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    Cassian aterrissou suavemente sobre o tapete vermelho, os joelhos flexionando levemente para absorver o impacto enquanto a estranha gravidade da Guilda Martelo e Elixir se ajustava ao seu corpo. Ele inspirou fundo, sentindo a textura macia do tapete vermelho sob seus pés e a temperatura ligeiramente mais quente do interior da construção anã. Era uma sensação que lembrava de quando ele havia atravessado o portal na Floresta das Árvores Andantes, como se houvesse atravessado para outra realidade.

    Seus olhos deslizaram pelo ambiente, absorvendo os detalhes da grandiosa recepção, mas logo se fixaram em Tály. Ela estava de costas para ele, imóvel, como se deliberadamente evitasse olhar para trás. Tudo o que Cassian podia ver eram seus longos cachos trançados, descendo ordenadamente pela parte de trás da armadura prateada.

    Algo dentro dele sussurrava que, mesmo sem virar o rosto, ela sabia que estava sendo observada.

    Antes que pudesse decidir entre manter o silêncio ou tentar uma aproximação, Visna tomou a dianteira, caminhando com passos firmes até o balcão de recepção. O eco das botas no salão amplo trouxe Cassian de volta à seriedade do momento.

    O balcão à frente tinha uma cadeira vazia atrás, mas ninguém estava sentado. Apenas uma pequena campainha prateada repousava sobre a mesa.

    Sem hesitar, Visna tocou-a.

    Instantaneamente, uma nuvem de fumaça e uma gosma verde tomaram o ar, e um anão surgiu no meio da confusão. Em sua mão, um frasco com mais líquido fora do que dentro, enquanto o restante da substância se espalhava por seu corpo. Suas vestes marrons estavam manchadas de verde, assim como seus cabelos desgrenhados, tão volumosos que tornavam impossível distinguir onde começavam a barba e as sobrancelhas.

    — Mas que droga! — xingou o anão, irritado. — Eu estava prestes a finalizar uma nova receita para a poção de Peace!

    Sem perceber os visitantes no saguão, ele continuou resmungando para si mesmo:

    — Eu sabia que não devia ter comprado essa porcaria de sino encantado da Guilda Forja Ancestral! Eles até sabem encantar armaduras, mas pra itens… puta merda! Eu mesmo faria um encantamento de invocação melhor!

    Visna pigarreou de leve, trazendo o anão de volta à realidade.

    — Ah, olá! Bem-vindos à sede da Guilda Martelo e Elixir! Aqui vocês encontram as melhores poções que existem — e as que ainda estão por vir! — anunciou o anão, agora animado, ignorando a gosma verde que escorria em sua cara. — Como posso ajudar?

    Visna estreitou os olhos, impaciente.

    — Você saberia se estivesse no seu posto, Barbálquim! — repreendeu ela. — Se não estava aqui para ouvir a solicitação de entrada, como, por Dungrin, a porta se abriu?

    Barbálquim hesitou, visivelmente desconfortável, mas o olhar afiado da sacerdotisa o fez falar:

    — Veja bem… A demanda por poções de cura em Ossuia está sempre alta, e acredita que a própria imperatriz me pediu para desenvolver uma nova fórmula que melhorasse os efeitos da Peace?

    — Eu não me comunico com ninguém da Guilda Martelo e Elixir além de Jeffzzos Narins — disse Rhyssara, sua voz calma, mas cortante. — Então não use meu nome para justificar suas mentiras.

    Barbálquim arregalou os olhos, finalmente reparando na figura imponente à sua frente.

    — I-im-imperatriz?! Ha… ha ha… — gaguejou, pálido.

    — E mesmo que fosse verdade — continuou Visna, cruzando os braços — ainda não explica como a porta se abriu.

    — Eu…

    — É melhor não mentir dessa vez.

    O anão respirou fundo antes de admitir:

    — Coloquei um encantamento para que a porta se abrisse para qualquer um que falasse o nome de um integrante da guilda…

    — ORA, SEU PREGUIÇOSO MENTIROSO DE UMA FIGA…! — Visna fechou os olhos por um instante, se recompondo antes de continuar. — Para sua sorte, temos convidados especiais. A imperatriz de Ossuia em pessoa e os príncipes de Lyberion vieram falar com Jeffzzos.

    — Ah, aquele cara de novo… — resmungou Barbálquim.

    O olhar ameaçador de Visna o fez engolir qualquer outro comentário.

    — Tá bem. Ele deixou instruções. Se a imperatriz viesse, ela e seus acompanhantes, quaisquer que fossem, poderiam ir direto ao quarto dele — disse o anão, puxando algo de uma gaveta. — Aqui está a chave.

    Rhyssara pegou a chave sem dizer uma palavra, seus olhos avaliando Barbálquim por um instante antes de guardá-la.

    Visna, por sua vez, soltou um suspiro leve e cruzou os braços sob os seios, apertando-os sutilmente, realçando ainda mais sua presença. Seu olhar, dessa vez, pousou diretamente sobre Cassian.

    — Bem, minha função termina aqui. Vocês chegaram ao seu destino. Mas… por via das dúvidas — ela inclinou levemente a cabeça, seus olhos cereja dançando com um brilho travesso — acho que passarei a noite por aqui. Vai que precisem de ajuda durante a madrugada.

    Cassian retribuiu o olhar com um sorriso interessado, um reconhecimento mudo da sugestão dela.

    — Agradeço sua dedicação, Visna. Sempre bom ter aliados por perto.

    Antes que a conversa pudesse se prolongar, Tály virou-se abruptamente, cortando o momento no ar.

    — Como chegamos ao quarto dele? Subimos escadas? — perguntou de forma direta, sem olhar para ninguém em específico. — Vamos nos apressar. Quem sabe nem precisaremos passar mais de algumas horas aqui.

    — O transportador fica ali. Mas se preferirem escadas, é só seguir o caminho e…

    — Transportador então — corrigiu Tály, já se dirigindo para a direção indicada.

    — Então nos despedimos aqui. — Helick fez um breve gesto de cumprimento para Visna antes de seguir atrás de Tály.

    A anã retribuiu com um sorriso sincero, observando-os partir.

    O grupo caminhou até o transportador, uma cúpula circular com chão em tom de esmeralda e paredes de vidro translúcidas. No teto, símbolos rúnicos brilhavam suavemente, espelhando-se com os do chão, como se aguardassem para se completar.

    Eles pararam diante da estrutura. Não havia uma porta visível, apenas uma pequena fissura bem no centro.

    Rhyssara sacou a chave, um objeto de metal escuro e intricadamente gravado, suas superfícies suaves contrastando com os símbolos antigos que se entrelaçavam ao longo de seu comprimento. Com um movimento preciso, ela a inseriu na abertura. O encaixe foi perfeito, e um estalo seco ecoou pelo ambiente. Num piscar de olhos, uma porta se materializou, delineada por um brilho efêmero, entre o azul e o negro.

    — O que é um transportador mesmo? — Tály murmurou para si, franzindo a testa.

    Rhyssara não respondeu. Apenas segurou a maçaneta e abriu a porta.

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