Capítulo 777 – Encontro às Cegas 

Combo 77/300

Em um dos bairros mais luxuosos, situado perto do coração da cidade, um restaurante chique, mas não excessivamente opulento, estava recebendo os primeiros visitantes do dia. Enquanto alguns proprietários faziam questão de seguir as tradições arcaicas e contratavam garçons humanos, este estabelecimento em particular era voltado para um público majoritariamente jovem.

Por esse motivo, muitas coisas eram automatizadas e podiam ser facilmente acessadas por meio de comunicadores pessoais dos clientes. Os chefs ainda eram humanos, é claro. Eles também eram verdadeiros mestres de seu ofício. Cada ingrediente usado por eles era natural, também, enquanto alguns eram até importados de outros quadrantes.

O design interior era similarmente luxuoso, com madeira natural visível em todos os lugares. Pinturas autênticas de séculos passados ​​penduradas nas paredes, protegidas por grossas folhas de liga transparente. Tudo era caro, elegante e gritava classe.

Tal restaurante, é claro, só era acessível a cidadãos das mais altas patentes, que podiam pagar para jantar aqui. Era especialmente popular entre os jovens herdeiros da elite da cidade e tinha a reputação de ser um local privilegiado para encontros arranjados e ocasiões românticas.

Atualmente, alguns desses encontros estavam acontecendo lá dentro, com jovens ricos e mulheres passando pelos movimentos estranhos de comparecer a um encontro às cegas arranjado para eles por suas famílias.

Estranhamente, a visitante mais marcante do famoso restaurante estava sentada sozinha, como se seu par estivesse atrasado.

A jovem parecia estar na casa dos vinte e poucos anos, mas possuía elegância e graça que falavam de uma estranha maturidade. Ela era requintadamente bonita, com uma figura flexível e pele impecável. A beldade usava um vestido vermelho estiloso e uma jaqueta de couro preta. Algumas joias de bom gosto adornavam seus dedos e pescoço delicado.

Outras visitantes femininas do restaurante não conseguiam deixar de se sentir exasperadas pelo fato de que seus pares pareciam incapazes de parar de olhar para a bela mulher. Os homens, enquanto isso, estavam todos se perguntando que tipo de idiota deixaria uma beldade dessas esperando. Se ao menos estivessem no lugar dele, não estariam tão atrasados!

Finalmente, as portas se abriram e um novo visitante entrou. O jovem olhou em volta, coçou a nuca e então se dirigiu para a mesa onde a beldade impressionante estava sentada sozinha.

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Sentando-se, ele sorriu timidamente e disse:

“Desculpe pelo atraso. Espero que você não tenha esperado muito.”

A jovem sorriu educadamente, revelando seus dentes brancos perolados.

“Sem problemas.”

Ela estudou o jovem por alguns momentos e então disse com um pouco de reprovação em sua voz agradável e aveludada:

“Odeio dizer isso, mas você não se parece em nada com as imagens que me mostraram.”

Ele olhou para baixo, como se estivesse envergonhado.

“Oh… Eu tinha que usar algo discreto. Andar por aí como sempre seria um pouco ostentoso. No entanto, não é o mesmo para você? Toda essa maquiagem para esconder sua pele…”

A jovem franziu a testa.

“É uma Memória cosmética, eu te disse. De qualquer forma… Eu já pedi algo para comer. Você pode ler o menu enquanto esperamos.”

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O jovem hesitou, então olhou ao redor com uma expressão divertida. Finalmente, ele perguntou:

“Como eu faço isso?”

Ela olhou para ele com curiosidade:

“Você não sabe? Você nunca foi a um restaurante de verdade antes?”

O jovem sorriu e balançou a cabeça, então disse melancolicamente:

“Para falar a verdade, esta é a primeira vez que visito um restaurante. Eu fui criado no Reino dos Sonhos, afinal. Eu só retornei ao mundo desperto quando tinha cerca de treze anos. Muitas coisas aqui parecem muito estranhas para mim…”

Com isso, Mordret mexeu um pouco em seu comunicador e finalmente conseguiu abrir o menu. O corpo que ele estava usando usava uma trava biométrica, pelo menos… caso contrário, ele não saberia como acessar o comunicador. Ele olhou para todas as opções projetadas à sua frente e perguntou:

“O que você recomenda?”

A bela sorriu.

“Duvido que tenhamos gostos semelhantes.”

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Naquele momento, o prato que ela havia pedido finalmente chegou. Era um bife, preparado tão malpassado que mal parecia cozido. A jovem cortou elegantemente um pequeno pedaço e o levou aos lábios sensuais, que estavam vermelhos como sangue.

Mordret a observou com uma expressão agradável.

“Ah, sim. Ouvi dizer que você e suas irmãs seguem uma dieta muito especial, Lady Song.”

A jovem lambeu os lábios e olhou para ele com uma expressão neutra.

“Apenas me chame de Seishan. Não precisa ser formal.”

Ele sorriu.

“Então, Seishan… por que ela enviou você, de todas as pessoas? Você é tão dispensável que a Rainha não se importa em sacrificá-la para mim, caso o encontro dê errado?”

Song Sei Shan calmamente comeu outro pedaço do bife, então limpou os lábios com um guardanapo.

“Por que nosso encontro daria errado? Temos um objetivo em comum, afinal. Nosso clã é sua melhor chance de alcançá-lo.”

Mordret pensou um pouco, então assentiu e suspirou.

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“Verdade. No entanto, com aquela coisa da Antártida acontecendo, eu teria pensado que ela estaria relutante em seguir em frente. Afinal, não é o melhor momento para fazer algo drástico.”

Seishan estudou o Príncipe da Guerra por alguns momentos e então sorriu.

“Ah, pelo contrário. Achamos que o evento na Antártida é o melhor cenário para fazer algo drástico.”

Ele hesitou por um tempo, então deu de ombros.

“Bem, justo. Então, o que acontece agora? Tenho que me ajoelhar e recitar um voto? Beijar seu anel? Ou fazer outra coisa?”

A bela balançou a cabeça.

“Normalmente, você teria que assinar um contrato com uma gota do seu sangue. No entanto, considerando sua propensão a mudar… trajes… isso dificilmente faria alguma coisa, não é?”

Ela sorriu.

“Então, não há necessidade. Bem-vindo ao Clã Song, Príncipe Mordret. Estou ansiosa por todas as grandes coisas que realizaremos juntos.”

Mordret retribuiu o sorriso, então escolheu algumas opções no menu e as pressionou.

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Então, ele suspirou e disse com um pouco de diversão:

“Ah… é estranho ser adotado…”