Índice de Capítulo

    — Ele parece estar no mesmo nível que eu… Interessante! — Um sorriso largo havia se formado no rosto do Zernen, enquanto o soldado reposicionava a espada.

    “Sinceramente, não sei o que tem de interessante nisso. Se ele perder, será o nosso fim.”

    Comecei a recuar enquanto Zernen se levantava daquela parede, sacudindo o pó que havia se acumulado nas suas vestes.

    — Se ele está no mesmo nível que você, então… — falei a Zernen, que estava próximo de mim.

    — Ele não está no mesmo nível que eu, ele aparenta.

    — Como assim?

    — Observe. — Ele avançou o punho, golpeando o ar que levou uma rajada invisível ao soldado. Contudo, com a lâmina de sua espada, ele conseguiu rebater a rajada de volta.

    Avançando o punho novamente, Zernen tentou devolver a rajada de volta, no entanto, foi arremessado mais uma vez devido à pressão que aquela grande concentração de mana fazia contra seu corpo.

    Ele colidiu contra a parede, aumentando ainda mais a cratera.

    “Droga. Estamos ferrados.”

    O sonâmbulo reposicionou a espada.

    — Tem razão, ele é bem mais forte que você! É melhor voltarmos para a cadeia!

    — Mais uma vez!

    Zernen reergueu-se do chão, desferindo o mesmo golpe contra o soldado, que continuava se defendendo com leves movimentos de sua espada.

    — Mais uma vez!

    De novo, ele foi derrubado.

    — Mais uma vez!

    “Desista, Zernen.”

    “O seu eu de agora não está pronto para uma batalha contra este soldado.”

    — Mais uma vez!

    — Zernen… você…

    Dessa vez, o contra-ataque do soldado não o arremessou subitamente, seus pés conseguiram travar.

    “É um fracassado.”, completei.

    Ha

    — Hahahaha!

    E ele ainda ri.

    — Zernen, vamos voltar para a cadeia. Eu penso numa forma de sairmos daqui sem termos que lutar contra ninguém.

    Sim, eu pretendia usar a minha suposta visão do futuro para mexer com a história novamente. Mas, o maior problema era que isso não iria funcionar muito contra os figurantes. Se fosse o capitão deste exército ou o rei, talvez eu pudesse persuadi-los, mas contra quem nunca teve uma participação ativa, não tinha como fazer nada.

    — Pronto. — Ele continuava sorrindo com confiança. — Jarves, é melhor você se afastar um pouco.

    — O que você planeja fazer? Hã? Por acaso, não quer que eu veja você perdendo vergonhosamente?

    Hahahaha! Já sei — ele começou a rir. — Tive uma ideia! Se eu derrotar esse cara, você me deve 50 moedas de ouro!

    — Cara, você tem que parar de ser viciado em dinheiro.

    — E se eu não derrotar ele, fico te devendo 50 moedas de ouro!

    — Justo.

    — Então aqui vou eu. — Me afastei o mais longe possível, como ele havia dito. — Explosão de mana!!!

    Um clarão tomou conta dos meus olhos, seguido de um boom que se fez ressoar por aquele compartimento. Quando abri os meus olhos, tanto o teto, assim como a parede, caiam em pedaços.

    As vestes do soldado estavam rasgadas, com exceção da sua couraça e ombreira, que haviam resistido ao ataque. Seu corpo estava encostado contra um pedaço da porta já destruída, que revelava uma escada que dava acesso ao corredor de cima.

    Uau! Como foi que você fez isso? Você parecia estar apanhando!

    — Aquilo foi proposital!

    — Como assim?

    — Eu tenho uma habilidade chamada absorção de ataques, ou seja, eu posso absorver ataques contínuos e devolvê-los em forma de uma explosão de mana.

    Wow!

    — E as minhas 50 moedas de ouro. — Ele esticou sua mão direita.

    — Se sairmos daqui vivos, quem sabe, já que você pode ter chamado a atenção com a sua explosão. — Apontei para a poeira, que revelava estilhaços de blocos rente à escada.

    Tap! Tap!

