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    O portal se abriu, e passos reverberam por aquele espaço. Seus olhos laranjas, como os de um tigre, tremeluziram diante daqueles cristais em tom amarelado, que se espalhavam por aquela caverna, às paredes e ao teto pedregoso com formatos desregulares.

    Depois de analisar aquela caverna que continuava se estendendo nas profundezas de um breu não revelado, ele voltou seus olhos ao portal que se fechava. Um espanto tomou conta dele, seus traços se contorceram de confusão.

    Estava expectável que seus companheiros o haviam seguido, porém, não havia acontecido. Algo deu errado.

    Oceano alcançou, com a mão, seu queixo e começou a refletir, encontrando uma e única resposta possível: o portal permitia a entrada de apenas um.

    — Parece que ele nos pegou dessa vez… — murmurou, lançando seus olhos ao teto e cerrando seus punhos, ligeiramente indignado enquanto franzia as sobrancelhas suavemente. — Só posso depositar minha fé que eles conseguiram sair dessa, assim como antes o fizeram.

    Com essas palavras, Oceano seguiu explorando cada ponto daquela caverna, aproveitando comer um pouco daquelas pedras amareladas sem se importar com o gosto ou com a dureza. O que importava era que sua energia estava aumentando.

    Passando suas mãos pela superfície, parou no instante em que detectou pequenas teias de aranha. Então, retirou sua mão da parede, ficou em prontidão, sentindo o inimigo por perto e, por sua vez, pelos sons dignos de animais que vagueavam pelos esgotos, percebeu que o inimigo também havia percebido sua presença.

    Assim que encontrou o primeiro desvio da caverna, avistou uma infestação de aranha, ativando um cubo que o manteria seguro. Deixou a terra por alguns centímetros e seguiu voando, sendo de imediato bombardeado por aquelas aranhas que rapidamente teceram suas teias envolta do seu cubo, ofuscando totalmente sua visão.

    No interior do seu cubo, envolto ao breu, deu um sorriso enquanto sentava em pose de lótus. Após isso, estendeu seus braços, liberando uma grande pressão que desfez aquelas teias, bem, algumas ainda insistindo em permanecer agarradas, mas agora já tinha alguma visibilidade.

    Muitas das aranhas haviam sido esmagadas contra a parede devido à pressão, os escombros do seu corpo espalhados pelo chão e o seu sangue violeta cravado na parede, bem como ao seu redor.

    As poucas sobreviventes que sobraram, puseram-se a correr e Oceano fez questão de as seguir, ansiando localizar seu líder.

    Ainda não conseguia sentir a presença, o que significava que muito provavelmente estava distante ou estava omitindo sua presença.

    Mais adiante, havia uma escada que levava a uma entrada estreita, então teve que comprimir o espaço em que se encontrava ao ponto de conseguir atravessar sem nenhuma dificuldade. Depois que adentrou ao espaço que também era estreito, mas que ao fundo revelava uma passagem com uma parede de blocos, a luz que incendiava aquele correr chegava à gruta, permitindo visibilidade.

    As aranhas desapareceram. Oceano enfim atravessou para o corredor, que tinha o teto curvilíneo, ostentando lustres dourados, que alumiavam aquele corredor e levavam a um grande portão com designers de aranha, abrigando teias nas suas fechaduras e nas extremidades.

    Aquilo também podia se tratar de uma armadilha, pelo menos para alguém que não fosse ele. Mas sua magia ali era ideal para qualquer tipo de armadilha por contato físico, então simplesmente esticando seu braço, fez a parte frontal de seu cubo produzir uma pressão, que cortou o vento e se abateu contra aquele portão, que estremeceu, mas não caiu.

    Foi preciso mais dois golpes dele para que aquele portão finalmente cedesse e se abrisse, revelando um salão redondo com pilares, que se estendiam a uma cúpula com um candeeiro com chama dourada incendiando a parte central, com a ajuda de pequenas lamparinas de chamas que também tremeluziam suas luzes.

    No centro, havia um desenho de teia de aranha e, aliado a isso, havia teias espalhadas pela parede e todas elas emitiam mana. Não tardaram segundos e milhares de aranhas, vindo de algumas aberturas que haviam embaixo e em cima, começaram a tomar os pilares, observando Oceano, que ainda permanecia na entrada da porta, lançando seu olhar analítico.

    “ Esperava encontrar o Boss…” De todos os caminhos que passou, certamente não havia outro caminho alternativo que levava a outros lugares, pelo menos um visível, não descartava a hipótese de haver uma passagem escondida.

    Repentinamente, Oceano fez uma posição ofensiva diante da agitação das aranhas, que pareciam formar teias enquanto se reuniam como abelhas diante de uma colmeia.

    Assim que terminavam de tecer teias enquanto desapareciam aos poucos, Oceano viu algo ganhar forma de uma silhueta humana, mas formado por teias e com olhos de aranhas em tudo quanto era canto.

