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    A arena fervia em euforia. A multidão ainda vibrava com o desfecho brutal da luta anterior, gritos de entusiasmo e vaias misturando-se no ar pesado de suor e sangue. O eco de tambores ressoava pelas arquibancadas, impulsionando a energia do Coliseu como uma tempestade prestes a desabar sobre o próximo combate. O rugido ensurdecedor da plateia tornava cada batida do coração uma explosão dentro do peito dos espectadores.

    Marlin atravessava a arena com a confiança de um rei, ignorando os ferimentos e a exaustão evidentes em seu corpo. Seu sorriso cínico permanecia estampado no rosto enquanto caminhava em direção à grande passagem frontal. Essa saída levava diretamente para a Cidade dos Corajosos, onde apenas os vencedores poderiam pisar, um símbolo da ascensão que Thomas sonhava, mas jamais alcançaria. O calor do triunfo o envolvia, enquanto a multidão gritava seu nome em uníssono.

    Atrás dele, Thomas não recebia a mesma aclamação. Seu corpo ainda tremia de dor, o sangue manchando sua armadura destroçada. Seus olhos estavam fixos no chão enquanto seguia o caminho dos derrotados: a saída dos fundos que levava de volta à Muralha Externa. Cada passo era um peso esmagador de humilhação e fracasso. Acima do portão de saída da areba, as pessoas observavam sua partida, alguns com pena, outros com desprezo. Thomas sabia que jamais teria outra chance.

    No alto da arena, Hermes se levantou, gesticulando para silenciar a multidão. Seus olhos brilhavam com expectativa enquanto erguia a voz, anunciando o próximo confronto:

    — SENHORAS E SENHORES, SEM MAIS DEMORAS! O PRÓXIMO DUELO JÁ ESTÁ SOBRE NÓS! DE UM LADO, AQUELE QUE TEM MORADA NO CASTELO NEGRO! CONHECIDO COMO MÃO DO IMPÉRIO, O PRÓPRIO IRONFIST! MOOOOORGAN! DO OUTRO, UM DOS POUQUÍSSIMOS ÓRFÃOS QUE CONSEGUIU A ASCENÇÃO! ELE QUE JÁ LUTOU E DERROTOU VÁRIOS PORTADORES DE ARGUEM USANDO APENAS SUAS FIÉIS ARMAS DA CIÊNCIA! KROASK!

    De dentro da sala de preparação dos desafiantes, Morgan começou a se alongar.

    Os demais que estavam presentes além do grupo, olharam para ele incrédulos, quase como se vissem uma celebridade diante de si.

    — Ora, mas que reação é essa? — Resmungou Cassian. — Eles reconheceram Rhyssara assim que chegamos e só cumprimentaram brevemente, agora esse cara parece ser a última banana do cacho?

    Rhyssara riu pela breve indignação de Cassian, mas explicou:

    — Eu tenho que ficar andando pelo império para resolver várias coisas e sempre tenho que passar por esses desafios. Eles já quase se acostumaram comigo. Mas Morgan é diferente.

    Aquele chamado de Mão do Império então se encaminhou para a arena.

    A multidão foi ao delírio assim que avistou Morgan atravessando os portões. Gritos ensurdecedores reverberavam pelo Coliseu, bradando seu nome como se ele fosse um herói lendário. Mas, quando os primeiros passos do próximo desafiante ecoaram na escuridão da entrada oposta, a empolgação deu lugar a um silêncio expectante.

    Passos firmes, metálicos, ressoavam pelo túnel sombreado, cada um deles carregado de suspense. O que aquele homem, um simples Órfão da Muralha Externa, traria contra alguém que já havia atravessado a Muralha Central?

    Então, Kroask emergiu à luz.

