Capítulo 275 – Galene e Alex

Nota do autor: Só passando para informar àqueles que ainda não sabem que estamos comemorando o aniversário da nossa comunidade e site. No meu caso em específico, eu vou tentar manter a publicação diária de 2 capítulos por dia durante essa semana de evento e comemoração… Sempre no nosso horário tradicional e de praxe, às 20:00.

Bom capítulo a todos.

Posicionados à margem do mar imperial, no porto litoral de Port, para receber a jovem dama CrossSea, Alexander ofereceu a mão para ajudá-la no seu último passo de desembarque, enquanto Diana assentia e mostrava entusiasmada um caminho atapetado até uma carruagem construída pelo próprio Alexander, com as [Luvas do Deus Artesão], para o núcleo da família LittleLight-Port.

Ao “corajosamente” dispensar a sua escolta enquanto Diana instruía Sansy a cuidar, adequadamente, da comitiva que veio com a convidada, Galene e eles seguiram viagem na carruagem, que além de ser muito confortável, era surpreendentemente silenciosa e estável. Afinal, com as suas luvas e conhecimento moderno prévio, um sistema de rodas, rolamentos e amortecedores melhores não era muito difícil.

— As histórias sobre vocês estão ficando cada vez maiores, a ponto de eu ouvi-las em outras regiões para além do Império — comentou a jovem mercadora depois de algum tempo avaliando a carruagem. — Mas parece que nem todas são verdade, já que ouvi dizer que você tinha virado um gigante de uns 3m de altura.

— Talvez haja algum fundo de verdade em cada história. Mas fique tranquila, eu só me agiganto em combates realmente necessários, ou na cama — respondeu ele de forma bem atrevida, devolvendo a provocação; o que lhe rendeu uma cotovelada de Diana, que mais ou menos cumpriu seu objetivo de fazer a outra parte corar.

Ao sorrir destemidamente da reação de ambas as mulheres, que ficaram ainda mais ultrajadas com sua brincadeira, Alexander acenou com a mão e colocou uma mesa de centro entre eles na carruagem. — Esse ainda não é um local adequado para tratarmos daquele assunto em específico, mas acho que você pode, se assim desejar, me ajudar com outros negócios.

— O que exatamente você quer? — indagou ela, ao recompor o seu semblante sério de negócios, reposturando-se no assento.

— Um voto de confiança — respondeu ele, ao colocar item após item em cima da mesa de centro entre eles. — Eu sei que essa não é bem a área da sua família, mas lhe agradeceria muito se pudesse difundir e propagar os meus produtos durante o seu retorno; todos eles. Eu posso vendê-los por um valor preferencial, e todo o lucro que obtiver será seu, precisando apenas divulgar e promover a origem deles. E é claro que eu garanto a qualidade de todos eles.

— Você sabe que minha família não lida com itens tão… cotidianos — respondeu Galene instantaneamente ao ver que a maioria dos produtos eram basicamente commodities, e commodities alimentares.

— Eu sei, e é justamente por isso que estou lhe pedindo como um favor. Caso não seja possível, tudo bem também — respondeu Alexander com grande leveza, como se aquilo fosse apenas algo menor. — No entanto, antes de descartar a ideia, faça um esforço e prove os produtos. Quem sabe eles possam te surpreender.

Surpresa e cada vez mais abismada a cada mordida, a jovem mercadora correu os olhos entre os alimentos e o casal convencidamente sorridente. Aqueles não eram produtos quaisquer, aqueles eram os melhores alimentos que tiveram acesso, de várias regiões, bio-pirateados para o território deles pelo poder de Diana, que tinha uma enorme quantidade de vitalidade e potencializadores mágico-orgânicos.

A situação era ainda mais séria, pois a maior surpresa dela nem foram os alimentos; também havia ervas medicinais frescas que deveriam pertencer a várias regiões diferentes, além de potentes produtos alquímico-herbais de grande demanda. 

Para a completa surpresa dela, havia até [Pílula do Despertar] recém-produzidas, como a cereja coroando o lote… Se não fossem pelos outros produtos primários surpreendentes, ela estaria tentada a achar que a outra parte havia encontrado um dos mapas ancestrais da família dela no tabloide de pedra e saqueado uma das heranças de sua família.

— Acredite ou não, esses aí nem são os melhores produtos das minhas safras, pois estes foram divididos e enviados como presentes aos Duques, e acima, do Império como um simples gesto de boa vontade da minha família — comentou Alexander, abrindo um largo sorriso negro.

