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    No coração da arena, onde o solo era um mosaico de rachaduras forjadas pelo impacto de incontáveis batalhas, um homem erguia-se no centro do coliseu. Seu porte era imponente, o peito largo e musculoso, ostentando cicatrizes como troféus de guerras passadas. Os cabelos negros caíam em uma cascata selvagem sobre os ombros largos, e o sorriso afiado estampado em seu rosto exalava pura confiança enquanto um fio saia de sua orelha e se posicionava na lateral de sua boca com a ponta coberta por uma pequena espuma. Este era Hermes, o Arauto da Luta, a voz da arena e o mensageiro da glória e da derrota.

    — BEM-VINDOS, BRAVOS DESAFIANTES E DESTEMIDOS GUERREIROS! — sua voz foi amplificada pelo equipamento em sua face e foi ouvida claramente pelos corredores e arquibancadas, arrastando a atenção de cada espectador. — Hoje testemunharemos os desafios que determinarão quem merece um lugar na lendária Cidade dos Corajosos! Os que ousaram desafiar os residentes deste grande lar do mérito e da força! Aqueles que acreditam ter coragem e habilidade suficientes para provar seu valor! — Ele abriu os braços, girando no centro do coliseu. — Mas lembrem-se, coragem não basta! Apenas os verdadeiros campeões conquistarão o direito de permanecer aqui!

    O público rugiu em resposta, socando os pés contra as arquibancadas, inflamado pelas palavras de Hermes. Ele ergueu um punho para silenciar a multidão antes de continuar:

    — E para abrir este grandioso espetáculo, temos um combate que carrega um peso maior do que qualquer outro de hoje! — Sua voz diminuiu um tom, carregada de um respeito raro. — Pois esta é a terceira e última tentativa de um homem que já foi derrotado duas vezes. Duas humilhações que teriam esmagado qualquer outro espírito. Mas ele não se deixou abater. Ele se ergueu mais uma vez. Para ele, hoje só existe vencer ou vencer!

    Hermes virou-se para um dos portões da arena e estendeu a mão. — THOMAS DA MURALHA EXTERNA, APRESENTE-SE!

    As portas de ferro rangeram ao se abrir, e da escuridão surgiu a figura de um homem calvo e de barba falha e profundas olheiras, marcado pela persistência e pela fome de redenção.

    Thomas avançou para o centro da arena, sua respiração pesada, mas firme. Sobre seu torso, usava o que parecia ser a lateral de um peitoral de armadura azul, cobrindo seu peito e ombro esquerdo, enquanto o restante da veste se estendia por todo o braço até a mão. Nos dedos, pequenos furos apareciam na parte superior, um detalhe sutil, mas essencial para sua estratégia. O restante do corpo estava blindado por uma camada de metal que era visivelmente menos reforçada que o resto, mas que ainda fornecia certa proteção.

    Ele cerrou os punhos, sentindo a rigidez do material que agora era parte de sua última esperança.

    “Dessa vez…” pensou consigo mesmo, os olhos fixos no solo marcado de batalhas passadas. “Dessa vez, eu aprimorei meu traje para sua versão mais poderosa. Dessa vez, eu escolhi o oponente certo. Eu desafiei o mais fraco da Cidade dos Corajosos. Dessa vez… vai dar certo!”

    Seu coração acelerou ao lembrar-se do que estava em jogo. A ascensão. O direito de finalmente viver uma vida melhor. Tudo dependia dessa luta.

    Hermes, ainda no centro da arena, ergueu o braço e apontou para o lado oposto.

    — E do outro lado, defendendo sua posição na Cidade dos Corajosos, o rosto mais conhecido desta arena! Muitos o subestimam por estar na classificação mais baixa da cidade, mas esquecem de um detalhe crucial…

    Ele abriu um sorriso largo, deixando o suspense tomar conta do público antes de finalizar:

    — Ele nunca perdeu um desafio! Com vocês… MARLIN DA CIDADE DOS CORAJOSOS!

    A multidão explodiu em gritos e assobios quando as grandes portas opostas se abriram, revelando uma figura imponente.

