Índice de Capítulo

    Minutos antes

    Após se despedir do Jarves, Meredith e Theresa caminharam por alguns caminhos estreitos e pouco movimentados que as levaram à parte traseira da mansão. Investigando com os olhos, elas não encontraram pessoas ao redor daquele grande muro que cercava a mansão.

    — Não me diga que a gente vai ter que escalar esse muro?

    Theresa subia seus olhos pelo muro de tijolos até encontrar o topo.

    Meredith balançou a cabeça.

    — Então era por isso que você pediu que eu levasse a corda. — Theresa deu um sorriso torto. Agachou-se e abriu a mala, retirando uma corda com anzol enrolada dentre milhares de objetos que estavam no interior da mala.

    Meredith pegou na corda e a arremessou a um dos pilares, o anzol se pendurou na ponta do pilar. Ela puxou para confirmar se a corda realmente havia ficado presa. Não era a primeira vez que ela fazia algo assim, havia efetuado muitas fugas da sua mansão usando a corda, o que a tornava uma profissional nisso.

    Meredith foi a primeira a escalar para que pudesse puxar a Theresa depois.

    Assim que Meredith conseguiu escalar, foi recebida por uma magia de fogo. Ela teve que largar a corda e saltar para o relvado para poder desviar da magia. Retirou o capuz e apresentou-se ao homem de terno diante dela antes que ele pudesse atacá-la novamente.

    — Calma, sou eu, sim?

    — Senhorita Meredith?

    O homem suspirou de alívio e encurvou a cabeça, pedindo desculpas pela magia que havia lançado. Meredith também ficou aliviada por esse homem, que trabalhava como segurança na sua casa há bastante tempo, não haver abandonado sua lealdade para com ela diante dos rumos.

    — Eiii!

    Era Theresa quem gritava, chamando a atenção da Meredith, que havia demorado a lhe responder pela explicação que dava ao homem sobre o que estava acontecendo. Tendo entendido a situação, o homem ajudou a trazer Theresa para dentro.

    No gramado macio, Theresa pôde suspirar. Alturas não eram consigo.

    A pedido de Meredith, o homem deu a localização da sua família. Felizmente, ela estava em segurança, o rei não havia usado ela como refém para que pudesse atrair Meredith.

    Um suspiro de alívio saiu de sua boca.

    Meredith seguiu a sala onde deveria estar a mãe nesse exato momento. Com a garantia que recebeu do guarda de que não havia nenhum intruso além dos trabalhadores da mansão, Meredith agora podia andar pela mansão despreocupada.

    Passando pela varanda, elas adentraram a sala de estar. Um espaço iluminado pela luz solar refletida por duas janelas. Havia lá: quatro sofás posicionados contra uma lareira, vasos de flores no canto das paredes coloridas de creme e uma estante de livros atrás de um dos sofás e perto de uma janela.

    Os olhos da Meredith encontraram uma mulher de olhos azuis e cabelos negros com uma cesta de tecidos por cima de suas coxas. Suas mãos estavam ocupadas com agulha e linha, tricotando algumas roupas.

    Era o passatempo favorito de sua mãe.

    Por outro lado, Theresa admirava aquele espaço. Seus olhos não deixavam de brilhar por contemplarem de perto aquela toda riqueza, se perguntando como ela havia chegado naquele ponto.

    Meredith deu um toque na Theresa toda paralisada.

    Elas caminharam para frente. Seus passos ressoaram pelo tapete marrom, chamando a atenção da mulher sentada no sofá. Os olhos de mãe e filha se encontraram e um sorriso se formou nos lábios de ambas. Vendo a filha, aquela mãe, tomada por um desejo insaciável por revê-la, levantou-se e abriu os braços para a filha. Ela correu a toda velocidade e saltou para o peito da mãe.

    Braços entrelaçados aos pescoços haviam formado um abraço. Lágrimas escorreram desde a face da bochecha aos ombros onde encostavam a cabeça. Um calor emergia no peito de cada uma, conferindo a elas uma sensação de conforto.

    — Filha, onde esteve? Você está bem?

    Agora, a mãe da Meredith segurava a cabeça da sua filha enquanto a olhava com um sorriso.

    — É, sim, mãe.

    — Desde que aquele rapaz veio aqui e me avisou que o Reziel havia tentado te assassinar, o meu coração se encheu de preocupação e agora, dias depois, eu acordo com a infeliz notícia de que você assassinou o Faisal… Filha, eu não estou entendendo mais nada… — Sua mãe não conseguia conter suas lágrimas, seu peito apertava a cada palavra que proferia.

    — É melhor nos sentarmos, mãe. Eu explico tudo.

    Segurando um de seus braços, Meredith ajudou a mãe a sentar no sofá. Ela retirou aquela cesta do sofá e colocou na mesa.