    Passos que enunciavam a chegada de soldados naquele calabouço ressoavam pelos nossos ouvidos.

    — Eles estão chegando, Zernen. E agora?

    — Não se preocupe, tenho um plano. — Zernen correu em direção ao soldado e arrastou o seu corpo um pouco contra o desvio para o corredor onde ficavam as celas.

    — O que você pretende fazer? — questionei, mas logo caiu a ficha do que ele realmente pretendia fazer. Ficamos contra a parede lateral, rente à porta destruída, enquanto aguardamos a chegada dos soldados.

    — Mas o que aconteceu aqui… — Os soldados haviam chegado. Eles estavam na entrada daquele calabouço. Se virassem os seus olhos para direita, logo perceberiam eu e Zernen contra a parede.

    — Os intrusos… Será que eles fugiram?

    — Depois disso você ainda dúvida?!

    Para o nosso alívio, seus olhos estavam focados naquele seu companheiro desacordado mais adiante. O plano do Zernen incrivelmente funcionou. Eles foram acudir o soldado às pressas, sem nem sequer olhar para trás.

    — Como eles conseguiram derrotar o aprendiz do Sr. Xavier?

    — Não sei, mas preci—

    Explosão! — No momento em que um deles se agachou para tocar no peito do soldado agora adormecido, Zernen esticou seus dois braços. Um grande clarão tomou conta de seus olhos e, em menos de segundos, uma explosão emergiu, atingindo aqueles dois soldados.

    Depois daquele clarão, eles caíram contra o chão. Além do rosto torrado, suas vestes apresentavam rasgões e seus cabelos estavam tão desarrumados, como se tivessem tomado um choque elétrico.

    — É a primeira vez que você usa os neurônios e deu certo!

    — Jamais duvide de mim. — Abandonamos aqueles soldados e seguimos subindo pelas escadas para o andar de cima, onde ficavam os corredores reais.

    A cada degrau que os nossos pés tocavam, mais próximos estávamos do fim daquela escada enrolada e escura. Uma luz no fim do túnel tomou conta dos nossos olhos, já podíamos contemplar uma parede tingida pela cor branca.

    Nos vimos em um corredor largo; com tochas presas às laterais das paredes, que iluminavam aquele espaço.

    — E então, você sabe para onde levaram a noiva da nossa renda mensal?

    — Será que dá para se referir assim a ela?

    “Afinal de contas, Faisal já não existe mais.”

    — Ué? Não é o que ela é?

    — Não mais. — Quando eu disse isso, Zernen ergueu uma das sobrancelhas, confuso. — Mas deixando isso de lado, eu não sei onde a colocaram.

    — Então teremos que procurá-la?

    Ainda bem, consegui distrair Zernen daquele assunto. Eu não queria atormentar a cabeça dele com uma cena tão pesada quanto aquela.

    — Não necessariamente, ela deve estar em um dos compartimentos onde ficam pessoas doentes. A ideia é encontrar uma pessoa muito fraca e frágil pelo caminho e chantageá-la para nos dizer algo.

    — Tipo aquela história de assaltos e sequestros que você me contou?

    — Esquece isso por favor!

    — Tá! Tá!

    Começamos a andar com passos devidamente calculados, investigando com os nossos olhos a área ao redor.

    “Ufa”, suspirei.

    Para nossa sorte, não havia movimentações pelos corredores que estamos passando, com exceção desse aqui. Dois soldados acabaram de virar a esquina enquanto conversavam debaixo daquela luz produzida pelos candelabros dourados fixados nos tetos. Eles gesticulavam as mãos com um semblante de felicidade. A conversa devia ser boa.

    — Jarves, quital aqueles ali? Dá para chantagear, não é?

    Os olhos verdes de Zernen estavam mirados nos soldados que se distanciavam cada vez mais.

    — Você é idiota ou o quê? Aqueles caras são tudo menos frágeis e manipuláveis. Com certeza prefeririam morrer do que contar algo!

    — Eu conheço algumas técnicas de tortura.

    — Burro! Acha mesmo que eles se deixaram ser torturados facilmente?

