Capítulo 285 – Entre veios e correntes: o preço de cotas extras

Nota do autor: Boa noite, pessoal!
Em resposta ao feedback de alguns de vocês, decidi focar em manter a estrutura linear da novel, evitando assim ficar nessa ida e volta; embora também tenha recebido comentários positivos pela história em si.
Então, até a segunda onda, os capítulos vão se manter apenas nos principais, e os de preview só vão ser publicados mediante algum evento ou ao pedido específico de alguém que cumpra a meta, pois aí é uma prerrogativa da pessoa.

Bom capítulo a todos.

A guinada e o rumo que aquela conversa tomou, da raiva à compreensão do ponto principal da fala de Alexander, surpreendeu Laite, assim como quase todos os outros na sala. — Espera um pouco. Você está dizendo que não estamos usando a verdadeira amplitude do nosso {Talento}?

— Exatamente isso. Sem tirar nem pôr — confirmou Alexander, sem se preocupar com a imagem da família LittleLight. — Vocês parecem achar que o talento da família de vocês é bélico, ou pelo menos o usam assim. Porém, para quem vê de fora, ele claramente não é apenas isso.

— Tem certeza do que está falando? — indagou o tio de 2º grau de Diana, o novo Baronete da família, finalmente se pronunciando. — Suas palavras contra nossa família e predecessores foram muito duras para algo como uma brincadeira.

— Eu não sei se você já viu o {Talento} da linhagem imperial, mas eu não só o vi, como também o enfrentei. E aquele {Talento}, sim, é puramente bélico — explicou Alexander com tranquilidade. — O {Talento} de vocês pode ser usado para isso também, no entanto, não é bélico em sua essência; afinal, ele não impulsiona a letalidade em si… Pelo que notei, em especial ao comparar todos os usuários que já vi, o que ele faz é aprimorar o elemento luz em vocês e ao seu redor, inclusive para fins de cura; e são vocês que até fazem força para torná-lo cada vez mais bélico.

— E o que há de novo nisso? — indagou o tio-avô de Diana, confuso. — Já foi posto que ele fortalece nosso poder mágico e afinidade com o elemento luz.

— Sinceramente, eu já não sei se vocês são burros ou apenas simplórios em sua linha de pensamento e visão… Conheço pessoas que matariam para ter o talento da família de vocês — suspirou Alexander, cansado. — Diana, por favor, explique a eles o que estou tentando dizer.

Sorrindo apologeticamente e meio sem graça, por conta da atitude exasperada do seu noivo, ela, que havia entendido o que ele queria dizer desde o início, ponderou um pouco sobre como ser direta de forma sucinta e tentou lhes explicar: — O ponto todo que ele está tentando apontar é que esse talento tem vários usos, mas vocês parecem querer se manter presos a apenas um… Por exemplo, com um {Talento} que aprimora o elemento luz em seu entorno, nossa família poderia produzir itens e consumíveis do elemento luz em um nível acima dos concorrentes, em potência e pureza, colocando-se acima daqueles no mesmo nível.

Atingidos pela compreensão, as pessoas na sala começaram a refletir sobre como, se as coisas fossem daquele jeito, e o {Talento} deles funcionasse como Alexander havia especulado e postulado, aquela era, sim, uma possibilidade a se considerar.

No entanto, o atual líder da família foi o primeiro a colocar os pés no chão e puxar todos de volta com ele para a realidade: — Mesmo que isso seja mesmo verdade, nós não temos estrutura, rotas comerciais ou mesmo pessoal para seguir com uma ideia desse porte. Ao menos, não no momento.

Materializando um livro de folhas destacáveis, intitulado: Inovações dos Clássicos, outro nome para “Aprimoramentos de cópias via [Luvas do Deus Artesão]”, Alexander vagarosamente o folheou até encontrar algo que considerou adequado. — Essa me parece uma boa escolha. O [Elixir de Nutrição da Luz] deve ser o suficiente para ser colocado como a especialidade atrativa.

Ao ponderar e concluir que aquela era de fato a melhor escolha, ele destacou a folha antes de jogá-la, junto com 2 frascos, para o atual líder da família, e guardou o restante. — Na folha está a fórmula e o modo de preparo do [Elixir de Nutrição da Luz]; nos frascos há 1 [Pílula de Nutrição Espiritual], cada, com o efeito de não só ajudar a despertar o {Talento} de quem a consumir, como também de ajudar a expressá-lo com mais facilidade e potência; e não deve ser muito difícil fazer com que uma das rotas que estou criando passe por esta cidade.

— O [Elixir de Nutrição da Luz] não apenas pode ser o carro-chefe de vendas da sua família, como também pode ser usado internamente; já as [Pílulas de Nutrição Espiritual] podem lhes possibilitar não só gerar um artesão acostumado a usar seu talento desde pequeno, como também treinar alguém que você ache digno como um possível sucessor. Sem falar dos lucros da mina e das rotas que sua família vai receber quando tudo estiver pronto — apontou, enquanto gesticulava para a folha e os frascos que pousaram com sutileza sobre a mesa principal. — Agora, quanto à parte de estrutura e pessoal, essa vai ficar inteiramente por conta de vocês… Se a sua família não conseguir resolver as suas disputas internas e se manter de pé por conta própria com tudo isso, então só podemos dizer que nós tentamos, porém não era mesmo para ser.

