Capítulo 196 – Velho Elefante
Nota do autor: Boa noite a todos. Como não somos mais a VulcanNovel, não há mais boas práticas e ações/eventos em dezembro… Brincadeira, brincadeira. Como este ano foi um pouco esticado e ainda está difícil, farei apenas 2 eventos do ano passado: completar a meta lá embaixo, tendo publicado o capítulo extra às 19h59; e lançarei um capítulo a cada hora no dia de Natal, às 20h, 21h, 22h e 23h.
Bom capítulo a todos.
Deixando para trás as três mulheres que pareciam incapazes de ficar mais animadas, Alexander levantou voo e fugiu, antes que alguém viesse lhe pedir outra coisa, em direção ao território da família de Mark, que, para o seu desagrado, ficava em uma área “próxima” à capital, situada entre o protetorado de Robert e o do Imperador.
Movendo-se extremamente rápido com seu |Voar (Avançado)|, ele cruzou um dos grandes rios do Império e chegou ao território da família de Mark sem encontrar nenhum problema, em um período de tempo muito curto. Um feito considerável até mesmo para ele, que, felizmente, após aprimorar as suas habilidades de voo, passou a levar apenas um dia de viagem para cruzar o Império, de sua cidade até a Cidade Gêmea e distâncias equivalentes.
Assim que chegou à Cidade de Ferro, Alexander foi rapidamente escoltado por um dos guardas, que parecia estar esperando por ele. O território da família não era muito grande, as construções eram sólidas e rígidas, mas a beleza natural de uma cidade que ficava praticamente na margem do rio não deixava nada a desejar.
— A cidade da sua família é interessante — comentou Alexander com o guarda, indicando claramente que sabia que o último pertencia à família Ironshield. — Você por acaso sabe quanto custa uma casa com um grande pátio por aqui?
— Esta cidade é quase exclusivamente para membros diretos e indiretos da minha família, logo há poucas casas para aqueles interessados em comprar — respondeu o guarda sem nem olhar para trás. — Não acho que você teria dinheiro ou influência suficiente para comprar uma das poucas casas disponíveis.
— Você me subestima — disse Alexander sorrindo, não se importando muito com comentários que eram direcionados somente a ele, ainda mais conhecendo bem as circunstâncias daquela situação.
Sem mencionar o fato de que geralmente não importava o quão rico alguém em sua área pensava que era, pois o custo aumentava geometricamente quanto mais perto a região estava das principais cidades, muito menos da Capital do Império; ainda havia o fato de que todos na família IronShield eram quase naturalmente arrogantes, já que sua família não era apenas uma família de condes, era “a” família de condes do Império. Mesmo várias famílias marquesas ficavam aquém deles. Até por isso, Mark não teve receios de ir atrás de Stella, que estava acima dele socialmente.
O “baixo” status nobre dessa família, se é que se pode dizer que Conde é um título pequeno, se devia à falta de coesão interna, já que havia muitas vozes dissonantes nela. Pois, diferentemente da maioria das famílias, disputas de poder que fossem realmente internas raramente terminavam em morte, muito menos no extermínio do outro lado, afinal, a família era majoritariamente especializada em ter um físico robusto e saber se defender e sobreviver muito bem.
Despreocupado e absorto em seus pensamentos, Alexander mal percebeu quando o guarda parou em frente ao que parecia ser um complexo de treinamento. Mas ele ainda notou que o guarda não ousou entrar e ficou parado em silêncio na porta enquanto indicava a entrada.
Apertando seus olhos como se estivesse analisando cuidadosamente a situação e então abrindo um sorriso mais sinistro que o de um monstro, Alexander não seguiu a recomendação do guarda e começou a bater forte na porta.
Assustado com aquela ação, o guarda imediatamente tentou se virar e correr, mas ele o segurou firmemente pela armadura, impedindo-o de escapar com sucesso até que um comando alto veio de dentro do complexo: — Entrem.
Atordoado como se tivesse perdido o espírito, o guarda olhou com ressentimento e raiva para Alexander enquanto se arrumava como podia antes de entrar com muito cuidado no complexo.
Assim que viu os dois entrarem, um homem robusto de cerca de 1,9m, marcado pela idade e com uma cicatriz de dentro para fora cruzando a sobrancelha esquerda, parou de bater em um boneco de treinamento, pegou um escudo e gesticulou para o cavaleiro. — Venha. Acompanhe o treinamento desse velho por um tempo.
