Capítulo 259 – Dando a primeira aula em seu novo mundo: (Aurora)

Após um tempo adequado para que os alunos descansassem da refeição, tempo este um pouco prolongado devido à sua presença e intervenções, Alexander reuniu os 120 alunos no campo de treinamento coberto e assumiu os holofotes. Sim, eram 120, e não 100, pois ele havia reservado vagas extras, destinadas à família de Diana, para completar 40 alunos em cada turma.

— Para o passo a seguir, vocês, ordenadamente, devem pegar um dos recipientes na mesa ao meu lado e ir, um a um, ao vestiário e aplicá-lo. Lembrem-se: ele é para usar no corpo todo, mas apenas sobre a pele. Não o coloquem em nenhum orifício — explicou ele calmamente, ao apontar para a mesa. — Vocês também devem usá-lo corretamente e não cogitar vendê-lo, dá-lo de presente ou roubá-lo uns dos outros. Pois, além de eu obviamente notar, vocês vão estar correndo o sério risco de erodir e danificar sua pele e carne se o usarem em excesso.

Relutantes, os demais alunos o viram flutuar dois recipientes até Steve e Sophia, a assistente de Diana, e eles foram aplicar o creme. Àquela altura, eles ainda tinham algumas dúvidas e incertezas, mas parecia-lhes nítido que seus ‘mentores’ não queriam machucá-los, nem lhes dariam algo nocivo de maneira tão explícita.

Com alguém liderando o grupo e voltando sem grandes repercussões em resposta, um a um os alunos foram aplicando o [Creme de Refinamento Corporal], e Alexander foi explicando os exercícios para maximizar a absorção, bem como tirando dúvidas.

Em vista de um grupo amostral tão variado de 120 indivíduos, os efeitos foram dos mais diversos. Mas, como era a versão e a dosagem infanto-juvenil, ninguém saiu machucado ou mesmo queimado, só sentiram uma forte ardência na pele devido ao potente efeito medicinal, que logo começou a ser aliviada pelos exercícios.

Assim que a “ardência” se tornou só um calor e então sumiu do último dos alunos, Alexander mandou que eles parassem e iniciassem alguns alongamentos com uma corridinha leve, aos quais ele mesmo também praticou e acompanhou de perto.

No começo, alguns estudantes queriam reclamar que não conseguiriam continuar fazendo aquilo, pois estavam cansados, mas logo perceberam que eles e os outros não estavam tão cansados assim.

Sorrindo de toda a estranheza que se espalhou pelos alunos, Alexander cessou os alongamentos após uma corridinha leve de 1km e os reuniu. — Como podem ver, eu posso ser chato e/ou amedrontador, mas meus recursos são de qualidade.

— A partir de hoje todos vocês vão ganhar uma porção de creme antes das aulas da tarde, as práticas, e, para a sorte de vocês, a maioria delas não será ministrada por mim como essas primeiras — explicou ele antes de jogar sua adaga no chão, pisar nela e depois cuspir no solo. — As primeiras aulas que vocês irão receber são sobre noção de combate… Vocês têm até o meu cuspe secar para voltar com qualquer coisa que acharem útil para vocês. Obviamente, vocês não podem tomar os itens dos outros alunos ou pegar a minha adaga no chão… Por que vocês ainda estão aqui? Vão.

Ao ver a maioria dos alunos se mover em euforia sob a suposta menção de treino prático de combate, embora alguns ainda ficassem um pouco acanhados, Diana foi até Alexander com um sorriso torto. — Precisa mesmo fazer isso desse jeito? Eles ainda são basicamente crianças.

— Não se preocupe — respondeu ele sem pensar muito. Mas, ao ver a expressão dela voltada para ele, um complemento foi adicionado. — Eu vou pegar um pouco mais leve com eles já que você pediu…

Não conseguindo evitar ficar um pouco sem jeito diante da satisfação dela por tê-lo dobrado à sua vontade naquele assunto, Alexander voltou-se para os estudantes que começavam a voltar com pedras, galhos, pedaços de madeira, dentre outras coisas, ou mesmo nada em suas mãos.