    O sol refletiu em sua armadura negra, forjada em placas metálicas que cobriam seus ombros, braços, cintura e pernas. Entre as juntas da estrutura, feixes de luz azul pulsavam em padrões rítmicos, como se o próprio traje respirasse. Onde o metal não alcançava, uma roupa de couro cinza apertada envolvia seu corpo, permitindo mobilidade sem comprometer a proteção.

    Morgan o observou atentamente. O rosto de Kroask era mais envelhecido do que se lembrava, a pele parda marcada não apenas pelo tempo, mas por queimaduras que Morgan sabia não terem sido causadas pelo sol, e sim por incontáveis horas soldando, montando e aprimorando suas criações.

    Uma lembrança amarga do passado os envolveu por um instante, mas foi quebrada quando Morgan, mantendo um sorriso despreocupado, colocou as mãos nos bolsos e falou:

    — Vejo que melhorou seus brinquedos desde a última vez que nos vimos, Kros.

    Kroask o encarou sem esboçar reação imediata. Seus olhos, antes cheios de ambição juvenil, agora eram duros, avaliadores. Quando enfim respondeu, sua voz soou grave e rouca, carregada de algo que Morgan não soube dizer se era cansaço ou rancor contido.

    — Sim. — Ele inclinou levemente a cabeça, como se pesasse as palavras. — Muita coisa aconteceu nesses cinco anos desde que você ascendeu e me deixou para trás.

    O sorriso de Morgan se desfez aos poucos. Ele sustentou o olhar do outro, buscando um traço da antiga amizade, mas tudo o que encontrou foi a muralha invisível que o tempo e a desigualdade ergueram entre eles.

    — Eu não te deixei para trás — respondeu, mantendo o tom sereno, mas firme. — Só aconteceu de…

    — A magia escolher você — Kroask o interrompeu, a voz mais cortante agora. — E te tornar uma máquina de matar a mando de quem estiver acima de ti na hierarquia.

    A tensão se espalhou pelo Coliseu. A plateia, antes em silêncio, começou a murmurar em antecipação. Hermes, sempre atento ao espetáculo, não perdeu a oportunidade de alimentar a chama daquele confronto.

    — SENHORAS E SENHORES! PARECE QUE OS DOIS LUTADORES SE CONHECEM! E NÃO APENAS ISSO… HÁ RANCOR NESTA ARENA! UMA LUTA PESSOAL ESTÁ POR VIR?! TOMARA QUE SIM! ESSAS SÃO AS MELHORES!

    O público rugiu de excitação.

    Lá embaixo, na areia da arena, Morgan e Kroask continuavam imóveis, estudando um ao outro. O passado ainda pairava entre eles. Mas logo seria soterrado pelo combate.

    O som estridente de uma trombeta cortou o ar, silenciando a multidão por um breve instante antes de explodirem em gritos ensurdecedores. Era o sinal que todos esperavam. O combate havia começado.

    Kroask avançou sem hesitação, seus pés se cravando no chão de areia enquanto sua armadura exoesquelética zumbia com a liberação de pressão dos atuadores hidráulicos. Cada passo era acompanhado por um ruído metálico, o vapor escapando das juntas do traje enquanto os servomecanismos aumentavam sua aceleração. Ele partiu para cima de Morgan como um projétil humano, os olhos cravados no oponente com uma determinação fria e feroz.

    Morgan, por sua vez, manteve-se imóvel por um segundo a mais do que qualquer lutador sensato ousaria. Seu olhar não demonstrava medo nem tensão, apenas uma calma irritante, como se aquele confronto fosse apenas mais um dia comum. Com um movimento fluido, ele retirou as mãos dos bolsos, revelando seu par de demolidores, peças metálicas ajustadas perfeitamente a cada um de seus dedos, que envolviam seus punhos com um brilho opaco.

    — Tsc… Direto ao ponto, hein, Kros? — murmurou, girando os ombros em um leve alongamento antes de fechar os punhos.

