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    Morgan ficou perplexo com a movimentação de Tály. Ela se movia rápido demais, com precisão afiada demais para uma pessoa comum. Cada desvio era feito no instante exato, cada passo era calculado com naturalidade instintiva. Não havia dúvidas: com ou sem seu ARGUEM, ela era uma soldado.

    O ossuiano gesticulou para a plateia para que fosse dada uma espada para Tály.

    Mas ela recusou.

    — Não precisa disso. Derroto qualquer um com as mãos limpas.

    A plateia ecoou como se ela houvesse provocado o rival diretamente.

    — Ah é? — falou o ossuiano fincando sua espada no chão gasto. — Então também lutarei de mãos vazias. Mas não pense que pegarei leve, mulher.

    — Pegando leve ou não você será derrotado por essa mulher.

    — PEGA ELA RUFFOS! — Gritou um dos espectadores para o ossuiano.

    E Ruffos avançou.

    Os golpes vieram rápidos, potentes, precisos. Punhos cerrados cortando o ar como lâminas, impulsionados pela força bruta. Mas Tály deslizou entre eles com uma facilidade absurda, seu corpo se inclinando, girando, escapando dos ataques como se previsse cada movimento antes mesmo que fossem feitos. Não bloqueava — simplesmente não estava lá para ser atingida.

    Ruffos recuou, respirando fundo, estudando-a com a testa franzida.

    — Como você consegue se mover tão facilmente com essa armadura de placas?!

    Tály piscou, como se tivesse se esquecido desse detalhe, e abaixou o olhar para o próprio corpo. A armadura prateada que Jeffzzos lhe dera a fazia sentir-se leve como se usasse nada.

    — De fato. É uma armadura mágica.

    O comentário foi suficiente para gerar uma onda de vaias.

    — Mas que não seja por isso!

    E com essa declaração, Tály começou a se despir da armadura ali mesmo, diante de todos.

    As vaias se transformaram em assobios e gritos animados quando o metal caiu ao chão, revelando um corpo esculpido por batalhas. Restava-lhe apenas a faixa grossa que prendia os seios firmes e uma calça de couro negra, marcada por costuras de linha grossa nas barras. A pele morena, antes oculta sob o metal, brilhava sob as luzes oscilantes da arena.

    Morgan, que até então se mantinha observador, se viu incapaz de desviar o olhar. A força, o destemor, a confiança, o corpo… tudo nela era hipnotizante.

    Mas Ruffos não se deixou distrair. Seu foco estava na luta.

    Ele avançou novamente, dessa vez com a intenção clara de derrubá-la. Seu punho, carregado de peso e fúria, voou direto ao rosto de Tály. Só que, num instante, o mundo de Ruffos virou de cabeça para baixo.

    Num movimento fluido e explosivo, Tály interceptou o golpe, usou seu próprio peso contra ele e o jogou ao chão com um estrondo seco. O impacto reverberou pelo espaço, silenciando a multidão por um breve segundo antes que os murmúrios chocados tomassem conta do lugar.

    Ruffos ficou deitado, atordoado, sentindo o gosto amargo da poeira na boca.

    Tály ergueu o olhar para a plateia, os olhos brilhando com desafio.

    — E aí? Quem é o próximo?

    O silêncio foi sua única resposta.

    Até que um som diferente rompeu a hesitação geral.

    Um único passo, seguido de outro.

    Alguém atravessou o círculo formado pela plateia e se posicionou diante dela.

    — Eu também gostaria de me exercitar, se não for incômodo. — Falou Morgan dando um passo no meio do círculo formado pela plateia.

    Os sussurros se espalharam como fogo sobre palha seca.

    — Espera… aquele é Morgan IronFist?

    — É ele mesmo! Morgan IronFist do Castelo Negro!

    — Dizem que é o braço direito da Imperatriz…

    — Sim! Ouvi dizer que foi ele quem manteve o Conselho em ordem na ausência dela!

    — Se ele está aqui, então quer dizer que a Imperatriz voltou!

    Tály, ao notar o impacto que a presença dele causava, sorriu de lado, colocando as mãos na cintura.

    — Vejo que você é bem importante por aqui.

    Morgan deu de ombros, um brilho divertido nos olhos.

    — Não diria importante… talvez só muito conhecido.

    Então, ele assumiu posição de combate.

    E Tály reconheceu aquela postura na hora.

    — Boxe? Você conhece essa arte antiga?

    — Digamos que, assim como você, também prefiro um combate desarmado.

    A tensão se espalhou pelo ar.

    Redgar, ainda parado entre a multidão, soltou um suspiro resignado.

    — E eu achando que poderia testar os limites do meu controle…

    Ele cruzou os braços, observando os dois combatentes.

    — Mas bem… ao menos poderei ver do que um guerreiro da elite de Ossuia é capaz.

    E assim a luta começou.

    Enquanto isso, em outro canto da Muralha dos Corajosos, o cheiro de ferro, couro e ervas misturava-se ao ar, criando uma atmosfera única no mercado de Ossuia. Diferente dos grandes bazares de Lyberion, onde a maior parte das mercadorias mais refinadas vinham das guildas anãs, aqui os produtos exibidos eram predominantemente humanos.