    Sua mãe retirou um lencinho e limpou as lágrimas amontoadas ao redor dos olhos.

    — Antes de tudo, mãe, essa é Theresa… — Meredith direcionou seus olhos a Theresa que estava boquiaberta enquanto contemplava os móveis luxuosos. — É, Theresa…

    Ah! Sim! Eu sou a Theresa Zerth e dona de uma farmácia!  Muito prazer em conhecê-la!

    Theresa encurvou a cabeça.

    — Theresa pode se sentar, não precisa ficar em pé, sim?

    Ah, claro. Sinto muito. — Theresa coçou a cabeça, constrangida, e sentou-se.

    — Muito prazer, Theresa.

    A mãe da Meredith sorriu.

    — Bem, mãe… Acontece que…

    Enquanto Meredith dizia isso, Theresa a observa com os olhos semicerrados.

    “Escute, Theresa. Quando chegarem à casa da Meredith, pode ser que ela não explique as coisas como devem ser, então eu quero que você explique pela Meredith caso a situação fuja do controle.”

    Theresa se lembrou das palavras do Jarves enquanto observava atentamente o diálogo que estava prestes a iniciar.

    — Eu matei mesmo aquele maldito homem e não me arrependo disso! Matei a Graziela também! Depois disso, eu fui informar ao rei sobre a destruição e sabe o que ele fez? Ele me mandou para a prisão! Daí a gente fugiu e agora estamos sendo perseguidos injustamente…

    “Jarves tinha mesmo razão, Meredith é mesmo uma péssima explicadora de fatos.”

    Theresa colocou uma das mãos sobre a testa, sentindo vergonha alheia, enquanto contemplava Meredith gesticulando as mãos na explicação que dava. Quanto mais ela falava, mais os traços da mãe se contorciam de choque.

    — Filha, no que você se tornou… Céus! Era tudo verdade? Então quer dizer que… Eu criei uma assassina… — A mãe da Meredith elevou a mão à cabeça. Sua visão dobrou e, quando deu por si, estava caindo sobre o sofá.

    — Mãe!!!

    Meredith gritou, tremelicando as mãos, sem saber o que fazer.

    Theresa se levantou.

    — Meredith, vamos trocar de lugar?

    — Como assim, Theresa? Você não está vendo que a minha mãe desmaiou?

    Theresa suspirou.

    — E vai continuar desmaiando. Deixa que eu cuido de tudo a partir de agora. Eu sou médica, afinal de contas.

    — Tá…

    Meredith encurvou a cabeça, suas madeixas ruivas cobrindo sua face. Theresa avançou ao sofá, trocando de lugar com Meredith que foi se sentar no lugar onde estava Theresa.

    Theresa colocou a mão contra a cabeça da mãe da Meredith. Uma luz verde pairou sobre a cabeça dela. Seus traços se contorceram e seus olhos enfim despertaram.

    — Não! Minha filha é uma assassina! Eu não acredito nisso…!

    Com os olhos arregalados, a mãe da Meredith esticou o braço ao limite.

    — Srta. Mãe da Meredith, calma, sim? Foi tudo um mal-entendido. Eu vou explicar tudo direitinho, tá bom?

    — Vai explicar…? — Seus olhos foram direcionados à filha que se encolhia no canto do sofá.

    — Srta. Mãe da Meredith, tudo começou quando sua filha conheceu casualmente um homem que…

    “Theresa, quando for explicar, não mete o detalhe que extorqui ela, por favor! Se não, todas as outras palavras que você disser perderam credibilidade.”

    Lembrando-se disso, Theresa reformulou sua explicação.

    — … Um mendigo para ser mais concreto. Esse mendigo, estando em posse de uma habilidade conhecida como visão do futuro, sentiu pena da sua filha e decidiu contar que o seu noivo já havia a traído e que, segundo sua visão, a trairia mais três dias depois.

    Os traços de desespero da mãe foram se aliviando pela explicação detalhada que Theresa fazia, agora era possível ligar os pontos com as informações que ela já possuía.

    — Três dias depois, Meredith teve a visão sobre a traição realizada. Então, tomada pela fúria e frustração, Meredith…

    Ah! Só mais uma coisinha, Theresa. Não fala que eu só chorei e não fiz nada para parar a Meredith, entendeu? Nem me mete nessa, por favor!”

    Theresa se lembrou do rosto de cachorro abandonado que Jarves fazia enquanto entrelaçava as mãos em oração e continuou com a explicação.

    — Meredith não teve quem a parasse naquele momento e infelizmente acabou assassinando Faisal e Graziela, que outrora zombavam dela, entende, né?

    A mãe balançou a cabeça, agora vertendo lágrimas de tristeza enquanto olhava para sua filha encolhida naquele sofá.

