Capítulo 213 – O encanto de poder “surfar” no ar
Abismados que alguém tivesse a coragem de fazer aquilo na Cidade do Mar Imperial, e com tamanha fluidez nos movimentos, o povo, os transeuntes e os guardas só reagiram quando Alexander já havia partido, iniciando uma grande comoção que se espalhou como fogo, com especulações sobre sua identidade e origem.
Após recolocar a perna do menino no lugar e curá-lo, mas mantendo-o como seu “companheiro de viagem”, Alexander seguiu em frente e usou o menino como um trunfo para entrar diretamente na grande residência do Duque sem ter que esperar.
Sentindo-se como um tigre que voltou a sua montanha, o garoto começou a tentar fazer uma cena enorme, mas Alexander apenas deu um tapa leve na parte de trás de sua cabeça para fazê-lo calar a boca.
Surpreso com tamanha coragem e indiferença do outro lado, o garoto começou a reavaliá-lo, já que não havia ninguém importante da sua família por perto e ele estava claramente em desvantagem física.
— Não me olhe assim e comece a agir como gente só porque acha que não há ninguém aqui para te proteger — zombou Alexander, revirando os olhos para o garoto. — Não sei exatamente o quanto você é parente dele, mas o Duque está claramente ciente da nossa chegada.
Arregalando os olhos e virando a cabeça freneticamente de um lado para o outro em busca do Duque, o garoto ficou frustrado ao não encontrá-lo. — Mentiroso. O meu avô não está aqui… Você só está tentando me enganar.
— Não tenho motivos para mentir, muito menos para você — zombou novamente Alexander. — Mas já que estamos aqui, deixa eu te mostrar uma coisa legal.
Assim que ele disse aquilo, as suas energias caíram sobre o garoto, ajustando-o e deixando-o estático, e eles começaram a deslizar para frente, planando e subindo enquanto giravam em torno do terreno da residência na resistência do ar.
Surpreso e um pouco assustado no início, mas rapidamente ficando empolgado e tentando controlar a direção, com Alexander mudando-a para ajustar um pouco sua direção, o menino começou a sorrir e a querer subir cada vez mais alto.
— É só isso por enquanto — disse Alexander, sorrindo, ao parar sua habilidade e abrir as asas para continuar voando em frente a uma grande janela. — Nós chegamos.
Este conteúdo está disponível no Illusia. Se estiver lendo em outro lugar, acesse https://illusia.com.br/ para uma melhor qualidade e maior velocidade.
Parado dentro da residência, do outro lado da janela, observando seu neto sendo segurado como um filhote, o Duque Marvin os observou com certo interesse antes de finalmente abrir a janela.
— Que técnica legal — disse o garoto, com os olhos brilhando assim que foi colocado no chão. — Você pode me ensinar?
— Você não precisa de mim — respondeu Alexander, achando graça na reação do garoto. — Como é uma técnica mais aquática, sua família deve ter uma cópia dela por aqui em algum lugar.
— Ouvi dizer que você aprendeu essa técnica extremamente bem em pouco tempo, mas não imaginei que seria a esse ponto… — comentou o Duque, verdadeiramente surpreso. — Falaremos sobre essa técnica mais tarde, Steve. Agora vá brincar com outra coisa, pois preciso falar com ele sobre coisas sérias.
Um pouco mal-humorado, Steve saiu relutantemente, deixando os dois sozinhos, que permaneceram em silêncio, observando-se por um tempo. O Duque parecia um homem da Terra com quase 50 anos, parecendo um pouco mais jovem que Robert, mas isso provavelmente se devia ao fato de ele não ser tão culto quanto este, sendo mais forte e bronzeado, talvez devido ao território e ao papel de sua família como protetora da costa e do mar do Império.
— O que exatamente você quer? — perguntou o Duque Marvin, indo direto bem ao ponto. — Pelo que ouvi, você não diz simplesmente que quer pedir algo.
— Parece que ser direto é uma virtude que vem com a idade… Ou será que é uma virtude entre pessoas mais neutras, pois não têm ambições loucas?… — respondeu Alexander calmamente. — Não quero nada além do que é devido, afinal, eu fiz todo o trabalho e não sou filiado ou subordinado a você, nem a nenhum nobre.
— Não foi sua família quem mais se beneficiou com isso? — apontou o Duque.
— É por isso que exigiria favores e concessões da baronia sem nenhuma vergonha ou hesitação — garantiu Alexander com um sorriso que não era um sorriso. — Mas já que o senhor pediu e pode pagar mais, por que não dar prioridade?
— Essa posição em que você se colocou é bem conveniente, não é? — zombou o Duque. — Você usa a autoridade dos títulos quando precisa, e cobra por serviços que já deveriam ser de sua atribuição, alegando que eles não estão diretamente relacionados a você, que não tem nenhum título ou obrigação.
Este conteúdo está disponível no Illusia. Se estiver lendo em outro lugar, acesse https://illusia.com.br/ para uma melhor qualidade e maior velocidade.
— É realmente muito conveniente viver assim — concordou Alexander, dando de ombros. — Mas se bem me lembro, o senhor é um daqueles que me colocou nessa posição conveniente, seja por seus próprios interesses, os do Império, ou mesmo por favores pessoais. Então por que não me beneficiar disso ao máximo?
— É como dizem, você não parece ter a mínima consciência ao usar os meios à sua disposição — disse o Duque, não parecendo muito surpreso ou chateado. — Já que você quer levar as coisas de forma tão venal, diga o que quer.
— Não se preocupe, não quero nada dos seus bens ou do seu dinheiro. Já posso ser considerado um pouco rico para uma família modesta como a minha — garantiu Alexander calmamente, como se estivesse esperando a fácil aceitação do Duque há muito tempo. — Meus termos DESTA vez são simples, só quero algumas pequenas concessões e sua aprovação.
