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Capítulo 84 — O Silêncio Após a Batalha
Após o acordo ser selado nos céus pelos quatro grandes líderes anões, o grupo foi levado para a sede da Centelha Ardente.
A construção mais alta das Montanhas de Patrock se erguia além do cume, destacando-se contra o céu. No meio de sua estrutura, edifícios laterais se projetavam, conectados por pontes robustas, lembrando a disposição da Martelo e Elixir. O vento frio das alturas contrastava com o calor das chamas constantes dentro do edifício, onde forjas ardiam dia e noite.
Dentro da torre, as paredes de rocha esculpida absorviam o brilho alaranjado dos braseiros, projetando sombras longas e inquietas. O salão de forja, normalmente repleto de ferreiros moldando metal incandescente, havia sido transformado em um salão de guerra. O cheiro de ferro quente e óleo impregnava o ar, misturando-se ao leve aroma de pergaminhos antigos espalhados sobre uma imponente mesa redonda no centro do recinto.
Já haviam se passado quase doze horas desde o combate entre Cassian e Sanur.
Rhyssara cruzou os braços, observando a mesa coberta por um vasto mapa do continente, onde marcadores metálicos indicavam pontos estratégicos. Os líderes anões já estavam reunidos, suas expressões endurecidas pelo peso da decisão que haviam tomado. Helick estava ao seu lado, mantendo a postura ereta, mas o cansaço era evidente em seus olhos. Embora não estivesse exausto como Cassian, ele não conseguiu pregar os olhos enquanto ajudava as curandeiras anãs a tratarem dos ferimentos do irmão. O sono e a exaustão batiam a sua porta, mas ele tinha que se manter firme.
Violet, a líder da Martelo e Elixir, que vestia um avental manchado de fuligem sobre roupas de tecido fino, inclinou-se levemente sobre a mesa antes de falar:
— Tem certeza de que podemos começar essa reunião sem o príncipe herdeiro?
— Ele acabou de usar toda a mana que tinha pela primeira vez. Me surpreende que tenha conseguido pousar sozinho antes de desmaiar. — A voz de Rhyssara era firme, mas havia um traço de respeito pelo esforço de Cassian. — Mas não se preocupem, Helick está à altura da responsabilidade.
O jovem príncipe endireitou os ombros, forçando-se a ignorar o peso da fadiga. Com um olhar resoluto, fez uma reverência tanto para Rhyssara quanto para os líderes anões.
— Prometo fazer o meu melhor e relatar cada detalhe ao meu irmão.
Um breve silêncio se instalou. O calor do salão tornava o ambiente sufocante, mas não havia hesitação nos olhares dos presentes.
Leonardrick, que até então observava a interação em silêncio, apoiou as mãos calejadas na mesa e respirou fundo antes de falar:
— Pois bem. — Sua voz ecoou pelas paredes de pedra. — Qual é o seu plano, Imperatriz?
Cassian despertou com o peso da exaustão ainda agarrado ao seu corpo. Seu corpo parecia afundar na cama, os músculos protestando ao menor movimento. O teto acima dele era de pedra bruta, iluminado pela luz amarelada de um braseiro próximo.
Cassian piscou algumas vezes, os olhos ajustando-se lentamente à penumbra do aposento. O teto de pedra rústica acima dele confirmava que ainda estava nas Montanhas de Patrock. O peso do cansaço permanecia em seu corpo, um lembrete do esforço colossal que fizera para derrotar Sanur.
Virando levemente a cabeça, notou Tály sentada ao seu lado, a cabeça apoiada no punho fechado, agora sem as luvas de metal negro. Seus longos cabelos trançados caíam sobre o rosto, encobrindo parte de sua expressão. A respiração dela era serena, profunda, como se o sono tivesse finalmente vencido a vigília.
Cassian tentou se mexer, mas um peso tomou seus músculos. Seu próprio corpo o traía, recusando-se a responder de imediato. Ele forçou um suspiro e tentou falar, mas a voz saiu como um murmúrio rouco:
— Tály…
Ela se mexeu levemente, franzindo a testa antes de abrir os olhos devagar. Por um instante, Tály pareceu desorientada, até que o foco voltou para ele. Seu corpo se enrijeceu, mas ela não recuou.
— Finalmente acordou, príncipe inconsequente — murmurou, a voz carregada de cansaço, mas sem o sarcasmo habitual.
Cassian tentou sorrir, mas apenas um canto de sua boca se ergueu.
— Quanto tempo dormi?
Tály recostou-se na cadeira, cruzando os braços.
— Quase doze horas. O suficiente para eu pensar em pelo menos três maneiras de te estrangular por ter sido tão imprudente. O que deu na sua cabeça de propor uma loucura daquela? Você levou a ideia de lutar por seus ideias muito ao pé da letra!
Ela não mencionou diretamente sua preocupação, mas Cassian percebeu no olhar dela que estivera vigiando-o por todo esse tempo.
Ele respirou fundo e tentou erguer o tronco, mas Tály foi mais rápida. Em um movimento firme, colocou a mão sobre seu peito e o empurrou de volta à cama.
O calor de sua mão encontrando o peito quente de Cassian a fez olhar para seu corpo de uma maneira na qual ela não queria.
— Nem tente. Você drenou sua mana até o limite — falou ela, retirando a mão rapidamente. — Se forçar demais, pode piorar a situação.
Cassian soltou uma risada fraca, mas não tentou resistir. O calor da mão dela sobre sua pele, mesmo por um instante, era uma sensação inesperadamente reconfortante.
O silêncio se prolongou entre os dois até que passos ecoaram pelo corredor. A porta se abriu, revelando Helick. O irmão de Cassian parecia cansado, mas mantinha a postura firme. Seus olhos se iluminaram ao vê-lo desperto.
— Finalmente. Achei que fosse dormir para sempre.
— Só se for para fugir do que quer que esteja acontecendo por agora. Aposto que são assuntos que derreteriam facilmente minha cabeça. — Cassian respondeu, tentando suavizar a situação.
Helick soltou um suspiro, balançando a cabeça.
— Você perdeu uma parte da discussão, mas ainda pode participar. Leonardrick e os outros líderes anões já começaram a traçar estratégias. A aliança foi selada… Mas há condições que precisamos discutir. Só vim ver se você já havia se recuperado o suficiente para ir participar.
Cassian olhou de canto para Tály, que desviou o olhar, fingindo desinteresse. Então, voltou-se para o irmão.
— Me dê alguns minutos. Eu estarei lá.
Helick assentiu, mas seu olhar dizia que ele duvidava disso.
— Descanse mais um pouco. Eu resumo tudo para você depois.
Com isso, ele saiu, fechando a porta atrás de si.
Cassian olhou para Tály novamente. Ela ainda estava ali, sem intenção de sair.
— Vai continuar me vigiando?
Ela arqueou uma sobrancelha.
— Considerando o que aconteceu na sua última luta? Com certeza.
Cassian sorriu de lado e fechou os olhos por um momento. Talvez não fosse tão ruim descansar um pouco mais.
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