Capítulo 314 – Um Novo Dia, Um Novo Ano
Nota do autor¹: Boa noite, pessoal! Quanto tempo, né? Rsrsrs.
Dessa vez eu estou passando para anunciar que a temporada de Natal finalmente pode ser considerada iniciada e por essa semana natalina, desde sábado até o próximo domingo, a cota de apoio para um capítulo extra vai cair pela metade. Mas é apenas por esse período específico, independentemente de o valor abaixo não ser corrigido posteriormente.
Nota do autor²: Salve, pessoal!
Em comemoração ao nosso 3º Natal juntos, vou estar lançando 3 capítulos extras na virada do dia, e espero de coração que vocês curtam os capítulos, assim como tenham um ótimo Natal e boas festas…
Lembre-se sempre: não importa como tem sido este ano, pois no ano que vem pode sempre melhorar, e eu espero continuar aqui como uma das leituras de vocês para animar suas semanas.
Bom capítulo e Feliz Natal a todos.
No instante exato da virada do ano, sob o aval prévio de Alexander, ondas mágicas irromperam nos céus como fogos de artifício multicoloridos, e a primeira peça da ponte, do lado do arquipélago, foi simbolicamente baixada para unir-se às demais no tabuleiro…
Ainda faltava baixar a primeira peça do lado do continente (pois ele havia projetado as seções iniciais de ambas as extremidades como partes levadiças, para permitir a passagem de barcos e embarcações), mas era justamente toda essa complexidade funcional que elevava a imponência da obra, conferindo à estrutura uma grandiosidade ainda mais marcante.
Em polvorosa, como se contasse os minutos para a abertura oficial do arquipélago, a cidade de Port estava iluminada e pulsante de vida no meio da noite.
Os mais reservados e menos dispostos haviam se recolhido para descansar e aguardar, enquanto todos os demais pareciam prontos para festejar até o amanhecer; até o momento em que a primeira peça do lado continental da ponte fosse baixada com o raiar da manhã e seus primeiros raios de sol.
Agraciado com vastas reservas de energia, o dragonoid não se importava em virar a noite acordado. No entanto, se dependesse apenas dele, ambos os lados já teriam sido baixados.
A questão toda foi que, como membro daquele protetorado (e até para mostrar um pouco de consideração ao Duque da região), ele havia acertado com Marvin que este oficializaria a descida de um dos lados, por ser o protetor do Mar Imperial e daquela área. Ou seja: politicagem.
O evento em si era importante, mas, no quadro geral, a data possuía um significado maior. Todas as grandes famílias sempre fazem o possível para reunir e organizar os seus membros nos territórios principais, especialmente o núcleo familiar, pois isso demonstra tanto a unidade familiar quanto seu desejo de perpetuá-la.
Com seu poder e autoridade, seria fácil para o Duque Marvin ir e vir por quase todo o Império, especialmente no litoral do qual era protetor. No entanto, até mesmo os duques e as linhagens reais e imperiais prezavam pela tradição; por isso, ficou acertado que o Protetor do Mar Imperial passaria a virada do ano com a sua família, e só então se deslocaria para comparecer à abertura do arquipélago.
Iluminada e vibrante, impondo-se à brisa marinha e ao vento frio da noite, a cidade mantinha-se aquecida pelo calor humano das pessoas em trânsito e pelo comércio amplamente difundido em suas ruas. Além de reunir uma multidão em um mesmo local (um cenário ideal para os negócios), o clima noturno criou um mercado excepcional para vendedores de bebidas e comidas quentes.
Transitando vagarosamente pela cidade enquanto aguardavam o amanhecer, o casal seguiu vagando por entre as atrações como um grande holofote. Eles não eram muito chegados a esse papel, mas, em eventos assim, acabavam tendo que atuar como os representantes da família de Diana no lugar de seus pais, que, por vezes, preferiam ficar em um segundo plano, cuidando do irmão mais novo dela, Adam.
Quando o Duque Marvin finalmente chegou e o sol estava prestes a nascer, todos os membros importantes reuniram-se ao pé da cabeceira continental da ponte. Estavam presentes o Duque Protetor; Ánara e Dimitri, como Viscondes vigentes; Alexander e Diana, como casal regente; o tio materno mais velho de Diana (Lorde de Port); e até Fei Ye (recém-empossado baronete e lorde administrador da principal cidade e entreposto do arquipélago, A Cidade Profunda).
