Capítulo 230 – Troca de presentes entre o mar e o oceano
Muito melhor na manhã seguinte, quase de volta ao normal, Alexander olhou ao redor na casa enquanto comia algo com Diana e percebeu que precisaria solicitar um serviço de reforma e melhoria.
Após a noite deles, devido às devidas condições e liberdade de ambos, nem mesmo a sua cama-almofada foi o suficiente para absorver as vibrações. Sem contar que, descontrolados e com corpos super-resistentes, eles literalmente atravessaram as paredes mais finas da casa.
— Precisamos mandar consertar essa casa — comentou Alexander ao ver o estrago, fazendo a já mais contida Diana corar e assentir em concordância. — Qual versão devemos usar: a verdade ou aquela em que você estava me batendo por ciúmes?
Recebendo uma espécie de pera sendo jogada na sua cara em resposta, ele apenas sorriu pelas variações dela, pegou a fruta e começou a comê-la. — Obrigado. Ela está boa… Mas não é tão doce quanto você, rsrsrs.
Pegando outra fruta a mão e jogando-a nele, ainda mais corada, Diana o viu pegá-la sem problemas e passar a comê-la antes de parecer pensar em algo. — Sobre aquele favor especial que lhe pedi antes, está tudo bem, ou houve algum problema?
— Não. Tudo está indo mais do que bem — garantiu ela animadamente. — A seiva e a água que obtivemos da {Treant Guardiã} melhoraram ainda mais os excelentes resultados que já esperávamos.
— Essa é uma ótima notícia. Certamente ajudará a nos colocar no mapa — sorriu Alexander ao prospectar o futuro deles. — Tudo isso graças a você… Sem você, tudo isso seria muito mais difícil, beirando o impossível.
Diana imediatamente quis dizer que não era nada e que ele era quem havia feito a maior parte do trabalho pesado e pensado em tudo, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa e ele tivesse que contradizê-la, alguém bateu na porta deles.
Surpreso, Alexander olhou pela janela e viu que não era mais tão cedo. Eles passaram tanto tempo se enroscando e mergulhando um no outro que não notaram como o tempo tinha voado tão incontrolavelmente.
Com uma lista seleta de pessoas que bateriam à sua porta naquela casa, Alexander rapidamente se deixou apresentável e foi atender a pessoa na porta enquanto Diana corria para se arrumar no quarto.
Sem muita surpresa, a pessoa que batia à porta deles era Galene CrossSea, a quem convidou para se sentar com ele no coreto do pátio externo, já que a casa em si estava “um pouco” bagunçada e com as coisas reviradas.
— A que devo eu, um homem mais comprometido do que nunca, o grande prazer de sua estimada presença? — floreou Alexander, sabendo muito bem o motivo da visita dela. — Falando nisso, onde estão seus guarda-costas?
Sorrindo diante da instigação dele, sem parecer se importar muito, ela não se focou nisso e voltou-se para a xícara que ele parecia estar esquentando com um dedo na parte externa da porcelana. — O que tem na xícara?
— Prove… — ofereceu Alexander ao empurrar a xícara para mais perto dela. — Só tome cuidado para ver se a temperatura está do seu gosto.
Estreitando os olhos e alternando entre a xícara e ele, Galene pensou um pouco, pegou a xícara e tomou um gole leve.
Surpresa com o sabor, ela rapidamente notou que aquilo era néctar morno, e um de alta qualidade. Distribuí-lo tão despreocupadamente não era para qualquer um.
— Obrigada pela bebida… Bom “chá”… — sorriu Galene ao elogiar a bebida que lhe foi oferecida. — Eu também trouxe um presente para você… Aqui.
Nem um pouco surpreso que ela desejasse “comprá-lo” com presentes, Alexander aceitou a pequena bolsa que ela lhe ofereceu, mas assim que olhou para o conteúdo, a sua testa se franziu instantaneamente. Aquilo era algo que ele queria muito, mas era muito difícil de encontrar, quanto mais de se obter.
— Você deve estar mesmo interessada nos segredos daquelas tabuletas — apontou Alexander com uma expressão completamente estranha. — Como você descobriu que eu queria isso? O quanto você me investigou?
— Agora você entende por que vim em boa fé, sem trazer meus guardas — sorriu Galene, irradiando astúcia e inteligência além de sua beleza.
— O que aconteceu? — perguntou Diana ao se aproximar e ver aquela tensão.
Sem dar qualquer explicação, Alexander, que tamborilava na mesa pensando no que fazer, simplesmente passou a pequena bolsa para ela, que, além de surpresa, logo entendeu o motivo daquela tensão.
— Seu presente é muito bom para alguém com minhas aspirações, mas ainda não esta no nível da informação que você quer — finalmente anunciou ele após muita reflexão. — Não é que eu queira ser ingrato com seu esforço, é que o que você quer é algo estratégico de certa forma… Um acordo maior, talvez uma parceria, seria mais apropriado, já que ambos possuímos partes de um todo que não têm nem de longe o valor que teriam se fossem combinadas.
