Capítulo 192 – Pseudo-domínio aconchegante

Na manhã seguinte, já tendo fechado um acordo com os irmãos ferreiros, Alexander os acordou bem cedo, providenciou que suas carruagens fossem posicionadas perto da saída da cidade e seguiu para o estabelecimento de Sansy.

Assim que se aproximou do local, ele viu que já havia uma certa movimentação por lá liderada por alguns grupos de curiosos, o que felizmente indicava que Sansy já havia reunido seu povo a ponto de a notícia se espalhar.

Ao vê-lo se aproximar, a maioria dos espectadores o identificou como a figura que havia colocado uma pessoa como Sansy sob suas cores, mas alguns franziram a testa e ficaram descontentemente surpresos. Eles reconheceram que tal dragonewt era a infame figura que havia lutado dentro da cidade e destruído uma parte dela.

— Você finalmente chegou — disse Sansy, que veio cumprimentá-lo assim que ele entrou em seu estabelecimento. — Achei que você viria mais cedo.

— Essa era a minha intenção — garantiu Alexander, dando de ombros. — Mas tive que gastar algum tempo passando alguns pedidos e especificações adicionais para as carruagens que comprei para transportar todos que contratei.

— Então você já preparou até isso — comentou Sansy, mesmo sem ficar muito surpresa. — Mas por que não ouvi ou senti o movimento de nenhuma carruagem?

— Logística — explicou Alexander sorrindo. — Seria muito problemático movê-las pela cidade devido ao seu tamanho… Mas e do seu lado, já estão todos aqui?

— Sim e não — disse Sansy, um tanto incerta. — A verdade é que alguns dos meus expressaram o desejo de passar o que receberiam para suas esposas ou filhos…

— Você sabe do que eu gosto? — perguntou Alexander assim que a ouviu dizer aquilo. — De uma determinação forte… Eu não a culpo por fazer tal pedido, e até acho isso verdadeiramente louvável. Mas tais pedidos não devem ser feitos só por fazer na minha frente, porque eu posso até conceder o desejo, mas garanto que não receberão outro mesmo que morram.

Ouvindo a linha de fundo dele, Sansy ponderou um pouco e repassou sua resposta. Ela não compartilhava exatamente dessa opinião, mas não era como se ela achasse que tal posição fosse errada ou irracional. 

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Ao saber os termos e condições dele, algumas pessoas recuaram, enquanto outras rapidamente se adiantaram.

O recuo de alguns não foi necessariamente por medo da morte, mas por medo de que, ao tentar salvar uma pessoa, pudessem deixar outros membros de sua família entregues ao destino se morressem. Porém, mal sabiam eles que já haviam caído de conceito aos olhos de seus chefes, seja por medo de assumir as consequências do que propuseram, ou seja por falta de visão e planejamento prévio.

Após a reorganização dos que receberiam os conjuntos e a presença das pessoas em questão, Alexander tirou, um por um, cerca de 120 conjuntos até que todos da lista tivessem recebido a aplicação daquela contramedida.

— Você realmente forneceu um conjunto para todos como prometeu — comentou Sansy, um pouco surpresa.

— Para mim, dado o valor que você tem aos meus olhos, isso não foi grande coisa — disse Alexander enquanto monitorava os últimos destinatários dos conjuntos.

— Você diz isso, mas acredito que deve ter custado muito caro… — disse Sansy.

— Ainda não os vendi direito, mas acredito que posso obter cerca de 1.000 grandes moedas de diamante negro em um lote de 100 — sorriu Alexander ao revelar que era o produtor daqueles conjuntos, logo era ele quem detinha o monopólio.

Ao descobrir que seu novo chefe tinha o método mais confiável no momento contra as presas do fimbulwinter, Sansy pulou qualquer surpresa ou afim e se perguntou quantos mais ele arrastaria para o lado dele com esse trunfo. Mas quando viu as carruagens que foram preparadas, ela deixou tais pensamentos de lado e começou a se perguntar se ele queria levar todas as pessoas capazes que pudesse encontrar.

As carruagens que Alexander apresentou pareciam uma amálgama de 4 carruagens “normais”, cada uma medindo 10 metros de largura e 12,5 metros de comprimento. E o mais surpreendente era que o interior havia sido extensivamente modificado.

