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    Região da praia

    Agora, revestido de sua energia interior, nem as pisadas que levantavam estrondos e o derrubavam o afetavam. Agora, Fred, numa postura imponente, carregava duas esferas alaranjadas do tamanho de uma bola de basquete.

    — Toma!!!

    Recuando os braços, arrastou-os ao limite, arremessou aquelas duas esferas, que rasgaram o vento, aumentando de tamanho à medida que se aproximavam do alvo.

    Os primeiros dois dinossauros foram derrubados, alguns dos ossos se quebrando no processo, enquanto outros três seguiam avançando. Ao passo que o pterodáctilo apareceu furtivamente por trás, tentando o arrastar com o seu vento, mas Fred pulou tão alto, que podia contemplar as costas do animal.

    No meio do ar, elaborou uma esfera e arremessou.

    Por pouco, o pterodáctilo não se safava, carregando algumas rachas nos seus ossos. Depois disso, voo o mais alto que pôde, temendo ser alcançado.

    Assim, Fred se deu um soco na queixo que o arremessou um pouco mais alto, na altura do pterodátilo, embora a distância fosse bastante grande. Aproveitou aquele instante e lançou uma esfera para ele antes de mergulhar de cabeça contra os dinossauros, que o esperavam ali em baixo, de boca aberta.

    Naturalmente, o golpe ao pterodáctilo não teve efeito.

    Contudo, Fred teve sucesso no seu mergulho que parecia um cometa, segurando duas esferas e, com isso, foi capaz de destruir o interior ósseo de um dos dinossauros, assim como havia feito com os outros dois. Agora, arrastando o punho contra o outro, quebrou suas pernas ósseas e o deitou abaixo, avançando rapidamente ao outro, que, com um salto, teve seu crânio destruído.

    Assim, Fred capturou seu amigo em seus braços de lá dentro e parou sobre a face das águas, contemplando sua obra. Todos os dinossauros terrestres haviam sido derrubados e agora faltava apenas o pterodáctilo aéreo que se aproximava de onde estavam os seus companheiros em alta velocidade, rasgando o vento.

    Nesta altura, Fred, colocando Zernen a metros daqueles animais, preparou em ambas as mãos duas esferas alaranjadas e as unificou em uma supergigante, elevando o braço acima enquanto dava um sorriso malicioso. No momento em que o pterodáctilo parou no seu alcance, lançando um rugido aos ossos, Fred não hesitou um segundo sequer em lançar aquela super esfera. Não se limitando a isso, mas percorrendo o caminho em que possivelmente o pterodáctilo rumaria caso se esquivasse.

    Um boom se ouviu, uma explosão que levantou poeira. Naquele momento, Fred não pôde ver mais nada, então, por precaução, decidiu recuar com o seu companheiro Zernen nos braços para o mais distante dali.

    Depois que a poeira baixou, seus olhos recuperaram a visão completa daquele campo e não acreditou no que via. O pterodáctilo estava intacto, protegido por uma montanha de ossos que haviam formado uma parede defensiva.

    — Impossível…

    Assim que o pterodáctilo rugiu, os ossos voltaram para baixo, mas não para descansar como Fred pensou, eles agora estavam se remontando aos outros enquanto a terra estremecia. Fred viu toda sua obra sendo frustrada quando, em alguns segundos, os dinossauros estavam todos em forma, sem faltar sequer um osso, e as rachaduras haviam desaparecido, não havia nem um sinal delas.

    — Isso não é trapaça?

    Fred deu uma rangida dentes, logo cerrando os punhos. Não precisou de uma análise profunda como a dos seus companheiros para saber que, quem estava revivendo os dinossauros era o pterodáctilo e se o pterodáctilo estava protegendo o homem dentro do seu ventre, significava que o verdadeiro alvo caso ele queira sair desse lop era derrotar o pterodáctilo e o homem dentro dele.

    — Não vou me desgastar, eu vou acabar com você!

