Índice de Capítulo

    Alexander acordou cedo e alimentou Ocean antes de ir para sua primeira aula prática. E como sua nova casa tinha uma área murada e privada nos fundos, Ocean pôde relaxar confortavelmente ao sol.

    Quando ele chegou em frente a sala da sua turma, Lucas já estava lhe esperando e o entregou uma lança preta com uma expressão bem amarga no rosto. — Seu prêmio.

    Alexander ficou encantado com a lança assim que a viu, pois era perfeita para o que ele queria naquele momento. Tinha até a imagem de um dragão prateado subindo pelo seu cabo, como uma obra de arte feita para o campo de batalha.

    — A academia é realmente muito influente — constatou Alexander ao analisar a arma. — Ela é muito melhor do que eu esperava e foi feita em apenas 1 dia.

    — O ferreiro que a fez é muito habilidoso — analisou. — Ele não só corrigiu os erros conceituais do meu desenho, como também alargou a lâmina e deixou a lança em perfeito equilíbrio… Ele até ajustou os parrying hooks para que ficassem melhores e em forma de meia-lua, o que aumentou a resistência e a capacidade de corte e penetração.

    — Namore a sua nova arma mais tarde — disse Lucas, que tinha um sorriso amargo, interrompendo a linha de pensamento dele. — Entre na sala imediatamente. Quero terminar a aula de hoje o mais rápido possível.

    Percebendo que Lucas parecia um pouco irritado, Alexander guardou a lança e foi sentar para a aula, mas não antes de usar |Avaliar| na sua lança nova.

    [Lança Dragão Ascendente (Único): Uma lança no auge do grau único que é feita de ferro negro e platina encantada. Tem grande resistência à abrasão de venenos e seus afins; e alta condutibilidade para energia e mana.]


    • + 35% de dano em golpes perfurantes. (Esse efeito só é válido ao usar a ponta da lança).
    • + 15% de dano em golpes cortantes. (Esse efeito só é válido ao usar o gume da lança).
    • + 03,75% de poder ao lançar feitiços Tier III. (O efeito é dobrado para cada nível abaixo).
    • Habilidade: |Cajado Mágico|

    [|Cajado Mágico|: Possibilita que esse item seja usado como um cajado mágico.]

    Depois de algum tempo, quando a maioria dos alunos já estavam sentados, Lucas começou a dar sua aula: — Como hoje é o primeiro dia, vou começar pelo básico de qualquer combate, os sistemas de energia.

    — Isso pode ser ainda mais promissor do que eu pensava — admitiu Alexander interiormente. — Vim aqui para aprender a lutar, mas parece que há muito mais para aprender aqui… Melhor começar a tomar notas.

    — Tudo o que existe tem energia própria. E como vocês já sabem, é a linhagem, o talento inato e a sorte que definem a capacidade de controlar e/ou armazenar seus sistemas energéticos — explicou Lucas. — É por isso que quanto mais fortes forem os pais, maiores serão as chances dos filhos terem um grande potencial e uma boa base/ponto de partida.

    — Isso explica porque a maioria da população não é proficiente no controle de energia ou mana — conjecturou Alexander ao analisar as novas informações. — A nobreza também deve absorver qualquer um que se destaque para produzir descendentes mais fortes. E os poucos que não são absorvidos devem se tornar aventureiros e formar famílias com outros aventureiros.

    — Voltando ao assunto, apesar das semelhanças, a mana e a energia corporal de um ser funcionam de maneiras opostas — retomou Lucas — Se por um lado a energia corporal é gerada individualmente por cada ser, por outro lado, mana é a energia gerada pelo próprio mundo.

    Ao colocar esse ponto, Lucas fez uma pequena pausa para que todos pudessem absorver minimamente essa informação e ele pudesse continuar.

    — Não estou dizendo que o mundo seja necessariamente um organismo vivo como nós, embora essa possibilidade exista — admitiu Lucas. — O que estou dizendo é que ele engloba tudo de uma forma muito conectada. Uma grande unidade perfeita e harmoniosa.

    Vendo que todos entenderam a ideia geral do que ele estava dizendo, Lucas continuou: — É por isso que é muito mais difícil se tornar um mago, que exige um controle de mana refinado, do que um lutador, que usa sua própria energia.

    — Então como podemos usar a mana? — perguntou um aluno mais simples.