Regozijando-se consigo mesmo por ter sido inteligente o suficiente para entender a situação, Alexander ficou parado e observou enquanto o guarda era atormentado pelo grande ancião… Ele mesmo podia não saber como era o grande ancião, mas os anciãos e velhos daquele mundo pareciam ter o hobby de atormentar, judiar, treinar a geração mais jovem, especialmente a sua.
No exato momento em que o grande ancião terminou de esmagar/obliterar/treinar o pobre guarda, Alexander rapidamente tomou a palavra para não lhe dar tempo de tentar convidá-lo a “treinar” também. — É uma satisfação conhecê-lo, grande ancião.
— … — Grande Ancião. — A pessoa que desiste de lutar antes mesmo de tentar não me parece muito confiável.
— Talvez — respondeu Alexander com um encolher de ombros. — Mas aqueles que lutam uma luta perdida quando não há necessidade são arrogantes ou estúpidos.
Pego de surpresa por tal resposta, o grande ancião da família IronShield começou a reavaliá-lo. — Você me parece mais calmo e cauteloso do que a pessoa maníaca e encrenqueira que descrevem.
— Como eu disse, saber lutar as lutas que são realmente necessárias — respondeu Alexander suavemente, mas fazendo seus olhos brilharem com poder e selvageria.
— … — Grande Ancião. — É uma pena que você não seja um dos nossos, garoto.
— Infelizmente, parece que não estamos destinados a fazer parte de uma mesma família — disse Alexander, como se aquilo fosse apenas natural. — Mas nada me impede de ser um amigo e um grande parceiro de negócios para seu bisneto.
No auge dos seus quase 100 anos, o grande ancião conseguiu ver facilmente através daquele recado e percebeu que Alexander claramente guardava algum rancor contra a sua família, mas que estava disposto a fazer negócios com Mark.
Sentindo a pressão daquele imenso “elefante” caindo sobre ele assim que terminou de formular sua última frase, Alexander firmou-se fortemente no chão, mas ainda assim permaneceu impassível.
— Você ousa ter ideias sobre a minha família? — perguntou o grande ancião.
— Isso depende se ela tem alguma ideia sobre mim ou minha família — respondeu Alexander, ainda sem recuar.
— Pensei que você não lutasse batalhas perdidas — provocou o grande ancião.
— Parece que entendeu algo errado — disse Alexander, dando de ombros. — Disse que evito lutas sem sentido, mas nunca disse que perderia para o senhor.
— Você acha mesmo que pode me vencer? — perguntou o grande ancião com uma expressão estranha.
Sorrindo ao entender a estranheza do velho, Alexander só revirou os olhos. Aquele velho elefante de couro grosso era no mínimo um pseudo-vendaval que, se fosse levado em conta apenas o seu poder defensivo, facilmente se igualaria a uma força da natureza, sendo capaz de confrontar e conter uma por algum tempo.
— Por que tentar conseguir uma vitória irreal quando eu posso simplesmente me virar e fugir? — respondeu Alexander como se tal resposta fosse óbvia. — Já que é obviamente impossível para mim vencê-lo por métodos naturais em uma luta cara a cara, a escolha mais óbvia é tirar vantagem do fato de que eu tenho mais mobilidade para me virar e fugir… Como você vai me vencer se eu não ficar aqui para ser atingido?
Já começando a sentir dor de cabeça ao lidar com aquele pirralho, o grande ancião achou melhor não argumentar mais verbalmente com ele, pois, no fim das contas, ele estava certo. Embora ainda parecesse vigoroso, tivesse muita força e técnica, a idade realmente deixou marcas nele, principalmente em termos de velocidade.
Mesmo que tentasse parecer bem indiferente, Alexander também estava internamente surpreso. Ele estava falando sério. Após analisar aquele maldito velho elefante, ele notou que nada nele/dele no momento seria capaz de ameaçá-lo em um combate frontal, nem mesmo sua energia espacial.
— Pare de me ocupar e diga logo o que você quer, garoto — disse o grande ancião, mentalmente exasperado. — Você não está aqui só para me pagar, ou já teria feito isso e ido embora.
