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Capítulo 81 — A Águia de Fogo
O calor ainda vibrava no ar quando Cassian fixou os olhos na criatura diante de si. O espírito flamejante tremulava como uma miragem no deserto, sua forma oscilando entre o etéreo e o real. O brilho avermelhado refletia nas paredes do salão, projetando sombras dançantes sobre os anões imobilizados e os companheiros do príncipe.
Sanur permanecia firme, os braços cruzados sobre o peito, observando com um meio sorriso de desprezo. O martelo dourado, ainda cravado no chão, pulsava em sincronia com o ser de fogo, como se alimentasse sua existência.
Sem aviso, a entidade flamejante avançou. Seu corpo se desfez e se reformou no ar, um redemoinho de chamas cortando a distância entre ele e Cassian em um instante. O príncipe ergueu a lâmina instintivamente, tentando aparar o golpe, mas o espírito se dissolveu no impacto, deslizando ao longo da lâmina como uma serpente incandescente.
Cassian sentiu o calor sufocante envolver sua armadura, o ar se tornando pesado ao seu redor. Ele saltou para trás, os músculos tensos, mas o espírito não lhe deu espaço. Em um piscar de olhos, reformou-se diante dele, disparando um punho flamejante contra seu peito.
O impacto o fez deslizar sobre o chão de pedra. Sua armadura absorveu grande parte do calor, mas mesmo assim ele sentiu o ardor atravessar as camadas de proteção. Sem o equipamento anão, aquilo teria sido letal.
Sanur riu.
— Ainda não percebeu, humano? — girou Aurevold entre os dedos, e as chamas refletiram em seu elmo como brasas vivas. — Sem a proteção da armadura anã você teria acabado de morrer. Cada segundo que passa desse combate só reforça minha opinião que sua raça não merece o sacrifício de milhares dos meus.
Cassian sentiu o sangue ferver, mas não pelo calor sufocante ao seu redor. As palavras de Sanur o atingiram mais fundo que qualquer golpe. O desprezo do anão, a certeza inabalável de que os humanos eram indignos, reacenderam algo dentro dele—não raiva, mas desafio.
Ele apertou a empunhadura da espada, sua mana pulsando em resposta.
A lâmina em sua mão vibrava, ressoando com sua determinação. Talvez não pudesse cortar o espírito, mas podia dissipá-lo. O fogo que tentava consumi-lo agora seria sua arma.
“Se ele é feito de chamas, então só há uma forma de vencê-lo.”
Ele se lançou para frente, a espada traçando um arco pelo ar. Dessa vez, não se limitou a envolvê-la em fogo. Em vez disso, canalizou sua mana com outra intenção: criar uma explosão térmica no momento do impacto.
A lâmina atingiu o espírito, e o salão foi tomado por um clarão avassalador.
— Magia de Fogo! — rugiu Cassian. — Combustão Imediata!
Um clarão tomou conta do salão, seguido por um estampido ensurdecedor. A explosão de calor ergueu fumaça e poeira pelo ambiente, transformando tudo em um borrão de chamas e sombras.
Any reagiu de imediato, seu sangue dançando no ar antes de se solidificar em uma barreira escarlate ao redor dos espectadores. Humanos e anões foram protegidos do impacto, mas seus olhos permaneceram fixos na batalha.
Quando a cortina de fumaça envolveu o salão, Cassian desapareceu de vista.
Sanur, no entanto, não demonstrou surpresa. Com um gesto firme, ergueu Aurevold do chão, os olhos atentos a qualquer movimento.
— Por trás, é? — murmurou ele, girando o corpo com um golpe certeiro.
O martelo prateado desceu em um arco devastador, encontrando resistência no exato instante do impacto. A espada flamejante de Cassian bloqueou o golpe, faíscas voando em todas as direções.
Sanur sorriu.
— Olha só… Parece que você atacou Drainsang.
O martelo brilhou ao absorver as chamas da lâmina, como um abismo devorando o fogo.
Cassian sorriu de volta.
— Te peguei.
Seu punho firmou a empunhadura enquanto sua mana vibrava na lâmina.
— Magia de Fogo! Combustão Imediata!
As chamas absorvidas no martelo explodiram de dentro para fora, forçando Sanur a recuar um passo com o impacto. Cassian aproveitou a brecha. Ele avançou sem hesitação, a espada cortando o ar em golpes rápidos e agressivos.
Mesmo desequilibrado, Sanur bloqueou cada ataque, seu martelo prateado rangendo contra a lâmina incandescente. O som do choque metálico se intensificava a cada instante, um ritmo feroz que ecoava por todo o salão.
Cassian percebeu que investir diretamente contra Drainsang era inútil. A arma sugaria sua mana e Aurevold devolveria ela contra ele. Se queria vencer, precisava decidir aquilo no puro combate.
Ele respirou fundo.
— Vamos ver como você luta sem magia, Sanur.
Com um salto acrobático, Cassian se lançou sobre o anão, girando no ar. Sua lâmina descreveu um arco afiado, mirando o rosto de Sanur.
O líder da Fornalha Proibida desviou o ataque com Aurevold e contra-atacou assim que os pés de Cassian tocaram o solo. O príncipe sentiu o peso do impacto ricocheteando por sua guarda, mas firmou os pés no chão, absorvendo a força do golpe.
Sanur não perdeu tempo. Com precisão calculada, impulsionou-se em um salto inesperado e golpeou de cima para baixo com Drainsang. Dessa vez, o martelo desceu como um meteoro, mirando diretamente sua cabeça.
Cassian não podia usar chamas para fortalecer a defesa, não contra aquela arma.
Mas ele poderia usar a força do ataque contra o próprio anão.
No último instante, ao invés de resistir, Cassian cedeu. Deixou que o impacto o empurrasse para trás e usou a força do golpe para girar sobre o próprio eixo. Num instante, Sanur passou por ele—e suas costas ficaram vulneráveis.
Cassian rugiu como um leonzir ao liberar sua mana.
Sua lâmina irrompeu em fogo e rasgou o ar em direção às costas expostas do anão.
O cheiro de fumaça e carne queimada preencheu o salão.
Mas antes que a chama pudesse consumi-lo, Drainsang brilhou intensamente e absorveu todo o fogo.
Sanur virou-se, seus olhos faiscando.
— Mesmo que não estejam mais na sua espada, ainda são sua mana.
No instante seguinte, Aurevold começou a brilhar. As chamas que Drainsang devorara agora pulsavam no martelo dourado.
Sanur avançou sem hesitação.
Cassian estreitou os olhos.
“Drainsang absorve mana. Aurevold a libera em forma de ataque. Então posso usar minhas chamas contra ele quando estiver empunhando o martelo dourado.”
O príncipe canalizou sua energia. Sua lâmina ficou completamente envolta em fogo.
“Mas ainda tenho uma dúvida… Se estiver certo, posso vencer.”
Ele ergueu a espada.
— Magia de Fogo!
Sanur riu.
— Perdeu o ritmo da luta? Sua espada não vai me atingir dessa distância!
Mas Cassian não pretendia atingi-lo diretamente.
Quando a lâmina riscou o ar, as chamas não ficaram presas a ela. Elas se libertaram.
Fogo alado cortou o salão, se desdobrando em um arco esplêndido. As chamas se moldaram, formando uma asa solitária que avançou contra Sanur como a investida de uma águia flamejante.
Cassian rugiu:
— ASA DA ÁGUIA DE FOGO!
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