Capítulo 282 – Entre sangue e títulos (Parte II)
Nota do autor¹: Como mencionado anteriormente, estaremos de volta à nossa normalidade, dando sequência ao capítulo 280. No entanto, caso muitas pessoas peçam nos comentários, eu posso tentar dividir as publicações semanais, intercalando entre o momento atual da novel e o preview antecipado que se passa no futuro dela, na plataforma Yggdrasil.
Bom capítulo a todos.
Ao ver a comoção da família e os ânimos inflamados, Laite não recuou e usou o trunfo argumentativo que vinha ansiosamente aguardando para apresentar: — E quem disse que você, ou muito menos eu, temos o direito de decidir ou impor algo sobre as conquistas da geração passada aos demais membros da família, que contribuíram tanto ou mais que nós?
— Eu, Laite LittleLight, atual baronete da família LittleLight, convoco, aqui e agora, qualquer membro que tenha uma contribuição/feito relevante em benefício da família a disputar o direito de gerir o título e a liderança, seja para si ou para quem achar melhor — declarou o avô de Diana, numa convocação que fazia sentido, visto que a família tem vários ramos, cada ramo com sua própria contribuição. — Quem não estiver ausente a serviço da família e não reivindicar esse direito por seus feitos agora, que depois não venha reclamar ou cobrar essa chance.
Ao ouvirem alguém apontar uma opção justa, quase óbvia, pois não foram apenas aqueles dois que contribuíram para a família, muito menos a construíram, vários membros assentiram em concordância e passaram a se organizar e escolher representantes para entrar naquela disputa familiar. Uma jogada arriscada por parte de Laite, pois complicou a situação a curto prazo, adicionando mais membros na disputa; mas, não só aumentava o apoio, a legitimidade e a voz dele, como também antecipava e suprimia a possibilidade de futuras disputas sem motivo por qualquer membro da família que pudesse vir a ser instrumentalizado.
Mais do que satisfeito com a abordagem do avô de Diana, Alexander se abaixou, colocou a mão no chão e emanou ondas pulsantes de energia para varrer a área atrás de qualquer pessoa que estivesse se escondendo.
— O que você está fazendo? — indagou o “atual líder da família”.
— Como você ficou insinuando, eu obviamente sou parcial; e não nego isso. Porém, eu ao menos tenho a hombridade de mostrar minha cara às claras, ao invés de ficar me valendo de truques, trunfos e pessoas no escuro — disse Alexander com indiferença, enquanto finalizava sua sondagem e tirava a mão do chão.
— No entanto, mesmo não podendo afirmar ou provar que a pessoa que acaba de fugir estava relacionada a você, como ainda não falou ou mostrou quem lhe deu a vã confiança de ficar me provocando, estou tomando… precauções — completou, em um blefe profissional que deixou todos tensos ou com a pulga atrás da orelha. Afinal, ele não tinha encontrado ninguém fugindo, mas sabia que a outra parte não estava agindo sozinha. — Algo inútil aqui no Protetorado do Mar Imperial, diga-se de passagem. Pois duvido que tenha o apoio do Duque ou do Imperador, e o resto simplesmente não tem força o suficiente aqui para eu me importar.
Cada vez mais pressionado, o “atual líder da família” olhou para Alexander com uma raiva visível e quase tangível.
Em sua faixa etária, não havia pessoas rivais ao seu nível de aventureiro platina dentro da família; porém, ao subir uma faixa etária, havia sim combatentes fortes e/ou experientes, como o avô de Diana, que faziam frente a ele… Minar seu prestígio e levantar vários concorrentes antes mesmo de começarem eram ações que faziam despencar as chances dos planos dele darem certo.
— Sejamos diretos: é difícil, para não dizer quase impossível, vocês mensurarem a contribuição de cada um aqui, até porque há vários tipos de contribuições. Nem piores, nem melhores, apenas diferentes — disse Alexander ao sacar as suas espadas, assustando vários dos presentes, antes de cravá-las levemente no chão. — A minha SUGESTÃO é simples: SEM MORTES, o último de pé leva tudo… Eu vou até deixar as minhas espadas, para que duas pessoas que achem que não têm espadas condizentes possam emprestá-las e usá-las, se assim desejarem.
Parecendo não se importar mais com a situação, ele deu as costas para as espadas e começou a andar em direção aonde Diana e sua bisavó estavam, quando alguém o parou com uma pergunta: — Qualquer um realmente pode pegá-las para usar nessa disputa, se desejar?
