Índice de Capítulo

    Sarah e Shymphony estão voltando do mercado, cada uma carrega consigo um grande saco de carvão nas costas. Elas estão passando perto do porto, e já aproveitam para se encontrarem com Adão e os demais.

    — Adão! — Sarah mal entra no barco e já está gritando por ele.

    — Eles estão na cozinha preparando algo para comer. — Geovanni, o maquinista do navio. Falar do alto do mastro enquanto aprecia a vista. Logo começa a descer enquanto tenta ser ouvido.

    — Boa tarde! — Shymphony o cumprimenta gentilmente, mas para ele foi mais que um aperto gentil. Pode sentir a força dela, mas procurou disfarçar com um sorriso.

    — Vamos então? Temos coisas para resolver antes que a noite caia. — Sarah dá a deixa.

    Após entrarem no barco, logo se encontram com Orpheus e Sylphie sentadas a beira da mesa do cômodo principal da cabine. Logo Marcos também se faz presente.

    — Aí está você! Pensei que tinha se perdido pelo palácio. — Marcos vai logo quebrando o gelo enquanto tenta tirar um sorriso.

    — Quanto mais perdido alguém está. Mais perto de novas descobertas ela também está! — Shymphony dá a deixa para se exibir um pouco.

    — Vejo que temos aqui uma poeta. — Marcos vai logo estendendo a mão para cumprimentá-la.

    — Muito Obrigada! Seu barco também e algo admirável. Posso escutar ele funcionando depois? — Ela vai logo ao que interessa para seus ouvidos.

    — Com certeza! Amanhã partiremos depois de recrutar alguns homens que queiram uma aventura em alto mar. Poderá ouvir essa beleza a todo vapor. — Ele logo vai aceitando o pedido.

    — E o Adão, onde está? — Sarah o indaga.

    — Ele se enfiou na cozinha repentinamente dizendo que queria ajudar Giuseppe nas refeições. — Orpheus dá a deixa para se apresentar.

    — Sarah, essa é Orpheus, uma das irmãs de segunda geração de Adão. — Shymphony a apresenta.

    — Prazer! — Sarah logo estende a mão para cumprimentá-la sem deixar de observar cada detalhe peculiar dela. Desde as pequenas garras até as penas em sua cabeça.

    — E eu me chamo Sylphie.! É um prazer conhecer a amiga de quem Adão tanto falou. — Ela logo vai rodeando Sarah com seu vento enquanto a inspeciona meticulosamente “Acho que exageraram na comparação”.

    Sarah sente um leve arrepio por seu corpo que logo se esvai.

    — Desculpe por isso. Eu gosto de jogar um pouco de ar nas pessoas por aí. — Ela solta essas palavras enquanto ri suavemente.

    — Um pouco? Essa aí se você se descuidar, te joga no mar com suas rajadas. — Shymphony não perde a oportunidade de tirar sarro da irmã.

    — Eu posso te jogar agora mesmo se você quiser! — Uma ventania começa a suavemente tomar conta do ambiente. Marcos e Geovanni escorregam de fininho para o canto da sala.

    — Podem parar vocês duas. — Orpheus não vê alternativa a não ser interrompê-las. — O vento logo se acalma e some deixando espaço para o habitual ambiente de sempre. Shymphony também vai se acalmando.

    Sarah que continua no mesmo lugar, observa as duas com sorriso no rosto e seu olhar vagueia para longe por um momento e logo volta.

    — Bom, já que nos conhecemos. Agora só falta encontrarmos um certo felino ai! — Sarah dá a deixa para o que realmente importa.

    Nesse momento, Adão com suas orelhas antenadas na cozinha, sente um calafrio percorrer por toda sua espinha, arrepiando todos os pelos de seu corpo. Até seu rabo dá uma espichada repentina. Logo sombras começam a tomar conta do ambiente, o ar começa a ficar mais gelado, e até uma vibração no ambiente se torna perceptível. Giuseppe pode senti-la e logo se vira para trás, e o que ele observa, também lhe dá calafrios.

    Adão se recusa a virar.

