Capítulo 261 – E então, chegaram todos...

Após tanto ruído social em sua vida, para surpresa de muitos, para não dizer todos, Alexander realmente escolheu seguir no compasso do martelo e do fogo. Aquilo que, para a maioria, parecia uma repetição sem sentido para alguém que sempre avançava com facilidade desenfreada, para ele era refinamento, não só de suas técnicas, mas também de um conhecimento real e profundo sobre o trabalho com cada tipo de matéria-prima e sobre sua própria determinação como artesão.

Refinando e martelando minérios ao fogo para purificá-los e transformá-los em lingotes, insumos de forja a serem armazenados, Alexander manteve-se longe dos grandes holofotes por 1 mês inteiro, só sendo visto quando saía para treinar sua maestria com o arco ou machado, enquanto também orientava Steve; ou quando precisava resolver, ou dar aval a alguma questão que exigia sua presença; ou ainda, passeando com Diana e/ou os seus familiares à noite. Mas, apesar disso, ou quem sabe, justamente por isso, seu nome se espalhava como fogo em campo seco, pois seus resultados eram assustadoramente incríveis e incontestáveis.

Primeiramente, enquanto ele mantinha o mesmo ritmo implacável de trabalho em sua vida dividida em turnos, o crescimento e o desenvolvimento dos territórios avançavam em ritmo acelerado: as vilas e vilarejos rapidamente se expandiam em cidades; ruas e estradas eram restauradas, ampliadas ou mesmo construídas do zero. Tudo isso enquanto um afluxo constante de imigrantes se deslocava rumo àquela região em busca de oportunidades, trazendo vida e vitalidade a uma área outrora totalmente periférica e marginalizada.

O segundo aspecto que invariavelmente arrepiava as pessoas ao ouvir seu nome, independentemente de classe social, era que, se por um lado ele se mantinha na forja com potes e caldeirões, onde ervas, matérias-primas e misturas alquímicas eram fervidas, defumadas ou deixadas em repouso sob matrizes mágicas traçadas por ele à mão, de acordo com os rumores, por outro, a Baronia de Port não apenas emergia de seu passado sombrio a um ritmo vertiginoso, como a Baronia da Luz transbordava uma fertilidade agrícola sem precedentes nela. Chamar a sua agropecuária apenas de “abundante” seria pouco… A vida ali não só prosperava, multiplicava-se com uma vitalidade que desafiava a própria lógica devido ao [Cálice da Prosperidade].

O último, e principal, ponto que deixava as elites verdadeiramente desconfortáveis era que ele, um garoto de 16 anos, rebelde e petulante, e suas estruturas de poder, não paravam de crescer e se desenvolver.

Se, dia após dia, mais e mais famílias de nobres caídos se reuniam à sua facção, sob sua bandeira; se, dia após dia, sua Associação de Artesãos crescia, ganhava corpo e robustez; se, dia após dia, os alunos do seu centro acadêmico recebiam vários recursos valiosos e ficavam visivelmente mais fortes a olhos vistos… então o que dizer de seu verdadeiro núcleo familiar que tinham acesso a tudo isso e ainda mais, incluindo diversos consumíveis, runas e até um tutor particular de combate?… O nome Alexander Ocean DragonSeal começava a preocupar cada vez mais.

O mais notável, e aterrador, desse período era seu silêncio estratégico: ele não se promovia abertamente em lugar nenhum; ele não sediava, participava ou sequer comparecia a festas, como faziam outros nobres. Ainda assim, todos sabiam que ele estava lá, martelando o metal, aprimorando todos os seus fundamentos e moldando as fundações do seu futuro e de sua família como se fossem ferro vivo.

Com o transcorrer desse período, todos os portões das baronias recebiam, quase diariamente, novas famílias carregadas de mantimentos, pertences e esperanças, vindas com as suas mais diversas origens e especializações para serem acolhidas e organizadas pelos setores que ele já havia estruturado com antecedência: tendas temporárias de triagem, redistribuição de profissões e moradias planejadas. Mas o próprio Alexander permaneceu em sua reclusão, mantendo o mistério em torno de si, até que todos os profissionais que contratara finalmente chegaram… Só então ele apareceu, afinal, eles tinham uma Raid para organizar e completar.

