Índice de Capítulo

    Livre para organizar a própria vida após encaminhar e delegar todo o resto, e uma boa noite de sono, Alexander pegou os diversos minérios que havia comprado ao promover uma limpa nos mercados aos quais teve acesso e usou a parte da manhã para refiná-los, enquanto deixava materiais, ervas e afins no fogo, em seu entorno, para simultaneamente se aprimorar em alquimia e herbalismo. Já a parte da tarde foi dedicada ao ensino coletivo de táticas e noção de combate aos alunos…

    Ao passar aquela semana apenas praticando pela manhã, ensinando os alunos à tarde e usando a noite para aproveitar sua família, em especial a sua noiva, ele se manteve bem abaixo do radar. Mas a cada dia que passava, mais e mais famílias chegavam em busca de oportunidade ou querendo interagir com a família dele.

    Não se dando ao trabalho de fazer sala às famílias ou demais nobres que os Duques enviaram para sua baronia, Alexander mal se preocupou em alocar quem havia contratado enquanto aguardava a chegada de todos, mantendo-se em sua forja, martelando metal, sentindo o cheiro e ouvindo os materiais queimarem ao seu redor… até que alguém que lhe era relevante veio ao seu encontro.

    — Tem certeza de que vai ficar só por essa primeira semana? As pessoas que vão ser os instrutores das aulas, as práticas, já estão se prontificando — disse Diana, que havia acabado de retornar de sua aula no centro acadêmico.

    — Sim. Não se preocupe… — respondeu ele, ao respirar uma lufada de ar puro e ver o vapor subir do seu corpo superaquecido em contato com o ar frio. — Meu ponto sempre foi só esse primeiro momento, e dar eventuais aulas circunstanciais no dia reservado para aulas mistas pela manhã… Mas e os pais? Houve algum deles que se colocou contra as aulas das áreas mais perigosas, como caçador e explorador?

    — Alguns… Mas não foi exatamente contra. Era mais preocupação — explicou ela, ao ponderar sobre as informações da reunião que participou. — Quase todos eles entendem o que você está fazendo ao colocar essas áreas, mas, querendo ou não, ainda são pais, e seus filhos são jovens. Eles se preocupam.

    — Plausível — assentiu Alexander, concordando. — Caso algum faça muito caso, dê ao aluno em questão algumas opções mais seguras. Mas peça que garantam que a pessoa em questão está feliz com a escolha e não foi uma imposição dos pais.

    Feliz com a “paz de espírito” que parecia emanar dele, Diana assentiu, pois não via o que tirar nem pôr na solução dele. Mas, observando que ambos estavam a sós ali, ela o levou de volta para sua forja particular, que sabia que ele mantinha sempre limpa, e aproveitou para “esquentar” ainda mais o lugar, já que a oportunidade apareceu.

    Para além do aumento do fogo na forja particular deles, com o advento das aulas práticas de “especialização” e a construção da sede e dos grandes pavilhões de produção, que exigiam tanto um ambiente ativo, quanto consideráveis estoques de matéria-prima, a Associação dos Artesãos rugiu em vida com força.

    Normalmente, algo desse porte não se formaria do nada; seria algo espontâneo para suprir a demanda, defender-se entre si e evitar contendas, pois, para algo de tal porte prosperar, era necessário, para além de tudo, uma grande demanda que justificasse mantê-la ativa. E, naquele caso em si, Alexander não tinha apenas uma baronia como antes, ele era o protetor de duas baronias, o que era bem superior à área de um barão tradicional, e tinha a sua própria facção para suprir, equipar e manter, com manutenções regulares de todo tipo de natureza.

    Claro que nem tudo era só flores, desenvolvimento e lucros. Havia uma série de múltiplos fatores e interesses cruzados envolvidos naquela área e no controle comercial daquelas terras, como era o caso das próprias associações comerciais. Mas, para além de ter vários impedimentos físicos e burocráticos, até bélicos, à disposição, essa construção, e outras dele, tinham um duplo papel estratégico: como grandes compradores de insumos, podiam exercer pressão tanto sobre fornecedores quanto sobre compradores.

