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    O céu sobre Ossuia despertava em tons pálidos, tingido por um sol fraco que mal conseguia atravessar as nuvens espessas. O ar frio anunciava a proximidade do inverno, trazendo um contraste peculiar à paisagem árida daquela parte do continente.

    Cassian foi o primeiro a se levantar, sentindo o alívio do descanso bem-vindo. O uso do CSR e a noite em uma cama decente haviam restaurado suas forças. Ao seu redor, os outros despertavam em seu próprio ritmo. Helick alongava os ombros e as pernas, preparando-se mentalmente para o que estava por vir, enquanto Nastya, ágil e metódica, arrumava sua cama sem perder tempo.

    Os demais já estavam de pé e vestidos com suas armaduras. A porta se abriu com um rangido discreto, revelando Morgan e Phill empurrando uma mesa com rodinhas, repleta de pratos atrativos. O aroma das iguarias ossuianas preencheu o ambiente, um convite silencioso para a refeição.

    O café da manhã foi breve, mas revigorante. Entre bocados, o silêncio se impôs, não por desconforto, mas pela consciência do que os aguardava. A cada gole e mastigada, preparavam-se, não apenas fisicamente, mas mentalmente.

    Helick mal sentia o gosto da comida. Seus pensamentos estavam fixos no objetivo final: o Castelo Negro. Quando chegassem lá, a visão simplesmente aconteceria, como em Lyberion? E se não acontecesse? O que tudo aquilo realmente significava? As dúvidas fervilhavam em sua mente, até que uma voz firme as dissipou.

    Rhyssara se levantou, o olhar leve cortando a hesitação no ar.

    — Está na hora de partirmos.

    O grupo deixou a hospedaria, cruzando a cidade interna da Muralha dos Corajosos sob o teto coberto de aço e pedra. O ar frio da manhã carregava um estranhamento para o grupo que quase derreteu no caminho até chegar ao império. A mudança de clima era algo realmente notável.

    A cidade interna estava mais movimentada do que nos dias anteriores. Pessoas se reuniam em grupos animados, murmurando sobre as batalhas que ocorreriam na Muralha dos Corajosos. Homens e mulheres de diferentes idades e origens caminhavam na mesma direção que eles, deixando claro que o evento do dia era aguardado por muitos.

    — Vocês ficaram sabendo? Trenton e Suzano irão lutar hoje! — Comentou um homem animado para um grupo de amigos.

    — Sim! — Respondeu uma mulher animada. — Quem foram os loucos que desafiaram os dois mais fortes da Cidade dos Corajosos? Ouvi dizer que eles só não subiram para a Cidade de Ferro, porque gostam de ser os mais fortes e não ter desafios tão frequentemente.

    — Sim! Eles devem estar bem irritados que alguém da Muralha Externa está os desafiando. Coitado desses caras!

    O grupo de entusiastas começou a correr em direção aonde seriam as batalhas, eles realmente queriam pegar os melhores lugares.

    — Parece que teremos um público animado — Cassian comentou, observando a cena.

    — Isso só aumenta a responsabilidade — Helick respondeu, ajustando a bainha de sua espada na cintura enquanto caminhava.

    A arena da Muralha dos Corajosos logo surgiu à frente, imponente contra o horizonte. Ela ficava logo depois de onde o grupo havia dado os nomes e feito os desafios.

    Construída com colossais blocos de pedra escura, sua estrutura se estendia como um imponente coliseu. A fachada era adornada com esculturas de guerreiros lendários de Ossuia, seus rostos esculpidos eternizando a bravura daqueles que haviam lutado ali.

    Uma das faces entalhadas lembrava a da estátua que ficava em frente do Departamento de Pesquisa e Estratégia. Seja quem fosse aquele homem, era alguém importante para os ossuianos.

    Conforme se aproximavam, o som da multidão crescia. A arquibancada, gigantesca e semicircular, estava lotada de espectadores ansiosos. Pessoas das mais variadas aparências e vestes se misturavam entre os assentos, trocando palpites e especulações sobre os combatentes do dia.

    Os portões de entrada estavam ladeados por guardas de armaduras vermelhas, que mantinham o fluxo de participantes e espectadores sob controle. Ao verem Rhyssara se aproximar, os soldados abriram passagem sem hesitação.