    — Nós somos uma parte do mundo, então a energia dele também nos permeia e conta como nossa — respondeu Lucas. — É por isso que podemos usar mana.

    — Coloque dessa forma: se uma parte do seu corpo criasse consciência e começasse a produzir a própria energia, ela deixaria de ser uma parte do seu corpo? — instigou Lucas.

    — Acho que não? — respondeu o aluno, ainda sem entender o ponto.

    — Se ela ainda é uma parte de você, o que a impediria de usar tanto a energia dela quanto a sua? — apontou Lucas. — É mais ou menos essa a nossa relação com o mundo. A diferença é que no nosso caso o tamanho/proporção da diferença é “infinitamente” maior.

    — Obrigado, professor — disse o aluno. — Eu entendi melhor agora.

    Satisfeito com esse feedback, Lucas voltou à exposição: — Também é por esse motivo que todos os seres, normalmente, nascem com energia corporal e afinidade(s) mágica(s), mas sem mana. A mana adquirida passivamente ao longo da gestação de cada ser nada mais é do que o Mundo preenchendo uma nova parte de si com energia.

    — É por isso que a principal diferença entre usar energia corporal e mana é o seu fluxo de funcionamento — explicou ele. — Enquanto a energia interna segue um fluxo simples sendo liberado de dentro do corpo para o ambiente circundante, o uso adequado da mana requer que seu fluxo sincronize a mana interna com o ambiente circundante antes de realizar qualquer coisa. O que torna o controle de mana muito mais difícil do que controlar a energia interna.

    Terminando essa parte de sua explicação, Lucas estendeu a mão e liberou uma mana tão densa que era visível mesmo sem o uso de |Controle de mana|.

    Aos poucos a mana na mão de Lucas começou a crepitar e atrair mais mana do seu corpo. Quando sua mana começou a sincronizar com o ambiente externo, a sua mão se iluminou com a formação de vários pequenos raios. — É dessa forma que funciona o fluxo de mana para formar qualquer coisa mágica. Seja para encantar um item ou lançar um feitiço ofensivo. 

    — Um processo de dupla camada — concluiu Alexander. — A parte inicial é de dentro para fora, mas após estabelecer sua “base” externa, o fluxo de mana faz mais uma passagem pelo corpo para receber mais diretrizes e/ou mais mana.

    — Porém esta é apenas a regra geral — advertiu Lucas. — Existem seres que naturalmente podem fazer isso de forma muito mais simples e direta, como elfos e bestas mágicas.

    — O que pretendo ensinar a vocês são maneiras de “contornar” um pouco essas limitações — explicou ele. — Assim vocês conseguirão controlar e aumentar sua mana com mais facilidade.

    Terminando sua introdução sobre mana, Lucas começou a introdução sobre energia corporal, mas ela foi menos mística: — A energia interna é um pouco vaga de explicar, pois se baseia em grande parte nas sensações e no controle que cada pessoa tem sobre o próprio corpo. Mas o mais consistente que posso dizer sobre todos os casos é que quanto mais você melhora, mais difícil fica para continuar melhorando, pois em alguns pontos você pode acabar se perdendo e não sabendo como melhorar.

    — Isso geralmente acontece pela redundância que a energia interna causa no corpo, porque quanto mais vigoroso for o seu corpo, mais abundante será a sua energia interna. E quanto mais forte e abundante for sua energia, mais vigoroso será seu corpo — apontou ele. — Em determinado momento, principalmente quando você já está com a energia muito elevada, esses dois pontos acabam se confundindo, o que pode gerar um gargalo no crescimento do indivíduo.

    — Ainda bem que posso ver minhas informações básicas de forma quantificada e ter uma maneira muito mais direta, embora mais difícil, de continuar melhorando — pensou Alexander.

    Com a introdução ao tema estabelecida, a aula continuou até o final da manhã. E quanto mais Alexander ouvia, mais ele sentia que fez a escolha certa ao ingressar na academia. Pois, além de todo o conhecimento teórico e prático de combate em si que a academia tinha a oferecer, ela também lhe proporcionaria a parte teórica para melhorar no uso de energia interna, mana, feitiços e afins.

    Quando a aula terminou, Alexander correu para comprar um suprimento de refeições que pudesse abastecer tanto ele quanto Ocean, e passou o resto do dia em casa tentando aplicar o que aprendeu.