    Marlin avançou sem pressa, seus passos firmes ecoando pelo coliseu. Um homem de meia-idade, pele escura e expressão carrancuda, de quem já havia passado por batalhas demais para se impressionar. A barba cheia descia até o peito, e o cabelo denso e volumoso crescia de maneira arredondada, formando uma coroa de fios espessos ao redor de sua cabeça.

    Ele vestia uma jaqueta aberta que deixava à mostra músculos bem definidos, forjados pela repetição de combates incansáveis. Em cada mão, segurava uma faquinha fina, as lâminas refletindo o sol.

    Marlin olhou para Thomas, depois para Hermes, e suspirou, girando as facas entre os dedos.

    — Mais um desafio. — Sua voz era grave, mas carregada de tédio. — O quarto só esse mês… Que saco.

    Enquanto isso, no interior da sala de preparação, um silêncio tenso pairava no ar.

    Cassian e Helick estavam de pé próximos a uma das janelas altas, de onde tinham uma visão privilegiada da arena. A multidão rugia do lado de fora, vibrando com as palavras de Hermes, enquanto os dois príncipes absorviam a cena.

    — Eles realmente transformam isso em um espetáculo — comentou Cassian, os olhos acompanhando o narrador que girava no centro da arena, como se apresentasse uma peça teatral.

    Helick, com os braços cruzados, não desviava o olhar do campo de batalha. Seu semblante estava carregado de concentração.

    — Não é só espetáculo. Para eles, é um meio de ascensão — respondeu, observando atentamente Thomas da Muralha Externa se posicionando para lutar.

    Cassian ergueu uma sobrancelha.

    — Ele está tentando pela terceira vez não é? O que isso significa?

    — Que é a última chance dele — acrescentou Rhyssara, que observava tudo com os braços cruzados. — Se ele perder aqui, ele jamais poderá ascender.

    Helick trocou um olhar com Cassian observando Marlin.

    — Ele não parece muito empolgado.

    Rhyssara sorriu de canto.

    — Não precisa estar. Se ele nunca perdeu, isso significa que sempre foi desafiado… e sempre venceu.

    O som de uma trombeta ecoou pela arena.

    O combate estava prestes a começar.

    A trombeta ecoou pela arena, e o silêncio que se seguiu foi quase absoluto. A multidão, vibrante e cheia de expectativa, aguardava o início do combate. Thomas e Marlin estavam posicionados, ambos prontos para provar seu valor, mas o peso da luta era diferente para cada um.

    Thomas da Muralha Externa ficou imóvel por um momento, o olhar fixo no seu oponente, enquanto seus músculos se preparavam para o que viria. Sua armadura, ainda mais imponente com os ajustes recentes, cobria seu corpo com um tom metálico, e as costuras reluziam sob a luz intensa da arena. Ele não estava ali apenas para lutar, mas para vencer.

    Marlin, por outro lado, parecia relaxado, com uma expressão entediada enquanto girava suas facas com precisão, como se já tivesse repetido aquele movimento inúmeras vezes. Ele estava acostumado a desafios, mas a luta contra alguém como Thomas poderia ser mais interessante do que os outros. Ele olhou para as facas em suas mãos, sentindo a leveza e o equilíbrio que elas ofereciam. No fundo, não subestimava o oponente, mas se sentia confiante em sua agilidade e habilidades.

    Hermes, no centro da arena, levantou a mão, e o silêncio se aprofundou. Sua voz, forte e clara, reverberou nas paredes da arena.

    — O combate começa em… agora!

    Imediatamente, Thomas avançou com um movimento pesado, os pés batendo com força contra o chão de pedra. A armadura parecia quase impenetrável, e ele não hesitou em lançar seu corpo contra Marlin, buscando um golpe direto.

    Marlin esquivou-se com facilidade, saltando para o lado e deixando Thomas passar ao seu lado. Ele não perdeu a oportunidade e, com um movimento fluido, girou uma das facas em direção ao lado exposto de Thomas, tentando aproveitar a brecha no seu movimento desajeitado. A lâmina cortou o ar, mas Thomas, com reflexos rápidos, bloqueou o ataque com a lateral de sua armadura. O impacto foi nítido, mas o que ninguém percebeu, exceto o próprio Thomas, foi que, ao absorver o golpe, ele sentiu a energia fluir para dentro de seu traje.