    Cerrando os punhos, num zás, ele correu e saltou para cima de um dinossauro e ganhou impulso assim que pousou em um dos seus crânios, voando ao seu alvo enquanto arrastava o punho que cortou o vento em um som sibilante. No entanto… Enquanto recuava em alta velocidade, ossos apareceram na sua frente como barreira e detiveram aquela onda de vento, dando tempo para que voasse para bem longe em uma das nuvens que os olhos do Fred já não podiam mais o alcançar.

    Sem amparo, ele acabou caindo sobre a terra, se deparando com os dinossauros que rugiam para si. Estreitando os olhos, as veias tomando conta da testa e dos braços, ele arrastou o punho por aquela criatura e, usando de zigue-zague, derrubou os cinco dinossauros. E, como se não bastasse, lançou milhares de esferas enquanto imóveis no chão a fim de reduzi-los ao pó para que não pudessem mais se regenerar.

    Sobrando apenas destroços, ele lançou seus olhos aos céus, aguardando o pterodáctilo voltar à superfície para derrubá-lo na primeira chance.

    — Venha reviver seus meninos!

    De repente, Fred ouviu um som agudo que poderia facilmente estragar os seus ouvidos, fazendo com que elevasse as mãos aos ouvidos, se perguntando o que era aquilo. No entanto, não tardou a obter sua resposta. Os ossos que ele havia reduzido a pequenos pedaços começaram a se juntar para o seu espanto.

    — Mas o quê?!

    Agora, muito mais rápido, mas não o suficiente para o Fred derrubá-los antes que se formassem por completo. O problema era que, à medida que o animal piava com aquele grito sonoro ensurdecedor, os dinossauros obedeciam e se recompunham novamente.

    Fred, cansado de repetir o mesmo processo, agora com sua mana toda esgotada enquanto suspirava ofegante, colocava as mãos contra os joelhos.

    — Ah, agora ferrou…

    Os dinossauros estavam ali de volta e ele não tinha mais força para os combater.


    Região do pântano

    Respondendo ao chamado do Oceano, o homem de pântano numa rapidez abismal, estava desferindo um golpe horizontal que rasgou o vento e teria transpassado o pescoço do Oceano, não fosse ele ter recuado a cabeça para baixo.

    Aproveitou aquele momento e deu uma joelhada no abdômen do homem do pântano, roubando gotículas de saliva enquanto a pressão o arremessava contra o vento.

    Naquele momento, agora recomposto, Oceano lançou uma grande esfera, mas que fora fatiada em dois pela lança e dissipada, um vento se dispersando para ambas as laterais.

    Mas não parou por aí. Nos segundos em que o homem se ocupava em cortar o ataque, Oceano apareceu como uma segunda investigada, dando um soco que foi amparado pela lança que não conseguiu resistir à pressão e quebrou-se, o soco do Oceano penetrando o abdômen e o jogando ainda mais alto.

    Com isso, Oceano desapareceu da vista do homem como se tivesse se teletransportado e apareceu por cima, dando um chute em suas costas no ponto da espinha dorsal.

    O homem desceu rapidamente e tombou sobre o chão, levantando uma explosão de areia que o omitiu completamente. Oceano pousou um pouco distante dele, logo vendo um soco a centímetros de acertar o seu rosto, no entanto… Foi ágil e desviou o soco, desferindo seu punho direito no peito do homem que voou novamente, derrubando uma árvore no processo, antes de aterrissar.

    Assim, Oceano começou a caminhar em direção a ele enquanto flexionava os punhos, seus músculos agora enrijecidos.

    O homem do pântano não demorou a levantar enquanto suspirava ofegante. Ainda assim, não deixando sua velocidade a desejar, desapareceu de vista dele e começou a correr em círculos, parecendo mais um vulto.

    Oceano girava seus olhos. E quando deu por si, tinha um soco na sua lateral prestes a atingi-lo. Só que quando ia segurá-lo, pareceu retroceder, girando novamente em círculo, enquanto levantava uma rajada de poeira.

    — Não adianta, eu consigo ver todos os seus movimentos…

    Toda tentativa de soco era recuada. O homem dos pântanos era inteligente o suficiente para saber que qualquer de suas investidas terminaria em fracasso, porque aquele homem já o havia superado. Ainda assim, quis levar isso ao fim.