— Primeiro ponto: qualquer um que trouxe algo que não consegue manusear com o mínimo de proficiência, devido ao peso excessivo, pode largar o “item” e se juntar ao grupo dos desarmados; segundo ponto: para esses desarmados, por formação, vocês têm 2 opções: juntar-se à vanguarda ou ficar atrás dos demais, para ajudar ou fugir… escolham; terceiro ponto: aqueles que trouxeram galhos ou pequenas pedras, saibam que isso não é uma arma, então não as tratem como tal… ainda assim, podem ser bem úteis se forem usadas da maneira certa; e por último, mas não menos importante: aqueles que conseguiram “bons itens” às pressas, usem a cabeça em vez de só o corpo, seus “gênios”… Eu lhes disse que não poderiam pegar a minha adaga, não que não pudessem usá-la para afiar os seus itens — instruiu “amorosamente” Alexander assim que todos os estudantes haviam voltado.

Não se importando muito com a consternação que mostraram por terem sido repreendidos por algo que não conheciam, ele passou a explicar e montar junto com eles uma formação de ataque que englobasse todos, levando em conta suas alturas, os itens que estavam usando e as demais características importantes. Os alvos: ele e Diana.

Assim que terminou de explicar da forma mais simples e abrangente por que cada um deles estava na posição que estava, e para que lado deveriam ir se estivessem em outra situação, Alexander voltou para o lado de Diana, jogou uma moeda para o alto e observou sua trajetória descendente. O toque da moeda no chão era o sinal combinado com os alunos para darem início ao ataque.

No exato segundo em que a moeda tilintou no chão, uma onda de aura saiu do corpo dele de forma desenfreada e se abateu sobre todos os alunos vorazmente, fazendo com que o corpo deles simplesmente “travasse” e parassem de responder. Alguns que queimaram a largada até caíram pesadamente no chão.

— Eu disse para você pegar leve com eles — reclamou Diana ao esbofetear o peito dele e ir ajudar os alunos.

— Mas eu realmente peguei leve — comentou ele, ao esfregar o peito onde tinha sido esbofeteado. — Eu ajustei a minha aura para não exceder a de uma criatura de 2ª evolução.

Revirando os olhos diante da resposta dele, ela dissipou a aura dele com a sua própria e curou os alunos com facilidade. Em poucos minutos, todos já estavam bem e de pé, se regozijando, pois seu “agressor” passou a ser vigiado de perto.

— Aparentemente isso é tudo de prática por hoje — disse Alexander, impassível, ao olhar de lado para Diana. — No entanto, vocês devem aprender com os erros, como:…

— Não acabar em um relacionamento onde você é o mandado? — provocou Steve.

— Ir contra algo ou alguém bem superior se não houver uma extrema vantagem ou necessidade, pois a disparidade entre vocês pode acabar os paralisando como antes, ou mesmo os matando… mesmo que seja de vergonha — completou Alexander ao fazer Steve flutuar e transformá-lo num alvo de bolas d’água, mesmo sob o olhar e presença de Diana. — Outra coisa para se levar em conta é que, como vocês podem notar, ela parece se importar mais com o bem-estar de vocês do que eu… Meu único objetivo aqui nessa instituição é fazer de vocês pessoas melhores e mais fortes. Mas às vezes é preciso martelar muito para refinar o ferro bruto.

Aplaudindo e rezando silenciosamente pela vida de Steve, que os representou e se vingou por eles, e ainda estava recebendo bolas d’água enquanto era descido, os alunos começaram a receber uma pedra de mana e outra de energia cada um, pois Diana assumiria o restante da aula e lhes explicaria os conceitos básicos delas.

Além de ser bem mais indicada para isso do que ele, ela também parecia querer ter mais desse contato… Instinto fraterno-maternal por causa do irmão, talvez…

Não tendo muito mais o que fazer ali, já que, naquela altura, sua presença estava mais atrapalhando do que ajudando, devido ao que havia feito, Alexander voou de volta para a mansão do Lorde para ver se Stefan já estava por lá… Ao confirmar que sim, e que o mesmo pretendia aceitar sua proposta, ele prontamente o contratou.

A princípio, a sua função começaria sob a supervisão de Terry, como uma espécie de secretário das finanças, mas todos foram informados de que o plano geral era que, com o tempo, ele assumisse as finanças por completo, liberando Terry para focar exclusivamente na parte administrativa e Sansy para lidar com informações, pedidos especiais e assuntos mais “interpessoais”.

Feliz por estar cada vez mais livre daquela burocracia chata, Alexander começou a planejar um calendário eficiente que lhe permitisse tempo para todas as atividades que pretendia realizar.

Ele estava mais forte, mais próspero e mais notório do que nunca. No entanto, também havia mais coisas que queria fazer com o seu tempo…

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Ps: Para finalizar, volto a reiterar que as publicações seguirão normais e recorrentes no ritmo mencionado mesmo que, por ventura, haja a publicação de capítulos adicionais.