Capítulo 3?? (04) – O lorde sem uma {Classe}

Nota do autor¹: Boa noite, pessoal!

Como mencionado na nota anterior, estarei publicando alguns capítulos que escrevi recentemente, especialmente para marcar esse momento, para compartilhar com vocês alguns trechos do que estou planejando para o futuro da obra.

Eu sei que nem todo mundo vai curtir isso, ou mesmo entender como chegou a isso, mas, mesmo que ainda não esteja tudo 100% pronto e precise de ajustes para ligar o “aqui” ao “lá”, espero que vocês recebam esses capítulos com carinho.

Nota do autor²: Só passando para informar àqueles que ainda não sabem que estamos comemorando o aniversário da nossa comunidade e site. No meu caso em específico, eu vou tentar manter a publicação diária de 2 capítulos por dia durante essa semana de evento e comemoração… Sempre no nosso horário tradicional e de praxe, às 20:00.

Bom capítulo a todos.

Após ser devidamente disciplinado, Kyle sentou-se desconsolado, pensando na própria burrice de ter subestimado o jogo e não ter parado para realmente ler e confirmar todas as opções: — Burro, burro, burro. Que burro que eu sou…

— E agora, irmão? O que vamos fazer? — indagou ele, à procura de uma luz.

— E como exatamente eu saberia?… Você pergunta isso a mim, mas a quem eu devo perguntar? — respondeu-lhe Alexander, suspirando, mas já mais calmo. — A única coisa que eu sei é que, se você não tem uma classe, mesmo com toda essa infraestrutura à nossa volta permitindo isso, parece-me lógico que basta você ir atrás e conseguir uma.

Como se sua lógica fosse afiançada, um novo anúncio global de servidor soou com uma notícia bombástica, assustando o pequeno lorde que o recebeu.

* Ding! *

[Anúncio para todo o servidor: Um dos lordes acabou de promover a sua classe para uma classe especial.]

— O que aconteceu? — foi a vez de Alexander, que não tinha acesso às funções de lorde, perguntar ao ver a estranheza no rosto da outra parte.

— Alguém acabou de promover sua classe para uma classe especial — respondeu o jovem, quase abatido pela disparidade.

— Diana… — ressoou o campeão, ponderando. — A quantidade de XP necessária para que tal lorde alcance o nível de promoção deve ser impossível de ser conquistada em tão pouco tempo para qualquer um que não seja o protegido dela.

— Diana, tipo, a sua mulher? — perguntou Kyle, surpreso. — Como ela fez isso?

— A classe especial eu não sei. Mas o XP deve ter advindo das construções para a vila que, como disse, ela pode fazer facilmente em minutos — explicou Alexander.

— Por falar nisso, quanto de XP você adquiriu com todas as construções básicas que fizemos? — indagou o dragonoid com uma certa desconfiança.

— Quanto de XP eu ganhei? — assustou-se o pequeno senhor ao lembrar que não tinha recebido notificação a esse respeito. — Eu não ganhei nenhum XP.

Cansado de se preocupar com a situação ou de ficar com raiva do garoto, o campeão ponderou e não disse muito: — Entendo… Agora é esperar e ver se esse ganho vai vir quando você conseguir uma classe.

Meio sem jeito frente ao cansaço e ao desânimo de Alexander, Kyle ponderou um pouco e, timidamente, compartilhou a ideia que teve: — Irmão, já que eu não tenho uma classe, por que você não me ensina a sua?

— Acho que isso não funciona assim. A classe de uma pessoa é a materialização da função que ela escolher aprender — apontou Alexander, pensativo. — Segundo a lógica, com tudo dito e feito, uma pessoa não aprende a controlar a mana por se tornar um mago. Ela se torna um mago porque tem e/ou aprende a habilidade de controlar a mana… Que habilidades você tem?

Rapidamente vasculhando suas informações e opções, Kyle percebeu que não tinha habilidades. Mas, não era como se tudo estivesse perdido.

— Aqui diz que não possuo habilidades no momento — informou, um tanto quanto triste. — No entanto, aqui também diz que tenho um slot de habilidade que pode ser preenchido com a habilidade que eu quiser, desde que eu tenha um manual ou um mentor para me ensinar.

Ao ouvir aquilo, os olhos de Alexander pareceram faiscar de interesse, enquanto o seu ânimo voltava e sua mente passava a trabalhar a mil. — Vamos.

— Para onde? — indagou o jovem lorde, surpreso.

— Para o futuro, rapaz. Para um maravilhoso futuro — sorriu o campeão, animado como poucas vezes antes. — No entanto, antes disso, precisamos deixar tudo aqui minimamente encaminhado e funcionando…

Surpreso ao notar que já havia pessoas trabalhando nas mais variadas funções da vila, Alexander se voltou para Kyle, que explicou: — Quando completei todas as anexações do que construímos, eles apareceram pedindo para trabalhar aqui enquanto eu pensava no nome da aldeia. E, como aparentemente foram enviados em quantidades específicas e de forma genérica, deu para colocar um deles em cada construção, fazendo a aldeia funcionar devidamente.

Assentindo com gosto e satisfação, o campeão pareceu genuinamente feliz e lhe deu alguns tapinhas nas costas, em reconhecimento. — Parece que você ainda tem alguma salvação… Então, quanto de recursos nós ainda temos junto ao sistema?