Com 4 vagões, a caravana como um todo tinha cerca de 10m x 50m x 4m, o piso dos vagões ficando a 0,5m do chão e 3,5m do teto. E para completar, 3 dos 4 vagões foram divididos e mobiliados como quartos de 2,5m x 2,5m cada, totalizando 45 quartos, além de um vagão todo forrado e mobiliado com sofás, almofadas e outras coisas para amenizar ao máximo o desconforto… O que havia sido montado eram basicamente proto-casas sobre rodas.

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— Embora seja um pouco óbvio dado o tamanho dos meus planos, infelizmente tenho que informá-la que não poderei fornecer um quarto para cada indivíduo — disse Alexander a Sansy após fazer uma pequena apresentação descritiva sobre o interior das carruagens. — Quantos quartos você acha que serão necessários para o seu grupo?

— 2 quartos devem ser suficientes para nos revezarmos quando formos descansar — respondeu ela, não parecendo se importar em revezar o quarto.

— Você saber ser bem contida realmente me ajudará nessa questão — apontou Alexander quando viu o quão casual a mulher estava, embora seu grupo tivesse cerca de 20 pessoas. — Mas não posso deixar assim. Independentemente da sua finalidade, você, que está diretamente sob as minhas cores, deve ter um quarto nominalmente seu… Façamos assim, os últimos 3 quartos serão para seu grupo.

— Obrigado por essa graça, meu lorde — disse Sansy, assentindo e provocando-o.

Achando melhor deixar aquela mulher de lado para que não começassem a levantar falsas acusações contra ele, Alexander reuniu aqueles que iriam com ele, reservou 2 quartos para os irmãos ferreiros e fez os preparativos finais para que pudessem seguir viagem.

— Sansy, escolha uma das suas pessoas que você acha que é boa e confiável e peça para ela ser responsável por guiar a carruagem — comandou Alexander. Mas assim que viu a expressão dela, ele sorriu e a desafiou. — Você gostaria de apostar comigo que quando for a vez da pessoa ser substituída, ela não vai parecer disposta a abrir mão dessa posição?

Ao ver a confiança dele, Sansy não hesitou por um segundo em dar um passo para trás e designar um homem Demi sob seu comando para guiar a caravana. Ela não sabia tudo ou mesmo muito sobre Alexander, mas ela podia dizer que ele não iria entrar em uma aposta para perder.

— Jayce, John, Sansy, comigo — chamou Alexander, que se acomodou sobre o meio do teto da caravana assim que ela começou a se mover.

Com o grupo convocado sendo versado em pelo menos 2 tipos de destrezas físicas, não foi difícil para nenhum deles responder ao chamado. Mas quando chegaram, ele os designou para sentarem a 10 metros de distância entre si e então jogou um conjunto para cada um deles, incluindo o “cocheiro”.

— Mais tônicos? — perguntou Jayce, confuso.

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— Esses são a coisa real. Eles nem se comparam aos outros. — explicou Alexander com um sorriso. — Não são tão eficientes no combate às presas do Fimbulwinter, pois não podem ser usados por pessoas comuns, mas são altamente recomendados para fortalecer o físico e a força de uma pessoa, já que são muito mais concentrados do que aqueles últimos.

— E então? Ainda acha que estou fazendo pouco do seu povo? — perguntou ele a Sansy com um sorriso zombeteiro.

Revirando os seus olhos para aquele “jovem mestre” que a provocava, ela pensou um pouco e então começou a aplicar os tônicos de uma maneira um tanto quanto explícita.

— Não caiam no charme/encanto dessa raposa de corpo diabolicamente maligno, ou nem mesmo eu conseguirei salvá-los quando forem devorados até não restar mais nada — alertou Alexander, calmamente, aos irmãos ferreiros antes de fechar os olhos de forma bem comedida.

— O quê? — perguntou Jayce, ainda mais surpreso ao se ver “acordando” com o chamado de Alexander, e rapidamente querendo mudar de assunto. — Espera, por que você é o único que parece que não vai usar nada?

— Você percebeu isso apenas agora? — provocou Alexander, sorrindo. — Nunca se perguntou por que eu voo de um lado para o outro sem medo algum?… Eu não preciso deles porque meu corpo já está metabolizando algo ainda mais poderoso do que esses tônicos.