    Nesse estágio, se ele conseguisse superar a fase inicial e manter o financiamento, os desafios diminuiriam drasticamente, afinal, com pleno emprego na região, os próprios trabalhadores se transformariam naturalmente em sua base de público consumidor.

    Com tudo bem encaminhado e se movimentando, Alexander finalmente saiu da sua redoma na parte da tarde, chamou Stefan na mansão do Lorde e pegou Steve, que não tinha aulas práticas de “especialização”, pois era uma espécie de assistente dele, e foi colocando “óleo” nas engrenagens das suas operações para mantê-las funcionando, culminando na sua chegada à Associação dos Artesãos, que ainda estava funcionando como dava, devido a tantos pensamentos e áreas diferentes.

    — Não vá arrancar a barba e depois os cabelos, Jayce — provocou Alexander, ao ver seu vice-presidente bem exasperado com a situação. — Não vou deixar que você sofra sozinho. Eu vim trazer meu novo funcionário de contabilidade para segurar as pontas das finanças, por enquanto, e avisar que a baronia vai subsidiar a associação.

    Alentado, Jayce obviamente não recusou mais mão de obra, mas o próprio Stefan estranhou. — Tem certeza sobre isso? 

    — Sobre lhe dar essa posição, ou sobre o subsídio? — perguntou Alexander.

    — Ambos — respondeu Stefan com uma expressão estranha.

    — Não o contrataria apenas para fazer cena e não trabalhar — garantiu Alexander, dando de ombros. — Além do mais, você não iria longe se me traísse. Nem mesmo se arrumasse um patrocinador e fugisse sozinho…

    Mesmo sob o olhar ainda mais consternado de Stefan às suas palavras, ele não se importou muito e completou: — Paralelamente a isso, também quero que você construa e gerencie uma pequena companhia comercial para minha família… Não me importo se você quiser aproveitar esse momento e os contatos para também começar a sua, como conversamos, desde que não afete o seu trabalho, afinal, não quero uma companhia grande para minha família; daria muito trabalho. Apenas algo para que os membros que quiserem ser comerciantes tenham onde começar.

    Surpreso e dividido sobre como se sentir sob a constante dualidade que seu chefe lhe apresentava, Stefan ficou pensando sobre o que fazer enquanto Jayce foi lhe apresentar ao irmão dele e algumas pessoas das finanças. Mas, para o sossego do seu coração, os irmãos ferreiros lhe explicaram que tal dualidade era característica em Alexander, e não havia ainda mais malícia do que o dito se escondendo; ou seja, contanto que ele não o traísse, o mesmo não seria verdadeiramente hostil…

    Não muito longe dali, saindo da associação e ainda mantendo seu papel de mentor, Alexander explicava a Steve, ou ao menos tentava, como ter conversações em alto nível como aquela: — Então, o que você aprendeu nessa interação?

    — Sempre tenha o punho mais forte — respondeu Steve, entusiasticamente, até uma mão cair sobre ele, golpeando-o de leve na cabeça.

    — Corte a brincadeira e pare com essa sua ingenuidade — repreendeu Alexander, puxando sua mão de volta. — Se tudo se resumisse a isso, eu estaria sobre os pés do seu avô, ou mesmo debaixo da terra devido ao tanto de pessoas que já ofendi…

    Esfregando a cabeça por reflexo, apesar do golpe não ter doído, Steve começou a pensar e se lembrar de tudo que o último já havia lhe dito, para ver se conseguia formular uma resposta. — Certa vez você me disse para respeitar a todos, sem ser subserviente a todos… Então o ponto está em conhecer o “limite”?

