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    Cassian encarou a cena à sua frente, sentindo o sangue subir à cabeça.

    O corpo de Tály estava preso sob Morgan, os braços imobilizados acima da cabeça. Seu peito subia e descia rápido, mas seus olhos traziam mais desafio do que desconforto. Morgan, por sua vez, não parecia com pressa para soltá-la, e Cassian não soube dizer se era apenas reflexo da luta ou algo mais.

    — Ca… Cassian?! — A voz de Tály vacilou por um instante antes de seu semblante mudar rapidamente.

    Morgan arqueou uma sobrancelha e afrouxou o aperto em seus pulsos. Tály se recompôs depressa, pegando os pedaços de armadura que havia descartado no chão.

    — Não me olhe assim, Cassian. Foi uma luta justa. — Morgan falou, sacudindo a poeira da camisa vermelha.

    — Um duelo, então? — Cassian tossiu, sentindo os olhares em si enquanto tentava disfarçar o rubor no rosto. — Já está tarde. Vamos para a hospedaria.

    O príncipe virou-se sem esperar resposta, pisando firme ao abrir caminho entre as pessoas em direção ao prédio de paredes lisas e pintadas de vermelho.

    Helick e Marco se encararam com um meio sorriso e seguiram atrás de Cassian.

    Apesar de ser, em grande parte sério, Helick não conseguia resistir à magia daquele momento.

    — O que foi isso, Cass? — Perguntou o irmão mais novo, passando o braço pelo pescoço de Cassian. — Você tá todo vermelho… seria isso CIÚME?!

    Cassian arrancou o braço do irmão do pescoço e se afastou com um resmungo.

    — Tá maluco? Helys, eu com ciúmes? Tenha dó.

    Marco parecia inquieto, claramente tentado a provocar Cassian também. Mas a hierarquia entre eles fazia a ideia parecer inapropriada.

    Helick, por outro lado, parecia se divertir imensamente. Cada passo parecia uma oportunidade para zombar do irmão mais velho, como se estivesse se vingando de todas as vezes que Cassian tirou sarro dele com Nastya.

    Cassian tentava ignorar as palavras provocadoras de Helick, mas sua mente não conseguia escapar da cena que presenciara. Tály debaixo de Morgan, o sorriso provocador em seus lábios… E a raiva que parecia pulsar em suas veias. Ele sabia que ela não era do tipo a se importar com a opinião dos outros, mas aquele sorriso, aquele jeito… havia algo ali que o incomodava.

    Ele olhou para o irmão mais novo, com o sorriso ainda nos lábios, como se se divertisse com a confusão no ar.

    — Vai continuar provocando até onde, Helys? — Cassian resmungou, tentando afastar os pensamentos inquietantes.

    Helick deu de ombros, ainda com a expressão brincalhona.

    — Você que tá complicado de lidar hoje. Não é minha culpa, Cass. — Ele virou-se para Marco, que parecia ansioso para dizer algo, mas hesitava.

    Marco, finalmente, quebrou o silêncio com uma pergunta mais séria.

    — Vai ficar com raiva o resto da viagem? Não adianta ficar assim.

    Cassian se virou para ele com os olhos estreitos, ainda processando tudo o que estava acontecendo.

    — Não estou com raiva. — Ele respondeu com uma calma forçada. — Só… fui surpreendido com Tály perdendo um duelo de mãos nuas.

    Helick, ainda com seu sorriso travesso, se aproximou e sussurrou.

    — Se não é ciúme é o que então? Só orgulho ferido, Cass? Não gosta da ideia dela parar de te olhar com aquela carinha de quem quer mas não tá sabendo pedir, mesmo depois daquilo a anos atrás?

    Cassian parou e encarou o irmão Dessa vez a seriedade no olhar chegava a ser amedrontadora ao ponto de Marco dar um passo para trás instintivamente.

    Helick parou por um momento, o sorriso dando lugar a um semblante mais controlado e sério.

    — Me desculpa. Extrapolei.

    Parecia que ele havia cruzado uma linha que não deveria ao mencionar o que havia acontecido no passado.

    Eles chegaram na entrada da hospedaria, a porta dupla era feita de vidro e deslizou automaticamente para os lados quando se aproximaram.

    — Mais dessas coisas estranhas que andam sozinhas sem magia. — Resmungou Cassian entrando na hospedaria.

    Helick e Marco vinham logo em seguida e um pouco mais para trás vinham Tály e Morgan.

    Phill estava em pé no hall de entrada aguardando o restante do grupo.

    — Vou mostrar-lhes seus quartos, me acompanhem.

    Eles subiram uma escada na lateral do cômodo e começaram a subir até o último andar.

    — Certo… Eu não reclamaria de um daqueles elevadores agora. — Resmungou Tály.

    O clima, no entanto, estava denso demais para que mais comentários surgissem.

    Após dezenas de degraus, chegaram ao último andar, onde uma porta de madeira esculpida com maestria os aguardava. Nela, um lobrasa fora entalhado em perfil, suas presas à mostra e labaredas que pareciam arder vivas na madeira.

    Phill se aproximou da escultura e pressionou os dedos indicadores e mindinhos contra os dentes expostos da criatura.

    Um brilho vermelho percorreu o entalhe, contornando o lobrasa antes que uma fenda surgisse no centro da porta, que se abriu silenciosamente para dentro.

