Índice de Capítulo

    Capítulos novos toda segunda, quarta e sexta. Segunda e sexta às 20:00 e quarta às 06:00!

    Siga nosso Discord para ver as artes oficiais dos personagens e o mapa do continente!

    O salão de recepção da guilda Fornalha Proibida estava tomado por uma tensão sufocante. As paredes de pedra negra e os brasões anões pendurados pareciam fechar-se ao redor dos príncipes e de Rhyssara, como se testemunhassem a cena em silêncio. A atmosfera carregada era opressora, e os tronos de metal e rocha aos quais estavam presos não deixavam dúvidas: aquilo fora uma armadilha.

    Correntes mágicas emergiam dos encostos das cadeiras, serpenteando como serpentes de aço encantado antes de se entrelaçarem firmemente ao redor dos pulsos, pernas e peitos dos príncipes. Cada elo pulsava com um brilho rúnico, anulando qualquer tentativa de resistência. Cassian tentou canalizar sua mana, buscando aquecer e derreter o metal encantado, mas nada aconteceu. Sua energia parecia ser absorvida antes mesmo de se manifestar, como se estivesse completamente impotente contra aquelas amarras.

    — Nem tente, príncipe. — A voz de Visna cortou o silêncio com uma frieza calculada. Ela se levantou lentamente de seu assento, que, ao contrário dos demais, permanecia livre das correntes. Seu olhar cintilava com superioridade. — As vestes que usam foram feitas sob medida para cada um de vocês pela guilda da Forja Ancestral, mas com um pequeno ajuste de encanto realizado por Jeffzzos. Elas anulam completamente sua mana contra os anões e suas conjurações.

    Cassian cerrou os dentes, o sangue fervendo em suas veias.

    — Visna… — rugiu, a voz carregada de fúria.

    Helick soltou um suspiro pesado, o semblante tenso.

    — Droga! Eu sabia que tinha algo errado.

    Visna arqueou uma sobrancelha, divertida.

    — Oh? E o que foi que te alertou, garoto prodígio?

    Helick respondeu mais para si do que para Visna quando falou:

    — Quando perguntei como chegaríamos aqui e você respondeu que seria através do transportador, eu percebi algo. — Helick estreitou os olhos, forçando as palavras entre os dentes. — Barbálquim procurou e nos entregou uma chave específica para irmos para o quarto de Jeffzzos. O que me leva a crer que cada chave serve como coordenadas para o teletransporte. E você ter uma chave que leva diretamente para a porta da Fornalha Proibida… Esteve na nossa cara o tempo todo!

    Visna soltou uma risada baixa, caminhando lentamente na direção de Helick. Quando parou à sua frente, subiu sobre a mesa, de modo que sua cabeça ficasse acima da dele.

    — Que análise impressionante, Helys. — Ela sussurrou, sua voz doce como mel enquanto se inclinava ligeiramente para frente. — Estou começando a achar que dormi na cama errada essa noite.

    Enquanto isso, Rhyssara mantinha seus olhos fixos em Jeffzzos, sua expressão carregada de desaprovação e fúria contida.

    — Cansou de esperar? — Ela rompeu o silêncio, suas palavras afiadas como uma lâmina. — O que pensa que pode fazer com relação à barreira sem nós? Reflita bem sobre isso. O que está fazendo agora é uma declaração de guerra contra os dois maiores reinos humanos e com os elfos e dragnaros batendo a porta!

    Jeffzzos permaneceu impassível, os olhos negros tomados por um cinza gélido avaliando a imperatriz. Quando finalmente respondeu, sua voz era como pedra se partindo.

    — Sim, cansei de esperar. Por anos suportei promessas vazias. Você garantiu que, ao assumir a coroa, traria respeito e igualdade ao nosso povo. E, de fato, os ossuianos ao menos aprenderam a falar de nós sem escárnio. Mas suas palavras não atravessaram os muros de Ossuia. Para o resto do continente, continuamos sendo apenas anões.

    Rhyssara apertou os punhos.

    — Isso leva tempo. Você sabe disso.

    Jeffzzos ignorou sua resposta, seus olhos faiscando.

    — E quanto à sua segunda promessa? A de nos entregar o continente do sul como reparo por tudo que sofremos nas mãos da sua gente inferior? — Ele inclinou-se para frente, a voz carregada de desdém. — Décadas não serão suficientes para isso. E francamente, só esperei cinquenta anos por respeito a Fenrir, não a você.

    O nome ecoou pelo salão, mas apenas Rhyssara pareceu afetada por sua menção. Ninguém sabia de onde via aquele nome, mas só o som dele fez com que Rhyssara ficasse muda.

    Sanur tomou a palavra.

    — Já pensamos em como resolver isso. Existe um ritual antigo, criado por anões da época da revolução, que foi proibido após a guerra contra os humanos.

    Cassian franzia o cenho.

    — Um ritual?

    Helick balançou a cabeça.

    — Nunca ouvi falar disso.

    — Sim, um ritual capaz de quebrar o vínculo do humano ao diamante negro que compõe o núcleo de cada ARGUEM, momentos antes de sua morte. — Jeffzzos falava como um homem obcecado, cego por sua ambição. — Assim, poderemos usar o poder da coroa, da espada, do que for preciso para alcançar nossos objetivos. O único preço a ser pago seria algumas vidas humanas, ou quem quer que tente nos impedir.

    Jeffzzos começou a caminhar na direção de Rhyssara, os olhos focados na coroa enquanto vislumbrava seus planos tomando forma. Da sua cintura, ele sacou uma faca fina e afiada. O brilho frio do metal refletiu nos olhos da imperatriz, que manteve a expressão firme, mas sentiu o peso da situação. Ele mataria Rhyssara, uma aliada de longa data, sem o menor remorso, sabendo que ela seria um sacrifício necessário para concretizar o que sempre quis.

    Jeffzzos passou a lâmina na bochecha direita de Rhyssara como um gesto carinhoso. O toque gelado do metal contra sua pele provocou um arrepio involuntário quando a lâmina fez um pequeno caminho de sangue nascer da superfície, mas ela se recusou a demonstrar qualquer sinal de fraqueza.

    — Saiba que não é nada pessoal, Rhys. — murmurou ele, a voz impregnada de falsa doçura. Seus olhos brilharam com uma determinação implacável enquanto erguia a faca, pronto para desferir o golpe fatal.

    Foi então que uma lâmina irrompeu da escuridão e atravessou seu peito com uma estocada muda. O anão engasgou, sangue escorrendo por seus lábios. Seus olhos se arregalaram em choque, e um som gorgolejante escapou de sua garganta.

    Todos ao redor ficaram paralisados, a respiração suspensa diante do abate repentino. Visna deu um passo involuntário para trás, enquanto Helick e Cassian encaravam a cena com uma mistura de horror e incredulidade.

    O corpo de Jeffzzos tombou para o lado, revelando uma figura de cabelos longos e brancos, vestida com trajes escuros. O brilho carmesim de uma máscara de lobrasa refletia a luz do salão, tornando sua presença ainda mais ameaçadora.

    Cassian sentiu um frio na espinha ao reconhecê-la.

    — A assassina… — murmurou, a voz mal passando de um sussurro.

    Apoie-me

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 100% (1 votos)

    Nota