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    Assim que a mana elemental da água atravessou o subsolo, a masmorra e toda a região adjacente começou a tremer com força. Isso aconteceu porque o feitiço |Gêiser D’água| foi usado diretamente em uma grande massa de água localizada abaixo da masmorra.

    O principal objetivo dele ao sair da cidade era justamente esse, pois não podia se dar ao luxo de permitir que alguém encontrasse uma masmorra sem núcleo e começasse a levantar hipóteses.

    — Felizmente ninguém entrou nela nesse meio tempo — suspirou Alexander enquanto mantinha seus olhos estabilizados e Ocean corria.

    BUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUM.

    Ele obviamente não conseguiu ver a dimensão da destruição que causou, mas em um dado momento o tremor foi substituído por um verdadeiro cataclisma aquático, bem superior a explosões no Torneio Imperial.

    O feitiço só alcançou esse nível por ser executado em condições ideais, pois Alexander não conseguiria repetir esse feito sem preparos e um ambiente calmo e favorável, pelo menos não nesse momento.

    — (Ocean, a caminho da cidade, pule em um lago para nos molharmos, pois assim vou ter uma desculpa para meu ferimento) — pediu Alexander.

    — (Entendido) — respondeu ela.

    Durante o retorno à cidade, Alexander sentiu o estado de seus olhos piorar e eles começaram a doer novamente.

    Sua condição fez com que Ocean corresse em velocidade máxima para chegar a Diana, mas não sem passar por um lago.

    A chegada da dupla no portão da cidade causa uma pequena comoção, mesmo com o aviso do mestre da Guilda, pois qualquer um que não tivesse certeza da sua vitória ficaria assustado ao ver um lobo gigante correndo a toda velocidade.

    — Desculpa chegar assim — disse Alexander. — Mas a guilda dos aventureiros já deve ter os avisado sobre isso.

    — Si-sim, a-avisou — gaguejou o guarda, assustado. — Po-pode entrar.

    — Eu sei que é mais fácil falar do que fazer, mas não precisa ficar com medo. Ela não vai atacá-lo você se não atacá-la primeiro — garantiu Alexander. — Ao menos não enquanto eu estiver por perto, kkkkk.

    Ele não conseguia ver o guarda, mas conseguiu escutá-lo engolindo seco com as suas últimas palavras.

    — Foi brincadeira — informou Alexander. — Já pedi a ela para não atacar ninguém nas cidades se não fosse provocada.

    — Sei que está trabalhando, mas eu vou ter que incomodá-lo — disse ele, voltando a um tom sério. — Mas isso não deve ser um grande problema, pois mesmo não conseguindo ver, posso sentir que há outros guardas aqui.

    — Tu-tudo bem — disse o guarda.

    — Acabei ferindo meus olhos, e por isso não vou conseguir guiá-la pelo caminho até a guilda — explicou Alexander, se referindo a Ocean. — Você poderia fazer o favor de mostrar o caminho?

    — Ela até conseguiria achar o caminho — explicou. — Mas teria que ir por cima dos edifícios farejando o caminho, o que poderia gerar pânico nas pessoas.

    — De-desculpe-me, senhor, mas como faço para guiá-la? — perguntou o guarda.

    — Simples — garantiu Alexander. — Só precisa subir nela e ir falando as coisas da maneira mais simples, esquerda ou direita. Ela vai entender.

    — Su-su-subi? — assustou-se o guarda.

    — Achei que você ia se sentir melhor estando aqui em cima do que andando na frente da boca dela — apontou Alexander. E assim que levantou esse ponto, ele voltou a escutar o guarda engolindo.

    — Então, com a sua licença, eu vou subir — concordou o guarda.

    O guarda, que não parecia muito disposto a “escalar” Ocean, provavelmente com medo de irritá-la, procurou um jeito pouco invasivo de como subir, mas acabou não encontrando nenhum.

    Justo quanto Alexander já estava prestes a puxá-lo para cima, Ocean entendeu o dilema do pobre guarda e se abaixou para que ele conseguisse subir.

    O movimento repentino dela assustou o guarda, mas ele logo entendeu sua intenção e a montou.

    Guiados pelo guarda, em pouco tempo o grupo chegou a Guilda. E mesmo sem poder ver naquele momento, Alexander conseguiu sentir a comoção que a presença de Ocean causou na cidade.

    — Muito obrigado pela ajuda, e desculpe-me atrapalhar o seu serviço — disse Alexander enquanto sentia a aproximação de Diana. — Diana, por favor, dê a ele 1 grande moeda de ouro.

    — Não precisa — respondeu o guarda com uma voz meio estranha.

    — Eu insisto. — disse Alexander. Ele gostava de retribuir favores. — Se não por você, então por alguém especial para você. Compre um belo presente.

    As últimas palavras pareceram atingir o ponto certo. O guarda perdeu a relutância depois de pensar em algo ou alguém por um momento e aceitou a moeda.

    — De onde você conhece Dave? — perguntou Diana depois que o guarda saiu.

    — Quem é Dave? — disse Alexander, confuso, ao devolver a pergunta.

    — O guarda — explicou Diana. — Nós crescemos na mesma vila.

    — Depois explico — disse Alexander coçando os olhos. — Mas por enquanto você poderia usar sua magia de cura em meus olhos? Acabei machucando eles.

    — O que? — perguntou Diana. — Porque não disse antes? O que aconteceu?