    Os demais observavam a cena com expressões de fascínio — todos, exceto Morgan, que mantinha-se tranquilo, como se aquilo não fosse novidade.

    Quando o interior do recinto se revelou, a admiração apenas se intensificou.

    — Este é o Quarto do Imperador. — Anunciou Phill, indicando que entrassem.

    O grupo foi tomado por uma visão imponente. As paredes negras eram adornadas por tecidos vermelhos que pendiam com o símbolo do império bordado em dourado. Um tapete escarlate, delicado, mas resistente, cobria toda a extensão do piso, abafando o som de seus passos.

    No centro do aposento, uma cama colossal de madeira negra repousava, envolta por cortinas carmesins translúcidas, que balançavam suavemente com a corrente de ar. A iluminação provinha de velas espalhadas estrategicamente, lançando sombras dançantes pelo ambiente, um contraste acolhedor em relação à luz branca artificial que haviam encontrado antes.

    Em um canto, um amontoado de almofadas circulares em tons variados estava disposto de maneira convidativa, como se aguardasse alguém para afundar ali. Mas o que realmente prendeu a atenção do grupo foi um som deslizante sutil.

    Do outro lado do aposento, uma porta de vidro deslizou silenciosamente, liberando uma onda de vapor quente que se espalhou pelo ambiente. A névoa dissipou-se aos poucos, revelando primeiro a silhueta de Rhyssara, até que sua figura se tornasse nítida sob a luz bruxuleante das velas. Seus longos cabelos vermelhos, ainda molhados, colavam-se a sua pele úmida, destacando a intensidade de seus olhos azuis que pareciam brilhar mesmo na penumbra.

    A Imperatriz caminhou para fora do banho, envolta apenas em uma toalha vermelha, justa o suficiente para cobrir o essencial. Gotículas de água escorriam preguiçosamente por seus ombros e deslizavam pela curva de suas pernas, tornando impossível ignorar sua presença.

    Helick desviou o olhar no mesmo instante, o rosto ficando absurdamente quente quando encontrou os olhos de Nastya, que o observava de canto.

    Marco parecia paralisado, os olhos indecisos entre a tapeçaria e o chão, como se qualquer escolha errada pudesse selar seu destino. Até mesmo Redgar arqueou uma sobrancelha, surpreso demais para fingir indiferença.

    Mas Cassian…

    Por um instante, todas as preocupações do príncipe herdeiro se dissolveram. Seus olhos percorreram cada detalhe sem pressa, a expressão oscilando entre deslumbre e curiosidade. Antes que pudesse se conter, soltou um baixo assobio, seguido de um quase inaudível:

    — …Interessante.

    A única resposta de Tály foi um olhar estreito e nada agradável.

    — Bem-vindos. — A voz de Rhyssara soou tranquila, mas firme. — Normalmente, vocês ficariam em um dos quartos da hospedaria, mas deram azar. Hoje é um dia repleto de desafiantes, e não havia mais vagas disponíveis. Todos os quartos estão ocupados, então sintam-se à vontade para descansar nos meus aposentos.

    Cassian arqueou uma sobrancelha.

    — Quando eu estava começando a acreditar que você não tinha benefícios por ser Imperatriz…

    — Eu nunca disse isso. Apenas afirmei que, perante as leis e regras, sou uma cidadã como qualquer outra. Mas, devido à minha posição, tenho alguns privilégios.

    Os olhos do príncipe percorreram o cômodo. Seu olhar se fixou na ampla cama central, visivelmente confortável, mas claramente insuficiente para acomodar todos.

    — E onde iremos dormir?

    Rhyssara percebeu a insinuação na voz dele e sorriu de canto, sem se dar ao trabalho de responder. Em vez disso, fez um gesto sutil para Phill e Morgan. Sem hesitar, os dois se dirigiram às paredes laterais do quarto e apertaram botões camuflados sob as flâmulas do império. De imediato, camas ocultas começaram a deslizar para fora das paredes.

    — Os imperadores antes de mim gostavam de usar esses quartos para… se entreterem com o povo. — Rhyssara comentou com um toque de sarcasmo, enquanto caminhava até sua própria cama e simplesmente se jogava sobre os lençóis brancos, levemente rosados.

    Puxou um travesseiro recheado de penas, abraçando-o enquanto aninhava o rosto contra o tecido macio. A toalha era a única peça que cobria seu corpo.

    Houve um instante de silêncio absoluto.

    Não existia um único ser no aposento que não tivesse sua atenção fixada na imperatriz. Nem mesmo Helick conseguiu evitar um olhar fugaz.

    — Sei que seria difícil atenderem meu pedido sem um pequeno auxílio, então… — Rhyssara deslizou uma mão sob o travesseiro e retirou sua coroa. — Não olhem.

    O brilho vermelho preencheu o quarto e, no mesmo instante, todos desviaram os olhos, compelidos pela magia da joia.

    O som da toalha atingindo um canto do cômodo ecoou na mente de Cassian como um golpe, e a impossibilidade de vislumbrar a mulher que muitos consideravam a mais bela que já existira o fez quase delirar.

    Phill, sem demonstrar qualquer reação, organizou lençóis e travesseiros nas novas camas. Elas eram bem mais discretas que a principal, mas acomodariam os visitantes com conforto.

    — Agora descansemos, amanhã será um dia cheio. — Falou Phill se jogando em uma das camas.

    E assim o dia chegou ao fim.

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