Capítulo 053 – Árvore da Boa Sorte
Assim que suas palavras caíram, Alexander sacou sua lança, que imediatamente começou a pingar veneno, usou |Campo da Água|, que pressionou aqueles que estavam dentro dele, e cuidadosamente voltou para a estrada.
O trio de estranhos lançou-lhe olhares zangados e pareciam infelizes, mas não podiam fazer muito mais do que isso, pois podiam sentir que Alexander era mais forte que eles e já estavam cansados e feridos.
Mark e Stella não eram muito diferentes, mas Mark certamente estava ainda mais irritado que o trio. Ele pensou que poderia aproveitar a chegada do grupo de Alexander para se apossar da {Árvore da Boa Sorte}, mas ele acabou sem nada depois de perder “seu” tesouro para um plebeu.
Após se afastar do trio de estranhos e verificar se não estava sendo seguido, Alexander desativou seu |Campo da Água| e pegou a {Árvore da Boa Sorte}.
Alexander comeu algumas folhas para verificar seu efeito, mas ao acompanhar o resultado com seu status aberto, ele descobriu que só ganhou XP e 1 ponto do atributo sorte por folha que comeu. Um efeito que não parecia muito bom dada a raridade deste tesouro.
A quantidade de XP era até considerável, tanto que sua barra chegou ao topo, mas seria um desperdício comer tal {Maravilha da Natureza} só para ganhar XP e (Sorte). O que Alexander não sabia era que, normalmente, por meios naturais, o atributo sorte era o mais difícil para qualquer indivíduo aumentar.
— Parece que minha sorte acabou quando consegui colher essa planta… Seus efeitos em mim são muito baixos — pensou Alexander, ainda indeciso sobre o que fazer com a planta. — Guardá-la ou vendê-la também não parece ser o melhor caminho a seguir.
Depois de pensar no que fazer, Alexander a passou para Diana. — Vá em frente e tente a sorte. Ela não teve um efeito muito bom em mim.
Diana ficou envergonhada no início, mas não recusou a oferta e timidamente comeu uma das folhas. — Muito obrigado. Ela tem um gosto muito bom. Posso até sentir sua energia percorrendo meu corpo.
— Maldita planta sexista — praguejou Alexander em pensamento, totalmente indignado com a planta. O gosto dela não era horrível quando ele comeu, mas estava longe de ser muito bom.
— Coma metade das folhas já que gostou — disse Alexander como se não fosse nada. Mas ao olhar para o rosto incerto de Diana, acrescentou: — Não pretendo nem comer a outra metade, vou dá-las à Ocean.
Mark e Stella, que não corriam mais na frente do grupo, ouviram toda a conversa em silêncio. Mas ao descobrirem que Alexander não se importava com o tesouro, e até pretendia dar metade dele à sua loba, eles ficaram caóticos.
Sentindo que esta era a gota d’água, Mark começou a ficar cada vez mais caótico e impaciente. Mas isso rapidamente parou quando ele sentiu seu corpo sendo envolvido pelo |Campo d’água| de Alexander, que agora brandia sua lança.
— Tente fazer alguma coisa, qualquer coisa, e veja se não sofrerá o triplo do dano que pode causar — ameaçou Alexander friamente. Mas por dentro ele já estava pensando em como eliminar esse problema em forma humana.
Ao ver a ferocidade nos olhos de Alexander, Mark desistiu de tentar fazer qualquer coisa. Ao menos por enquanto.
Os pensamentos de Stella também eram caóticos, mas como ela não exalava tanta hostilidade quanto Mark, Alexander não a ameaçou. Mas mesmo sem a ameaça, ela podia sentir que seu destino não seria muito diferente do de Mark se tentasse alguma coisa.
Ser tratada assim foi a primeira vez para Stella, que cresceu recebendo elogios e o favor de todos ao seu redor. Ela não sabia bem o que fazer, mas deu um passo à frente e ficou na frente de Alexander. — Não vou tentar levar o seu tesouro. Mas já que você não se saiu bem com ele, poderia vendê-lo para mim?
— Você não tem dinheiro para comprá-lo — observou Alexander.
— Mas minha família tem — respondeu Stella.
Alexander instintivamente riu ao ouvir as palavras dela, mas não por desconsiderá-la ou para zombar dela. Ele simplesmente achou muito engraçado a inocência e a ingenuidade de Stella.
— Não me leve a mal. Eu não estou desdenhando da sua oferta — garantiu Alexander. — É que você não parece ter entendido uma coisa bem simples.
— O que eu não entendi? — perguntou Stella, confusa.
— O fato dessa planta só ser minha porque sou o mais forte aqui — explicou Alexander. — O que garante que ela ainda será minha quando chegarmos a um lugar onde tem gente que pode varrer o chão comigo?
Stella, a princípio, pensou que as palavras de Alexander faziam sentido, mas depois de pensar um pouco mais, ela ficou indignada. Ele não estava insinuando que ela e toda a sua família eram ladrões?
Vendo o rosto dela se distorcer, e sentindo que ela estava perdendo o controle, Alexander achou melhor explicar com clareza para não correr o risco de as coisas piorarem. Porque se ela tentasse alguma coisa, ele reagiria.
— Não estou dizendo que você ou sua família vão tentar me roubar. Mas você pode garantir pelos outros? — perguntou Alexander ao olhar para Mark.
Tal ato deixou Mark ainda mais irritado. Ainda mais porque Alexander havia percebido o seu plano.
Stella finalmente entendeu, mas isso a deixou num impasse. Ela queria comer da {Árvore da Boa Sorte}, mas não tinha o que barganhar por ela no momento.