Com a aparição dele: o jovem que criou tal espaço para todos; o alquimista que desenvolveu o método contra as presas do Fimbulwinter; o ferreiro recluso que presidia a Associação de Artesãos; a besta que nunca sorria em vão, mas que ainda assim protegia as duas baronias; a vida, ao seu redor e em seu derredor, pareceu mudar por completo. Já era quase consenso que: enquanto se estivesse naquelas baronias, seu estilo de vida estaria, no mínimo, sob a influência indireta dele.

PDV Enviado da Igreja Elemental

Aquele mês foi repleto de surpresas para o enviado que a Igreja Elemental mandou ao território LittleLight. Primeiro, a filha deles desencadeou o [Cálice da Prosperidade] em potência máxima, e depois controlou ||A Besta|| apenas com sua aura e presença.

Instigado pelo que havia presenciado, o enviado optou por recuar para uma filial maior da sua igreja para salvaguardar o cálice, mantendo-se atento ao que se passava da melhor forma que conseguia sem chamar atenção.

Tendo acesso fácil para transitar com tranquilidade em alguns círculos, devido à sua posição junto à matriz, uma dualidade começou a se formar em sua cabeça quanto mais ouvia. Por um lado, a jovem Diana parecia cada vez mais ideal para ser recrutada; por outro, ela já estava comprometida, e dormia ao lado de uma besta que parecia dar as caras a muito poucos no Império, quanto mais a eles.

Ao chegar àquele ponto e relembrar as suas poucas interações com Alexander, o enviado logo concluiu o problema: aquele jovem era extremamente protetor e não parecia nem um pouco crédulo em relação à sua igreja.

Sem ter outra escolha por não poder arcar com as consequências do que poderia acontecer em um território que não era o seu, o enviado decidiu “morder a bala” e entrar em contato com a matriz em busca de orientação. Mas, sabendo que o seu crédito no recrutamento já seria bem reduzido com o envolvimento de alguém de cima, ele decidiu apostar: pulou o sacerdote na hierarquia e entrou em contato com o mais acessível dos altos sacerdotes para expor sua situação.

— Você tem certeza de que uma pequena nobre de uma área rural desencadeou o [Cálice da Prosperidade] em potência máxima, tal qual a santa? — perguntou o alto sacerdote, em busca de uma confirmação, ainda um pouco incrédulo.

— Sim, senhor. Como eu ousaria mentir para Vossa Excelência? — confirmou o enviado prontamente. — A situação toda foi bem estranha: a afinidade dela com o nosso Cálice foi anormal, e o noivo dela colocou um item mágico que não foi absorvido e/ou destruído pelo cálice. Mas com certeza ela ativou o Cálice em seu máximo.

— Que item sobreviveu ao [Cálice da Prosperidade]? — indagou o alto sacerdote.

— Não sei — confessou o enviado. — A garota basicamente desmaiou devido à exaustão de usar o Cálice em plena potência, e o noivo dela avançou, ameaçando todos que tentassem se aproximar dela. Assim, ele recuperou seu item sem que ninguém visse exatamente o que era.

— Essa história parece ter algumas incertezas, mas a garota realmente parece ter algum potencial para ser recrutada — ponderou o alto sacerdote, como se aquilo fosse a maior das bênçãos, para Diana. — Traga-a com você de volta, e veremos a extensão do potencial dela e o que podemos fazer.

— O ponto de entrar em contato com o senhor é esse, Vossa Excelência — explicou o enviado, um tanto quanto sem jeito. — Eu acredito que ela realmente tem um grande potencial… mas não acho que ela vá querer se juntar a nós.

— Você não disse que ela é devota? — estranhou o alto sacerdote.

— Sim, Vossa Excelência. Com o perdão da palavra, ela é mais devota e crente do que muitos da nossa igreja — garantiu rapidamente o enviado. — Mas, até onde consegui apurar, ela é ainda mais apaixonada pelo noivo… e duvido que vá querer se separar dele. Sem falar que ele não é lá muito devoto… e é bem perigoso.

— Estou começando a entender o motivo do seu contato — disse o alto sacerdote, pensativo. — Se você acha que ela tem todo esse potencial, em nome dos deuses, não posso deixar de ao menos sondar. Vou mandar um dos meus sacerdotes até lá para verificar pessoalmente a situação… Mas não se preocupe, se ela tiver todo esse potencial, não vou esquecer dessa sua contribuição.

Obs ¹: Contribuição arrecadada para lançamento de capítulo extra: (00,00 R$ / 20,00 R$).

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Ps: Para finalizar, volto a reiterar que as publicações seguirão normais e recorrentes no ritmo mencionado mesmo que, por ventura, haja a publicação de capítulos adicionais.