Assim que chegou o momento de baixar a ponte, Marvin deixou de lado seu título de Duque e elevou-se aos céus como uma força da natureza. Sua mana impregnou a seção içada da estrutura, sustentando-a com suportes de água, e ele, sozinho, começou a descer suavemente todo o peso colossal de um vão da ponte, utilizando telecinese mágica com sua mana e um controle sereno e absoluto da água.
A hidrocinese demonstrada por Marvin não era algo simples como uma habilidade, um feitiço ou mesmo uma técnica de combate. Ela era a manifestação do talento {Coração do Mar} da família Heartsea.
Verdade seja dita, existiam (e provavelmente sempre irão existir) várias vertentes similares da mesma capacidade em talentos, disseminadas por diversas pessoas e famílias. O diferencial que fazia o {Talento} da família do Duque merecer um título tão grandioso como “Coração do Mar” era que ela não se limitava a um controle físico e hidrocinético sobre a água através do poder mágico do portador.
O talento {Coração do Mar}, acima da maioria dos talentos de hidrocinese, funcionava num nível íntimo de integração com o elemento, elevando a compreensão do usuário e reduzindo o custo energético de sua manipulação.
Alheio às especificidades das capacidades do Duque, o grande público resignou-se a maravilhar-se e, então, avançar em direção ao arquipélago.
Como tudo ali era novo e pertencia ao protetorado do Império ou a Alexander, havia diversos pontos (terrenos, casas e afins) a serem negociados nas novas cidades. Sem falar no amplo interesse de muitos em garantir uma boa posição para o evento de conversão de conhecimentos que seria promovido no arquipélago.
O que começou como uma “pequena conferência de conhecimento” para a geração mais jovem, com o objetivo de abrilhantar a abertura das novas cidades, cresceu geometricamente. Um crescimento impulsionado não apenas pelo interesse da população no conhecimento, mas também pela atenção da nobreza nos feitos do casal regente anfitrião.
O foco anunciado pelos anfitriões seria o desenvolvimento, controle e evolução de técnicas em geral, sejam mágicas ou marciais. Porém, como qualquer coisa submetida ao público, o evento tornou-se quase vivo quando cada participante começou a dar seu próprio tom e interpretação, moldando-o de acordo com seus interesses.
Inerente a todo esse processo havia um fato crucial: pela primeira vez (ao menos nessa escala) a população em geral não seria deixada de fora. E ela se lembraria deles por terem lhe concedido acesso, mesmo que momentâneo, a um conhecimento tão sofisticado em comparação ao padrão comum.
Financiado e amplamente gerenciado pela facção DragonSeal e pela família de Fei Ye, e ainda subsidiado em moradia e alimentação naqueles primeiros dias do ano, o primeiro dia de conferência provou-se um sucesso retumbante.
Vários estandes e exposições dedicaram-se aos elementos luz, água, terra e vento num espetáculo de conhecimento que foi ainda mais abrilhantado pela presença do próprio Duque Marvin (possivelmente a maior referência em controle elemental da água no Império) como orador principal.
O primeiro dia de conferência já estava acabando quando, no crepúsculo dourado e poente do entardecer, um piado agudo e estridente ecoou sobre a Cidade Profunda, anunciando a aproximação de uma criatura vinda dos céus.
Sem hesitar, em meio à tensão que se instalou instantaneamente entre os transeuntes, Alexander localizou a direção do ser, sacou as suas espadas-gêmeas e firmou-se no chão. Ele então, sem ascender aos céus, desferiu um movimento rotatório com suas lâminas. — |Vortex Ascendente|.
Não tendo para onde escapar do golpe que expandia em diâmetro devido à ausência do seu portador para mantê-lo concentrado no epicentro, a criatura pareceu forçar todo o seu poder e ímpeto para parar abruptamente.
Do dorso da aparente ave, emergiu então um ser muito menor, que fez movimentos incompreensíveis para a maioria, dada a distância, e um esboço de palácio, feito de relâmpagos, raios, estática e campos eletromagnéticos repulsivos, ergueu-se no ar para protegê-lo, e à criatura, do vórtice.
Surpreso, mas reconhecendo de imediato o |Palácio do Relâmpago|, o dragonoid guardou as suas espadas e ordenou que os demais baixassem a guarda. A criatura aparentemente viera em paz, e sob a proteção de um aliado.