    — Ei, tem alguém aqui que quer te ver! — Sarah vai logo dando um cutucão na lateral da sua barriga sem ele conseguir desviar.

    Após puxar um bocado de ar e soltar bem devagar, ele lentamente vai se virando enquanto coloca a mão sobre o local onde Sarah cutucou.

    — Oii… — Adão cumprimenta timidamente Shymphony, sem olhar diretamente para ela.

    Enquanto olha para baixo, uma mão com punho fechado aparece no seu campo de visão, e logo para a sua frente, um sorriso gentil surge em seu rosto, e logo ele retribui o gesto dando um soco para frente encontrando o punho de Shymphony.

    O ambiente vai clareando e tudo fica mais suave e leve.

    — Não pense que eu esqueci de nossa luta. Ainda quero uma revanche! Mas por hora. — Shymphony se aproxima repentinamente dele e o abraça. — Bem-vindo de volta ao lar! — Palavras que transpassam qualquer armadura ou distância.

    E num gesto sutil e gentil, ele retribui o abraço. Orpheus como sempre, sente um leve ciúme com a cena. Já Sylphie se segura para não chorar. Giuseppe após cumprimentar Shymphony, volta seu foco para as panelas e o fogo. Todos ali saem da cozinha e voltam para o cômodo principal, inclusive Adão.

    Agora que todos estão sentados envolta da mesa, eles começam a conversar sobre diversas coisas, inclusive combinam de todos jantarem junto à noite. Antes disso, Sarah e Shymphony precisam levar o carvão para os ferreiros. E dando a deixa, elas partem agilmente da mesma forma que vieram.

    Sylphie observando a proximidade das duas, se sente confortável em ver que sua irmã não se sente mais tão solitária como antes. Orpheus logo encosta nela para cochichar.

    — Será que ela gosta do Adão?? — A pergunta de Orpheus faz Sylphie dar boas gargalhadas. Adão que está ali do lado, até cospe para o lado um pouco do leite que estava bebendo.

    — Boba, esqueceu que ele tem uma das melhores audições entre nós? — Sylphie não perde a oportunidade para caçoar dela que mal consegue olhar para frente.

    O tempo passa e a noite cai. Sarah e Shymphony retornam, e não e não estão sozinhas. Nova e Pollos as acompanham enquanto carregam alguns barris de bebida amanteigada. Marcos, Geovanni e Giuseppe conseguem sentir o odor alcoólico da bebida antes mesmo deles chegarem no barco, e começam a salivar. Eles vão se cumprimentando e se conhecendo. Adão é abraçado por Pollos e Nova, e seu rabo espicha as duas vezes.

    — Ele é bem-querido né. — Sarah cochicha com Shymphony.

    — Sim, ele sempre foi o mais próximo e aberto de todos da geração dele. Dormia aos pés da mãe quase todas as noites quando era pequeno. Espere para ver a choradeira quando ele se reencontrar com ela. — Com um sorriso gentil no rosto, ela termina de virar mais uma caneca cheia e espumada.

    — Acho que eles já se cumprimentaram mais cedo quando entramos na cidade. Escutei uma voz, achei que estava ficando louca, mas quando vi Adão chorando, eu pude sentir que ele também escutou e entendeu. — Ela conta o ocorrido enquanto olha para o chão e logo vai virando uma caneca também.

    “Estranho, geralmente a distância assim, só a gente que surgiu da vontade da mãe pode escutar…” Shymphony não resiste a dar mais uma boa olhada em Sarah enquanto termina de beber. — Bom, pelo menos eles já se cumprimentaram.

    — Ei vocês duas, vamos!! Se juntem a nós há mesa, até parecem que estão de namorico aí no canto. — Sylphie não perde a oportunidade para dar uma “cutucada” nelas. O que faz Sarah corar levemente e fazer Shymphony até engasgar-se com a bebida. As duas levantam ligeiramente e logo se juntam a todos a mesa. E por horas, bebida, comida, conversa, dança, cantoria, e até uma disputa de queda de braço é apreciada por eles ali no barco nesta noite.

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