Conhecendo Alexander o suficiente para que tal declaração não os surpreendesse mais, o grupo não prosseguiu nesse assunto e começou a conversar sobre outros assuntos para passar o tempo enquanto, aquecidos pelos tônicos, absorviam algo do ar frio para se fortalecerem… Eles rapidamente entenderam por que ele havia os chamado para fora. Algo no ar frio parecia sincronizar com os tônicos, auxiliando o metabolismo deles e tornando seus desenvolvimentos quase tangíveis, mesmo que eles estivessem apenas sentados ali.

Após algumas horas, e algumas breves paradas para buscar os conhecidos de Jayce e John, bem como tentar recrutar outro nome da lista do diretor Robert, o “cocheiro” chamou Alexander e o avisou que uma forte geada estava se aproximando.

— Não se preocupe. Pode ir em frente — disse Alexander, despreocupadamente. — Não temos tempo a perder… E que tipo de cara eu teria para encarar minha loba se ficasse com medo de uma simples geada como essa.

Surpreso com aquela resposta, o “cocheiro” não pôde deixar de olhar para Sansy, que assentiu para que ele continuasse.

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Quando a caravana se aproximou da geada, Alexander, que até então estava inerte, abriu seus olhos, que brilharam com luz, e gerou um pseudo-domínio de luz em forma de cúpula com um raio de cerca de 30m. O calor do domínio não conseguiu eliminar o frio, mas gerou a sensação aconchegante de um cobertor e impediu que a neve atingisse a caravana.

Sentindo aquela confortável sensação de aconchego, alguns curiosos dentro das carruagens foram até as janelas para ver o que estava acontecendo. Mas assim que olharam para fora, logo perceberam que, ao contrário do que pensavam, era a interferência de alguém, pois conseguiam ver neve caindo a poucos metros deles.

— Tem certeza de que devemos continuar? — não pôde deixar de perguntar Sansy, um pouco preocupada. — Não me parece viável manter isso por muito tempo.

— Então que tal apostarmos anos do seu contrato de serviço comigo sobre quanto tempo eu consigo manter esse pseudo-domínio? — sugeriu Alexander ao virar seu rosto para ela, como se não precisasse se preocupar com o pseudo-domínio.

— Vá enganar a sua mulher e não a mim, sua criatura gananciosa e sem coração — reclamou Sansy, arisca, como uma gata que teve o rabo pisoteado quando ele mencionou a possibilidade de aumentar o tempo de serviço dela. — Eu só estava demonstrando um pouco de preocupação e é assim que você me trata.

Sorrindo da rápida rejeição dela, ele não disse mais nada e voltou à se concentrar em silêncio. Para a maioria das pessoas, pode ser difícil manter tal estrutura, mas para alguém que tem a habilidade |Asura|, 11.120 de energia, 12.250 de mana e 3.352 de MP, manter aquele pseudo-domínio que consumia menos de 5 de energia, 10 de mana e 2 de MP, por minuto, era muito fácil.¹

Obs ¹: Contribuição arrecadada para lançamento de capítulo extra: (12,00 R$ / 20,00 R$).

Obs ²: Chave PIX para quem quiser, e puder, apoiar a novel: 0353fd55-f0ac-45b5-a366-040ecefa7f7b. Caso não consiga copiar a chave pix, é só clicar nela que vai ser gerada uma aba/guia que tem como URL/Link a própria chave pix com algumas barras nas pontas: https://0353fd55-f0ac-45b5-a366-040ecefa7f7b/, e é só retirar a parte excedente.

Ps: Para finalizar, volto a reiterar que as publicações seguirão normais e recorrentes no ritmo mencionado mesmo que, por ventura, haja a publicação de capítulos adicionais.

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1. Este trecho aqui, além de informar e etc., também vem para demonstrar e comprovar que mana cada vez mais denso e refinado ajuda a fazer mais coisas, além de reduzir o consumo base. Exp: algo que tomava, sei lá, de 5 a 10 de mana no começo, em um certo ponto pode facilmente ser feito melhor e mais eficientemente por apenas 1 de mana mais densa e refinada.⤶