    — Bem, depois que tudo isso aconteceu, o mendigo apareceu e revelou uma nova profecia sobre a destruição de Hengracia. Pensando no reino e na sua família, Meredith optou por informar o rei sobre isso, mas foi presa no processo. O rei não acreditou em suas palavras. No entanto, nem no próprio castelo Meredith teve paz. Ela sofreu atentado de fome e envenenamento… — O resto, Theresa foi contando sem modificar ou omitir nenhuma informação.

    — Filha… — A mãe da Meredith levantou-se e caminhou em direção à filha encolhida no sofá. — Eu peço perdão por ter duvidado de você. Você deve ter sofrido bastante, não é? Me perdoa por não ter estado ao seu lado.

    Meredith elevou a cabeça, seus olhos azuis lacrimejantes passaram a observar sua mãe. Ela caiu de joelhos rente ao sofá e começou a chorar ao lado dela enquanto tocava em seus braços.

    Theresa suspirou enquanto observava aquela cena entre mãe e filha.

    — Aqui a água, vossa nobreza.

    Os olhos dela foram atraídos para uma mulher que parou perto do braço do sofá. Ela possuiu cabelos negros presos por um laço azul e olhos vermelhos profundos. Seu corpo era envolvido por uma farda de empregada que realçava sua beleza. Em sua mão, ela carregava uma bandeja contendo uma jarra e uma taça dourada.

    — Mas eu não pedi nenhuma água.

    — É verdade, não é?

    A empregada sorriu. E Theresa sorriu de volta.

    — Não é?

    — Então já vou.

    Depois que a empregada se virou, a expressão de Theresa ficou severa. Ela retirou um objeto semelhante a um tubo de caneta do bolso do jaleco.

    — Só que antes… — A empregada se virou, esticando os braços. — insetos, ataquem!

    Um enxame de insetos de cor negra foi contra Theresa. E ela lançou sua agulha contra uma das pernas da empregada; revistadas por meias brancas, enquanto se cobria com um dos panos da cesta.

    Meredith, havendo percebido aquela situação, deixou a mãe e ergueu sua espada, atacando aqueles insetos. No entanto, ela foi ficando fraca quanto mais interagisse com eles.

    — O que está acontecendo com o meu corpo…?

    A voz não veio só da boca da Meredith, mas também da empregada.

    — Filha!

    A mãe da Meredith exclamou.

    — Faça os seus insetos desaparecerem agora mesmo — disse Theresa de baixo da coberta. — Se não, a sua vida acaba aqui. Essa agulha contém um veneno muito forte e só eu tenho o antídoto.

    O rosto da empregada se contorceu de pavor. Tomada pelo medo, ela ordenou que os insetos voltassem ao seu corpo.

    — Pronto, agora por favor me dá o antidoto! Eu ainda tenho crianças para cuidar!

    — Karin, por que você tentou nos atacar? — perguntou a mãe da Meredith.

    Meredith, sentindo tontura, caiu de traseiro no chão.

    — Eu também não reconheço ela. Ela é nova?

    Já Karin não conseguia mover um músculo sequer devido à agulha presa à sua perna.

    — Por favor, me dê o antídoto, eu conto! Mas, por favor, me dê!

    — Calma, não é veneno que mata, mas que paralisa o corpo. — Theresa retirou aquele pano castanho, trocando olhares com a empregada.

    Karin suspirou de alívio e deu um sorriso malicioso.

    — Então nesse caso…

    — Mas não pense que eu não tenho um veneno que mata, sim?

    Theresa sorriu.

    — Tá bom, eu me rendo.

    — Agora explique para todos nós por qual razão você tentou nos atacar, emprega. Emprego não é fácil de se arranjar, hein.

    — Eu não sou uma empregada, eu sou uma aventureira e estou aqui pelo motivo que é do vosso conhecimento. Estou aqui para caçar vocês duas.

    Ah, entendo. — Theresa desceu os olhos para a ruiva no chão. — O que faremos com ela, Meredith?

    Mas antes que Meredith pudesse responder, sua mãe interveio.

    — Então você mentiu para mim quando pediu emprego?

    — Não, não. Eu, na verdade, cuido de crianças em um orfanato. Eu e o meu irmão precisamos de fundo para sustentá-lo, por isso preciso mesmo capturá-las para obter a recompensa.

    — É uma atitude louvável, mas infelizmente não poderemos nos deixar sermos capturadas.

    Theresa balançou a cabeça e Meredith continuou.

    — Mas eu posso fazer uma doação bem maior que a recompensa, se é o que precisam. Faz tempo que eu estou juntando um dinheirinho.

    — Você… Você é diferente do que ouvi falar.

    — Filha, tem certeza disso?

    Meredith subiu os seus olhos até a face da mãe e emitiu.

    — Claro, mãe. Eu só juntei o dinheiro para poder comprar uma mansão de presente para o Faisal, mas agora esse dinheiro já não tem utilidade.

