Capítulo 316 – Reverberações de Sangue Dracônico

Nota do autor: Boa noite, pessoal! Quanto tempo, né? Rsrsrs.

Dessa vez eu estou passando para anunciar que a temporada de Natal finalmente pode ser considerada iniciada e por essa semana natalina, desde sábado até o próximo domingo, a cota de apoio para um capítulo extra vai cair pela metade. Mas é apenas por esse período específico, independentemente de o valor abaixo não ser corrigido posteriormente.

Bom capítulo a todos.

Tempestivo ao chegar à área costeira da Cidade da Água Sangrenta, voltada para o grande mar, Alexander, surpreendentemente, acalmou-se. Não se tratava de alguém a criar confusão deliberadamente, mas de uma criatura singular a caçar outra.

Chegando a tempo de presenciar o desfecho do último golpe, o dragonoid mergulhou em alta velocidade e posicionou-se sobre a criatura abatida, armazenando-a prontamente em seu anel; claramente reivindicando-a para si. Enquanto isso, os membros e guardas de sua facção se agitaram, tomando formação contra a criatura, que rugiu em fúria por seu espólio.

— (Vá embora, Azul) — declarou Alexander mentalmente para o dragão que pairava sobre seu litoral, fitando-o. — (Apesar da sua transgressão ao meu território, não desejo matá-lo apenas por isso.)

Estreitando seus afiados olhos draconianos para o ser que reivindicara sua caça, e depois para os outros seres que claramente se preparavam para se levantar contra ele, o {Dragão Azul} pareceu tomar uma decisão e respondeu: — (Eu te desafio, híbrido dos Vermelhos.)

Instantaneamente arqueando as sobrancelhas diante daquele desenrolar, o dragonoid observou com atenção enquanto a criatura completava: — (Ambos estamos em nossa 3ª evolução… Lute comigo pela caça, se tens o orgulho dos Vermelhos.)

— (Não tenho medo de ti, mas tampouco tenho motivos para lutar por algo que já está em minha posse) — respondeu Alexander, de forma direta e sem desdém. — (O que exatamente eu ganharia ao lutar contigo e me expor aos ferimentos que me causarias antes de te matar? Pois acredite, eu te mataria.)

Um pouco aturdido ao perceber que a outra parte tinha certa razão (afinal, ele era o invasor do território que circundava a Revoada Vermelha), o {Dragão Azul} ponderou por um momento e decidiu oferecer as informações que possuía sobre a região do mar e seus possíveis tesouros como moeda de troca.

O que era digno de nota nessa situação era a inesperada calmaria que pairava sobre ambos, pois o dragão ainda se percebia, de alguma forma, como um igual a Alexander; em outras circunstâncias, ele sequer se daria ao trabalho de conversar tanto com alguém. Seria luta ou fuga, conforme ditasse seu instinto.

Ao aceitar o desafio que lhe fora lançado, o dragonoid armou uma pequena mesa e despejou sobre ela várias poções e preparados medicinais antes de chamar o dragão: — (Coma, se você quiser, enquanto vou avisar o pessoal lá atrás para não interferir… Essas coisas vão ajudá-lo a recuperar a energia que gastou caçando, para que depois não digam que eu te matei só porque já estava exausto.)

Alexander não era exatamente conhecido pela honra (especialmente quando estava caçando seu alvo), mas aquilo não era uma caçada; era um desafio para um duelo entre pretensos dragões. Além disso, o desafio do {Dragão Azul} havia desencadeado uma missão, então ele precisava garantir que ninguém interferisse.

* Ding! *

Após avisar expressamente que ninguém de sua facção sequer tentasse interferir (e ordenar que mobilizassem seu pessoal para garantir que os demais também não o fizessem), o dragonoid colocou o [Conjunto do Senhor das Águas], empunhou sua lança e avançou em direção ao dragão. Este, por sua vez, já havia devorado a maior parte do que estava sobre a mesa; aparentemente, apenas aquilo que o seu olfato julgara minimamente seguro.

— (Parece que ambos estamos prontos, então vamos para o mar) — disse Alexander em um tom que não soava como comando, mas ainda assim carregava uma imposição inegável. — (Se nós lutarmos aqui, a extensão dos nossos poderes pode começar a destruir tudo ao redor, e as pessoas vão acabar interferindo… o que faria você morrer de um jeito completamente sem sentido.)

— (Muito bem) — concordou o dragão, virando-se e alçando voo à frente. — (Mas saiba que hoje eu vou destroçar a arma que você usa… e rasgar o metal no seu corpo.)

Sem se preocupar com aquelas provocações, o dragonoid apenas ativou |Combate Aquático| e acompanhou seu oponente (caminhando sobre as águas graças à técnica), afinal, muito provavelmente, o {Dragão Azul} havia sentido os múltiplos núcleos usados na forja dos itens do Senhor das Águas; incluindo um núcleo azul, da mesma raça que o dragão, embutido em um dos lados da lança de ponta dupla.