— Você está tentando formar fluxos marítimos e terrestres para o seu território, para montar suas rotas comerciais — identificou rapidamente Galene. — Essa é uma ação arriscada. Você vai atrair muitas inimizades ao abrir competição com várias rotas existentes; sem falar nos nobres por trás delas e dos produtos atualmente vigentes nos mercados que você está se propondo a acessar e participar.

— Antes eles do que eu. Que o melhor vença — declarou Alexander, sem mostrar qualquer remorso. — O que eu não vou fazer é me ater apenas ao meu mercado interno, só para não desagradá-los, e quebrar os meus pequenos produtores, que simplesmente não têm como competir com a minha produtividade.

Novamente surpresa com ele, quase um garoto em idade, mas de compreensão absurda em quase tudo que se propunha a fazer, a mercadora não pôde deixar de reavaliá-lo mais uma vez. — Você é surpreendentemente compreensivo para se preocupar tanto com os outros a ponto de se arriscar…

— Está olhando para o lado errado do casal se está procurando por boa vontade desinteressada. Eu não sou ela — explicou Alexander, apontando para Diana, que brincava com Alex em seu colo. — Minha intervenção é unicamente por interesses próprios… Quebrar a economia dos produtores de base da minha região sem uma alternativa crível de emprego é gerar desempregados em massa e baixar meu nível de arrecadação. A lógica diz que a melhor opção, para mim e o território, é escoar nossa produção para outras regiões.

— Não duvide das palavras dele, nem pense que ele está apenas sendo modesto ou algo assim, porque ele está falando sério — afiançou Diana, com uma certa estranheza, fazendo uma breve pausa na alimentação do seu 2º familiar. — Mas também é inegável que, apesar disso, suas medidas sempre tendem a beneficiar ao menos um pouco a população em geral, pelo menos a da nossa região.

Medindo Diana e suas palavras de cima a baixo, Galene acabou vendo o Slime no colo dela pular para pegar a pedra de mana que sua mestra não lhe dera devido à pausa que fez, e logo em seguida emitir um forte brilho mágico, de tom azul translúcido, ali mesmo, dentro da carruagem, assustando-a um pouco.

Nada surpreso com a evolução espontânea da pequena glutona, considerando a quantidade de alimentos que consumira enquanto era super-protegida e mimada por Diana, Alexander preparou um pano para o possível “pior cenário”.

Assim como ele esperava, com tanta energia acumulada naquela criaturazinha e a própria natureza dela, sua evolução dissolveu/consumiu a parte de baixo das roupas de Diana, o que, com a cor azul ultra-translúcida do Slime, deixou sua parte debaixo exposta por um momento antes dele a cobrir com o pano preparado.

Feliz por Alexander ter sido rápido o suficiente para a convidada deles entender o que aconteceu, mas não ver nada muito revelador, Diana rapidamente se apegou fortemente ao pano que recebeu e puxou sua Slime super crescida. Era uma esfera protuberante de gosma com cerca de 50cm de diâmetro, que parecia quase uma bola de praia gelatinosa com feições alegres e quase infantilizadas.

Sorrindo da ruborização extrema dela, devido à hipervascularização facial causada pela vergonha, ele ainda usou |Identificar| na Slime para confirmar a evolução dela.

[{Slime da Água ♀} – Monstro – 1ª Evolução]

— Ela realmente se tornou ela — disse Alexander, franzindo a testa sem esconder a surpresa. — Isso é quase uma evolução dupla. Toda aquela comida que você deu para ela realmente fez a diferença, afinal, {Slimes} geralmente adquirem um gênero apenas quando não conseguem realizar uma evolução completa, ganhando assim um gênero e as características dele.

— A Slime dela realmente evoluiu para um nível acima e ainda ganhou um gênero? Que Familiar singular… A aptidão e potencial dela devem ser incríveis — adicionou Galene, extremamente surpresa. — A sorte de vocês parece desafiar os céus.

Sabendo que ela não entendia nem a metade das vantagens que eles realmente tinham a seu favor, ele apenas sorriu e não comentou muito mais sobre o assunto, focando em debater os temas realmente relevantes para eles e seus negócios até chegarem ao seu destino.

A viagem deles levou quase meio dia, da manhã até o final da tarde, e Alexander conseguiu fechar um acordo com Galene. Embora não fosse recorrer diretamente ao nome de sua família, ela acreditou tanto no potencial dos produtos dele que decidiu empregar suas próprias economias para fechar a compra e, então, revendê-los durante a viagem de volta.

Obs ¹: Contribuição arrecadada para lançamento de capítulo extra: (00,00 R$ / 20,00 R$).

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Ps: Para finalizar, volto a reiterar que as publicações seguirão normais e recorrentes no ritmo mencionado mesmo que, por ventura, haja a publicação de capítulos adicionais.