Divertindo-se ao vê-la tentar, Alexander resolveu provocá-la aos poucos para ver até onde ela iria. Mas Diana interveio, estragando a diversão dele: — Você não pode lhe dar um pouco? Ainda há tantas folhas.
Apesar de sua personalidade gentil com os outros, Diana sabiamente excluiu o nome de Mark, que estava em mútua hostilidade com Alexander, ao tentar pleitear por alguns benefícios, que obviamente eram para ambos. Mas mesmo assim, ela ainda foi repreendida por Alexander: — Ingênua. Você acha que eles nos dariam alguma coisa se a situação fosse ao contrário?
Diana não precisou pensar muito para saber a resposta. Mas não era como se sua personalidade fosse mudar de um momento para o outro.
Ao vê-la em conflito, Alexander não pôde deixar de suspirar. — Metade das folhas já são suas, logo você é livre para fazer o que quiser com sua parte. Mas pense muito bem antes de tomar sua decisão, pois cada folha que você não comer é uma parte dessa oportunidade única que você vai está abrindo mão.
O peso que Alexander colocou sobre os ombros de Diana ao lhe passar essa escolha foi imenso, mas ele não podia, nem queria, fazer todas as escolhas por ela. Era hora dela enfrentar a realidade e fazer suas próprias escolhas difíceis.
Diana quase rasgou o lábio por mordê-lo em sua indecisão, mas no final ela ainda acabou dando 5 folhas para cada um deles. E por mais que o orgulho de ambos tenha sido ferido, Mark e Stella não recusaram a generosidade de Diana.
5 folhas não pareciam muito, mas considerando que restavam 60 folhas na planta, e que apenas metade pertencia a Diana, sua atitude de dar 1/3 do que poderia ser a maior sorte/chance da sua vida, os surpreendeu. Mesmo Mark, que tentava manter certa altivez, ficou comovido pelo seu gesto.
Stella foi ainda mais longe e fez uma promessa a Diana: — Agradeço a sua generosidade, mas não posso simplesmente tirar vantagem dela. Quando voltarmos, vou compensar você. Eu prometo.
A promessa de Stella puxou Mark ao mar, pois ele não podia mais simplesmente fingir que recebeu a “parte que merecia”. Ele também acabou tendo que se comprometer a fornecer alguma compensação, ou isso afetaria a imagem dele.
Enquanto Diana começava a consumir suas folhas, Mark e Stella pensavam se deveriam ou não comer as suas. Afinal, tal tesouro era raro e seu efeito poderia ser melhor para outros membros da sua família.
A dúvida era grande, mas Alexander encerrou o devaneio deles: — Melhor vocês se apressarem. Nós temos companhia.
As palavras de Alexander assustaram o resto do grupo. Ninguém além dele e Ocean podiam sentir qualquer presença.
Após alguns momentos tentando sentir onde estava a presença que o colocou em alerta, Alexander encontrou a localização aproximada. Mas mesmo sob seu olhar intenso, a pessoa não se revelou.
Ao ver que não seria fácil fazer o indivíduo revelar-se, Alexander sacou sua lança e disparou o feitiço |Canhão D’água| através dela na direção da presença.
O feitiço chegou muito perto de onde Alexander queria. Mas depois de passar por algumas árvores, ele explodiu ao colidir com uma árvore grande e robusta, liberando grande quantidade de água pressurizada e derrubando a árvore.
O feito de Alexander deixou Mark e Stella surpresos, pois eles não esperavam que ele tivesse esse poder destrutivo com seu elemento. Mas o que os deixou ainda mais perplexos foi ver um homem fugindo do local onde a árvore iria cair.
Ao ver o homem fugir, Alexander gritou: — Essa Demi, que parece um grande filhote, está sob minha proteção. Pensem bem antes de tentarem algo.
As palavras de Alexander deixaram o clima do grupo um pouco estranho. Mark e Stella ficaram azedos com a confirmação de que, aparentemente, eles estavam por sua própria conta e risco, enquanto Diana ficou duplamente vermelha com as palavras de Alexander.
O simples fato dele gritar que estava cuidando dela já seria o suficiente para fazê-la ficar vermelha, mas Alexander ainda foi além e a comparou a um grande filhote, o que era demais para seu coração. Ela não conseguia nem encará-lo.
Mesmo depois dele lançar seu feitiço de advertência, Alexander ainda podia sentir que estava sendo seguido. A distância só havia aumentado.
Alexander conseguia sentir o grupo os seguindo devido à crescente hostilidade deles em relação ao seu grupo à medida que cada folha era consumida. Mas tal hostilidade e perseguição não serviram para nada, pois tudo o que puderam fazer foi observar enquanto outros, até mesmo uma loba, comiam o tesouro que poderia ter sido deles.
Assim que as folhas acabaram, Alexander começou a pensar no que fazer com a parte de madeira restante: — Consumir essa parte não trará muitos benefícios, mas ela ainda pode ser usada como núcleo ou componente auxiliar de uma boa varinha ou cetro. Afinal, é o caule de uma genuína {maravilha da natureza}.
Após pensar um pouco sobre qual seria o melhor uso que poderia fazer dessa parte, Alexander virou-se para Stella e perguntou: — Você sabe por que não comi essa parte? Se sim, você está interessado nela?
Stella mordeu o lábio ao pensar que Alexander estava apenas jogando com ela, mas mesmo assim respondeu: — Sim, eu sei para o que pode ser usado. E claro que eu quero, mas você está disposto a abrir mão dela?
— Por que não? Pode ficar com ela — disse Alexander, entregando o que restava da {Árvore da Boa Sorte} para Stella como se não fosse nada.
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Ps: Para finalizar, volto a reiterar que as publicações seguiram normais e recorrentes no ritmo mencionado mesmo que, por ventura, haja a publicação de capítulos adicionais.

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