Capítulo 257 – PDVs II
PDV Robert ||Céu Trovejante||
Se reunindo já pela terceira vez em pouquíssimo tempo, basicamente pelo mesmo motivo, o conselho de Duques, e acima, começou a se entreolhar com estranheza. Aquilo não era só estranho e incomum, era desconcertante.
— Aquele garoto está abusando da sorte e da nossa paciência — declarou um Duque de forma impassível; e dessa vez, ninguém, nem mesmo Robert, o contradisse. O último sabia que, dessa vez, Alexander havia elevado a régua, ofendendo quase tudo e todos, por todo o Império, em um curtíssimo período de tempo.
Não sabendo bem como lidar com ele, visto que não havia quebrado qualquer lei ou regra escrita; e dada a singularidade da sua situação, ou melhor, do seu possível apoio, todos ali caíram em um silêncio taciturno, confabulando suas ideias.
— Você não tem nada a declarar ou colocar dessa vez em nome do seu protegido, Duque Robert? — indagou o Grão-Duque Greenin.
— Na verdade, eu tenho. Mas achei que soaria apressado, conveniente e falso se eu fosse o primeiro a me colocar — respondeu Robert, não parecendo nada surpreso.
— Então compartilhe o que você sabe conosco — incitou o Grão-Duque Yellowin.
— Suponho que isso não esteja nem perto do que alguns aqui devem querer ouvir para dar uma resposta às suas bases, mas ele mesmo me disse, por alto, para que eu não soubesse do que se tratava na época, que, depois disso, ele vai voltar para o seu canto e não vamos mais ouvir sobre ele fazer grandes movimentos, se ninguém for mexer com ele — contou Robert, sem exacerbar nada. — O que eu, pessoalmente, acredito ser verdade. Não só porque as aulas do centro educacional que ele montou estão prestes a começar, mas também porque, dada a natureza intrínseca dele, ele deve querer garantir pessoalmente que os 6 primeiros meses mais vulneráveis do irmão da mulher dele transcorram sem nenhum risco ou perigo de qualquer tipo.
— O que você coloca está longe de ser o ideal, mas ainda pode ser o começo de algo aceitável… Porém, você tem como garantir que ele irá mesmo parar? — indagou o Grão-Duque Azure, pragmaticamente.
— Com todo meu respeito, Grão-Duque, o senhor deve saber que eu tenho tanto a capacidade de garantir que ele não fará nada quanto o senhor tem de garantir que ninguém aqui tentará algo veladamente — apontou Robert com sinceridade. — A natureza das pessoas é difícil de controlar. Não posso garantir nada nesse sentido.
— O que você acha que ele pretende, ou quer fazer, ao colocar esse tanto de famílias nobres caídas, de todos os cantos do Império, sob a facção dele? — prosseguiu o próprio Imperador, finalmente apontando e centralizando o cerne da questão que estava tumultuando todos os baixos nobres vigentes.
— Isso é difícil dizer e não ouso lhe garantir nada, Imperador — respondeu Robert, escolhendo com cuidado suas palavras. — No entanto, se quer minha opinião pessoal, o que ele pretende ativamente é “nada”. Tudo isso que ele estava fazendo são preparativos para aumentar e garantir a segurança da sua família… Onde mais ele acharia uma mão de obra tão qualificada com um risco tão baixo de ser infiltrada por nobres de nível que disputaram e/ou disputem com ele?
Ao ver o consenso silencioso de que Robert tinha um ponto, o Duque Marvin falou por Alexander também: — Do meu ponto de vista, acredito que é melhor esperar e ver. Não é como se ele tivesse quebrado qualquer lei, e não é como se NÓS fôssemos perder alguma coisa com isso.
— Humph! Você já está quase tão parcial quanto Robert… Quem aqui ainda não sabe que a esposa do seu filho mais velho já se instalou na área residencial da família do garoto? — apontou outro Duque, com claro desdém pela parcialidade de ambos.
— Para a sua informação, ela só está lá porque o meu neto ficou enchendo a minha paciência para aprender com aquele garoto… — respondeu o Duque Marvin, que também não era lá muito comedido, mostrando seu lado indomável. — Mas e daí se ela estiver lá? Você só está frustrado por ter chegado depois… Venha tentar arrancar um pedaço de mim por isso, se tiver a capacidade.