    — Mas escuta, não precisa não. Eu já perdi mesmo e também acho que o meu irmão já… Já deve estar recolhendo mais fundos por aí!

    — Não era isso que você queria dizer — emitiu Theresa com o olhar desconfiado.

    — Eu também tive essa impressão — disse Meredith.

    A mãe da Meredith apenas observava em silêncio.

    — É isso sim! O meu irmão está recolhendo fundo de verdade, então é isso.

    — Escuta, moça. Eu trabalho com pacientes há mais de três anos e nesses três anos eu acabei me familiarizando com as atitudes humanas, suas nuances, etc. Então nem tente dizer que não era isso que você queria dizer.

    — Tá bom, tá bom! Vocês me pegaram. A verdade é que o meu irmão está roubando por aí.

    — Mentindo de novo, muito feio.

    — O que? Por que acha que estou mentindo?

    — É verdade, eu acho que ela não está mentindo dessa vez.

    — Também acho — A mãe concordou com a filha.

    — “Já perdi mesmo e também acho que o meu primo já…” Essa afirmação até que é verdadeira, mas não vai fazer sentido se eu a completar com a sua suposta verdade. Observe. “Já perdi mesmo e também acho que o meu irmão já deve estar roubando por aí.” Não consigo engolir essa.

    — Já que acha que estou mentindo, diz aí o que acha que deveria ser então.

    — Já perdi mesmo e também acho que o meu irmão já deve ter acabado com os outros dois.

    Karin arregalou os olhos e gaguejou.

    — C-C-Como você?

    — Seu irmão é aquele cara fortão de olhos vermelhos, não é?

    — Então você me conhece?

    — Vocês possuem os mesmos olhos, os mesmos traços, as mesmas sobrancelhas, o mesmo nariz… — Quanto mais Theresa descrevia sobre as semelhanças entre a Karin e seu irmão, mais Karin ficava apavorada. — Enfim, o fato é que eu juntei suas palavras ao fato de você ser irmã dele, o que também me faz concluir que isso tudo não passa de um plano elaborado por vocês. E mesmo com isso, vai continuar negando?

    — Impressionante, Theresa — sorriu Meredith.

    — Ainda que eu conte o plano do Wase, já deve ter tudo acabado.

    — Conte mesmo assim — insistiu Theresa.

    — O plano principal do Wase sempre foi atrair aqueles dois. Ele já previa que eles serviriam como distração enquanto vocês vinham visitar a família da princesa. Enquanto isso, eu me infiltraria como empregada e aguardaria pela vossa chegada. Era só isso o plano.

    — Entendi. Wase se garante muito na força dele, não é?

    — Ele é o aventureiro mais próximo do rank A.  Com essa missão, ele provavelmente será promovido para o rank A.

    — Isso é um problema… — Meredith atraiu os olhos daquelas duas. — Não acho que o Zernen e o Jarves deem conta de lidar com um próximo ao rank A, ainda que tenham o golem.

    — E agora que você falou nisso, eu notei que o Gaia estava fraco e esqueci de dar comida para ele, então ele não será tão útil e prestativo em batalha.

    — Não pode ser…

    Enquanto Meredith lamentava, Karin sorria triunfante.

    — Os seus amigos já eram, Wase deve ter cuidado para que eles fossem separados. Enquanto um tal de Zernen iria lutar contra ele, um pobre coitado chamado charlatão manipulador deve estar lutando contra o Nikolas, um aventureiro louco do rank B.

    — O Nikolas, a não… Nem o Golem poderia enfrentar o Nikolas. O grupo dele e o meu grupo fizeram parceria no passado em algumas missões. E ele era um narcisista insuportável, mas muito forte e cauteloso, um prodígio para sua idade.

    — Eu sinto muito por vocês.

    — Sente não! A gente vai salvar eles agora! — disse Theresa e Meredith balançou a cabeça.

    — Não, filha, é perigoso.

    Reunindo um pouco de força, Meredith se levantou e olhou para a mãe.

    — Sinto muito, mãe, mas meus amigos estão em perigo. Eu prometo que volto para terminarmos nossa conversa.

    — Promete mesmo?

    — É claro! E a propósito, onde estão Fiena e Gael?

    — Eles saíram em uma excursão com os seus coleguinhas à cidade de Ahrmanica.

    Oh, que pena. Queria tanto ver eles.

    — Você verá. — A mãe da Meredith passou a mão na bochecha da filha enquanto segurava seu ombro. — E volta logo, por favor. Eu prometo que farei de tudo para esclarecer esse mal-entendido com o rei, então você não precisará fugir, certo?

    Meredith balançou a cabeça.

    — Agora estou indo, mãe.

    Após despedidas e abraços, Meredith e Theresa partiram para salvar Jarves e Zernen, levando à força Karin consigo.

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