Capítulo 118 – Estupidez, Ganância ou Ignorância
Em uma pequena clareira cheia de sombras e luz, um grupo de aventureiros lutava contra um grande cerco de goblins liderados por hobgoblins de 2ª evolução quando Alexander começou a descer e pairar no ar.
— Ajude-nos — pediu a mulher aventureira que parecia liderar o grupo segurando uma espada e um escudo, sendo a primeira a notá-lo.
— E quanto vocês estão dispostos a pagar pelas suas vidas? — perguntou Alexander enquanto se esquivava das pedras e armas que os goblins atiravam nele.
— Apenas diga o seu preço — disse a mulher, vislumbrando a esperança.
— Eu quero tudo o que seu grupo tem — respondeu Alexander, totalmente impassível. — Menos as suas armas. Vocês podem ficar com elas.
Ao ouvir tal demanda, os corações de todos no grupo da mulher afundaram. Alexander estava sendo extremamente cruel e oportunista ao tirar vantagem da atual situação deles.
Sem muitas opções viáveis, pois não conseguiria nem tentar arrastá-lo para a luta, pois o mesmo estava voando, a líder do grupo mordeu a bala, roeu seus dentes e acabou cedendo por falta de opções: — Aceitamos.
— Combinado então — respondeu Alexander, sem sequer se preocupar em descer de onde estava. — Ocean.
Ao ouvir o chamado do seu líder, Ocean apareceu e andou vagarosamente até o goblins. Mas como ela não tinha as habilidades de ocultação dele, todos os goblins começaram a fugir com tudo o que tinham frente a aproximação dela.
A chegada de Ocean também fez com que o grupo de aventureiros quisesse fugir igual aos goblins e hobgoblins. Mas quando notaram Diana caminhando ao lado dela, eles logo entenderam que ela era um familiar.
A salvo dos goblins e hobgoblins, mas à mercê de algo potencialmente ainda mais perigoso, os aventureiros começaram a reunir o que tinham e colocar no chão.
— O nosso acordo é tudo o que vocês tem, exceto as armas — lembrou Alexander enquanto gesticulava para as roupas e armaduras dos aventureiros salvos.
O rosto de todo o grupo escureceu com a exigência de Alexander. Mas mostrar hostilidade para com ele na frente de Ocean não foi a melhor ideia que tiveram.
Constrangidos, mas fortemente coagidos, os aventureiros, homens e mulheres, começaram a retirar suas peças, o que acabou por revelar itens e peças que não tinham previamente colocado no chão.
Fortemente incomodada com aquela situação, Diana não pôde deixar de recorrer a Alexander e interceder pelos aventureiros: — Isso é realmente necessário?
— Não sei se foi por estupidez, ganância ou ignorância, mas eles vieram para essa floresta menos de 1 mês depois que eu parei a onda sem terem capital para isso… Eles têm que pagar um preço para que lembrem desse erro — respondeu Alexander ao coletar os itens dos aventureiros e jogar um pano para cada um deles.
Ao ouvir tal conversa, a líder do grupo se jogou aos pés deles sem se preocupar em se cobrir e implorou: — Por favor, salvem minhas companheiras. Seu grupo deve ser capaz disso.
— Eu sei o que as criaturas humanóides fazem com as fêmeas de outras espécies que conseguem capturar. Mas por que eu deveria me envolver nisso? — perguntou Alexander, mortalmente frio. — O desejo dos aventureiros por dinheiro através da morte de inúmeras criaturas é menos hediondo do que esse desejo NATURAL deles?… Neste mundo é caçar e ser caçado, nada mais.
Ao ouvi-lo, o coração da mulher afundou, pois ela não tinha mais nada a oferecer. Mas assim que levantou a cabeça para implorar por tudo o que Alexander pudesse desejar, Diana segurou a sua mão e ele suspirou resignado.
— Quando seu grupo reportar isso para a Guilda, não me importa quais acusações vocês farão contra mim, mas lembre-se de deixar claro que o seu grupo foi salvo por Diana LittleLight — disse Alexander. — Agora mostre a direção em que as suas companheiras foram levadas.
Ao saber que eles iriam ajudar, os olhos da mulher se encheram de muita alegria e ela se voltou para Diana para agradecer. Mas Diana apenas acenou com as mãos sinalizando que ela não precisava e cobriu a mulher com uma capa que comprou para si mesma.
Feito aquele pequeno arranjo, todos seguiram a líder do grupo de aventureiros em uma direção específica. Mas já a certa altura, Ocean assumiu a liderança, pois ela sentiu que os rastros dos goblins começaram a variar de direção.
Após algum tempo de persistência seguindo o olfato de Ocean, não demorou muito para que Alexander também começasse a sentir os rastos e eles encontrassem a entrada de uma caverna guardada por goblins.
— Congele a entrada assim que eu passar por ela e não deixe mais nada entrar ou sair, Ocean — comandou Alexander. — E se algum desses idiotas tentar alguma coisa, qualquer coisa, mate todos eles, independentemente do que Diana diga.
Sem esperar por concordância, Alexander avançou usando |O Mundo é um Rio|, matou as sentinelas de guarda e desapareceu nas sombras da caverna enquanto Oceano congelava a entrada.
— Será que está mesmo tudo bem? — perguntou uma das aventureiras mulheres, preocupada. — Já faz algum tempo que ele entrou, mas parece que nada aconteceu.
Assim que as palavras dela caíram, algo começou a bater no gelo pelo lado de dentro da caverna, o que forçou Ocean a reforçar o gelo. Mas com o passar do tempo, mais e mais golpes desesperados se acumularam.