Frustrado, porque, assim como Robert, Marvin também era um dos pilares mais poderosos do Império, principalmente se ele estivesse lutando perto de uma grande massa d’água, o outro Duque só pôde lhe lançar um olhar indignado e se calar. Mas havia outros ali que não precisavam lhe mostrar tanta cara assim, como era o caso do Grão-Duque Greenin: — Não vá muito longe, Duque Marvin… O ponto aqui é outro.
— Então, o que o senhor acha que devemos fazer?… Alguém do nosso nível se mover contra um garoto quando ninguém aqui realmente perdeu algo? — indagou o Duque Marvin com sinceridade. Fazer um movimento contra um jovem abertamente seria extremamente estranho para o prestígio deles.
Compartilhando da estranheza dele ao serem lembrados de que todos ali estavam falando sobre um jovem que mal havia completado 16 anos, os presentes entreolharam-se, questionando por que estavam perdendo seu tempo daquela maneira. No final das contas, não passava de um garoto… Ao menos era assim que pensavam a maioria dos que não o conheciam pessoalmente e/ou não sabiam toda a sua história.
PDV Diana
A semana em que Alexander saiu Império adentro recrutando quaisquer famílias nobres que achasse que lhes trariam mais benefícios do que problemas não foi fácil para Diana. Já no primeiro dia ela teve que lidar com um grupo familiar desconhecido se instalando na residência deles, o que os avós paternos dela ajudaram-na a lidar; e depois o diretor, e Duque, Robert entrou em contato visando falar com Alexander sobre a concessão e venda de imóveis para alguns nobres, cuja forma de disposição organizacional ele próprio acabou esquematizando para ela.
No segundo dia, ela não só teve que acompanhar e gerenciar Steve e um punhado de alfaiates e seus assistentes ao centro educacional para que as medidas dos alunos, para o uniforme, fossem tiradas, como também teve que conhecer a “assistente” que Alexander havia lhe arrumado, bem como aos responsáveis dela. Felizmente, provavelmente como já era estimado pelo seu noivo, as duas se deram super bem assim que conversaram um pouco, pois a afinidade entre as duas foi imediata.
No terceiro dia, certas famílias, algumas de ramos ligados a algum Duque e outras das quais Alexander estava recrutando, começaram a chegar. E todas elas queriam fazer sala frente a ela e a sua família para tentarem se estabelecer como as primeiras a chegar e interagir com eles, onde, novamente, seus avós paternos tiveram que lhe ajudar a gerenciar a situação.
O quarto dia foi mais calmo. Algumas famílias ainda continuavam a chegar, mas já não eram mais as primeiras e apenas faziam algumas formalidades, procurando seu canto para descansar e observar o movimento. A coisa mais marcante do dia foi que os irmãos ferreiros apareceram para entregar o [Conjunto do Cavaleiro Negro da Luz], e obtiveram um exemplar das bebidas seletas de Alexander com ela.
No quinto dia, as coisas voltaram a complicar. Não era nada exatamente extenuante ou complicado, mas o afluxo de famílias que visavam interação ou filiação com eles aumentava a cada dia… Não era algo particularmente difícil, mas a quantidade acabou cansando no final do dia.
O sexto dia foi uma repetição bem acrescida do dia anterior, com mais e mais pessoas chegando com objetivos relacionados a eles. No entanto, quando Diana achava que as coisas já estavam meio complicadas, uma disputa interna irrompeu em uma das cidades periféricas da baronia, lançando a cidade em caos.
O plano inicial dela era montar em Pequeno Preto e ir investigar a fundo. Mas quando ouviu qual cidade era, o avô paterno dela se ofereceu, basicamente pedindo para ir no lugar dela, e ela assentiu, lhe dando uma autoridade maior do que o título que ele já tinha e pedindo para Storm acompanhar ele e os seus homens. Resultado: o avô dela foi até o conflito e, ao receber certas informações, já entrou em um ataque em pinça, ateando ainda mais fogo à cidade.
— … — Diana.
Pela primeira vez, ela começou a entender de verdade por que Alexander tiranizava a todos de forma igual, apesar daquilo não ser da sua natureza: era simplesmente mais fácil… As circunstâncias ainda estavam no nível em que também poderia resolver tudo com seu poder e capacidade de recuperação, porém ela suspirou: Ela não era ele.
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Ps: Para finalizar, volto a reiterar que as publicações seguirão normais e recorrentes no ritmo mencionado mesmo que, por ventura, haja a publicação de capítulos adicionais.
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