    O impacto foi imediato. Kroask não perdeu tempo e disparou um soco mirando o peito de Morgan. A potência assistida pelo exotraje fez o ar vibrar ao redor de seu punho, mas o punho de Kroask atingiu apenas o vazio.

    Morgan já não estava mais lá.

    A poeira ergueu-se do solo quando o Mão do Império se moveu a uma velocidade que os olhos da plateia sequer conseguiram acompanhar. Um instante ele estava parado; no outro, estava ao lado de Kroask, já desferindo um golpe.

    BOOM!

    O punho reforçado de Morgan atingiu o ombro da armadura de Kroask, afundando o metal com uma onda de choque. O impacto foi tão brutal que abriu uma cratera no chão e lançou Kroask para trás como se fosse um pedaço de metal descartado. Ele se chocou contra a parede da arena, rachando as pedras no impacto.

    A plateia ofegou em choque. Alguns chegaram a pensar que a luta já havia acabado ali.

    Mas então, antes mesmo da poeira baixar, um estrondo ecoou.

    Kroask emergiu dos escombros, a respiração pesada, mas sem um arranhão visível. A armadura emitiu um zumbido, os servomecanismos realinhando as partes danificadas. Uma fina camada de poeira e fuligem caiu de seus ombros quando ele ergueu a cabeça e sorriu.

    — Nada mal. Mas eu vim preparado pra isso.

    No mesmo instante, os motores de impulso de seu traje se ativaram, e ele disparou contra Morgan mais rápido do que antes. Dessa vez, não era apenas força bruta. Kroask ativou seus giroscópios internos para recalcular sua trajetória no meio do avanço, mudando de direção no último segundo e tentando acertar Morgan pelas laterais.

    Mas Morgan ainda era mais rápido.

    Os golpes que deveriam acertá-lo passaram por espaços vazios. Ele se movia como um vulto, desaparecendo e reaparecendo com deslocamentos curtos, evitando cada ataque com mínima margem. Seus pés mal tocavam o solo, sua percepção e velocidade elevadas pelo ARGUEM.

    Kroask, porém, já esperava isso.

    Ele girou no próprio eixo e, em um piscar de olhos, ergueu a perna. CLANK! A placa metálica de sua perna esquerda se abriu, revelando um canhão embutido.

    Morgan franziu o cenho.

    KA-THOOM!

    Um disparo explosivo emergiu do canhão da perna, acompanhado por um clarão azul. O impacto da explosão lançou uma onda de choque pela arena, e Morgan mal teve tempo de desviar antes do golpe atingir o chão onde ele estava. A explosão abriu uma cratera profunda na areia, fumaça subindo em espirais.

    Antes que Morgan pudesse reagir, Kroask avançou novamente, usando a força da explosão para se impulsionar no ar. Ele desceu com ambos os punhos cerrados, mirando a cabeça de Morgan com um golpe vertical devastador.

    BOOM!

    Morgan bloqueou cruzando os antebraços, mas o impacto fez seus pés afundarem no chão. Um trovão metálico ecoou pelo Coliseu quando os dois permaneceram travados por um segundo, a pressão do golpe fazendo os músculos de Morgan tensionarem.

    O público estava hipnotizado.

    Morgan sorriu.

    — Certo, isso vai ser divertido.

    Num instante, ele desapareceu de novo. E então… o som veio antes do golpe.

    BANG!

    Morgan reapareceu atrás de Kroask. Seu punho ainda estava estendido.

    O corpo de Kroask tremulou no mesmo instante, como se um choque tivesse percorrido seu traje. Uma onda de pressão estourou ao redor do impacto, e, um segundo depois, um som atrasado ecoou—o som do golpe finalmente alcançando os ouvidos da plateia.

    Kroask foi lançado como um projétil, batendo contra a parede da arena e rachando-a ainda mais.

    A multidão explodiu em gritos.

    Morgan girou os ombros e estalou o pescoço.

    — Vamos ver quanto tempo esse seu brinquedo aguenta.

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