— Claro. Contanto que eu não sinta que a pessoa está propositalmente tentando danificá-las ou quebrá-las, quem for usá-las não precisa se preocupar nem com o preço da manutenção, já que sou eu quem está oferecendo-as — disse Alexander, despreocupadamente. — O único ponto que consigo pensar é que, apesar de elas serem feitas para ter e desempenhar o mesmo tanto de poder nas minhas mãos, a que está mais à esquerda deve ser mais útil aos membros da sua família, pois foi feita para manifestar principalmente a minha afinidade mágica de luz.
Mesmo estando pra lá de desconfiado das boas intenções de Alexander, com razão, a tentação das reluzentes lâminas, que se equilibravam entre o formato de espada de uma ou duas mãos, dependendo de quem as empunhasse, era muito grande. Porém, antes que quem havia feito a pergunta pudesse pegar a espada que desejava, outra pessoa se adiantou e pegou a lâmina que estava mais à esquerda, e outros já se preparavam para pegar a outra, que a pessoa rapidamente tomou para si.
Não podendo deixar de sorrir internamente das pessoas que se deixaram levar pela beleza e poder das suas lâminas, mesmo estando impassível, Alexander seguiu seu caminho enquanto os membros da família discutiam o que iam realmente fazer e trocavam olhares acusatórios, de ressentimento e por aí vai…
As lâminas eram realmente boas, muito boas, sendo úteis até para guerreiros Tier IV. Mas elas eram um par, logo, aqueles que as pegaram estavam se eliminando, pois elas não conseguiriam manifestar todo o seu poder, muito menos fazer frente à espada dual que Laite iria empunhar…
Após muita deliberação, talvez só para não dar facilmente razão a alguém de fora, o consenso entre aqueles que iriam disputar foi que haveria, de fato, uma disputa para resolver aquela questão de forma relativamente justa, com 8 representantes ao todo, pois os outros ficavam aquém destes em algum quesito.
Com tudo acertado, os representantes voltaram aos seus respectivos grupos para se prepararem, e a maior parte da família fez uma expressão, no mínimo, feia ao ver o atual encarregado pela família equipar um conjunto totalmente novo, reluzente de poder e desconhecido para a maioria ali. No entanto, não ficando atrás, Laite equipou o seu conjunto branco-acinzentado, de aspecto rajado, com detalhes em tons de verde, o [Conjunto Guerreiro Ágil], e sacou a sua imponente espada: a [Espada Dual Ilusória de Trevas e Luz].
Ao sentir olhares sobre si, chegando a gostar um pouco daquilo, e lembrando de uma coisa que tinham lhe dito, Laite deu de ombros ao responder: — Esses itens aqui nem são novos, rsrs. São apenas presentes de compromisso para com a família da noiva… Quem lhes mandou não terem netas tão boas?1
Picados pelo ciúme e pelo desgosto com tal piadinha, alguns membros da família se viraram para Alexander, que só deu de ombros: — Culpado. Eu realmente dei alguns itens de sinceridade e compromisso para a família de Diana… No entanto, ao meu ver, as minhas espadas não são inferiores à que ele está empunhando, então não se pode dizer que o ajudei tanto assim.
Sorrindo com um pouco de satisfação, os representantes que conseguiram pegar as espadas dele começaram a manuseá-las para se acostumarem e se prepararem. Não é como se cada um deles não tivesse espadas de elite, era só que as dele eram espadas de elite entre as espadas de elite; no valor de várias casas cada uma…
Não tendo qualquer agência sobre a ordem de sorteio ou o chaveamento das lutas, Alexander sorriu quando o tal líder caiu diretamente contra a pessoa que emprestou a sua espada com a afinidade de luz, e ampliou ainda mais seu sorriso quando Laite caiu contra quem pegara sua espada de afinidade de água na segunda luta… Suas espadas eram muito poderosas e excelentes catalisadores, mas consumiam uma quantidade atroz de energia para mostrar seu poder, pois os núcleos das lâminas buscavam condensar as energias para se alinhar ao padrão dracônico ao qual foram projetadas.
Assim sendo, na primeira luta, a pessoa contra o tal líder desferia golpes pesados e poderosos, repletos de energia e mana densas, bem acima do padrão humano, o normal deles. Já Laite, na segunda luta, enfrentou um oponente já desgastado e bem desconfortável com suas reservas de energia.
Após ambos vencerem suas respectivas lutas, mesmo com a sorte pendendo para Laite, Alexander pegou suas espadas de volta enquanto Diana curava o avô. Apesar de nada estar garantido, o apoio dado a ele se mostrou mais robusto que o do opositor.
Obs 1: Contribuição arrecadada para lançamento de capítulo extra: (00,00 R$ / 20,00 R$).
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Ps: Para finalizar, volto a reiterar que as publicações seguirão normais e recorrentes no ritmo mencionado mesmo que, porventura, haja a publicação de capítulos adicionais.
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