    Espadas bem forjadas, arcos esculpidos à mão, flechas com pontas aprimoradas, frascos de poções vibrantes e ervas alquímicas expostas em bancadas de madeira rústica. Cada item trazia o toque do trabalho árduo e da habilidade manual.

    Helick passou os dedos sobre o cabo de uma espada ornamentada. Não possuía a perfeição da metalurgia anã, mas ainda assim era resistente, equilibrada. Ele franziu o cenho, analisando melhor o fio da lâmina.

    — Interessante… — murmurou.

    — O que foi? — perguntou Cassian, observando um conjunto de flechas cujas pontas brilhavam levemente, provavelmente encharcadas com algum óleo incendiário.

    — Aqui, os humanos fazem o próprio armamento, cultivam suas próprias ervas, criam suas próprias poções… — Helick olhou ao redor, vendo ferreiros, arqueiros e alquimistas trabalhando lado a lado. — É diferente de Lyberion.

    — Diferente em que sentido? — Marco se aproximou, segurando um pão alongado com carne e um molho avermelhado por dentro, adquirida em uma das barracas de comida.

    Helick apoiou a espada de volta à banca.

    — Em Lyberion, a maior parte das armas, ferramentas e até remédios vêm das guildas anãs. Dependemos da metalurgia deles, da alquimia deles… Mas aqui… — Ele olhou para um grupo de ferreiros martelando o ferro incandescente. — Eles fazem questão de não depender totalmente dos anões.

    Marco ergueu uma sobrancelha, mastigando devagar.

    — Você fala como se fosse algo ruim.

    Helick negou com a cabeça.

    — Não… Só acho curioso. Sempre ouvimos que a melhor forma de se fortalecer é aproveitar o que há de melhor na nossa aliança milenar com os anões. Mas Ossuia escolheu um caminho diferente. Eles valorizam a autossuficiência.

    Cassian cruzou os braços, observando um alquimista misturar ervas com precisão.

    — Isso também significa que as armas deles nunca terão a qualidade das feitas pelos anões.

    — Mas se algum dia os anões se voltarem contra Lyberion… — Helick lançou um olhar significativo ao irmão. — Nós estaríamos completamente vulneráveis. Ossuia, não.

    Cassian ficou em silêncio, absorvendo a ideia.

    Marco riu baixo, balançando a cabeça.

    — Filosofia demais para um passeio no mercado.

    — Talvez. — Helick sorriu de leve. — Mas ainda assim, é algo a se pensar.

    O trio seguiu pelo mercado, pegando algumas coisas para levar à hospedaria onde passariam a noite. Marco, fascinado pela culinária local, carregava caixas retangulares repletas de iguarias—massas artesanais com os mais diversos recheios, temperos exóticos e um aroma que fazia sua boca salivar.

    Cassian, por sua vez, se interessou por uma bebida energética cujo sabor lembrava os refrigerantes que experimentara no Departamento de Pesquisa e Estratégia da cidade da Muralha Externa. No entanto, ao contrário daqueles, essa bebida parecia realmente restaurar suas energias. Ele decidiu levar uma caixa inteira.

    Helick, por outro lado, se encantou com um arco esculpido em madeira esbranquiçada e tingido de tons azulados. A peça tinha um design refinado, quase artístico, e ele imaginou como ficaria em seu quarto no Palácio Dourado de Lyberion. Além disso, comprou uma vasilha dividida em compartimentos, cada um contendo diferentes ervas alquímicas. Descobrira recentemente o interesse de Nastya por alquimia e achou que ela apreciaria um presente como aquele.

    O sol da tarde começava a se despedir no horizonte, dando lugar à ascensão gradual da lua. O céu, visto pelo teto aberto daquela parte da Muralha dos Corajosos, exibia um espetáculo de cores transitando entre dourado, lilás e azul profundo.

    Já era hora de voltarem para a hospedaria e descansarem para o dia seguinte, que prometia ser intenso.

    No caminho, Marco notou que o círculo de espectadores reunidos para assistir às batalhas ainda estava no mesmo lugar. A diferença era que agora havia pelo menos o triplo de pessoas, todas amontoadas e vibrando com o que quer que estivesse acontecendo no centro.

    — Será que a Tály se empolgou demais? — comentou o soldado, lançando um olhar divertido aos príncipes.

    A ideia de ver Tály varrendo o chão com os ossuianos divertiu Cassian.

    — Vamos dar uma olhada.

    Sem esperar resposta, ele se enfiou no meio da multidão, abrindo caminho com os ombros enquanto se esgueirava entre corpos eufóricos. Marco e Helick o seguiram logo atrás.

    Quando finalmente conseguiu uma visão clara da arena improvisada, Cassian congelou.

    Tály estava caída no chão, vestindo apenas a faixa no torso e a calça de couro, com Morgan sobre ela, segurando seus pulsos firmemente contra o solo.

    O silêncio durou um instante antes que as palavras escapassem involuntariamente dos lábios do príncipe:

    — Mas que porra é essa?

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