Sentindo que se aquilo continuasse o gelo dela acabaria cedendo, Ocean parou de reforçá-lo e começou a acumular mana. E assim, no momento em que seu gelo trincou, um enorme espinho de gelo floresceu e devastou o que restava do selo de gelo, bem como o que estava do outro lado dele.
Ao verem o poder de Ocean, os aventureiros não poderiam estar mais felizes com a decisão de não resistirem aos abusos de Alexander. Mas essa felicidade logo se transformou em medo quando o espinho sumiu como num passe de mágica.
Aterrorizados, os aventureiros se esconderam atrás de Ocean. Mas a própria loba nem se mexeu, pois podia sentir que era Alexander, surpreendentemente limpo.
— Mesmo com todo seu azar, alguém ainda deu sorte — disse Alexander ao jogar um homem para o grupo. — Um dos homens conseguiu sobreviver o suficiente para ser resgatado.
— Ele não é um dos nossos — disse a líder do grupo de aventureiros, taciturna.
— Então parece que ele teve ainda mais sorte do que o esperado — disse Alexander.
— Como isso pode ser sorte?! — questionou uma aventureira em desespero.
Ao ouvi-la, Alexander imediatamente se virou para a mulher que o questionou, mas a líder pulou na frente dela. — Me desculpe senhor. É que ela perdeu a irmã.
Com um aceno de mão, Alexander empurrou a líder do grupo com a sua mana e caminhou em direção à mulher, que começou a tremer.
— Foi sorte assim — exemplificou Alexander ao jogar o corpo decapitado de um {General Goblin} aos pés da aventureira.
— Seu grupo se deparou com um ninho de goblins, o que só acontece quando um deles chega à 3ª evolução, mas mesmo assim o líder deles, que era o maior, tinha apenas pouco mais de 2m de altura — explicou ele. — Se a linha evolutiva deles fosse um pouco diferente, as suas companheiras não sobreviveriam aos abusos apenas com lesões internas.
— Ela está viva? — perguntou a aventureira, chorando. — A minha irmã está viva?
— Não sei. Não conheço vocês — respondeu Alexander enquanto se virava para a entrada da caverna. — Mas considerando que nenhuma delas saiu até agora, é melhor seu grupo enviar algumas mulheres para buscá-las, pois meu poder pode até curar os corpos dos vivos, mas não suas mentes.
Ao ouvi-lo, todo o grupo tentou correr para a caverna, mas ele liberou sua energia e a pressionou sobre todos os homens e sobre a líder do grupo.
— Duvido que essas mulheres queiram estar perto de algum macho humanóide por agora — disse Alexander aos homens antes de se virar para a líder do grupo e devolver suas coisas. — Não estou dando isso a você, muito menos a qualquer um dos outros… Mas leve o corpo desse {General Goblin} para que as mulheres na caverna tenham dinheiro para se sustentar por um tempo.
A lider do grupo de aventureiros estava prestes a cair de joelhos novamente para agradece-lo quando ele a deteve com sua mana. — Não sou eu quem você deve agradecer… Se não fosse por ela, todos vocês teriam morrido sem que eu sequer me virasse depois de ouvir os gritos.
Ao notar que Alexander não parecia estar mentindo, a mulher virou-se para Diana, que rapidamente a impediu de se ajoelhar, mas não conseguiu impedi-la de lhe agradecer do fundo do coração em todos os sentidos.
— Aproveitando que estou sendo honesto, deixe-me lhes dar alguns avisos — disse Alexander para os que não estavam na caverna — Primeiro: não entre em uma área depois de uma Onda se vocês não forem capazes de fugir de uma criatura semelhante a quem controlava a Onda, pois o próprio deslocamento da Onda pode forçar o avanço de outras criaturas em seu caminho. Segundo: se por acaso algum eu descobrir que o dinheiro do {General Goblin} foi apropriado por qualquer um de vocês ao invés de ir para aquelas mulheres, vocês estarão mortos na próxima vez que Ocean sentir seu cheiro, dentro ou fora das cidades.
Obviamente existiam regras e sanções dentro das cidades, mas elas eram maleáveis para as pessoas fortes e/ou influentes. E tendo visto em primeira mão a maneira dele de agir, nenhum deles duvidou que ele realmente os mataria.
Quando as aventureiras começaram a ser retiradas da caverna, Alexander ficou satisfeito ao ver que elas estavam assustadas, envergonhadas e/ou enojadas com a situação, pois isso significava que seus espíritos ainda não haviam morrido. E enquanto há vida, há esperança de um novo começo.
Com a situação resolvida como Diana desejava, o grupo deles dirigiu-se novamente para a cidade. Mas o grupo de aventureiros resgatados passou segui-los, ficando perto o suficiente para não perdê-los de vista.
— … — Alexander.
— Contou a eles para onde estamos indo? — indagou Alexander a Diana. — Porque fiz um desvio para testar e eles continuaram nos seguindo.
— … — Diana.
Suspirando, Alexander decidiu não prosseguir o assunto e continuou o seu caminho para a cidade. Mas depois de apenas alguns minutos eles foram parados novamente, desta vez por grandes lagartos bípedes e grandes crocodilos de 6 patas.
— O que diabos está acontecendo com essa floresta? — reclamou Alexander ao avançar, abatendo as criaturas que estavam em seu caminho.
Bem frustrado com tantos atrasos e interrupções, mas percebendo algo, Alexander massacrou todas as criaturas da área, que pareciam semiconscientes, e avançou até um grande lago, que estava repleto de criaturas.
— É melhor vocês voltarem para a cidade sozinhos — disse Alexander ao grupo de aventureiros. — Não estamos longe de sair da floresta e eu vou tentar “pescar”…
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Ps: Para finalizar, volto a reiterar que as publicações seguiram normais e recorrentes no ritmo mencionado mesmo que, por ventura, haja a publicação de capítulos adicionais.
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