— Entendo — disse Galene, não parecendo muito surpresa. — Mas você também deve entender que eu não tenho autoridade para formar tal parceria.
— Não tenho pressa… Se encontrarem outras formas ou métodos alternativos, eu entenderei — respondeu Alexander sem nenhuma malícia. — Imagino o que vocês estão procurando com essas coisas, e as suas preocupações. Mas reitero que na tábua em questão que vi, o que está ali é parte de uma técnica.
— Certo. Eu vou repassar suas intenções a família para que eles possam discutir a sua proposta — garantiu ela enquanto terminava sua bebida e parecia pronta para se levantar e ir embora.
— Espere um minuto. Eu tenho um presente para você em nome de todos da minha família — pediu Alexander enquanto estendia a mão. — Poderia me deixar ver sua mão? Sem luvas, por favor.
Surpresa com aquele pedido inusitado e repentino, Galene ponderou um pouco e acabou aceitando o pedido dele, que liberou uma aura surpreendentemente suave e delicada que parecia interagir com suas mãos de todas as maneiras. — Parece que a área está vaga e não deve haver problemas.
Assustada com o quão louco ele era e com o que ele queria fazer, ela tentou puxar a mão, mas Alexander foi mais rápido e pressionou uma runa nas costas da mão dela.
Ao ouvi-la gritar sob o efeito da runa, várias presenças invadiram a área da casa em sua direção, mas todas foram afastadas por uma onda do poder dele. — Saiam.
Sem saber o que fazer diante da monstruosa hostilidade de Alexander, os guardas ficaram perdidos até que Galene, sabendo que não havia mais volta, mordeu seus lábios em sinal de frustração e ordenou que eles recuassem.
— Não me olhe assim. Lhe garanto a qualidade do meu presente — sorriu ele sem medo, despreocupado, quando sentiu que estavam sozinhos novamente. — Reúna mana em sua mão e tente invocar/usar a habilidade |Tesouro do Mímico|.
Amuada, mas sabendo que não tinha mais nada a perder, ela seguiu o que ele disse e tentou usar a habilidade, apenas para ver o sorriso dele se alargar e o seu corpo imediatamente começar a enfraquecer intensamente.
— Diana, poderia nos fazer esse favor? — pediu Alexander ao lhe entregar algumas pedras de energia e mana.
— Pare de fazer isso com os outros sem o consentimento deles — repreendeu-o ela, ao gentilmente segurar Galene e começar a revitalizá-la e energizá-la.
Irritada por ter sido jogada por outros, mas incapaz de deixar de se surpreender com a capacidade da mulher em ajudá-la, depois de algum tempo, Galene conseguiu se recuperar um pouco, superando a fraqueza e se voltando para Alexander. — Você…
— Desculpe, desculpe. Acabei cometendo um erro ao não levar em conta todas as variáveis em questão, como o fato de que a criatura da qual a runa veio é mais forte e tem muito mais reservas de energia do que você — explicou ele enquanto erguia as mãos em rendição. — Tente novamente e garanto que terá uma surpresa.
Dando-lhe um olhar estranho e suspirando em resignação, ela levantou sua mão e invocou a habilidade novamente: — |Tesouro do Mímico|.
Sob o efeito da habilidade rúnica dela, um baú entre médio e pequeno apareceu na mesa ao lado de sua mão. Apesar de parecer tangível, o baú era mais uma imagem holográfica do que qualquer outra coisa, especialmente para outras pessoas além dela, que não conseguiam interagir de forma tátil com o baú.
— Isso… A runa que você colocou em mim… — duvidou Galene.
— Sim, é a [Runa Especial] de um {Baú Mímico} — respondeu ele, dando um grande sorriso de quem havia avisado. — Ela tem 3 habilidades: |Tesouro do Mímico|, que serve como um item de armazenamento oculto; |Ocultação de Malícia|, que dificulta que outros leiam suas intenções; e |Mesclagem de Presença|, que não só ajuda a se esconder, se camuflar e passar despercebido se assim desejar, mas também torna quase impossível para pessoas de fora saberem que essas habilidades vêm de uma runa e sua ativação.
— Aqui. A sua garganta parece muito seca para dizer o que quer dizer — ofereceu Alexander, sorrindo, enquanto lhe passava outra xícara de néctar morno.
Meio sem jeito por ter feito tantas “caras e bocas” mesmo recebendo um presente tão significativo e útil para qualquer comerciante, ainda mais com toda a presunção dele, ela o agradeceu a contragosto. E depois de tomar sua nova xícara de néctar, despediu-se e foi embora, ficando combinado que iriam se despedir antes da partida dela.
Obs 1: Contribuição arrecadada para lançamento de capítulo extra: (00,00 R$ / 20,00 R$).
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Ps: Para finalizar, volto a reiterar que as publicações seguirão normais e recorrentes no ritmo mencionado mesmo que, por ventura, haja a publicação de capítulos adicionais.
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