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Capítulo 62 — A Cidade Esculpida na Montanha
Os olhos do grupo se ergueram, e o fôlego deles fora tomado, dessa vez não pelo ar efeito, mas sim pelo choque do que viam. A montanha à frente, que antes parecia apenas um paredão de rocha, revelou-se um monumento vivo. Casas, prédios e torres incrustadas na pedra se erguiam em níveis sobrepostos, como se a montanha houvesse sido moldada para abrigar uma cidade inteira dentro de suas entranhas e sua superfície.
As construções eram um testemunho da maestria anã em domar a pedra e o metal. As casas menores, distribuídas nos primeiros níveis da muralha natural, possuíam portas e janelas reforçadas com molduras douradas e placas de identificação gravadas em runas brilhantes. Algumas eram esculpidas para dentro da montanha e outras se erguiam na horizontal, desafiando completamente o possível.
Mais acima, erguiam-se prédios de arquitetura imponente, suas colunas robustas sustentando varandas esculpidas diretamente na montanha, adornadas com estátuas de figuras anãs em posturas heroicas. Muitas dessas estátuas seguravam martelos, outras taças transbordando líquidos cintilantes, e algumas ostentavam pergaminhos, sugerindo a importância da sabedoria e do conhecimento em sua cultura.
O que mais chamava atenção, no entanto, eram os edifícios incrivelmente altos para um povo conhecido por sua pequena estatura. As torres se projetavam em meio à montanha, algumas sustentadas por pilares que pareciam finos demais para suportar seu peso, mas que resistiam firmes, desafiando a lógica da gravidade.
Esculpida bem no centro da montanha, uma colossal estátua do Deus dos Anões, Dungrin, emergia como um guardião eterno da cidade. Seu rosto severo fora trabalhado com precisão inigualável, cada fio de sua longa barba trançada e de seus longos cabelos emaranhados detalhados com perfeição. Em uma das mãos, ele segurava um martelo gigantesco, cujo brilho azulado indicava a presença de magia anciã. Na outra, uma bigorna, símbolo da criação e do poder de sua raça.
Rios de lava escorriam entre canais talhados na pedra, canalizados para forjas gigantescas que operavam ininterruptamente, alimentadas pelo calor da própria montanha. Passarelas suspensas conectavam os diversos níveis da cidade, permitindo que anões se deslocassem entre os prédios sem precisar escalar os caminhos íngremes.
— Pela Mãe! — exclamou Nastya, os olhos esmeralda arregalados de espanto e admiração.
Visna caminhou alguns passos à frente do grupo e puxou de dentro de suas vestes um pequeno martelo de metal com um cabo vermelho. Sem hesitar, aproximou-se da montanha e deslizou os dedos pela rocha, o toque leve e cuidadoso como se estivesse em contato com algo sagrado. Seus lábios se moveram em silêncio, proferindo uma prece curta, mas carregada de fé.
Então, com um movimento ágil e preciso, ela ergueu o martelo e desferiu um golpe firme contra a rocha. O impacto ressoou como um trovão abafado, e imediatamente degraus começaram a emergir da montanha, esculpindo-se em um padrão sinuoso, como um grande “S” que se desenrolava até a metade do paredão. A escadaria terminava diante da entrada de um dos imponentes edifícios construídos na horizontal, encaixado perfeitamente na rocha como se sempre tivesse feito parte da montanha.
Visna voltou-se para o grupo, seu olhar firme.
— Essa escadaria nos levará até Jeffzzos Narins, da Guilda Martelo e Elixir — anunciou, já começando a subir os degraus. — Me acompanhem.
Conforme subiam os degraus, o grupo era presenteado com uma vista deslumbrante das alturas. O vento fresco carregava o aroma mineral da montanha, e a grandiosidade da cidade esculpida na rocha se tornava ainda mais impressionante a cada passo.
Helick aproveitou a subida para se aproximar de Rhyssara.
— Perdão, imperatriz — disse ele, a voz respeitosa, mas firme. — Não quero parecer intrometido, mas qual é o verdadeiro motivo dessa parada? O que precisa tratar com esse anão?
Rhyssara o fitou com seus olhos azuis como um céu intocado, a expressão, como sempre, indecifrável.
— Não se preocupe. Não é algo que precise saber agora.
Helick manteve o olhar sobre ela, avaliando suas palavras.
— Peço desculpas por insistir, mas, pelo pouco que observei de você, sei que jamais teríamos parado aqui sem um motivo sério. Estávamos cansados, é verdade, mas como você mesma disse, haveria um transporte nos esperando após essas montanhas para seguirmos direto para Ossuia. Se desviamos do caminho, é porque há algo mais nisso.
Um sorriso quase imperceptível tocou os lábios de Rhyssara.
— Agradeço aos deuses que o herdeiro é o seu irmão — murmurou ela, o tom carregado de ironia. — Sua perspicácia combinada com a coroa de Lyberion me daria uma baita dor de cabeça.
Helick, porém, não se deixou distrair pelo elogio velado.
— O que você quer com esse anão, Rhyssara?
Ela voltou o olhar para frente, encerrando a conversa com um tom definitivo:
— Não se apresse. Em breve, descobrirá.
Os degraus conjurados por Visna os conduziram montanha acima em um zigue-zague preciso, levando-os até um imponente edifício cravado na rocha. Diferente das construções humanas, que se erguem em direção ao céu, aquela estrutura anã estendia-se na horizontal, como se desafiasse a gravidade. Seus andares, sustentados por pilares robustos, pareciam pairar sobre o abismo, conectados por passarelas de pedra reforçada.
As paredes, esculpidas diretamente na montanha, exibiam uma fusão entre arte e engenharia anã. Relevos detalhados cobriam sua superfície, tal como os ornamentos do Palácio De Ouro de Lyberion, contando histórias de batalhas gloriosas, forjas lendárias e a maestria alquímica dos anões daquela guilda. Lanternas rúnicas, espalhadas por toda a extensão do edifício, projetavam uma luz dourada, realçando cada detalhe esculpido na pedra.
Quando finalmente chegaram à entrada, algo peculiar chamou a atenção de todos que visitavam o local pela primeira vez. O portal imponente estava inclinado, acompanhando toda a estrutura, que desafiava a própria lógica estrutural. Era como se os anões houvessem dobrado a gravidade à sua vontade, tornando a pedra flexível a seus desígnios.
Acima das colossais portas de ferro negro, um brasão estava entalhado na rocha: um martelo e um frasco de poção vermelha cruzavam-se, simbolizando o equilíbrio entre a forja e a alquimia. O martelo, de cabo curto e cabeça larga, ostentava inscrições rúnicas que resplandeciam com um brilho suave, enquanto o frasco, esculpido com meticuloso realismo, parecia conter um líquido espesso e vibrante, como se realmente estivesse cheio de uma substância mágica.
Logo abaixo, uma inscrição em runas anãs estava gravada na pedra, seu significado desconhecido para os visitantes.
Visna parou diante da entrada, virou-se para os demais e por fim falou:
— Bem-vindos à sede da Guilda Martelo e Elixir.
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