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    Cassian franziu a testa ao encarar a imponente estrutura à sua frente. O edifício, cravado na rocha da montanha, seguia a lógica arquitetônica anã—horizontal, como se desafiasse a própria gravidade. O problema era evidente: a porta à sua frente, embora monumental, estava inclinada como todo o resto do prédio.

    — Certo… e como exatamente nós vamos entrar? — questionou ele, cruzando os braços. — Se passarmos por essa porta, vamos cair direto na parede… ou seria o chão? Sei lá, isso é confuso!

    Helick lançou um olhar para a entrada, compartilhando da mesma dúvida, enquanto Nastya e os demais soldados e o cocheiro apenas observavam em silêncio, intrigados com a construção. Rhyssara, como de costume, não demonstrou qualquer reação visível.

    Antes que qualquer um pudesse especular uma resposta, Visna adiantou-se e posicionou-se diante do portal. Com um movimento seguro, puxou um pequeno martelo de cabo vermelho de dentro de suas vestes e ergueu-o, batendo levemente no portão de ferro negro. O som do impacto ressoou profundamente, como se ecoasse através das entranhas da montanha.

    — Visna StoneHand, trazendo um grupo de humanos que deseja falar com o Mestre Alquímico Jeffzos Narins — anunciou ela em voz firme.

    Por um instante, nada aconteceu. Então, com um som metálico reverberante, as portas começaram a se abrir. Mas, ao invés de se moverem para dentro ou para os lados, giraram em seu próprio eixo e mergulharam para dentro da montanha, revelando um interior que obedecia à mesma lógica horizontal da estrutura externa.

    Cassian arregalou os olhos ao perceber que o chão dentro do edifício parecia estar nas paredes. A gravidade ali dentro não funcionava como no lado de fora.

    — O que… como isso é possível? — ele murmurou, dando um passo hesitante para trás.

    Visna apenas sorriu levemente e fez um gesto para que o grupo a seguisse.

    — Bem-vindos à Guilda Martelo e Elixir — disse ela, mais uma vez, entrando dentro da construção sem hesitar.

    Visna atravessou a entrada sem hesitação. No instante em que seu corpo cruzou o marco da porta, algo impossível aconteceu: em vez de continuar na mesma linha, ela simplesmente caiu—mas não para trás, e sim para dentro do edifício, como se a gravidade houvesse se dobrado à sua presença. Seu corpo foi puxado em direção à parede oposta, onde um imponente tapete vermelho se estendia pelo hall de entrada.

    Cassian arregalou os olhos em incredulidade.

    — Mas o quê…? — Ele parou no meio da frase, completamente confuso.

    Helick e o restante do grupo congelaram no lugar, tentando compreender o que haviam acabado de testemunhar.

    A única que não demonstrou qualquer hesitação foi Rhyssara. Sem dizer uma palavra, ela seguiu os passos de Visna, atravessando o portal com a mesma confiança. No momento em que ultrapassou a entrada, seu corpo também foi puxado para dentro, a gravidade invertendo-se para recebê-la. Seus cabelos vermelhos como sangue ondularam no ar quando ela caiu suavemente, aterrissando com a mesma naturalidade de alguém descendo um simples degrau.

    O grupo permaneceu imóvel por alguns segundos, digerindo a cena absurda que acabavam de presenciar.

    — Certo… agora estou oficialmente perdido — murmurou Cassian, olhando para Helick. — Você consegue entender o que acabou de acontecer?

    Helick deu de ombros, decidindo não pensar demais naquilo. Inspirou fundo e atravessou a porta.

    No instante em que cruzou o marco, um frio na barriga o tomou. A gravidade pareceu girar ao seu redor, ajustando-se de forma estranha até puxá-lo para a parede que agora se tornava o chão. Por um breve momento, seu corpo flutuou, como se o próprio mundo estivesse se reorganizando para recebê-lo. Então, com uma leve desaceleração, ele pousou suavemente sobre o tapete vermelho.