    Apesar da quantidade significativa de horas que passou treinando, Alexander ficou imensamente feliz com os resultados alcançados naquele dia.

    — Realmente é como diz aquele provérbio — pensou ao analisar a diferença entre os resultados que obteve antes e depois de uma única aula. — O mais importante não é a ferramenta que você utiliza, mas sim a pessoa que a utiliza e a técnica que aplica no seu manuseio.

    Embora sua prática fosse cheia de erros, contratempos e dúvidas, ainda era melhor do que quando ele estava por conta própria.

    Exausto de passar o dia treinando, Alexander foi dormir cedo para se recuperar a tempo para a aula prática de combate do dia seguinte…

    Ao chegar à arena da sua turma na manhã do dia seguinte, como Lucas instruiu todos a fazerem, Alexander encontrou uma arena completamente restaurada e pronta para uso.

    Lucas e os demais alunos que ainda estavam ausentes não demoraram a chegar e, com todos reunidos, Lucas começou a explicar o básico para combates.

    Depois de dar algumas dicas sobre combate marcial, mágico e híbrido, Lucas disse aos alunos para pegarem suas armas e começarem a praticar, para que ele pudesse ver seus movimentos e corrigi-los.

    Alexander então pegou sua lança e tentou manejá-la, mas logo descobriu que embora tivesse um bom conhecimento teórico, vindo do que havia aprendido na Terra, a prática era bem diferente.

    Surpreso ao ver a dificuldade dele com a lança, já que seus movimentos eram apenas de nível iniciante, isso para ser generoso, e lembrando-se do dinheiro que gastou nessa arma, Lucas ficou completamente indignado com a possibilidade dela ser desperdiçada e passou a manhã inteira alternando entre ajudar os outros alunos e ensiná-lo a usar a lança.

    Como não era um usuário de lança, Lucas não poderia ensiná-lo nada muito avançado, mas como um lutador habilidoso e experiente, o seu conhecimento cobria do básico de luta com os punhos ao básico da maioria das armas.

    A motivação de Lucas obviamente não foi exclusivamente financeira, pois o custo da arma e o conserto da arena não chegaram nem perto de desequilibrar suas economias, afinal, ele era uma potência e recebia uma quantia adequada por seus serviços. O que importava para ele era o princípio, pois era o dinheiro que ele trabalhou “duro” para conseguir. E embora a quantia não fosse muito significativa para ele, também não era irrelevante.

    Após uma manhã intensa de treino, Alexander conseguiu aprender a forma mais básica de usar e se comportar com uma lança.

    Essa velocidade explosiva de aprendizado não aconteceu porque ele era um gênio ou nasceu destinado a usar uma lança, mas porque sua capacidade cognitiva, visão, controle corporal e outros aspectos de seu corpo se tornaram sobre-humanos com sua 1ª evolução… E ele já estava na sua 2ª evolução.

    Lucas ficou bastante surpreso ao ver que Alexander havia aprendido o básico antes do final da aula. Mas também não era como se isso fosse uma façanha de virar o céu e a terra neste mundo. Alexander foi apenas mais rápido do que os alunos “médios”, que levavam em média de semanas a um mês.

    Com o fim da aula, Alexander correu para sua casa para buscar Ocean, pois estava morrendo de vontade de ir para uma masmorra testar o que havia aprendido, e Ocean não aguentava mais ficar em casa.

    Enquanto caminhavam em direção ao portão, ele começou a pensar que deveriam comer alguma coisa antes de entrar em uma masmorra e acabou se distraindo pensando para onde deveriam ir.

    Alexander só voltou a si quando Ocean esbarrou com uma Demi, que caminhava com a cabeça levemente abaixada, na esquina de um dos prédios que ficavam perto do portão da academia.

    — Por-por favor, não me coma — implorou a Demi a Ocean, quase chorando.

    Obs: Chave PIX para quem quiser, e puder, apoiar a novel: 0353fd55-f0ac-45b5-a366-040ecefa7f7b. Caso não consiga copiar a chave pix, é só clicar nela que vai ser gerada uma aba/guia que tem como URL/Link a própria chave pix com algumas barras nas pontas: https://0353fd55-f0ac-45b5-a366-040ecefa7f7b/, e é só retirar a parte excedente.

    Ps: Para finalizar, volto a reiterar que as publicações seguiram normais e recorrentes no ritmo mencionado mesmo que, por ventura, haja a publicação de capítulos adicionais.

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