    Extremamente bizarro.

    As silhuetas humanas feitas de teias de aranha deixaram os pilares em que se encontravam penduradas e foram atacar o cubo do Oceano. No entanto, Oceano liberou, esticando seus dois braços, uma pressão vinda dos quatro pontos cardeais, que arrastaram aquelas silhuetas para trás.

    Algumas caíram e deslizaram enquanto tinham metade do corpo desfeito, outros colidiram contra as paredes e os pilares.

    “ Qual será o objetivo dessa dimensão agora?” Oceano se perguntava enquanto observava as silhuetas se levantarem em corrida novamente, formando golpes para atingi-lo. Mas pereceram assim que o Oceano liberou a pressão do seu cubo.

    Se levantarem vezes após vezes, sofrendo da mesma maneira.

    “ Qual é o propósito disso? Me desgastar… ”

    Lançava seus olhos e nada de anormal avistava, senão aranhas. Se continuasse apenas contra-atacando sem objetivo concreto, sua mana seria gasta e acabaria ficando vulnerável. Então, decidiu acabar com isso de uma vez por todas, aniquilando todas as aranhas. Talvez esse realmente fosse o objetivo.

    Criou um mini cubo ao seu redor e expandiu o maior por toda aquela sala, modificando um pouco o formato para cobrir todas aquelas silhuetas com sua intangibilidade. Então cerrou os punhos, o cubo agora endurecido, arrastou as silhuetas contra si, enquanto se encolhia para, no fim, esmagar todas elas contra o mini cubo. Sangue deslizava pelo seu mini cubo. Oceano fez aquele processo repetidas vezes até sentir que havia aniquilado todas as aranhas no interior das silhuetas.

    Assim, tudo estava terminado. Não havia mais nenhuma silhueta, apenas destroços de teias e sangue violeta em meio a pequenos escombros.

    No entanto, mais aranhas continuaram saindo das brechas, sinalizando que havia algum lugar onde o possível líder estava se escondendo. Então, criou um cubo e pousou no centro, destruindo aquela arquitetura completamente.

    Havia outra sala semelhante a essa no fundo, então ele desceu, ainda envolvido pelo seu cubo, avistando um trono de teia de aranha onde estava assentado um ser afeminado, que tinha cinco olhos na face. Seus cabelos eram brancos e trazia consigo carapaças como adorno dourado em torno de seu corpo humanoide com pele cinzenta.

    E em todos os lugares que olhava, estava cheio de aranhas, desde as grandes até as mais pequenas.

    — Então, você chegou até aqui? — Sua voz era grossa e imponente enquanto encostava o punho na bochecha. — Seria bom se tivesse perecido lá em cima.

    “ Não sinto nenhuma energia ameaçadora vindo dela… Ela parece ser de um nível inferior… Mas por que sinto que algo aqui está errado?”

    Oceano franziu o cenho, tendo um pressentimento mau daquele ser que se apresentava diante dele.


    Enquanto isso, olhos azuis-marinhos variam aquela área com a expressão abismada pelo que via. Era como se fosse uma provocação ou algum tipo de afronta. Aquele lugar tinha tudo menos vida, era, na verdade, uma floresta seca onde havia árvores secas, ossos de animais secos e tudo isso se estendia ao horizonte, com o adicional de pedregulhos gigantes que estavam espalhados em diversas partes.

    Theresa então, começou a explorar por aquele lugar a ver se encontrava ao menos uma vida, mas nada e o sol também estava intenso e as nuvens que a poderiam salvar estavam distantes.

    — Qual será o objetivo dessa prova? — Assim que terminou de falar, um estrondo que a fez cair de traseiro aconteceu e aquele espaço foi tomado por um grande nevoeiro.

    Assustada com o cenário tenebroso que se formava, Theresa removeu seu Golem do bolso, que ainda estava repousando com os seus olhos fechados.

    Ainda com a poeira ofuscando, viu uma mão feita de pedra sendo esticada em sua direção, enquanto olhos azuis brilhavam intensamente. Então, pôs-se a correr enquanto murmurava para que o Golem acordasse.

    Gaia acordou e começou a esfregar os olhos com sua mão de pedra, seus olhos verdes transmitindo esperança para aquela mulher.

    — Você vai me proteger, não é?

    — Gaia proteger! Gaia proteger!

    Aquelas palavras acalentaram ainda mais o coração de Theresa. Mas seu temor voltou quando finalmente foi capturada por um dos braços de pedras e, quando o nevoeiro de poeira começou finalmente a se desfazer, pôde ver quem a carregava em seu braço de pedra.

    — Um Golem?

    Percebeu, ao virar seus olhos por aquele ambiente, que todos os rochedos haviam desaparecido e agora não passavam de Golems volumosos, outros magrinhos, mas todos portadores de olhos azuis fundos.

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