Parando assim que sentiu que estavam longe o bastante da costa, Alexander começou a liberar sua mana e girar sua lança (que, camada após camada, foi se iluminando com seus poderes) para sinalizar que o duelo estava prestes a começar, antes de enfim atacar. Uma maneira eficiente de iniciar o confronto, pois lhe permitiu aplicar |Encantar com Luz|, |Imbuir D’água| e |Imbuir de Luz| na sua arma.

Com o início do combate deflagrado, o {Dragão Azul} liberou toda a sua fúria em um rugido retumbante e partiu para o ataque. No entanto, diferentemente da maioria de sua espécie, que confia em seu físico e força bruta, este dragão possuía um corpo menos imponente em escala dracônica; ainda que avassalador para as raças menores.

A verdadeira especialidade deste tipo de dragão residia em um estilo de combate híbrido, sendo notavelmente mais versado e proficiente em investidas sustentadas por poderosos ataques mágicos.

Saudado por uma saraivada de grandes bolas de fogo, aceleradas e potencializadas ainda mais pela ventania de lâminas que a criatura também disparou com as suas asas, Alexander deslizou sobre a água com |O Mundo é um Rio|.

O movimento fluido não era apenas evasivo; era um teste para medir a capacidade telecinética do dragão sobre seus próprios feitiços.

Aproveitando o ímpeto, ele canalizou poder através de sua lança e revidou, lançando uma série de lâminas de água luminosa, tão afiadas e cortantes quanto o mais fino aço.

Protegida por seu revestimento de escamas notavelmente resistente, a criatura não se preocupou em desviar de todos os golpes. Em vez disso, concentrou-se em usar o desenrolar do confronto para avaliar o oponente, transformando cada troca de ataques em uma oportunidade para analisar o poder de ambos.

Deslizando em grande velocidade sobre a água para se esquivar, o dragonoid sequer precisou abrir suas asas para ascender aos céus. Ele alçou-se ao céu, valsando pelos ares, sustentado por uma película mágica de água que seguia sua vontade. 

A fina lâmina líquida permitia-lhe deslizar suavemente sobre a própria resistência do ar, concedendo-lhe uma mobilidade aérea tão fluida e imprevisível quanto a sua própria imprevisibilidade aquática. Em suas devidas proporções, todo o ambiente parecia estar ao seu alcance.

Mesmo inquieto e um tanto quanto surpreso com a mobilidade do oponente, o dragão não fraquejou nem hesitou ao vê-lo se aproximar. Ele não apenas bateu as asas para se lançar para trás, liberando novas lâminas de vento cortantes, como também ergueu as patas dianteiras cheias de poder.

Sob a densa mana da criatura, seus membros superiores arderam em poder mágico, enquanto energias sombrias e eletricidade começaram a dançar e crepitar ao redor de cada garra.

Como alguém em clara desvantagem contra o elemento raio e suas propriedades que burlam a maioria das defesas físicas, Alexander estreitou os olhos ao avaliar a ameaça dupla.

Preferindo não confiar apenas em resistência bruta, ele lançou-se em uma rotação evasiva em torno do feixe elétrico principal. Enquanto seu corpo se movia em um arco preciso, sua lança tecia um padrão laminar à frente, cortando e dissipando as energias sombrias que ele optou por enfrentar diretamente.

Com o caminho à frente liberado após transpor as trevas e dissipar as lâminas de vento, o dragonoid não hesitou. Ele ativou |Expansão Muscular|, usou as suas asas para conceder-se um impulso final e, aproveitando o ímpeto descendente, desferiu um pesado golpe contra o dragão.

Incapaz de conter a investida e o subsequente golpe, a criatura usou uma das patas dianteiras para se proteger.

Sangue jorrou da ferida que se abriu sob as escamas rachadas pelo impacto. No mesmo instante, porém, sua outra pata desceu com fúria virulenta contra o adversário.

O rugido da fera, que ecoou ao longe, foi de dor e fúria pela pata ferida, mas também de triunfo. Na troca de golpes, sua pata (quase do tamanho de Alexander) havia o atingido, arremessando-o violentamente para baixo, em direção às águas.

Aturdido pela força brutal do impacto, o dragonoid teve um lapso de consciência (um brevíssimo apagão mental) antes de se recuperar a tempo de evitar mergulhar nas águas; pairando sobre a superfície como pôde. Desde o início do combate, ele sabia que um {Dragão}, em paridade de evolução e nível, seria um adversário muito mais formidável do que qualquer outro que já houvesse enfrentado sozinho.

À distância, no litoral da Cidade da Água Sangrenta, Marvin e Robert já haviam chegado (após sentirem as presenças e energias crescentes dos combatentes) e instalaram-se com assentos para assistir ao duelo confortavelmente. Se aquele era, de fato, um duelo legitimado entre as partes, não tinham razão para interferir.

Uma vitória de Alexander seria excelente para eles em termos de status e prestígio, por estarem apostos no “cavalo certo”. E se ele perdesse… que assim fosse.

O custo de, no mínimo, evitar sua morte seria insignificante para pessoas com os poderes deles.

Obs¹: Contribuição arrecadada para lançamento de capítulo extra: (00,00 R$ / 10,00 R$).

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Ps: Para finalizar, volto a reiterar que as publicações seguirão normais e recorrentes no ritmo mencionado mesmo que, porventura, haja a publicação de capítulos adicionais.