para a vitrine de uma loja que exibia um conjunto completo de armaduras douradas. Ele estava visivelmente impressionado. — Nunca imaginei que eles tivessem tanta…

    Sua frase foi abruptamente interrompida. Antes que pudesse terminar, ele parou no meio da palavra, sua língua travada, incapaz de completar o pensamento. O ar ao redor de Rhyssara parecia ter se espessado por um instante, e a coroa dela brilhou com uma luz suave, um sinal sutil, mas poderoso de que a imperatriz havia utilizado sua autoridade mágica para evitar o comentário.

    A expressão de Marco permaneceu confusa por um momento, e então ele olhou para a imperatriz com uma ligeira reverência, percebendo que a correção havia vindo diretamente dela. Então ele lembrou do que ela havia dito antes: “…pelo bem de todos aqui, evitem qualquer piada ou comentário que desrespeite os anões.”

    O grupo continuou sua marcha, o silêncio pesado após a correção, com Marco agora mantendo os olhos no chão, em sinal de respeito. Mesmo Cassian, que costumava ser mais comunicativo, permaneceu em silêncio, sabendo que qualquer palavra fora do lugar poderia trazer a mesma reação da imperatriz.

    Conforme avançavam montanha acima, os olhos de todos ainda se maravilhavam com o que os anões haviam criado. A cada passo, ficava mais evidente que a cultura deles ia muito além da forja, abrangendo um domínio completo sobre a magia e a arte. Mas então, ao chegarem a um ponto crítico da trilha, seus passos foram interrompidos.

    Diante deles, a inclinação da montanha tornava-se uma parede abrupta de pedra negra, subindo verticalmente a noventa graus. Não havia mais caminho. Era impossível seguir adiante.

    Foram obrigados a erguer os olhos. E, no decorrer daquela parede colossal, vislumbraram a maior das maravilhas até então.

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