Capítulo 71: Pollos e Nova Saffron
— Zona Norte! Borda do arco externo, quando uma das boias afundou, eu lutei bravamente para tentar puxar a fera pra fora. Mas ela deu um salto pra fora d’agua exibindo sua coloração que vai de um cinza para um preto como o carvão, com manchas pelo seu corpo em vermelho escarlate. Cor que também tinge suas barbatanas. Seus dentes afiados forçaram tanto a linha na queda que escapou ficando só na memória de quem presenciou a cena. — O homem termina sua fala quase sem ar, enquanto seu olhar brilhante vai se perdendo em um leve desanimo.
— Pollos… Eu sei que um dia você vai conseguir capturar um peixe de nível monstro. Não fica desanimado. Aí então, vai poder fazer O BANQUETE para mim. — A mulher termina sua fala colocando a mão nos ombros dele e o consolando de leve.
— Ele vai ter que decidir se repassa o peixe para guilda ou se comeremos ele. — Shymphony dá a deixa cravando seu lugar num futuro banquete.
Sarah que já está sentada, observa e escuta atentamente cada gesto e detalhe do bate-papo. Enquanto seu olfato continua sendo inundado pelos mais variados aromas.
— Pequenina, nos apresente sua amiga! — Pollos dá a deixa.
Shymphony termina de virar um grande gole da bebida em sua caneca, solta um ar de satisfação, então se vira para Sarah.
— Sarah, esses são Pollos e Nova, Pollos e Nova, está é a Sarah.
— Prazer Sarah, Pollos Saffron. Ao seu dispor.
— Prazer, Nova Saffron. A seu dispor.
— Prazer em conhecê-los! — Sarah levemente tímida, retribui os comprimentos enquanto avista Pollos terminando de encher uma caneca e estendendo o braço para entregar a ela.
— Ao que devemos brindar dessa vez? — Pollos toma a dianteira.
— Escudo? — Shymphony não perde o momento.
— Novas amizades? — Nova tenta ser acolhedora.
— A bebida! — Pollos não nega seus gostos.
— Mmmm… Batatas?? — Sarah realmente tímida se entrega aos desejos.
Sorrisos genuínos são acompanhados de leves, porém marcantes gargalhadas que surgem de cada um e tomam conta do ambiente.
— À bebida, ao escudo, à amizade, aos peixes, e as batatas HUHUMMM!!
Canecas são levantadas, e ao som suave de madeiras ocas colidindo, a largada para o banquete é dado. Claro, Sarah se concentra nelas a todo custo, sem deixar de lado a bebida que ajuda prontamente a descer a comida com mais facilidade. Sem contar o sabor suave amanteigado, com o toque levemente alcoolizado no fim.
— Então pequenina, conte-nos mais sobre o escudo e seu metal!
— Da última vez que eu fui visitar minha antiga vila ao norte. Enquanto eu caminhava por uma pequena trilha quase no fim dos bosques temperados. Enquanto cantava, acabei me empolgado um pouco na vibração. — Sarah desponta um leve sorriso enquanto presta atenção nos braços gesticulando de Shymphony — Foi então eu senti um pouco floresta a dentro, um ressoar das minhas vibrações, um sentimento de ansiedade tomou conta de mim. Ao chegar mais perto, eu pude ver. Enterrada pela metade, aquela grande pedra metalizada, então eu encostei nela e vibrei. — Ela cessa a fala enquanto seu olhar distante vislumbra sua mão vazia e aberta. — Ela vibrou de volta, quase como se ela estivesse ali, me esperando, para juntas sintonizarmos nossas vibrações. Aaaaa mas eu a arranquei ali mesmo, na mão.
— Isso é algo que eu imagino fácil você fazendo! — Nova a interrompe sutilmente.
— Eu a carreguei amarrada nas costas até minha vila, e lá eles fizeram uma pequena carroça para que eu a carregasse com mais conforto. — Ela finaliza sua fala entornando mais uma.
— Engenhoso esse povo do norte, talvez eu deva visitá-los futuramente. — Pollos tece elogios enquanto já viaja na imaginação.
— Eu sei, já faz tempo não é mesmo? Talvez devêssemos sair em uma nova jornada no futuro. — Nova termina a fala só apreciando o olhar sincero e recíproco de Pollos.
— Depois que eu pegar aquele monstro, nós partiremos então. — Seu olhar volta a ser convicto como sempre deve ser o olhar de um pescador determinado.
— Quando você for visitá-los, existe um rio que corta o Norte de Leste a Oeste e divide a as taigas congeladas dos bosques temperados. É um rio muito bom para pescas. Aliás, no Norte tem alguns lagos com peixes bem exóticos. Fiquei sabendo de um peixe branco de categoria lendário que só dá pra pescar em uma grande lagoa perto da vila Nord! — O olhar de Pollos reluz como diamante polido — Dizem que ele pode chegar até dois metros de comprimento.
— Eu já li sobre guildas de caçadores, mas nunca cheguei a me aprofundar muito nesse tema. — Sarah solta palavras ao ar enquanto termina de abocanhar uma batata que mal cabe em sua boca.
— Eles ainda existem em seu tempo? — Shymphony a questiona levemente entusiasmada.
— Sim, elas são gigantes. Mas só os mais corajosos ousam se tornar um caçador. Afinal, os androides sempre foram um perigo muito grande para se enfrentar em meio a uma caçada. Apesar que agora, com a paz, muitos sem ser da realeza devem ter criado coragem para correr atras das recompensas de ser um caçador. — Sarah relembra dos noticiários e livros rapidamente, mas logo deixa de lado por causa de uma outra lembrança mais recente. — Quais eram as classificações mesmo dos animais??
— Se eu não estou enganado, eles são divididos em cinco categorias — Pollos toma a dianteira da conversa após finalizar uma abocanhada em uma das batatas que estava quase derretendo de tão mole. — Temos os animais comuns, que são vistos por ai facilmente a qualquer momento, os raros que já são mais reclusos e bem difíceis de serem capturados, os monstros que são extremamente selvagens e agressivos, são até mais fáceis de serem vistos, mas a maioria os evita por eles serem fortes, territorialista, quase ninguém os pegou pelo que eu saiba. — Todos ali estão concentrados em cada palavra entusiasmada dele — Os lendários são animais que já foram vistos, mas ninguém nunca os pegou, e tem.
— Os ARAUTOS, serpentes gigantescas que trazem o caos, destruição e morte por onde passam! Verdadeiras calamidades! Mensageiras do fim! — Shymphony se empolga quase que recitando um poema de terror. Sarah cessa por um momento tudo que está fazendo, e com o olhar focado em Shymphony, viaja na memória até aquela fatídica noite marítima.
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