Embora tenha desdenhado da outra parte a princípio porque ela disse que poderia ser considerada “um pouco rico para uma família modesta”, quando toda a elite do Império sabia o quanto o mesmo havia extorquido de outros nobres e mercadores, o Duque franziu um pouco a testa no final de sua frase. Dinheiro, técnicas e bens eram fáceis de repor, mais fornecer outras coisas poderia ser bem problemático. — Você é um sujeitinho problemático. Diga logo o que quer.
— 1º ponto: Não me importa o que aconteça com os criminosos que trouxe, afinal, eles cometeram crimes terríveis. Porém, os familiares que são inocentes e não têm envolvimento, principalmente os daqueles que me forneceram informações, não devem ter nenhuma punição ou sanção, e eu ainda devolverei parte do valor dos bens legais que retive para que eles possam seguir com suas vidas; 2º ponto: O seu protetorado deve apoiar e endossar, mesmo que implicitamente, o meu controle sobre as cidades da minha baronia, pois eu o tomarei para mim — listou Alexander sucintamente. — O senhor, e todos os outros que mantêm pessoas me vigiando, sabem que tentei deixar as outras cidades continuarem por conta própria, mas isso acabou me fazendo ter que resolver essa bagunça, e não quero que isso aconteça de novo, especialmente nessa escala… Seria um enorme desperdício do meu tempo.
Se não houvesse pessoas o acompanhando de perto, assim como sua família e o desenvolvimento e a regência da baronia, o Duque pensaria que a outra parte estava usando aquela situação como uma desculpa para expandir seu poder e influência no território ainda mais, porém ele sabia que Alexander não apenas mal tocava na maioria dos assuntos da baronia, mas também tinha ouvido dizer que ele achava isso mais chato e problemático do que qualquer outra coisa, ainda mais porque a maioria das propriedades já eram dele.
— Se é isso o que você quer, não vejo muito problema — ponderou o Duque após tamborear um pouco na mesa. — Mas não force muito a mão no Baronete restante.
— Não se preocupe. Com o plano que tenho em mente e o dinheiro que tenho no bolso, não vou precisar — disse Alexander com um sorriso estranho. — Só mais uma coisa, seu neto parece ser destemido e talentoso, mas ele é muito impetuoso e mimado, e por isso ele pode acabar se metendo em problemas sérios por sua imprudência com estranhos… Se eu fosse o senhor, lhe daria mais disciplina, pois com alguns anos de treinamento ele não só se tornaria “gente”, mas também se tornaria muito promissor.
— Agora me diga algo que eu ainda não saiba — respondeu o Duque, parecendo um pouco exasperado com isso. — Meu protetorado não é apenas grande, garoto, ele faz fronteira com áreas que devem estar sob constante cuidado e vigilância… Já me faltam bons funcionários para cobrir toda essa área adequadamente, muito menos para disciplinar, instruir e treinar adequadamente meu o neto impulsivo.
Percebendo que o Duque Marvin tinha razão, Alexander assentiu com “pesar” pela situação, disse adeus e então foi embora pela mesma janela pela qual entrou. Ele obviamente poderia fazer isso da maneira tradicional que a maioria das pessoas faz, mas como voar era muito mais cômodo do que andar, descer escadas e coisas do tipo, ele voou pela janela.
Este conteúdo está disponível no Illusia. Se estiver lendo em outro lugar, acesse https://illusia.com.br/ para uma melhor qualidade e maior velocidade.
Ao ver o belo cenário da cidade do alto e o degelo da região anunciando o fim do inverno, uma ideia ocorreu a Alexander e ele decidiu aproveitar que estava ali para ir até a associação de comerciantes daquela cidade para fazer algumas compras e encomendas. Outros tipos de negócios e pessoas talvez não o reconhecessem, mas o alto escalão extorquido sabia quem ele era, e sabia que ele estava naquela cidade a pedido do Duque, sem mencionar os outros apoiadores por trás dele.
— Bem-Vindo à nossa associação, Sr. Alexander — disse um gerente da confiança do alto escalão, que parecia ter vindo correndo assim que viu Alexander pousar em sua porta. — De que forma esse humilde pode lhe ser útil hoje.
— Trazendo o seu maior item de armazenamento, pois vim retribuir a gigantesca generosidade e gentileza de sua associação para comigo, fazendo muito ouro fluir dos meus bolsos para os seus — respondeu Alexander com um grande sorriso, parecendo genuinamente feliz e animado com alguma coisa.
Sorrindo tão ampla e genuinamente quanto Alexander, já pensando em sua grande e generosa comissão em potencial, o gerente levou Alexander para uma sala privada sob o olhar invejoso de muitos outros.
Obs 1: Contribuição arrecadada para lançamento de capítulo extra: (04,00 R$ / 20,00 R$).
Obs 2: Chave PIX para quem quiser, e puder, apoiar a novel: 0353fd55-f0ac-45b5-a366-040ecefa7f7b. Caso não consiga copiar a chave pix, é só clicar nela que vai ser gerada uma aba/guia que tem como URL/Link a própria chave pix com algumas barras nas pontas: https://0353fd55-f0ac-45b5-a366-040ecefa7f7b/, e é só retirar a parte excedente.
Ps: Para finalizar, volto a reiterar que as publicações seguirão normais e recorrentes no ritmo mencionado mesmo que, por ventura, haja a publicação de capítulos adicionais.
Regras dos Comentários:
Para receber notificações por e-mail quando seu comentário for respondido, ative o sininho ao lado do botão de Publicar Comentário.