    Seus olhos se arregalaram ao absorver a grandiosidade do interior da construção anã. O ambiente lembrava um palácio. O tapete vermelho, oval no centro, se estreitava à medida que avançava, formando um caminho até um grande balcão de recepção. O salão era iluminado por candelabros de ouro, cada um sustentando sete velas que espalhavam uma luz quente e perfeitamente distribuída pelo espaço.

    As paredes, feitas da própria rocha da montanha, eram tão lisas e polidas que Helick conseguia ver seu próprio reflexo nelas. A perfeição do acabamento contrastava com a robustez esperada de uma estrutura subterrânea. Ao longo do corredor, prateleiras e vitrines exibiam frascos das mais variadas cores e tons, organizados com precisão quase obsessiva.

    Mas foi ao olhar para as janelas que ele sentiu um desconforto inesperado. Seu estômago revirou ligeiramente. Lá fora, o mundo parecia inclinado, como se tivesse perdido o eixo correto. Ele sabia que estava de pé, sentia o chão firme sob os pés, mas ao espiar através da entrada, viu seus companheiros ainda do lado de fora, parecendo… tortos. Eles, na verdade, estavam na normalidade—era ele quem havia sido reorientado para aquela nova perspectiva.

    — Vamos. — A voz firme de Rhyssara cortou o silêncio, chamando a atenção dos que ainda hesitavam do outro lado. Seus olhos azuis percorreram o grupo. — O que estão esperando?

    Cada um tomou coragem para atravessar à sua maneira. Any e Redgar foram os primeiros, seguindo o exemplo de Helick e avançando sem hesitação. Nastya e o cocheiro vieram logo em seguida.

    — E eu achando que só ia comandar uma carruagem… — resmungou o homem antes de cruzar a entrada.

    Tály, no entanto, hesitou. Embora tivesse caminhado pela cidade e subido os degraus criados por Visna, ainda não havia se recuperado completamente do cansaço de ter servido de alimento para Hope. Marco, atento, manteve-se a seu encalço, pronto para ajudá-la caso fosse necessário.

    Para a surpresa de todos, no entanto, foi Cassian quem tomou a dianteira e ofereceu auxílio.

    — Precisa de ajuda? — perguntou ele, estendendo a mão. — Ainda não tive tempo de agradecer pelo que fez por mim na batalha contra os bandidos.

    Seu olhar era genuíno, carregado de gratidão sincera. Mas Tály não aceitou a oferta.

    — Só fiz meu trabalho. Não confunda com nada pessoal. — Sua voz era firme, intransigente. — Se for necessário, darei minha vida para proteger você e seu irmão. Não por vocês, mas pela honra do meu capitão.

    Cassian sorriu de canto, tentando aliviar a tensão.

    — Ah, o que é isso, Tata? Deixa eu te ajudar, não vai arrancar pedaço.

    O semblante de Tály mudou no mesmo instante. A indiferença foi substituída por uma raiva contida.

    — Não. Me chame. Assim. — Sua voz era cortante, controlada, mas carregada de irritação. Se Cassian não fosse seu príncipe, talvez tivesse levado um tapa ali mesmo. Ela virou-se para Marco e disse com rigidez: — Me ajude, por favor.

    Marco lançou um olhar breve para Cassian, um pedido silencioso de desculpas pela atitude ríspida da companheira. Em seguida, passou o braço de Tály por sobre seus ombros e a conduziu para dentro do edifício.

    Cassian ficou para trás, pensativo.

    “Tata… o que deu em mim para chamá-la assim? É óbvio que ela iria se estressar. A última vez que a chamei assim, a gente…”

    — Anda logo, Cass! — chamou Helick do hall de entrada.

    O príncipe piscou, afastando os pensamentos. Suspirou, desistindo da reflexão, e se jogou na entrada.

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