— Na verdade, é basicamente por isso que ainda estou aqui… Mas não é apenas ao senhor que tenho que pagar aqui — respondeu Alexander, geralmente indiferente ao estresse que estava causando aos outros. — Aconteceu algo e prometi entregar conjuntos adicionais para a família do especialista que o senhor enviou para minha casa… O senhor poderia, por favor, chamar os parentes diretos dele?
— Veja, não sou tão irracional quanto as pessoas dizem — acrescentou ele, sorrindo, apontando que esperou o grande ancião terminar antes de apresentar seus pedidos.
Mentalmente cansado demais para continuar debatendo sem estragar seu humor, mesmo surpreso, o velho elefante convocou os parentes do tutor e até esperou que eles escrevessem algumas cartas.
Assim que todos os parentes do tutor enviado à sua família obtiveram a aplicação preventiva de um conjunto e retornaram às suas funções, Alexander passou a pegar um conjunto após o outro e entregá-los ao grande ancião. — Os 15 conjuntos que prometi como pagamento à sua família; 10 conjuntos pelo desgaste que o senhor obviamente teve com o resto do núcleo da sua família; e estes 6 últimos que espero que o senhor guarde caso os parentes do tutor da minha família precisem deles.
Gesticulando as suas mãos e usando a sua energia para fazer todos os conjuntos entrarem em seu item de armazenamento espacial, o velho elefante mais uma vez reavaliou Alexander. Ele tinha pele grossa, logo não tinha tanto medo, especialmente no meio da civilização, mas cada conjunto adicional poderia representar a vida ou a morte de um dos seus, talvez até mesmo de um parente direto dele.
— Ouvi dizer que também está vendendo-os por dinheiro agora — comentou o grande ancião. — Que tal vendê-los para mim?
— Eu recomendo fortemente que não tente armazená-los — alertou Alexander com uma expressão séria. — Essas coisas se tornarão uma bomba quando a situação ficar realmente terrível…
— A família Imperial, os Grão-Duques e os Duques devem ficar bem, mas muitos marqueses devem começar a exercer uma pressão monstruosa quando as coisas ficarem difíceis — acrescentou ele com um sorriso que não era um sorriso. — Por que o senhor acha que me apressei para negociar tão cedo quando eu conseguiria o dobro do valor pela metade da quantidade quando as coisas ficarem difíceis?
— Você realmente acredita que eu preciso me preocupar com a pressão de alguns marqueses? — desdenhou o velho elefante, quase zombeteiramente.
— Acredito que se fosse há alguns anos o senhor não poderia estar mais certo. Mas agora o senhor não é mais o líder da família — apontou Alexander secamente, sem nenhuma piedade. — Lidar com um de cada vez poderia ser fácil, mas lidar com os dois ao mesmo tempo no meio de uma selvageria seria complicado… Ou o senhor acha que eles vão lhe deixar ter tal moeda de troca de uma forma tão passiva?
Concordando inconscientemente com aquelas palavras, o grande ancião caiu em contemplação e acabou perguntando uma última coisa: — Você já deve ter ouvido falar sobre a garota… O que você acha?
— Do meu ponto de vista para a família, o Mark atual já vale mais do que o “Mark de antes de conhecê-la”, mesmo “bem casado”; então por que não ficar satisfeito e deixá-los ser felizes, evitando a possibilidade de um efeito reverso — respondeu Alexander enquanto um brilho estranho começava a surgir em seus olhos. — Agora, colocando-me no ponto de vista dele, se ele realmente gosta dela, mesmo que seja 10% do tanto que eu gosto da minha, ele trilharia um caminho de sangue para se vingar 10.000 vezes por qualquer mal feito a ela, mesmo que isso signifique se voltar contra a família no processo… E eu o ajudaria.
Perplexo com tal resposta, mas vendo-o como alguém semelhante ao seu bisneto, o grande ancião viu Alexander voar para fora de sua cidade, deixando-o ainda mais perdido sobre o que fazer.
Obs 1: Contribuição arrecadada para lançamento de capítulo extra: (00,00 R$ / 20,00 R$).
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Ps: Para finalizar, volto a reiterar que as publicações seguirão normais e recorrentes no ritmo mencionado mesmo que, por ventura, haja a publicação de capítulos adicionais.
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