    Foi nesse momento que a verdadeira surpresa surgiu.

    Thomas, agora com a energia absorvida do impacto do ataque de Marlin, sorriu por dentro. Seus olhos brilharam enquanto ele rapidamente se preparava para reagir. Com um movimento rápido, ele se afastou, e apontou seus dedos na direção do oponente e eles liberaram rajadas rápidas e afiadas de eletricidade, como flechas invisíveis disparadas de seus dedos. As primeiras “flechas elétricas” cortaram o ar com uma velocidade impressionante, indo em direção a Marlin, que teve pouco tempo para reagir.

    Marlin, surpreso, precisou saltar para o lado em um esforço frenético, esquivando-se das flechas que quase o atingiu. Seu corpo se moveu com uma agilidade quase sobrenatural, mas ele não conseguiu evitar que uma das flechas rasgasse sua jaqueta, deixando uma marca chamuscada. Ele se levantou rapidamente, a expressão de tédio agora misturada com uma leve preocupação.

    — O que foi isso?! — ele murmurou para si mesmo, observando a energia que parecia fluir pela armadura de Thomas. — Achei que ele fosse um Órfão!

    Hermes, no centro da arena, estava animado, sua voz reverberando por todo o estádio.

    — O que temos aqui? Um poder desconhecido de Thomas da Muralha Externa! Ele está usando a energia absorvida pelos impactos para disparar… O que parecem ser flechas elétricas de seus dedos! Isso muda o rumo da batalha! Como sempre os Órfãos mostrando que podem competir com portadores de ARGUEM usando a tão poderosa tecnologia!

    Dentro da sala de preparação, os príncipes de Lyberion estavam visivelmente surpresos. O impacto da cena parecia ter congelado o momento.

    — O que foi aquilo?! — Helick gritou, os olhos fixos na arena, claramente atônito com a descoberta.

    — Aquilo foi claramente uma técnica mágica! — Marco exclamou, os punhos cerrados, ainda tentando entender o que acabara de acontecer. Ele olhou rapidamente para os outros, como se esperasse uma explicação.

    — O que seria isso que eles chamaram de “tecnolofogia”?! — Tály perguntou, inclinando a cabeça, visivelmente confusa com o termo desconhecido, e observando o campo de batalha com mais atenção, tentando perceber o que se passava.

    Morgan, que estava ao lado de Tály, deu um passo à frente, com um olhar mais esclarecido.

    — É tecnologia. — Ele corrigiu calmamente, a voz tranquila, mas cheia de certeza. — São as maravilhas que podemos alcançar sem depender de magia, usando apenas os materiais da natureza.

    Rhyssara, com os braços cruzados e o olhar fixo na luta, deu um pequeno passo para frente, aproximando-se mais da janela.

    — Também usamos outro nome. — Começou Rhyssara, com os olhos fixos na luta, sua voz séria. — Ciência!

    O som das flechas elétricas disparadas por Thomas ressoou pela arena, mas, enquanto os príncipes observavam, algo parecia mudar no ar. Hermes, ainda empolgado, não percebia a tensão crescente.

    Marlin, embora visivelmente abalado pela surpresa, reagiu rápido. Com um movimento ágil, ele desviou das próximas flechas e fez uma rápida aproximação de Thomas, usando a confusão para tentar uma investida. Seu corpo se movia como uma sombra, sua habilidade com as facas agora mais afiada do que nunca. Thomas, com a energia já acumulada, manteve-se atento, esperando o momento certo.

    — Isso não vai ser fácil — murmurou Helick, observando a postura de Thomas.

    Cassian, ao seu lado, franziu a testa.

    — Ambos têm truques na manga. A luta mal começou, mas vejo que Marlin não será um adversário simples, mesmo sendo considerado o mais fraco.

    Dentro da arena, os olhares dos combatentes se cruzaram, ambos prontos para o próximo movimento decisivo. A energia de Thomas ainda fluía por sua armadura, enquanto Marlin ajustava sua posição, esperando um erro para atacar. O suspense estava no ar — ambos estavam em seu limite, e o combate estava prestes a se intensificar.

    E quando o choque final acontecesse, apenas um deles poderia sair vitorioso.

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