Capítulo 265 – Em relações igualitárias, empatia sobre poder
Franzindo a testa pela energia e hostilidade no pico da colina, que estavam subindo rapidamente, e sabendo que enviar qualquer batedor seria uma sentença de morte, Alexander fez os grupos se interligarem em formação e foi até Diana, no centro da formação. — Você consegue abrir caminho para nós dois até o topo?
— Consigo — assentiu ela com uma certa estranheza. — Mas iremos só nós?
— A princípio, sim. Nós temos muitos não combatentes aqui, e, mesmo entre os combatentes, ninguém além de nós conseguiria voltar — garantiu ele seriamente, de forma sombria. — O que está lá mataria a maioria aqui na subida, e o resto na descida, enquanto eles fogem… O terreno dessa colina o favorece imensamente.
— Em guarda… Combatentes, defesa circular; não combatentes, fiquem mais atrás na formação e confiem nos seus parentes e seus companheiros. Essa formação é para protegê-los — emendou, elevando a voz para que todos ouvissem. — Nós, eu e Diana, iremos na frente. Sansy, Fei Ye e Dave ficarão responsáveis por ouvir e comandar seus respectivos destacamentos, com Sansy tendo a palavra final.
Ao ouvirem que o casal iria sozinho, sendo a linha de frente no perigo para que seus membros não fossem totalmente expostos ao risco, respeito e incerteza reluziu nos olhos dos membros da facção… Colocar-se em uma posição como aquela era uma decisão que poucos tomariam. Mas isso não era necessariamente louvável, beirando o impulsivo para um casal que era a base de sustentação da facção, o que fez com que recebessem literalmente todos os tipos de olhares.
Não precisando da permissão de ninguém, ou tendo que se importar com a opinião daqueles que eram contrários, visto que eles não tinham nenhuma informação que suplantasse as conjecturas dele, ele pediu a Storm e Ocean que auxiliassem Dave e Sansy e seguiu Diana pela |Toca do Coelho da Terra|, em direção ao topo da colina.
Subindo pelo túnel da toca enquanto a entrada se fechava atrás deles, Alexander podia sentir que os sentidos da criatura no cume já os haviam detectado e estavam travados neles, mesmo sob a terra, claramente esperando o momento certo para atacá-los assim que surgisse a oportunidade.
Instigado, ele pediu a Diana que ficasse mudando a direção de tempos em tempos propositalmente enquanto subiam, para testar sua hipótese. E, como conjecturou, os sentidos da criatura ainda estavam travados neles, os dimensionando.
Com um estranho sorriso satisfeito com tal confirmação, Alexander soube que as informações que coletara estavam, ao menos, próximas da verdade, e expôs seu plano de ação para Diana enquanto subiam, chocando-a com o que pretendia realizar.
— Tem certeza que quer tentar fazer isso com uma criatura dessas? — estranhou ela, com seriedade e preocupação.
— Para ser sincero, é justamente por ser uma criatura dessas que tenho confiança nesse plano — sorriu ele, o olhar desafiador e confiante tentando encorajá-la, ao menos um pouco. — Sua presença aqui pode ser decisiva. Mas não se arrisque com aquela coisa até eu tentar me entender com ela por conta própria.
— Tudo bem — assentiu Diana, ainda com uma expressão estranha. — Chegamos.
Ao ouvir que haviam chegado, Alexander firmou os pés no chão com força animal, tencionando cada fibra, se preparando para disparar como um projétil assim que Diana criasse a abertura que o levaria ao lado externo do cume.
Obviamente não sendo loucos a ponto de saírem verticalmente logo de cara, eles escolheram optar por um “último” túnel em diagonal, afastando-se da criatura que os monitorava acima. No entanto, mesmo assim, no instante em que “Alexander” emergiu do túnel, o corpo dele foi atingido por um raio tão potente que pareceu fritar o próprio ar, ionizando-o e deixando-o carregado, enquanto um forte cheiro de queimado impregnava a área.
Movido ao se ver sorrindo desafiadoramente com gosto, o verdadeiro Alexander aproveitou o momento em que o ataque foi desencadeado contra o golem criado por Diana para camuflá-lo. Emergindo de sua ocultação, ele ascendeu ao céu como um míssil, já ardendo em chamas, por um segundo túnel, vertical, que ela fizera.
Frente a frente com a criatura, enquanto ambos afiavam seus olhares, Alexander se viu diante de um grande {Grifo} ainda maior que Pequeno Preto, ostentando cerca de 3 metros de altura até o ombro, no mínimo 4,5 de comprimento, e mais que o dobro disso em envergadura. As penas dele, todas eriçadas, crepitavam de energia e estática, como se estivessem ansiosas para atacar, enquanto acumulavam ainda mais poder a cada segundo que passava.
— (Não seja imprudente… O meu intuito sempre foi conversar antes de qualquer coisa. E sei que assim você me entende) — disse Alexander mentalmente, criando uma conexão entre eles. — (Se você começar, talvez eu até não ganhe. Mas não lhe restará nada por aqui. E não é meu intuito ferir suas crias.)