    Mudou de estratégia e carregou troncos de árvores, começando a arremessar contra o Oceano como uma forma de distração para que seus ataques fossem mais eficazes, contudo, ele não esperava aquilo que sucederia.

    — Vou roubar um pouco da sua técnica…

    Oceano começou a girar em círculos, arrebatando os troncos e todos os objetos que estivessem dentro dos seus domínios. Sua velocidade era tão exorbitante que não se limitava a levantar meras rajadas, mas a erguer um tornado que engoliu tudo.

    No centro daquilo tudo, o homem do pântano se viu impotente e arregalou os olhos, agora sendo arrastado pelo tornado e agredido pelos objetos que estavam ali presentes. Depois que Oceano parou de correr, o vento se dissipou e aquela toda área estava tão devastada que uma cratera enorme havia sido criada.

    Seu oponente estava todo estraçalhado com feridas e arranhões que jorravam sangue. Logo, enquanto se aproximava para verificar se ainda estava vivo, um brilho tomou conta do corpo e uma explosão de purpurinas acabou emergindo, voando ao céu e dando a forma a um cetro com uma joia, que se assentou na terra para a surpresa do Oceano.

    Ávido, Oceano dirigiu-se ao cetro com a joia cristalina no seu centro e girou os seus olhos admirados por ela.

    — Será que isso é… — Algumas páginas de um livro com o desenho de um cetro e uma joia com tais semelhantes apareceram na sua mente. — Um cetro de barreira?

    Segundo o livro, aquele tipo de cetro de barreira era usado para conter feras mágicas em uma determinada área, inclusive Hengracia usava antes de se desenvolver outro artefato mais avançado, que mantinha o controle remoto de desativação e ativação de barreiras através de joias que eram sepultadas no fundo da terra e logicamente essas áreas ainda eram guarnecidas por soldados.

    Só que, diferente de feras, Oceano deduziu que era isso que provavelmente estava por trás do desaparecimento de sua magia. Nunca havia ouvido falar de uma barreira que restringia magia antes, que enfraquecia o oponente, sim, mas que restringia era algo fora do comum.

    Todavia, se aquele era um cetro de barreira, significava que o princípio para desfazê-lo era semelhante. Era só quebrar e, para isso, precisava ter uma mana superior à mana que foi imposta na joia, coincidentemente a mana de um aventureiro de rank A, possivelmente por essa supostamente ser considerada uma dimensão de nível A.

    Assim que o seu punho apertou, ela quebrou-se em estilhaços e então com isso veio um estrondo que balançava e sacudia aquela terra. Quando Oceano direcionou seus olhos ao céu, viu ele se quebrando como um espelho, rachaduras se espalhando em rápida velocidade e depois disso, todos os cacos cristalinos começaram a cair enquanto se desfaziam em pó.

    Semicerrando o punho, Oceano pôde sentir que sua magia estava de volta. Deu então, um sorriso de triunfo e formou um cubo ao seu lado. Subiu nele e voou ao céu, que lhe permitia uma vista melhor sobre o espaço em que estava.

    Assim que chegou, admiração tomou conta de seu semblante ao constatar um espaço que se dividia em cinco pontos e todos eles com uma ambientação diferente. Depois do centro em que se encontrava, no norte estava a praia e o mar, e com isso seu companheiro Fred, que batia de frente com aquele grupo de dinossauros, e também pôde identificar outro que se escondia numa das nuvens.

    Já ao sul havia uma savana e pedregulhos mais adiante, podendo avistar Jarves contra uma rocha enquanto lhe pegavam o cabelo com uma mulher que permanecia agachada.

    Agora na lateral direita, a oeste, estavam Theresa e Sond, que analisavam o cetro com a joia num ambiente de um bosque, mas por algum motivo suas vestes estavam mergulhadas em sangue, assim como o gramado.

    Já na lateral esquerda, a este, presenciou Meredith e irmão da Frida sendo combatidos por ossos em que o homem que estava no meio, entre eles, numa distância significativa, gesticulava suas mãos como se estivesse manipulando os seus ossos.