Aliviado com a informação de que não se tratava de um ataque hostil, o público ainda deu um sobressalto ao ver o {Grifo das Ventanias} pousar e revelar Robert, ainda acompanhado de membros de sua família, em sua garupa. Sem o saber, o anfitrião deles havia atacado um dos duques e forças da natureza mais importantes do Império.
— Este é um momento estranho para aparecer por aqui sem aviso prévio, diretor. Os ventos parecem estar particularmente cortantes… — ironizou Alexander, referindo-se ao ataque à chegada repentina do diretor da Academia dos Combates Gêmeos.
— De fato — respondeu Robert com um sorriso amarelo e jocoso. — O vento aqui parece ser realmente imprevisível e cortante, mas não chega a ser perigoso… Ainda não é nada que um pouco de força não resolva, caso seja necessário.
Sorrindo com a espirituosidade do bom duque em dignar-se a respondê-lo à altura (uma qualidade que realmente apreciava em um nobre de alto escalão), o dragonoid atreveu-se a desviar o olhar do homem à sua frente e focou-se na comitiva com ele.
Muito mais importante do que o próprio chefe dos Raiovas (que sabia se virar), sua preocupação residia em tratar bem aqueles que vieram com ele, pois era assim que desejava que sua própria família fosse tratada.
Alexander permitia-se ser irreverente perante Robert, pois este lhe dava abertura e aceitava tal informalidade, ainda que estivessem em patamares radicalmente diferentes em poder e posição. No entanto, havia uma linha que o dragonoid não ousava cruzar até por ética e desejo pessoal: a família do duque como indivíduos.
Uma coisa era discutir com a irmã do duque enquanto ela atuava como responsável e pesquisadora-chefe dos Raiovas. Outra, bem diferente, seria ofendê-la ou insultá-la no âmbito pessoal e familiar; ainda mais as mulheres que ele tomara como esposas.
— As minhas desculpas pelo transtorno e pelo contratempo de terem de fazer uma viagem até aqui, minhas senhoras — disse o dragonoid às duquesas consortes, após um gesto respeitoso de saudação à distância. — Se houver qualquer amenidade ou conforto que desejem para se reconfortar sob a minha proteção, peçam. Farei o melhor para encontrar ao menos um meio termo adequado enquanto estiverem aqui.
Antes que as mulheres do Duque pudessem responder, ainda envoltas em sorrisos corteses, o grifo montaria dos Raiovas grasnou e voltou-se bruscamente para o céu, alerta a algo. Momentos depois, a ave elemental draconiana do jovem casal pousou suavemente no chão, trazendo consigo Diana e Sophia.
— Saudações, minhas senhoras… Peço desculpas ao seu grupo pela minha chegada abrupta — disse a Demi-canídea às duquesas consortes, enquanto acariciava Storm para mantê-lo tranquilo perante o grifo desconhecido.
— Saudações, Diretor — completou ela, com um gesto cortês após desmontar da ave com sua assistente. — É sempre um imenso prazer para nós receber o senhor e a sua… comitiva.
Sem saber se ria ou se chorava, o Duque não pôde deixar de encarar o casal com uma certa estranheza recorrente. Eles não apenas demonstravam mais respeito por suas mulheres do que por ele, como geralmente o reconheciam mais como Diretor da Academia dos Combates Gêmeos do que como Duque em si (embora suspeitasse que isso se devia mais à impertinência do dragonoid, cuja atitude sua companheira havia internalizado por hábito e repetição).
Obs1: Contribuição arrecadada para lançamento de capítulo extra: (00,00 R$ / 10,00 R$).
Obs 2: Chave PIX para quem quiser, e puder, apoiar a novel: 0353fd55-f0ac-45b5-a366-040ecefa7f7b. Caso não consiga copiar a chave pix, é só clicar nela que vai ser gerada uma aba/guia que tem como URL/Link a própria chave pix com algumas barras nas pontas: https://0353fd55-f0ac-45b5-a366-040ecefa7f7b/, e é só retirar a parte excedente.
Ps: Para finalizar, volto a reiterar que as publicações seguirão normais e recorrentes no ritmo mencionado mesmo que, porventura, haja a publicação de capítulos adicionais.

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