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Capítulo 71 — O Caminho para a Fornalha Proibida
— E como vamos chegar à guilda da Fornalha Proibida? — Cassian perguntou, enquanto o grupo se dirigia de volta ao hall de recepção da guilda Martelo e Elixir.
Como da última vez, o recepcionista Barbálquim não estava em seu posto, deixando o local deserto.
— Teremos um guia de confiança de Jeffzzos. Mas antes de partirmos, Phill, Nastya, venham aqui.
Os dois se viraram surpresos ao serem chamados.
— Sim! — responderam em uníssono.
— Vocês vão ficar aqui e esperar até que Jeffzzos retorne. Quando ele perguntar onde estamos, digam que saímos para ver alguns itens na cidade anã. Ele provavelmente vai perceber que é mentira e vai tentar forçá-los a beber uma poção da verdade. Tentem evitar ao máximo qualquer comida ou bebida que ele ofereça.
— Mas se o guia é de confiança de Jeffzzos, ele não contaria a ele quando retornássemos? — Marco questionou. — Entendo esconder de outros anões, mas por que dele? Ele não é nosso aliado, por enquanto?
— Envolver-se com a Fornalha Proibida é muito mais sério do que imaginam. Se Jeffzzos souber, ele terá a obrigação de informar aos superiores dele.
— Mas eles vão descobrir de qualquer jeito, não? — Cassian falou, ainda cético.
— Quando souberem, já estarei preparada. — Rhyssara respondeu, sua voz firme.
— E quem vai ser esse guia? — perguntou Tály, notando um leve tom de tensão em sua voz.
— Euzinha. — A voz fina e meiga de Visna cortou o silêncio, vindo pelas costas de Tály. — Quem mais poderia ser? Na época em que Jeffzzos era líder da guilda, eu era sua anciã mais fiel e dedicada! Quando ele foi envolvido na confusão em Ossuia, acabei sendo rebaixada junto, mas preferi me manter cuidando do templo de Dungrin como sacerdotisa, em vez de voltar ao cargo de noviça.
Cassian soltou um assobio surpreso ao ouvir a informação.
— Então mais uma com mais de 50 anos que parece ter nem 25? Os anões também não envelhecem? Não, o que mais vi na vida foram anões que pareciam mais velhos que as paredes do palácio…
— A diferença é que nós, anãs, paramos de envelhecer depois dos 20. Eu mesma tenho 127 anos.
Cassian ficou boquiaberto por um momento, claramente sem saber como reagir.
Visna percebeu e se aproximou, agarrando o braço dele com um sorriso travesso.
— Não que isso tenha te incomodado, não é?
Cassian soltou uma risada nervosa, enquanto Rhyssara retomava o controle da situação, decidida.
— Nos mostre o caminho.
Visna se pôs à frente do grupo balançando seu pequeno dedo indicador de um lado para o outro, como se achasse ingênua a ignorância das pessoas a sua frente.
— Nós poderíamos sair da sede da guilda Martelo e Elixir, esperar umas meia hora até vocês voltarem a se acostumar com a gravidade em sua direção normal, isso é se os enjoos e vômitos não os debilitassem pelo resto do dia, não sei se repararam mas uma magia desacelerou vocês quando entraram aqui, e não permitiu um colapso de completa confusão de direção. Mas na saída não existe nenhum encanto, é um bom método de segurança, não acham? E logo após teríamos que descer a cidade, pegar um ou dez túneis para o labirinto subterrâneo e torcer para encontrarmos o caminho certo até chegar na sede da Guilda herege.
— Existe outro jeito de chegarmos lá? — perguntou Helick dando um passo a frente.
— Mas é claro! Quem precisa de um caminho quando se tem um…
— Transportador. — Completou Phill, a mão institivamente indo em direção a barriga. — Pela Mãe Terramara e pelo Pai Terrano. Ainda bem que não terei que os acompanhar desta vez. Entro naquele negócio nunca mais!
— Espera, mas se é só entrar em um transportador e se chega lá, porque ninguém nunca foi atrás deles? — perguntou Helick tentando achar sentido em meio aquele caos.
— Quem seria maluco de se meter com aqueles caras? Espero que estejam levando seus Armamentos. — Respondeu Visna.
Foi então que perceberam que haviam saído sem seus ARGUEM, com exceção de Redgar que jamais tirava o anel e Any, que bom, não tinha como retirar seu próprio sangue.
— Não se preocupem, mais uma vez estou preparada.
Visna retirou seu martelo de cabo vermelho e cabeça de metal e bateu no chão, fazendo surgir um baú aberto e vazio. O artefato de madeira não parecia ter nada de mais, apenas uma pequena marca rúnica em seu fundo escuro.
— Que tipo de piada é essa? — Indagou Tály um pouco mais estressada do que devia.
— Calma flor, apenas ponha a mão dentro do baú e pense em pegar algo que seja seu, mais especificamente seus ARGUEM.
— Mas o que? — A voz de Tály parecia contida, como se tivesse ouvido a maior afronta de sua vida.
Rhyssara que não gostava de perder tempo, apenas pôs sua mão dentro do baú e pensou em retirar seu cetro de lá de dentro. Foi quando uma luz ofuscante irrompeu da runa gravada e um símbolo de portal pareceu emanar da palma aberta da imperatriz. Do brilho o cetro dourado se materializou nas mãos da soberana.
— Definitivamente isso é algo útil. — Comentou ela enquanto retirava o cetro por completo.
Cada um seguiu o exemplo, recuperando seus ARGUEM.
Tály puxou seu par de manoplas de ferro negro, sentindo o peso familiar em suas mãos. Marco retirou sua espada de lâmina fina e prateada, brilhando sob a luz do ambiente. Helick segurou sua espada de fio azulado, os entalhes detalhados de dois lobos – um na ponta do cabo e outro no final do punho que dava início à lâmina – reluzindo suavemente. Cassian, por sua vez, empunhou sua espada serrilhada, cujo fio avermelhado contrastava com o metal escuro. No punho, as asas de uma águia entalhada pareciam se abrir, enquanto a cabeça da ave adornava a extremidade do cabo.
E, como se respondesse ao chamado das lâminas dos irmãos, a bainha criada por Leonardrick surgiu junto, completando o conjunto.Todos pareciam… quase prontos.
— Também precisamos de nossas armaduras. — Comentou Tály após pegar suas manoplas de ferro negro.
— Não, não precisam. — Mais uma vez a voz de Visna soava como se soubesse um algo que era óbvio, mas só para ela. — Apenas toquem no peito da veste de vocês e digam: “Ue ocovnoc o etneserp euq em iof odad.”
— O quê? — Indagou Marco, enrolando a língua antes mesmo de tentar repetir. — Isso é língua anã?
— Sim. Apenas tentem. Ue ocovnoc o etneserp euq em iof odad. Não é tão difícil.
Após algumas tentativas vergonhosamente falhas, o grupo conseguiu ao mesmo tempo, em uníssono proferiram:
— Ue ocvnoc o etneserp euq em iof odad!
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