    — Caramba! Você tem argumento para tudo. Desse jeito não dá!

    Depois que aqueles soldados haviam desaparecido daquele corredor, avançamos. Só que no próximo corredor, haviam soldados e nós queríamos transitar para o outro lado. Se avançássemos sem mais nem menos, poderíamos ser detectados. Foi então que tive uma ideia.

    — Olha ali no fundo.

    Ao lado dos soldados havia uma estátua de um homem com vestes de um monarca e uma coroa na cabeça.

    — O que tem?

    — A estátua. Use o seu soco invisível para quebrar a estátua e assim poderemos passar para outro lado sem sermos notados.

    — Oh! Certo, entendi! — Com apenas uma ponta de seus dedos, em alguns segundos aquela estátua rachou e começou a cair. E, foi no exato momento que os soldados viraram-se, que nós corremos para a outra parte do corredor.

    Dava para ouvir suas vozes cheias de pavor, lamentando sobre a estátua que havia quebrado. Era a estátua preferida do rei pelo que eu havia ouvido.

    Bem, esse era o curso natural da vida. Uns tinham que ficar felizes para outros ficarem tristes.

    Após isso, começamos a atravessar os corredores que continham portas. Retardamos os nossos passos ao vermos uma moça de cabelos castanhos, que trajava um uniforme de empregada, saindo de um dos cômodos. Ela carregava em suas mãos uma bandeja, contendo pratos e taças douradas.

    — E aquela lá?

    — Essa serve. Temos que chegar mais perto, mas sem sermos notados.

    — Certo. Certo.

    Esperamos a empregada virar a esquina para começarmos a caminhar de fininho, com passos nem tão lentos, nem tão rápidos. Espreitamos o próximo corredor, mas a empregada já havia desaparecido.

    — Droga! Perdemos ela de vista! — disse Zernen.

    — Calma, ela não deve ter ido muito longe.

    Continuamos caminhando, por aquele corredor que dava a mais um corredor aberto.

    — E agora? — questionou.

    Viramos tanto para direita, assim como para esquerda, contudo, não víamos nada.

    — Minha mãe sempre diz que a direita traz sorte.

    — Então vamos lá. — Zernen assentiu. Na lateral direita, havia uma entrada mais ao fundo. Sons de pessoas conversando podiam ser ouvidos. Nos esfregando pela parede, conseguimos chegar àquela entrada que deixava escapar um cheiro agradável e dócil.

    Sem dúvidas, estávamos próximos à cozinha. Pelo que pudemos ver com a nossa espiadinha, haviam empregadas cozinhando lá dentro. Umas quatro no máximo, contando com aquela que estávamos perseguindo.

    — E agora, o que faremos, chefe?

    — Chefe? Mas bem… — sorri maliciosamente. — Agora é a hora daquilo.

    — Da-qui-lo?

    — Sim. Da-qui-lo!

    — É assim que se fala, parceiro!

    Parece que ele entrou no personagem.

    Zernen levantou um pouco a camisa, tampando a sua boca enquanto formava uma pistola com suas mãos. E, então, avançou para aquela entrada, dizendo:

    — Todo mundo com mãos para cima! Isso é um assalto!

    Eu apareci logo em seguida, contemplando o rosto apavorado daquelas empregadas enquanto lançavam gritos estridentes.

    Kyaaaaaa!

    “Começo a achar que isso é uma ideia.”

    — Todas caladas! Se não… — Ele usou sua magia invisível para quebrar uma quantidade de pratos empilhados sobre a lava-louça. Elas cessaram seus gritos, arregalando os seus olhos marejados. — Eu não respondo por mim!

    — E agora, chefe, o que eu faço?

    Ele olhou para mim com um sorriso bem largo, parecia um bandido de verdade.

    — Muito bem…

    — Espera… — Zernen me interrompeu, sorrindo maliciosamente. — Agora é o momento em que pedimos o dinheiro!

    — Não é isso não, Zernen.

    — Escutem! Passem o dinheiro para cá!

    — N-N-Não temos dinheiro! — disse uma delas, enquanto as outras tremiam de medo. — Somos simples empregadas!