Ao acessar seu inventário, Kyle não pôde deixar de franzir levemente a testa. O que encontrou ali era tudo, menos confortável.

Havia 287 unidades de madeira forte, 181 de pedra irregular, 83 blocos de argila crua, 39 fragmentos de ferro bruto, preocupantes 25 unidades de ração seca, 10 moedas de ouro reluzente e apenas 5 Tochas da Vigília Noturna, enroladas em tecido grosso; sua única garantia de segurança no escuro ou quando a escuridão caísse. Materiais úteis, mas claramente escassos.

— Esse pacote inicial que você recebeu nos fornece, em média, apenas 2 dias de autossuficiência via sistema… E tenho quase certeza de que não consumo apenas 2 unidades de comida por dia — apontou Alexander ao ouvir sobre a quantidade de suprimentos deles. — Vou tentar caçar algo e resolver essa questão assim que resolvermos a questão da sua classe. O ponto é: o quanto você está disposto a arriscar? Pois eu tenho várias e várias habilidades que devem poder desbloquear classes.

— Ainda precisa perguntar? — sorriu o jovem. — Eu quero a habilidade mais poderosa que você puder oferecer para obter a classe mais poderosa que for possível.

— Idiota — repreendeu-o o campeão, golpeando-o na cabeça. — Pense antes de falar. A minha habilidade com maior potencial é tão poderosa que eu nem teria como te ensinar sobre a sua classe, muito menos sei se o sistema vai lhe conceder a classe dela, visto que só recentemente aprendi e despertei esse poder.

Basicamente ignorando as advertências, a mente de Kyle já estava totalmente travada na habilidade mencionada, pois a lore dela soava muito como um plot secreto de classe ultra rara e poderosa: — Não diga mais nada, irmão. Se eu não perseverar nesse caminho por nós dois, como posso me colocar ao seu lado? Você pode até me bater caso eu fique querendo enrolar sem treinar.

Revirando os olhos para a tática daquele garotinho, Alexander pensou um pouco e decidiu conceder o desejo dele; afinal, ele também estava muito curioso sobre o que exatamente iria acontecer, e como iria acontecer. Então colocou a mão no peito dele e começou a canalizar sua habilidade dentro e através do corpo dele, que imediatamente pareceu reagir.

* Ding! *

[Arte de Combate identificada. Você deseja usar seu slot de habilidade para aprender a Arte de Combate Especial: |Convergência do Espírito Duplo|?]

Maravilhado ao ver o adjetivo ‘especial’ na habilidade, Kyle rapidamente aceitou usar o seu slot e sentiu o poder da habilidade fluir para dentro dele. Porém, para o seu desânimo, foi só isso; ele não viu ou ouviu nenhuma notificação sobre classe.

Ao vê-lo para baixo como um filhote de lobo que tentou pular até a lua, só para descobrir que pulou no atoleiro de lama de uma lagoa, Alexander o golpeou mais uma vez na cabeça e explicou: — Ela é uma arte de combate espiritual, gênio. Ou seja, você precisa extrair um espírito para usar e ativá-la.

Subitamente recebendo uma injeção de ânimo e jogando a tristeza embora, o “filhote” ficou olhando avidamente para Alexander, como se esperasse ele dizer a direção para que pudesse sair correndo à procura de sua bola.

— Não me olhe assim. Eu também não conheço a área e não sei onde ficam os melhores lugares para ir caçar espíritos — apontou o dragonoid ao abrir as suas asas e voar. — Colete o máximo de informação que você puder enquanto estou fora, pois vou dar uma olhada rápida por aí e volto assim que possível.

Pouco mais de meia hora depois, quando ele já estava basicamente em cima da marca de 5 horas de jogo, seu campeão voltou com um olhar feliz e apressado, ao segurar as rédeas de um cavalo meio magro que tinha apenas os equipamentos básicos de montaria; e olhe lá.

— Para você — disse ele ao mostrar as rédeas. — Ao menos vai ser mais rápido e melhor do que andar a pé por aí.

— Se você saqueia os bandidos, quem é o verdadeiro bandido no final — brincou o jovem lorde, claramente entendendo o que havia acontecido.

— Isso é o de menos — garantiu Alexander. — Conseguir esse cavalo foi apenas um golpe de sorte. Eu voltei porque encontrei algo que parece promissor para a sua necessidade de extrair um espírito adequado.

— Não muito longe daqui, eu acabei encontrando uma missão do tipo calabouço, e uma das recompensas parece ser justamente o que precisamos — apontou, já não conseguindo conter seu sorriso. — Além de tudo, ela não parece ser particularmente desafiadora para alguém como eu.

Obs ¹: Contribuição arrecadada para lançamento de capítulo extra: (00,00 R$ / 20,00 R$).

Obs ²: Chave PIX para quem quiser, e puder, apoiar a novel: 0353fd55-f0ac-45b5-a366-040ecefa7f7b. Caso não consiga copiar a chave pix, é só clicar nela que vai ser gerada uma aba/guia que tem como URL/Link a própria chave pix com algumas barras nas pontas: https://0353fd55-f0ac-45b5-a366-040ecefa7f7b/, e é só retirar a parte excedente.

Ps: Para finalizar, volto a reiterar que as publicações seguirão normais e recorrentes no ritmo mencionado mesmo que, porventura, haja a publicação de capítulos adicionais.