    Mesmo enchendo ele de perguntas, ela não esperou pelas respostas e começou a usar todas as habilidades de cura e regeneração que tinha. Em pouco tempo Alexander teve seus olhos cobertos por várias habilidades, feitiços e afins, o que finalmente fez o tratamento começar a lhe curar de fato.

    Ele teve sorte por não ter sofrido uma perda total dos olhos. A magia de Diana provavelmente não conseguiria restaurá-los no caso de perda total.

    O uso massivo de poderes curativos intensificou ainda mais a grande comoção que a presença de Ocean causou, o que inevitavelmente fez com que o mestre da Guilda aparecer para controlar a situação à sua porta.

    — O que está acontecendo? Está causando confusão de novo? — perguntou ele.

    — Acabei machucando meus olhos quando fui buscar Ocean, então pedi a ajuda de Diana — respondeu Alexander. — Eu não convidei toda essa “plateia”.

    — O que? Como alguém que fez todas aquelas limpezas de masmorra conseguiu um ferimento desse nível tão perto da cidade? — perguntou Marcos.

    — Acreditaria se eu dissesse que os machuquei porque não estava prestando atenção e tropecei e caí? Porque se não, terá que esperar até que eles estejam curados para ouvir a história toda — provocou Alexander. Sua evolução o deixou um tanto temperamental, ainda mais com dores. — Já teve os olhos destruídos? Acha que é confortável? Ou que não faz mal nenhum continuar me enchendo de perguntas antes mesmo de eu terminar de curá-los?

    Alexander não saberia dizer o que Marcos pensou, mas suas palavras pareceram fazer sentido na cabeça dele, pois ele realmente parou de falar e ficou esperando o processo de cura terminar.

    Com muita insistência e uso massivo de mana, o ferimento nos olhos de Alexander foi curado, mas o processo foi desgastante, principalmente para Diana. Além do consumo de mana, também teve o cansaço mental de ter que deixar o processo o mais suave e perfeito possível.

    Alexander avisou mentalmente Diana e Ocean quando seus olhos sararam, mas também pediu a Diana que não interrompesse seus feitiços imediatamente, pois ainda tinham que combinar a história que iriam relatar à Guilda.

    Assim que terminaram de combinar, os feitiços foram dissipados. E como ninguém se atreveu a investigar mais a situação, para não correr o risco de atrapalhar o processo, o grupo conseguiu encobrir tudo como se só Diana o tivesse curado.

    Ao abrir os seus olhos, ainda sensíveis à luz, Alexander voltou-se para o mestre da Guilda, que estava aguardando.

    — Deixando de lado minhas circunstâncias, ele ainda é o mestre deste ramo da Guilda — pensou ele ao ver o descontentamento de Marcos. — O jeito que falei deve ter o feito perder um pouco a cara/rosto/prestígio.

    — Desculpa por antes — disse Alexander, se desculpando. — Eu estava em uma situação desagradável e acabei sendo rude com o mestre da Guilda, que estava só tentando fazer o seu trabalho.

    Ao ver o rosto de Marcos suavizar um pouco com suas palavras, Alexander se deu por satisfeito. Seu pedido de desculpas só iria até certo ponto.

    — Essa é Ocean — disse Alexander, mudando de assunto. — Ela não atacará a menos que seja atacada. Apenas tente ser o menos invasivo possível.

    — Tudo bem — disse Marcos, obviamente já tendo visto a grande loba. — Mas vamos para outro lugar primeiro.

    Após dispersar a multidão, Marcos levou o grupo para um espaço nos fundos da Guilda, onde são realizados os testes de combate, e começou a inspecionar Ocean.

    — Ela é realmente uma besta de 3º evolução acima da média — concordou ele, surpreso. — Mas não vejo algo que a torne tão forte quanto você falou.

    — Você a analisou errado — disse Alexander. — Ela não é uma {Besta}, ela é uma {Besta Mágica} de 3º evolução. Uma {Loba da Geada Assassina} para ser exato.

    Ao ouvir a menção da evolução {Geada Assassina}, Marcos não pode deixar de franzir a testa. Ele nunca tinha visto um pessoalmente, mas sabia que essa era uma raça aterrorizante, viciosa e, acima de tudo, poderosa.

    — Não é de se admirar que o seu físico seja melhor do que uma {Besta do Gelo}, o que eu pensava que ela era — comentou Marcos. — Ela poderia demonstrar uma habilidade característica dessa raça?

    — Sem problema — concordou Alexander. — Mas ela não vai poder mostrar seus trunfos, pois são inadequados para ser usados dentro da cidade.

    — Ocean, use |Nevasca| — Ao mesmo tempo em que estava fazendo uma “encenação” para Marcos, Alexander conversava mentalmente com Ocean para ela usar as suas versões de |Rajada Elemental da Água| e |Campo D’água|.

    Marcos ficou surpreso ao vê-la disparar um raio de gelo. Mas o que realmente o surpreendeu foi o campo gélido que ela criou, pois esse tipo de habilidade é invariavelmente útil e muito rara de ser encontrada em familiares.

    — Meus parabéns. Ela é realmente uma criatura magnífica — louvou Marcos, com um toque de inveja em sua voz.

    Obs 1: Contribuição arrecadada para lançamento de capítulo extra: (00,00 R$ / 10,00 R$).

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    Ps: Para finalizar, volto a reiterar que as publicações seguiram normais e recorrentes no ritmo mencionado mesmo que, por ventura, haja a publicação de capítulos adicionais.

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