    Oceano ficou satisfeito que todos haviam se saído bem, ao menos, até aquele momento, porque agora as coisas estavam feias. Frida agora estava refém de alguns animais que a carregavam consigo. Jarves estava prestes a sofrer o golpe final por parte daquela mulherona.

    Meredith e irmão da Frida estavam estatelados, não parando de ser agredidos, enquanto o homem das carnes rumava a Meredith com uma faca em mãos.

    Agora o Fred estava prestes a ser devorado pelos dinossauros ósseos.

    Os únicos realmente que não precisavam de ajuda eram a dupla Theresa e Sond, que continuavam analisando a joia.

    — Tudo bem… — Deu um sorriso largo e formou quatro cubos, lançando seus olhos primeiramente no Fred que estava mesmo a centímetros de ser aniquilado e com isso, direcionou o cubo, destruindo de uma vez por todas aquele dinossauro, bem como os outros, atraindo os olhos do Fred ao alto, mas avistando apenas uma silhueta de tão longe que era, mas ele sabia muito bem que a pessoa que poderia usar aquele tipo de magia era o oceano.

    Ainda assim, não havia terminado, os dinossauros voltaram a se reconstruir. Então, o Oceano não tardou a direcionar seu cubo para a raiz dos problemas, o pterodáctilo escondido nas nuvens. Ele fugiu, se descolando em rápida velocidade para o outro ponto, porém o cubo do Oceano se dividiu em dois e o prendeu, agredindo-o até ser totalmente destruído, então o sangue derramado deu lugar a uma luz de purpurinas brilhantes, que originou um cetro de joias, mas sendo contida no céu por um dos cubos, antes que descesse a terra.

    Depois, lançou seus dois cubos em socorro a Frida e Jarves, massacrando os animais ao mesmo tempo, em que afastava a mulher dali. Ela havia sido ágil o suficiente para não ser pega, dando pulos atrás de pulos enquanto rangia os dentes, semicerrando os olhos.

    — Desculpa pelo que vou fazer… — Com um pingo de tristeza, Oceano gerou cinco cubos, que giraram em volta daquela mulher, a deixando espantada. Todos os seus pontos cardeais haviam sido preenchidos, então ela não tinha para onde escapar, apenas cerrava os punhos enquanto contemplava a rápida aproximação daqueles cubos. Tentou desferir socos, mas era inútil… Ela foi esmagada por aqueles cubos, sangue jorrando como pequenos chuviscos, deixando Jarves chocado e apavorado.

    O que havia restado do corpo virou purpurina e deu à luz a um cetro, que também foi contido pelo seu cubo.

    E em último lugar, direcionou seu cubo para o homem que babava no rosto da Meredith enquanto estava prestes a cravar aquela faca em seu corpo. O homem deu um salto, sentindo aquela investida, mas foi agredido por um segundo cubo, que apareceu às suas costas, sendo jogado contra o outro, que o conteve em seu interior.

    Impiedosamente, cerrando os punhos, o cubo encolheu tão rápido que esmagou o homem, deixando apenas litros de sangue e pequenos destroços de vísceras como evidência de sua existência. Estes tomaram o brilho de uma purpurina e se transformaram em um cetro.

    O espanto de pavor ficou impregnado na expressão de todos os que haviam visto o massacre de perto. Dito isso, Oceano reuniu todos os quatro cetros ao seu redor, atraindo os olhos de todo mundo para cima, naquela silhueta.

    Apertando cada uma das joias, Oceano as quebrou e um grande tremor tomou conta daquele espaço, as barreiras se quebrando em estilhaços e, por sua vez, se desfazendo em purpurinas.

    Mas o que sucedeu após foi terrível. Um portal que girava em forma de espiral se abriu na região do pântano, porém, todos os espaços começaram a se separar, rachaduras grandes rompendo a terra enquanto um estrondo tomava conta. A água do mar começava a invadir a praia em sua tremenda agitação, enquanto em outros lugares crateras surgiam e o chão se partia em rachaduras.

    O caos havia se instalado e a contagem regressiva para a travessia havia começado.

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