    — Como assim simples empregadas? — questionou Zernen. — Eu sei muito bem que servas que trabalham no palácio ganham bem mais que um aventureiro!

    — S-S-Senhor, nós não temos nenhum dinheiro aqui — disse a serva de cabelo castanho.

    — De novo isso? — Zernen atirou contra os pratos. Desse jeito, ele vai quebrar toda louça real.

    — Ei… — Dei um tapa na cabeça dele. — Não é dinheiro que queremos, mas sim informações.

    — Mas você disse que num assalto dinheiro é importante.

    — Isso é verdade, mas era para ser uma piada. Não pensei que você fosse levar a sério.

    — Mas já que entramos nessa, então… — Ele sorriu, mas eu estiquei o meu braço contra o seu peito, deixando claro que, de agora em diante, eu assumiria.

    — Chega. Melhor a gente se apressar, se não chegará um soldado e não será nada bom.

    — Ah, então sem dinheiro?

    Ele fez uma carinha de cachorro abandonado, mas eu não liguei.

    — Sem dinheiro. — Avancei, apontando para aquela mulher que havíamos seguido. — Você, venha conosco.

    — Eu? — Ela pressionou a mão direita contra o peito.

    — Sim, você mesma.

    — Eu não posso.

    — Hum, por que não?

    — É que eu sou casada. Vocês não podem sequestrar uma mulher casada como eu.

    “Quem quer te sequestrar, mulher?

    “E quem perguntou se você é a casada?”

    “Não esfregue na nossa cara o seu sucesso amoroso, por favor!”

    Inevitavelmente, ela me fez lembrar da Alexandra.

    — Eu não perguntei nada disso. Apenas venha!

    — Desculpa, senhor. — Uma das empregadas levantou a mão. — Ela mente, levem-na. — E as outras concordaram, balançando a cabeça.

    — Hein? — Ela arregalou os olhos, olhando para suas amigas traidoras.

    — Foi mal, Brigitte — disse uma delas. — Mas você é a única solteira daqui e ele justamente escolheu você. Pelo bem de todas nós que temos maridos e filhos à nossa espera, vá.

    — Eu não posso acreditar no que dizem…

    — É isso ou todas nós vamos… — acrescentou outra.

    E começou o drama. Elas começaram a discutir entre si, revelando as verdades umas das outras.

    ” Droga, nós não temos tempo para isso.”

    — Brigitte, venha. Ou, se não…

    As empregadas empurraram a empregada, que relutava em avançar.

    — Eu pensei que vocês fossem minhas amigas, mas… — Brigitte cerrava seus lábios, enquanto pressionava o seu peito com profunda tristeza.

    — Nos perdoe, por favor!

    Com lágrimas nos olhos, Brigitte veio para o nosso lado enquanto Zernen encarava tudo com os olhos brilhantes.

    Não sei o que deu nesse menino agora.

    “Tenho que tirar tudo que ensinei a ele da sua cabeça, para que possa crescer saudável e um cidadão respeitável na sociedade.”

    — E não ousem sair daqui! Se não, já sabem! — Fiz uma arma com as mãos, apontando para a cabeça da Brigitte.

    Brigitte tremelicou e suas amigas balançaram a cabeça freneticamente, indicando que não fariam nada que colocasse uma delas em perigo.

    Saímos da cozinha, ouvindo suspiros de alívio. Ao passo que Brigitte pressionava o seu peito enquanto caminhava ao nosso lado.

    — Jarves, não sei por quê, mas aquilo me fascinou!

    — O quê? Ah, deixa para lá.

    — Desculpa… — Brigitte, que estava no meio, revirou seu olho direito. — Mas para onde me levam?

    — Ah, sim. Espera… Você é quem tem que nos levar! — Parei, olhando para ela. Zernen acabou me deixando um pouco confuso e, pensando bem, a beleza dessa emprega também me distraiu um pouquinho.

    — E-eu? — disse, timidamente.

    — Sim. Conhece o lugar desse castelo onde tratam doentes?

    — Conheço.

    — Onde fica?