— (…) — [{Grifo da Tempestade} – Besta Mágica – 3ª Evolução] — (O que você quer, Dragonoide… Esse é o meu domínio.)
— (Errado. Aqui não é a Grande Floresta… Esse território pertence a um Império e os seus habitantes) — corrigiu-o Alexander da forma menos ofensiva possível, sem demonstrar a menor fraqueza nem baixar a guarda. — (Você o tomou para si com a sua força, mas saiba que isso só aconteceu porque os “velhos monstros” deste lado ainda não se moveram contra você… Quando se tornar notável o suficiente, ou um incômodo persistente, eles virão. E não será para dialogar… Ambos sabemos que existem seres, de todos os tipos, bem além do que eu ou você poderíamos lidar.)
— (Você quer roubar meu domínio?) — retumbou o {Grifo da Tempestade}, suas asas já irrompendo em estática e reluzindo em mana e múltiplos raios… poder.
— (Não se faça de louco… Eu sei que você é mais inteligente do que a média das criaturas, e você sabe que, se eu realmente quisesse lhe causar mal, teria começado isso tudo lhe acertando em cheio, pois você estava seguindo uma cópia e não conseguia me detectar) — rebateu Alexander, sem recuar ou baixar a cabeça, com as suas chamas jorrando em profusão e ficando douradas, enquanto sua aura também disparava. — (Eu não vim aqui hoje para lutar, muito menos para ferir os seus lá embaixo. Mas se você forçar as minhas mãos para isso, que assim seja.)
Se entreolhando por um longo, longo tempo, que pareceu esticar-se bem além do razoável, ambos se reconheceram um no outro em igualdade e não encontraram nenhuma fraqueza ou ponto vulnerável a ser explorado. Tal era o equilíbrio entre eles que o grifo começou a recuar sua hostilidade, percebendo que o diálogo seria possivelmente a melhor solução, pois uma luta não só colocaria ambos em risco de morte, bem como destruiria tudo ao redor que estivesse em seu caminho.
— (Diga logo o que quer, Dragonoide) — disse o {Grifo da Tempestade} por fim.
— (Vou ser bem direto: independentemente de você, essa área vai se tornar um reduto de pessoas, de um jeito ou de outro. Mesmo que você me vença, eu só vou trazer mais pessoas) — colocou Alexander, mortalmente sério. — (Com isso posto, você tem 3 opções: lutar, colocando sua vida em risco por vingança; pegar os seus e ir embora, para não voltar; ou se aliar a mim, e coexistir no reduto que vou criar.)
— (Você ousa pedir que eu me submeta?) — explodiu o {Grifo da Tempestade}, já lançando raios tempestivamente.
Tendo antecipado aquela reação bem temperamental em resposta às suas palavras, as chamas douradas de Alexander foram lançadas em resposta como um fluxo poderoso e concentrado, previamente modulado e comprimido.
Quando raios e chamas se chocaram, eles desencadearam uma grande explosão mágica-luminosa. No entanto, apesar disso, os dois permaneceram impassíveis, trocando novamente olhares desafiantes.
Aquele {Grifo da Tempestade} era um espinho na carne da baronia; um problema da área que acabou se tornando o domínio de Port. Alguns até murmuravam que ele, deliberadamente, reprimia sua própria evolução, podendo evoluir a qualquer momento, o que, no mínimo, indicava que ele deveria estar nos níveis finais.
— (Já que você não quer conversar, eu vou embora por agora, pois você não é meu objetivo hoje) — disse Alexander, mortalmente sério, já descendo. — (Mas esteja avisado: já que acabou assim, quando eu voltar não vai ser mais para conversar.)
Preso entre a ação e a inação, pois grifos do seu nível eram inteligentes o suficiente para análises e pensamentos mais complexos como aquele, o {Grifo da Tempestade} ficou sem saber o que fazer.
Aquela não era a verdadeira morada dele; afinal de contas, um lugar como aquele não conseguiria manter um grande predador como ele e seu bando. No entanto, ficar sem um refúgio mais seguro e tranquilo como aquele, ideal para reprodução, em contraste à grande Floresta Estelar, seria problemático.
Não podendo deixar de ponderar que ouvir o “inimigo conhecido” era bem melhor do que se colocar sob a espreita de um “inimigo que chegava sem ser visto”, por fim, o grifo mergulhou para alcançar Alexander. Mas o que ambos acabaram vendo quase os fez cair do céu, fazendo-os se entreolhar de forma para lá de estranha.
Abaixo deles, enquanto lutavam nas alturas, Diana parecia conversar de forma até excessivamente entrosada com a grifa que cuidava da prole, a ponto da fêmea lhe mostrar seus ovos e permitir que ela os pegasse para reforçá-los com |Germinar|.
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Ps: Para finalizar, volto a reiterar que as publicações seguirão normais e recorrentes no ritmo mencionado mesmo que, por ventura, haja a publicação de capítulos adicionais.
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