    — Exato — assentiu Alexander com satisfação. — Naquele caso, ambas as partes, eu e ele, “temos razões e conflitos” para enviesar as nossas ações. Porém, eu não quero dar continuidade ou perseguir um assunto que nem necessariamente me interessa… No entanto, isso não quer dizer que ele, especialmente tendo acabado de chegar, vá se sentir totalmente bem ou seguro comigo. Logo, garantir que tudo esteja bem claro facilitará as coisas no futuro, de um jeito ou de outro… Digamos que o acertado não pode ser taxado de caro depois de combinado.

    Assentindo com os olhos irradiando em entusiasmo e vã compreensão, mas bem pouco entendimento real, Steven pensou ter entendido bem o que seu “mentor” disse. O mesmo, porém, sorriu dele, e não para ele, como quem sabia que a sua compreensão ainda não alcançara o patamar desejado.

    Se ambos não fossem basicamente ricos, uma espécie de máfia poderia ter nascido daquele mal-entendido. Poucas coisas no âmbito social eram mais perigosas do que uma ideia errada vinda de um mal-entendido, especialmente entre indivíduos que, quase por natureza, tendiam ao caos em suas ações e atitudes.

    — Não comece a ameaçar e/ou extorquir os outros e colocar a culpa em mim, que um dia você chega lá — comentou Alexander, sorrindo pacientemente. — Agora vamos treinar. Quero ver se o “coração do mar” que você herdou da sua família é mágico ou será vertido em combate corpo a corpo, derramando “água vermelha” com força bruta para fazer valer o nome dos seus antepassados.

    Mais radiante do que nunca ao ouvir sobre um treino mais sério, pois queria muito algumas das técnicas do seu mentor, para não dizer todas, Steve sorriu de orelha a orelha. Mas, enquanto Alexander chegou em casa à noite cheio de energia para dar e vender ao segurar sua mulher, o pobre garoto “mal conseguia se mover” até para comer, de tão exaurido que ficou, pois não tinha nem como fugir do treino.

    Uma última coisa notável que havia acontecido naquela semana era que ele havia aproveitado o começo dela para usar outra [Essência Evolutiva] após o cooldown de 5 meses ter passado. Mas apenas para falhar miseravelmente naquilo que estava realmente tentando fazer.

    * Ding! *

    [Essência evolutiva detectada. No entanto é impossível sublimar o aprimoramento especial (Resistência a Danos Físicos) sem o poder de uma essência avançada… O aprimoramento (Maleabilidade Corporal) foi gerado.]

    [(Maleabilidade Corporal): Concede ao corpo do portador propriedades especiais, possibilitando uma flexibilidade, elasticidade e adaptabilidade física além dos limites normais da sua espécie. Seus músculos, ossos e tecidos parecem tomar uma consistência mais fluida, possibilitando moldar-se e esticar-se um pouco mais… Esse aprimoramento não só aumenta a maleabilidade, como também concede habilidades e realça atributos, atualmente: +5% de Flexibilidade.]

    * Ding! *

    [Você adquiriu a habilidade especial de proficiência |Controle Corporal|]

    [|Controle Corporal|: Possibilita um controle maior sobre o próprio corpo, podendo manipulá-lo em baixa escala, como alterar sua estrutura para fins ofensivos, defensivos ou utilitários, alongando-se ou deslocando ossos além do que deveria, chegando a poder deslocar ligeiramente de lugar alguns pequenos órgãos e/ou algumas outras pequenas estruturas internas sem causar danos.]

    Obs 1: Contribuição arrecadada para lançamento de capítulo extra: (00,00 R$ / 20,00 R$).

    Obs 2: Chave PIX para quem quiser, e puder, apoiar a novel: 0353fd55-f0ac-45b5-a366-040ecefa7f7b. Caso não consiga copiar a chave pix, é só clicar nela que vai ser gerada uma aba/guia que tem como URL/Link a própria chave pix com algumas barras nas pontas: https://0353fd55-f0ac-45b5-a366-040ecefa7f7b/, e é só retirar a parte excedente.

    Ps: Para finalizar, volto a reiterar que as publicações seguirão normais e recorrentes no ritmo mencionado mesmo que, por ventura, haja a publicação de capítulos adicionais.

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