Assombrado, assim como a maioria dos outros na sala, após Alexander ter puxado tantas cartas da manga como se não fossem nada e entregá-las para eles de mão beijada, o líder da família ficou com uma expressão complicada. Porém, a bisavó de Diana, que não havia dito nada até então, mas parecia menos abalada do que os outros, não pôde deixar de provocar a bisneta, até para quebrar o clima: — Meus tataranetos, pela parte de vocês, vão vir quando?… Estão ao menos tentando, ou você está esperando outra mulher aparecer e tentar roubá-lo de você, para então passar a tentar de verdade, criança?

A tensão no ar se quebrou instantaneamente, substituída por uma estranheza que fez Diana subitamente se interessar pela decoração do chão.

Tal colocação fez todo mundo olhar para a velha senhora, mas ela tinha a pele tão grossa que ainda emendou: — Estão me olhando por quê?… Todos vocês ainda são jovens. Deveriam estar me dando mais descendentes capazes.

Do ponto de vista biológico, com a energia daquele mundo e o condicionamento deles, todos ali, exceto ela, mesmo os avós, estavam totalmente aptos e saudáveis para continuarem tendo filhos; logo, não ter era mais uma escolha, deixando esse investimento e desgaste mental para os jovens da nova geração. Mas, como não tinham como ir contra a matriarca daquele ramo, todos começaram a desconversar para fugir, exceto o atual líder, que foi firmemente segurado por ela e deixado como sacrifício pelos demais.

Instado por Diana, Alexander escapou com ela pela janela assim que teve a oportunidade.

Não havendo muito mais o que fazer ali, e como os avós dela podiam voltar por conta própria, eles chamaram Storm e foram embora sem olhar para trás.

O mês que se seguiu depois daqueles acertos não foi corrido, foi uma maratona a contragosto de Alexander. Para além da matriz que se comprometeu a estruturar, o ensino intercalado de Steve, a sua facção e os seus próprios assuntos, ainda havia mais e mais pessoas atrás dele, usando basicamente todo tipo de meio que podiam para entrar em contato.

Por exemplo, alguns dias após fazer todos os preparativos e estabelecer a matriz na cidade do Barão como havia prometido, quando seu cooldown foi resetado, um completo sem-noção se infiltrou na escola para tentar falar com ele enquanto ensinava Steve a processar e refinar minérios, ainda aguçando-lhe os sentidos com nuances herbais; momento no qual desenvolveu a habilidade |Metalurgia| por ficar mesclando ligas metálicas. Um interlúdio, esperando o seu cooldown resetar para estabelecer uma matriz energética na cidade de Port; um cartão de visita atrativo para o público em geral no litoral do território deles.

Literalmente chutando aquele “poço de inteligência” para fora, mandando-o preso para o Duque, por ter “colocado o neto dele, Steve, em risco com a sua confusão”, enquanto ainda ordenava que o próximo idiota aleatório que tentasse isso fosse espancado, Alexander voltou à sua rotina; até que estabeleceu a matriz na cidade de Port… A partir daí, passaram a agir como se tudo fosse bagunça e começaram a assediar seus funcionários de topo com cartas e informes.

Exasperado, chateado, mas AINDA não querendo partir para a ignorância total e virulência, ele inspirava fundo para não espancar ninguém ou queimar pontes. Mas, no fim daquela semana, ele já havia montado o seu plano.

Contatando e arrancando uma boa quantia do velho elefante da família IronShield, Alexander estabeleceu uma matriz com o núcleo de uma masmorra intermediária para ele. Mas, dessa vez, era uma matriz tão extrema em dimensões que forçou o núcleo já desgastado ao início do colapso… Esse era o seu plano: sacrificar um núcleo, fazendo uma grande explosão bem à vista de todos, para que as pessoas o deixassem em paz por algum tempo.

O que Alexander não previu foi que, apesar de ser o núcleo de uma masmorra intermediária, a explosão resultante seria tão poderosa que se assemelharia a um ataque de Tier IV. Felizmente para ele, um insight lhe fez lançar o núcleo com toda a força para longe, distante o suficiente para a explosão fazer a matriz oscilar com força e se enfraquecer, mas não para destruí-la.

— BUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUM.

Ao verem e comentarem sobre a grande explosão que aconteceu com o artefato que Alexander usava para criar as matrizes, bem como a cara dele por perder seu item, não apenas as pessoas pararam de incomodá-lo progressivamente, conforme os dias iam passando e a notícia ia se espalhando, como também passaram a evitá-lo, caso fossem uma das que estavam enchendo o saco dele pela construção de mais.

Obs ¹: Contribuição arrecadada para lançamento de capítulo extra: (00,00 R$ / 20,00 R$).

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Ps: Para finalizar, volto a reiterar que as publicações seguirão normais e recorrentes no ritmo mencionado mesmo que, porventura, haja a publicação de capítulos adicionais.