    — Fica bem próximo daqui. É só desviar no corredor à direita e andar sempre em frente, desviando para esquerda e pronto, chegou. Agora posso ir embora?

    ” Sei não. Parece até que ela está dando coordenadas erradas para se livrar de uma vez por todas de nós.”

    — Não. Conhece a princesa Meredith?

    — Soube que ela foi presa.

    — Mais.

    — Ela assassinou o noivo.

    “As informações correm tipo água jorrando de uma torneira nesse castelo.”

    — Falo da sua relação com ela.

    — Ah, sim. Perdão. — Ela sorriu, ainda caminhando. — Eu simpatizo bastante com ela, porque ela trata os empregados bem sempre que vem ao castelo. Um dia, ela e a princesa Alexandra nos ajudaram a fazer pães. Me lembro como se fosse ontem.

    — Ah, é mesmo?

    — É sim. Deixa eu adivinhar, vocês querem resgatá-la?

    — Exatamente! — Ainda bem que ela entendeu. — E para isso, precisamos da sua ajuda!

    — Então contem comigo!

    Brigitte aceitou cooperar de livre e espontânea vontade, como estava nos meus planos, e nos guiou pelos corredores até a sala de enfermagem onde estava a Meredith. Só que no corredor onde estava a tal sala, havia dois soldados guardando a porta enquanto conversavam entre si.

    — Podem deixar comigo. — Brigitte se ofereceu, caminhando em direção àqueles soldados. — Eu me encarreguei de abrir caminho para vocês.

    — Ora. Ora. Quem temos aqui?

    — Se não é a Brigitte.

    “Hã? Então eles conhecem ela?”

    Tivemos bastante sorte de nos aliar justamente com a Brigitte.

    “Às vezes o destino pode ser um bom amigo”, soltei um sorriso.

    — Como vão os meus melhores amigos do mundo!

    — Você ainda nos trata assim.

    — Liard tem razão. Já não somos mais aquelas crianças.

    Brigitte sorriu, se aproximando deles e puxou de leve suas duas orelhas, sussurrando algo que por algum motivo os deixou corados e com os punhos levantados para cima, enquanto sorriam de satisfação. Logo, eles saíram correndo e Brigitte deu um sinal com a mão para que pudéssemos nos aproximar.

    — O que você disse para eles?

    — Para irem até o jardim e voltarem. E quem chegar aqui primeiro, esse será o meu noivo.

    — E eles aceitaram?

    — Eles são apaixonados por mim desde a infância. Inclusive, foram eles que arranjaram esse emprego para mim. Para me ter por perto deles, sabe? Por isso, todo santo dia, eu vivo fugindo dessa obsessão que eles têm por mim.

    Ah

    “Sortuda.”

    — E você vai se casar com um deles?

    — Não. Nem pensar.

    Ha-ha-ha-ha! Lembro como fosse ontem, quando a minha mãe deu uma surra no meu… — Por algum motivo, Zernen não terminou aquela frase, seu sorriso desapareceu. — Deixa para lá.

    ” Eu te entendo, Zernen”, coloquei a minha mão sobre o seu ombro. Problemas familiares eram um assunto bem complicado de se lidar.

    — É, na verdade… — Olhamos para Brigitte, que sorria timidamente. — O meu sonho é me tornar uma aventureira.

    — Moça, é melhor ficar com o seu emprego mesmo — disse Zernen. — Hoje em dia, os aventureiros não ganham muito não.

    — Não quero me tornar uma aventureira pelo dinheiro, mas pela aventura mesmo. Só que, como a minha família está endividada, tive que aceitar a proposta de emprego feita por aqueles dois.

    — Foi a melhor decisão que você tomou — disse Zernen. Contudo, Brigitte continuava discordando.

    — Bom, se vocês quiserem, podem continuar a conversa aqui fora. — Puxei a maçaneta da porta. — Eu estou entrando. — Ao abrir a porta, pude contemplar quem eu menos esperava, Istar. E como se não bastasse, ela tinha uma faca apontada para o braço da Meredith, que estava deitada sobre aquela cama.

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