    — Bem-vinda de volta, Vossa Majestade — um dos guardas cumprimentou, inclinando a cabeça respeitosamente antes de lançar um olhar avaliativo ao restante do grupo. — Vejo que serão competidores no dia de hoje. Por gentileza, sigam pelo corredor à esquerda e virem na segunda direita para a sala de espera dos combatentes.

    Rhyssara não respondeu de imediato. Seu olhar percorreu as arquibancadas lotadas, a arena abaixo delas e os corredores que levavam aos bastidores da competição. Um aceno de cabeça acompanhado de um breve sorriso foi sua única resposta antes de seguir em frente.

    O grupo cruzou o portão principal, adentrando os corredores internos da arena. O cheiro de ferro e couro enchia o ar, misturado ao eco de vozes e ao tilintar de armas sendo afiadas. Quando chegaram à sala de espera, o ambiente já estava tomado por competidores que se preparavam para os desafios.

    A sala era ampla e rústica, iluminada por lamparinas penduradas em correntes presas ao teto abobadado. Em uma parede, fileiras de lanças, escudos e espadas artesanais estavam organizadas meticulosamente, cada uma forjada por mãos experientes. O espaço era repleto de bancadas e bancos de madeira, onde guerreiros afiavam suas lâminas, ajustavam armaduras e murmuravam estratégias entre si.

    Um grupo próximo debatia sobre os confrontos do dia, enquanto outros competidores se concentravam silenciosamente, alguns de olhos fechados, respirando fundo, e outros testando a mobilidade de suas armas e armaduras. O burburinho era constante, mas havia uma tensão palpável no ar.

    — Hoje teremos quinze combates — comentou Morgan, observando a movimentação ao redor. — Parece que todas as vagas foram preenchidas.

    Helick percorreu o olhar pelos guerreiros reunidos. Alguns vestiam armaduras reforçadas com placas metálicas e couro, mas o que chamou sua atenção foram aquelas com fios e placas verdes estranhas em seu interior. O que seria aquilo?

    Ele sentiu a presença sutil de mana no ambiente, algo discreto, mas existente.

    — Hey, Helys — Cassian o chamou, movendo-se ao lado dele. — Consegue sentir a mana aqui?

    — Sim. Mas são poucos os que possuem ARGUEM entre os competidores.

    Cassian franziu o cenho, como se ponderasse sobre algo. Então, sua expressão se fechou um pouco mais.

    — E do outro lado da arena? Consegue sentir algo?

    Helick expandiu sua percepção e a resposta veio quase de imediato.

    — Sim. Quase todos de lá são portadores de ARGUEM.

    Cassian soltou um suspiro baixo e cruzou os braços.

    — Então os desafios são justos, hein?

    — Como assim?

    — Esses caras aqui… — ele gesticulou de forma discreta para os combatentes que estavam ao redor. — Você acha que eles realmente têm alguma chance contra usuários de ARGUEM?

    Helick cruzou os braços, pensativo.

    — Não podemos saber. Nós mesmos enfrentamos usuários de ARGUEM antes de despertarmos os nossos. E vencemos.

    Cassian soltou um riso curto.

    — Vencemos, mas foi por pouco. E nós tivemos treinamento militar desde cedo. A maioria aqui nem deve ter tido esse tipo de preparo.

    Helick olhou ao redor novamente, agora com um olhar diferente. Muitos dos guerreiros pareciam experientes, suas posturas denunciavam anos de combate real. Mas, como Cassian havia apontado, sem um ARGUEM, enfrentar um portador era quase impossível.

    — Eles que lançaram o desafio, então devem saber bem com o que estão lidando, mas, você não costuma se importar tanto com esse tipo de coisa — comentou Helick, arqueando uma sobrancelha. — O que aconteceu?

    Cassian deu de ombros, desviando o olhar por um momento antes de voltar a encará-lo.

    — Nada. Só que essa tal “meritocracia” não parece tão justa quanto dizem.

    Antes que Helick pudesse responder, um som profundo e estrondoso cortou o ar. Uma trombeta soou pelos corredores da arena, reverberando como o rugido de uma fera despertando. O burburinho cessou instantaneamente, e todos os combatentes ergueram a cabeça, atentos.

    Morgan inspirou fundo.

    — A primeira luta vai começar.

    Os portões diante deles rangeram ao se abrir, revelando o caminho que os levaria até a arena. Helick trocou um olhar rápido com Cassian, a adrenalina começando a correr em suas veias. Não havia mais tempo para dúvidas.

    Era hora de provar seu valor.

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